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American vai pôr mais passageiros no avião, mas diz que não vai apertá-los

O CEO da American Airlines, Doug Parker, afirmou que a companhia vai aumentar o número de passageiros por avião, mas que isso não vai reduzir ainda mais o espaço entre as poltronas dentro de seus aviões.


Por Vinícius Casagrande | Todos a Bordo

Em Dallas (EUA) - Segundo o executivo, o limite estabelecido pela empresa é de uma distância de, no mínimo, 76 cm entre as poltronas. “Não vamos reduzir o espaço além disso”, diz.


Empresa afirma que o limite entre os assentos é de 76 cm (foto: Divulgação)

A companhia área tem feito a reconfiguração interna de seus aviões para ter o mesmo padrão tanto nas aeronaves provenientes da US Airways como da própria American Airlines – as duas empresas realizaram a fusão no final de 2013.

No caso do Airbus A321, por exemplo, os aviões originários da American Airlines tinha capacidade para 181 passageiros, enquanto os que eram da US Airways contavam com 187 assentos. Com a reconfiguração interna, todos os aviões do modelo passam a ter capacidade para 190 passageiros.

O aumento do número de lugares dentro dos aviões, segundo a companhia, é possível com o uso de assentos mais finos.

Mesma quantidade de aviões, mais capacidade de passageiros


Com 1.544 aviões em operação nas rotas domésticas e internacionais, a companhia aérea norte-americana American Airlines tem planos de aumentar sua oferta de assentos sem alterar a quantidade de aviões. Para isso, a empresa tem realizado desde 2014 uma forte renovação de sua frota.

A principal mudança está na aquisição de aeronaves maiores tanto para as rotas domésticas como internacionais. No mercado dentro dos Estados Unidos, a estratégia da empresa é ter mais aviões com capacidade entre 161 e 200 passageiros, reduzindo a quantidade de aviões entre 99 e 160 assentos.

Em 2014, a empresa tinha 587 aviões com capacidade entre 99 e 160 lugares. Esse número deve cair para cerca de 200 aeronaves em 2021. Por outro lado, o número de aviões entre 161 e 200 assentos deve subir de 245 unidades para cerca de 600 aviões.

Outra novidade é chegada dos novos aviões Boeing 737 MAX. A companhia recebeu nesta quinta-feira (28) a primeira aeronave da nova família de jatos comerciais da fabricante norte-americana. A American Airlines tem encomenda para 100 aeronaves desse modelo, que devem ser entregues ao longo dos próximos cinco anos.

A tendência de utilizar aviões maiores também deve ocorrer nas rotas de longa duração. As aeronaves com capacidade entre 201 e 250 passageiros vão ser reduzidas de 111 unidades para cerca de 50 até 2021, enquanto os aviões com mais de 250 assentos devem mais do que dobrar, passando de 40 unidades em 2014 para aproximadamente 100 aviões em 2021.

Desde que começou a sua renovação da frota, a American Airlines já recebeu 496 novos aviões. No mesmo período, a companhia aposentou 469 aeronaves antigas. Atualmente, a frota da companhia tem uma idade média de dez anos.

Plano de frota da American Airlines para 2021:

  • 150 a 200 jatos regionais de até 98 passageiros (eram 328 em 2014)
  • 400 a 450 jatos regionais configurados com duas classes de cabine (eram 238 em 2014)
  • 200 aviões entre 99 e 160 passageiros (eram 587 em 2014)
  • 600 aviões entre 161 e 200 passageiros (eram 245 em 2014)
  • 50 aviões entre 201 e 250 passageiros (eram 111 em 2014)
  • 100 aviões acima de 250 passageiros (eram 40 em 2014)
Mais eficiência e novas receitas

Com a renovação da maior frota de aviões entre todas as companhias aéreas do mundo, a American Airlines busca operar com mais eficiência para reduzir seus custos e aumentar a capacidade de passageiros.

O CEO da companhia apresentou dados que apontam que, entre 1978 e 2013, o lucro total da American Airlines naquele período foi de US$ 1 bilhão. Desde 2014, no entanto, a rentabilidade da companhia tem apresentado resultados bem melhores. Nos últimos quatro anos, o lucro acumulado da companhia saltou para US$ 19,2 bilhões.

Além de aumentar o número de passageiros, a companhia também busca novas receitas com a venda de serviços adicionais, como a reserva antecipada de assento, o despacho de bagagem nos voos domésticos ou o acesso à conexão wi-fi dentro dos aviões.

Para o presidente da American Airlines, Robert Isom, a cobrança por esses serviços extras permite que a companhia reduza o preço das passagens aéreas para competir em melhores condições com as companhias norte-americanas de baixo custo.

“O que estamos fazendo agora não é um corte de custos, mas combinar um preço do produto com a expectativa do cliente. Isso nos permite competir melhor. O cliente pode voar pela American com o preço de low cost e ter alguns benefícios adicionais”, afirma.

Além da venda de serviços extras, a companhia aérea também tem adotado a estratégia de criar novas classes de cabine a bordo de seus aviões, especialmente nas aeronaves maiores. A classe Premium Economy, categoria intermediária entre a econômica e a executiva, por exemplo, atualmente está presente em 26% dos aviões de dois corredores da empresa. A previsão é que todos os aviões dessa categoria tenham a classe Premium Economy até o final do próximo ano.

União com a Latam

Com uma forte presença no Brasil – atualmente são 72 voos semanais no país – e na América do Sul, a American Airlines tem a expectativa de concluir o processo de joint-venture com a Latam até o ano que vem.

O acordo já foi aprovado em diversos mercados operados pelas duas companhias aéreas, como Colômbia, Peru e Uruguai. No Brasil, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) já emitiu parecer positivo.

Para que o negócio seja concretizado, no entanto, ainda falta a aprovação das autoridades chilenas e do acordo de céus abertos entre o Brasil e os Estados Unidos. “O resultado será de crescimento do mercado, aumento da oferta e redução dos preços”, afirma Joe Mohan, vice-presidente de Alianças e Parcerias da American Airlines.


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