Pilotos de companhias internacionais começam a adotar medidas de segurança.
Presidente da Anac admite que espera reclamações de empresas estrangeiras.

Do G1, em São Paulo, com informações da Agência Estado

Para a Federação Internacional dos Controladores Aéreos (Ifacta, na sigla em inglês), o Brasil precisa, com urgência, aceitar uma intervenção internacional para começar a resolver a crise nos aeroportos. A entidade insiste em que o governo "não tem capacidade" de resolver a crise sem ajuda da comunidade internacional, já que está "preso" num debate político interno.

"Chegou o momento de o governo aceitar que o plano de reforma precisa ser proposto e elaborado fora do Brasil. Muitos governos já fizeram isso no passado, inclusive o da Suíça, depois de um choque de aviões em 2003", alertou Marc Baumgartner, presidente da entidade, em Genebra, à reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". "O Brasil precisa entender que apagão ocorre num país a cada 15 anos. Não uma vez por mês."

A declaração de Baumgartner foi dada no fim de semana, depois que o centro de controle áereo de Manaus (AM), o Cindacta-4, sofreu um apagão e vôos domésticos e internacionais que passavam pela Região Amazônica foram interrompidos. A pane aconteceu na madrugada de sábado (21) e deixou os aeroportos lotados. No domingo, 44% dos vôos tiveram atrasos de mais de uma hora.

Reação negativa

Autoridades, executivos de empresas aéreas brasileiras e entidades internacionais já dão como certa a reação negativa de companhias estrangeiras diante de mais um apagão no controle de vôo no Brasil.

O presidente da Agência Nacional de Avião Civil (Anac), Milton Zuanazzi, admitiu que espera reclamações das companhias estrangeiras que tiveram seus vôos afetados pelo blecaute no Cindacta-4. "Qualquer prestação de serviço não completada gera reclamação. Isso é natural", disse. "O que ocorreu não é incomum. Isso ocorre até nos Estados Unidos. Quando eles invadiram o Iraque houve cerceamento do espaço aéreo, assim como depois do 11 de setembro. Sempre se deve privilegiar segurança."

Medidas de segurança

Não bastasse o efeito cascata internacional, a pane provocou confusão em aeroportos dos Estados Unidos, por causa dos passageiros retidos. Procuradas pela reportagem, empresas afetadas pela pane, como American Airlines e Delta Airlines, não se manifestaram sobre o assunto. Mas fontes de entidades de aviação afirmaram que companhias que operam no Brasil estão revendo normas de vôo.

Relatórios elaborados pelos pilotos que voaram no país nos últimos dias apontam que praticamente todos eles passaram a adotar procedimentos de segurança equivalentes aos das rotas para a África, considerada a região mais perigosa do mundo.

1 Comentários

Luiz Maia disse…
É isso mesmo, senhor Zuadaço. Estamos em guerra! E é comum aviões caírem, atrasos nos aeroportos, neblina atrapalhando os vôos e imbecis, como bem disse o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, dando desculpas esfarrapadas. Afinal, como as torres gêmeas de Nova York, o prédio da TAM foi derrubado por uma aeronave, em plena guerra contra políticos brasileiros corruptos. Fala sério! Em tempo, não consta que tenham havido atrasos ou apagões aéreos nesses casos citados. Mas Brasil é Brasil.
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