Na Câmara, Constantino Junior afirma que paralisação da prestadora de serviços em aeroportos afetaria setor

Cristiane Jungblut – O Globo

BRASÍLIA e RIO. O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, afirmou ontem que a situação da Sata preocupa e que a paralisação de suas atividades - iminente, segundo reportagem publicada ontem no GLOBO - causaria transtornos às companhias, especialmente à Nova Varig. Mas o executivo ressaltou que esse cenário não provocaria um novo apagão aéreo. Constantino falou sobre a situação da empresa, que presta serviços em aeroportos e tem até o dia 17 para honrar dívida com o INSS e continuar operando no país, durante depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara.

Ele lembrou que a Sata é a principal fornecedora de equipamentos de solo nos aeroportos do país e que a Nova Varig é integralmente atendida por ela. Daí o seu temor. Perguntado sobre a possibilidade de fechamento, respondeu: - Sim, me preocupo, porque a Sata é um grande fornecedor (em terra). Era sabedor das dificuldades dela, essa não é uma novidade. Mas não tinha noção de que a situação estava assim. Não gostaríamos de ver a Sata fechando - disse.

Pertencente à Fundação Ruben Berta (ex-dona da Varig), a Sata acumula R$64 milhões em dívidas com o INSS, a maior parte inscrita na dívida ativa da União. Por isso, não pode explorar serviços públicos. O prazo dado pela Justiça à Sata para honrar os débitos termina no próximo dia 17. De acordo com o Sindicato dos Aeroviários, que reúne os profissionais da Sata, a empresa não vem pagando salários e benefícios como vale-refeição e cesta básica.

Varig volta a voar para a Europa até setembro

Constantino disse, também ontem, que é suficiente o prazo dado pela Justiça até novembro para que a Nova Varig - comprada pela Gol em março - retome os seus vôos internacionais, tendo como destino a Europa (Londres, Madri, Paris e Roma) e a Cidade do México. Isso deve ocorrer a partir de setembro, quando a Varig receberá cinco novas aeronaves (Boeing 737-800). Até julho será retomada a rota Rio (Galeão)-Frankfurt.

- Diante dessa decisão, a Justiça do Rio vai nos permitir entrar no detalhamento desse plano (de operação da Nova Varig) para que consigamos implementá-lo o mais rapidamente possível – disse Constantino, acrescentando que alguns vôos nacionais já foram retomados.

Segundo o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio e responsável pelo processo de recuperação da Varig, não houve ampliação de prazos. Ele esclareceu que sua decisão reconhece que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) atrasou o processo que dá direito à Nova Varig de voar no exterior. Isso porque as linhas eram da Varig antiga e agora são da VRG Linhas Aéreas (Nova Varig).

Como a Anac, disse Ayoub, só fez a transferência em maio, é a partir desta data que começa a contar o prazo de 180 dias. A Anac informou que só vai se pronunciar quando receber a notificação da Justiça do Rio.

Segundo Constantino, a Nova Varig vai se caracterizar por um serviço diferenciado, com vôos diretos e maior espaço entre as poltronas. A Gol tem entre 36% e 38% do mercado e a Varig, 4,5%. O executivo afirmou ainda que aguarda o posicionamento do Cade sobre a concentração do setor com a aquisição.

Constantino disse ainda que considera o sistema de tráfego aéreo brasileiro seguro. Porém, afirmou que é preciso haver "uma política clara de investimentos" no controle de vôo em infra-estrutura aeroportuária. E disse estar otimista, tanto que negocia a compra de aviões até 2017.

Ao ser perguntado sobre qual nó deveria ser desfeito para resolver os gargalos atuais,

Constantino respondeu que era preciso "que controladores e autoridades da Aeronáutica falem a mesma língua":

- Por que tudo vinha razoavelmente bem e em outubro iniciou-se o problema? Não tenho condições de responder.

COLABOROU Erica Ribeiro

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