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Obsoleto e barulhento, Boeing 737 que caiu em Cuba tinha quase 40 anos; modelo não voa por companhias brasileiras desde 2010

Aeronave que caiu em Cuba havia voado pela primeira vez em 1979. No Brasil, último operador de um 737-200 foi a Rico Linhas Aéreas, do Amazonas. Aviões do tipo não voam mais regularmente para Europa ou EUA.


Por Ricardo Gallo | G1, São Paulo

O Boeing 737-200 que caiu em Cuba nesta sexta-feira voava havia quase 40 anos, foi fabricado em 1979 e entregue à companhia aérea americana Piedmont Airlines no mesmo ano. Estava alugado à Cubana de Aviación pela companhia mexicana Damohj/Global.

Equipes de resgate trabalham no local onde um avião com 113 pessoas a bordo caiu logo após decolagem em Havana, Cuba (Foto: Adalberto Roque/AFP)
Equipes de resgate trabalham no local onde um avião com 113 pessoas a bordo caiu logo após decolagem em Havana, Cuba (Foto: Adalberto Roque/AFP)

A aeronave caiu logo depois de decolar do aeroporto internacional José Martí, em Havana. Havia 113 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação, segundo o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. O número de mortos ainda é impreciso; havia mais de 100, disse a emissora estatal CubaTV.

Os aviões da série "200" são os mais antigos ainda em operação entre os 737, a família mais popular de jatos de passageiros do mundo. Começaram a voar em 1967, e o último foi entregue em 1988.

Segundo dados da Boeing, foram mais de 10 mil jatos da família 737 fabricados até março de 2018. Entre os mais modernos estão o 737-800, como os usados pela Gol, e o 737 Max, que começaram a ser entregues em 2017.

Perderam espaço

Barulhentos e obsoletos, os Boeings 737-200 perderam espaço, já no início dos anos 1990, para aviões mais modernos e espaçosos, como a continuação da família 737 (-300, 400 e 500), que levavam mais passageiros e tinham motores mais silenciosos e econômicos.

Desde meados dos anos 2000, nenhuma grande companhia aérea no mundo voa os 737-200 - em razão de legislações que exigem que as aeronaves tenham nível de ruido menor. Entre os operadores estão empresas de Uganda, Paquistão, Quênia, Congo, Filipinas e Venezuela. Atualmente, nenhum voa regularmente dentro da Europa e dos Estados Unidos.

O mesmo ocorre no Brasil. Em grandes companhias, o fim se deu em 2005, com Varig e Vasp, ambas extintas. Em 2010, o Boeing 737-200 usado pela Rico Linhas Aéreas, do Amazonas, foi o último a voar regularmente em voos domésticos no país.

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