Carlos Sardenberg

Você tem uma loja no centro da cidade que começa a atrair cada vez mais fregueses. A demanda está aumentando.

O que faz você?

Trata de aumentar a oferta, ampliando sua loja, comprando as instalações do lado, oferecendo mais mercadorias.

Ou: limita a entrada de fregueses na loja; dá senhas para que voltem outro dia; manda que procurem a outra loja, a 100 quilômetros de distância.

É isso que o governo está fazendo com o pacote para os aeroportos. Com a demanda crescente, em vez de se concentrar no aumento da oferta, o governo trata de reduzir a demanda, mandando os passageiros de Congonhas para outros aeroportos.

Até poderia funcionar – já que esse não é um mercado propriamente livre. Se você precisa voar, a escolha de aeroportos é limitada. Assim, o governo tem como mandar você para a outra loja, já que a de Congonhas está lotada. Mas as outras lojas, Cumbica e Viracopos, também não comportam a nova demanda se não houver obras de ampliação.

Do jeito que está, o governo vai simplesmente transferir a confusão.

Resumo da ópera: em prazo curto, não há como sair do apagão aéreo, pois os investimentos nessa infra-estrutura estão muito atrasados.

A médio prazo, a saída obrigatória é um imenso programa de obras, nos aeroportos atuais e em novos. E para isso, é preciso mobilizar capitais privados. www.sardenberg.com.br

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