Pular para o conteúdo principal

Anac quer rever fechamento de Congonhas em dia de chuva

Agência Estado

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estuda rever os critérios para o fechamento das pistas do Aeroporto de Congonhas em dias de chuva. Por orientação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), desde 29 de dezembro as operações têm sido suspensas para que técnicos da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) possam medir a lâmina d'água no asfalto. O problema é que a medida, adotada mesmo em caso de chuva fraca, tem afetado a pontualidade dos vôos.

Pela sexta vez neste mês, a pista principal do aeroporto da zona sul ficou fechada ontem entre 6h15 e 6h45, causando um efeito cascata em pelo menos 11 aeroportos brasileiros. Até o meio-dia, dos 469 vôos que decolaram dos principais terminais do País, 34% registraram atrasos, principalmente pelo fechamento de Congonhas. Até aquele horário, só em Congonhas houve 34 atrasos, número que até o começo da tarde já tinha chegado a 60. No Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, quase todos os vôos que chegavam ou partiam em direção a Congonhas sofreram atrasos. Um avião da Gol que deveria ter decolado para São Paulo às 7 horas só partiu às 10h40.

"Estamos estudando um meio de agilizar esse procedimento (de medição do nível de água), pois, do jeito que está, dificulta as operações", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Segundo ele, técnicos da agência estão avaliando o problema, mas ainda não há prazo para que as mudanças sejam adotadas.

Apesar das duas derrapagens registradas nas últimas semanas - com um avião da BRA e outro da Varig -, militares envolvidos com o controle do tráfego aéreo consideram a norma baixada pela Anac 'rígida demais'. "Não é de hoje que as pistas de Congonhas acumulam água. É claro que operar durante um temporal é arriscado. Mas fechar toda vez que chove é excesso de zelo e inviabiliza o funcionamento do aeroporto", comentou um oficial.

O diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins, também é favorável a normas menos conservadoras. Ele disse que durante as reuniões com a Anac havia uma segunda proposta para dar mais segurança às operações em dias de chuva. A idéia era fazer um estudo relacionando a precipitação e a formação de lâminas d'água nas pistas, criando uma espécie de índice que indicasse a necessidade de fechamento do aeroporto. "Acho esse modelo mais razoável, desde que ouçam o relato feito por pilotos em dias de chuva."

A reforma da pista auxiliar de Congonhas deveria começar em 1º de fevereiro, mas foi adiada a pedido das companhias aéreas. As empresas alegaram que teriam prejuízos em virtude do remanejamento de vôos no período de alta temporada e carnaval.

Colaboraram Bruno Paes Manso e Eder Ogliari

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul