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Lula manda PF investigar Infraero e tenta esvaziar CPI

Governo vê como inevitável a instalação de comissão para apurar o caos aéreo

Serviço de inteligência da Polícia Federal vai analisar contratos da estatal que administra aeroportos do país e é alvo da oposição

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - FOLHA DE SÃO PAULO

Numa tentativa de se antecipar aos trabalhos de uma CPI do Apagão Aéreo, a primeira do segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, que a Polícia Federal inicie uma investigação na Infraero (estatal que administra os aeroportos no país).

A estratégia do governo é tentar esvaziar uma futura CPI, cuja instalação é vista pelo Palácio do Planalto como inevitável, com um trabalho preventivo de investigação da PF que poderia ser encaminhado para a própria comissão -como aconteceu com a CPI dos Sanguessugas.

A decisão, tomada na semana passada, já foi transmitida ao diretor da PF, Paulo Lacerda, que vai colocar o serviço de inteligência do órgão para analisar as operações da estatal, que se transformou em alvo da oposição depois do caos nos aeroportos do país.

PSDB e DEM (ex-PFL), principalmente, miram nas obras tocadas nos aeroportos pela Infraero durante o primeiro mandato do presidente Lula. Há suspeitas de irregularidades, algumas já apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas União).

Além da inevitabilidade da CPI, o governo mandou a PF investigar a Infraero depois de analisar os relatórios da CGU (Controladoria Geral da União) sobre atividades da estatal. A partir deles, já houve a orientação de afastar quatro funcionários do órgão ligado ao Ministério da Defesa. No dia do anúncio, o senador tucano Arthur Virgílio (AM) reagiu à medida dizendo que o objetivo real era esvaziar a CPI. "Estão querendo entregar quatro bois para deixar passar uma boiada."

O governo acreditava que teria condições de barrar a CPI do Apagão Aéreo. Com a sinalização de que o STF (Supremo Tribunal Federal) pode determinar sua instalação e a ameaça da oposição de criar outra CPI, com o mesmo objetivo, no Senado, o Planalto decidiu se articular para controlar o funcionamento da comissão.

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