da Folha de S.Paulo
Entre os pelo menos 192 mortos na tragédia no aeroporto de Congonhas, havia famílias inteiras de férias, um grupo de aposentadas com idades entre 71 e 85 anos e pelo menos duas grávidas e duas crianças pequenas. Eram ao menos 75 mulheres. Também havia estrangeiros a bordo -pelo menos um argentino, dois franceses e um peruano.
Até o final da noite de ontem, 177 corpos haviam sido resgatados pelo Corpo de Bombeiros -outras três vítimas morreram nos hospitais. O único corpo enterrado até ontem foi o de Oswaldo Luís de Souza, 50, que trabalhava no prédio da TAM na hora do acidente. Seus dois irmãos, que tentaram retirá-lo dos escombros, sobreviveram com ferimentos leves.
No Rio Grande do Sul, a madrugada foi de desespero no aeroporto Salgado Filho,
À meia-noite, mais de cinco horas depois do acidente, cerca de cem parentes foram levados pela TAM do aeroporto a um hotel no centro da cidade, com a promessa de esclarecimentos. Mas foi pelo rádio, no salão sem representantes da TAM, que os familiares ouviram, à 1h35, a divulgação da segunda lista de passageiros, com 160 nomes. A cada vítima citada seguiam-se gritos e choro.
Seis pessoas passaram mal. "Fomos confinados em uma sala e abandonados. Teríamos mais informações em casa", disse Renata Rocha, 33, que tinha um tio no vôo.
Às 2h40, a TAM divulgou uma lista de vôos para embarque dos parentes para São Paulo. O primeiro vôo partiu às 9h30 sob forte chuva, com 67 parentes e amigos das vítimas.
Outro vôo saiu um minuto depois, com 155 passageiros. Os outros familiares foram acomodados em outros quatro vôos comerciais.
Missa
O arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, criticou -em uma missa com 600 pessoas em homenagem aos mortos no acidente- a insegurança na aviação civil brasileira. Grande parte das vítimas morava na capital gaúcha. "Antes, viajávamos seguros. Agora, não temos mais segurança", disse.
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