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Galeão bate recorde de passageiros e recebe jatos executivos milionários

Nesta segunda, aeroporto recebe maior número de passageiros da história.

Alguns aviões particulares custam o equivalente a R$ 190 milhões.


Káthia Mello | G1 Rio

A Olimpíada no Rio também bateu recordes no ar. Durante os cerca de 30 dias das chegadas e partidas olímpicas, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, viu um movimento jamais registrado na sua história.


Jatos executivos parados no pátio do Galeão no período olímpico (Foto: Káthia Mello/G1)
Jatos executivos parados no pátio do Galeão no período olímpico (Foto: Káthia Mello/G1)

Além de receber aviões de diferentes companhias que nunca haviam pousado na cidade, a chegada de voos dos jatos executivos estiveram em destaque. Passaram pelo Rio aviões particulares milionários, como o Global Express, o Falcon e o Gulfstream, avaliados em cerca de U$ 60 milhões, aproximadamente R$ 190 milhões. Os passageiros tiveram atendimento personalizado na chegada, saída e deslocamentos.

E nesta segunda-feira (22) será o dia de circulação do maior número de passageiros desde a inauguração do terminal aéreo: 85 mil pessoas. É movimento de volta para casa de atletas, dirigentes e turistas.

O Galeão também recebe, pela primeira vez, o avião A-380 da Air France, o maior avião de passageiros do mundo.

Lançado em 2005, o A-380 pode transportar entre 520 e 800 passageiros. Ele pousa pela primeira vez na pista do Galeão trazendo passageiros de Paris. Como é tradição, será batizado na pista. O avião volta à noite para Paris levando integrantes do Comitê Olímpico Francês e atletas.

O G1 teve acesso ao pátio onde ficaram estacionados os jatos executivos durante os Jogos Olímpicos. Na sexta-feira (19), havia 34 aviões parados. A maioria deles eram estrangeiros. Pelo menos dois, um do México e outro do Azerbaijão, estavam lá desde 3 de agosto.

Os aviões executivos chamam a atenção dos funcionários que trabalham nessa área do aeroporto. Eles descrevem detalhes, nomes e até valores dos aviões. Muitos, chegam a sonhar em viajar neles e sonham fazendo planos.

"Gostaria de voar para as Bahamas ou S.Marteen em um desses. Já chegava de sunga e mergulhando", disse um funcionário que não quis se identificar.

A reportagem do G1 não pode entrar nos jatos que estavam sem tripulação e nem fotografar os prefixos por causa da segurança.

Super máquinas

 
De acordo com a Riogaleão, concessionária do aeroporto e a Líder Aviação, operadora oficial da aviação executiva no Galeão, 85% dos voos executivos na Olimpíada eram internacionais.

"Podemos dizer que recebemos 'jatões', aeronaves que fazem voos intercontinentais e que podem, por exemplo, voar direto para Nova Iorque", disse Cynthia Oliveira, diretora de atendimento aeroportuário da Líder Aviação, operadora oficial da aviação executiva no Galeão.

Nessas máquinas voadoras desembarcaram e embarcaram celebridades nacionais e estrangeiras, chefes de estado e atletas estrangeiros, como o tenista Novak Djokovic. O recorde aconteceu na abertura e no encerramento com um total de 60 de aviões executivos chegando ao Rio.

O serviço personalizado oferecido também por operadoras nacionais socorreu alguns atletas, como contou Cynthia.

"Recebemos um pedido de um grupo que precisava competir no dia seguinte em outro país. Eles queriam fretar um avião. Tivemos menos de um dia para organizar a viagem e envia-los para a competição e foi um sucesso", contou.

A concessionária e a operadora preferiram não fazer comparações com o movimento olímpico com o que aconteceu na Copa do Mundo, em 2014.

"Os perfis dos eventos são muito diferentes. Na Copa do Mundo foram 12 cidades sedes. Recebemos todo tipo de avião, mas eram pequenos. A Copa do Mundo mexe com mais pessoas em momentos muito mais concentrados. São jogos mais específicos com duas torcidas", disse Carlos Rodriguez, gerente de operações da Riogaleão.

Os custos para receber esse atendimento de primeira classe é um segredo que a operadora preferiu não revelar. "É um pacote por um conjunto de prestação de serviço que envolve limpeza, manutenção,transporte em áreas internas, algumas vezes hotel e até documentação", explicou Cynthia.

Recorde de voos

 
A concessionária que administra o aeroporto do Galeão, montou uma operação especial para receber os passageiros nesta segunda-feira e evitar qualquer contratempo ou atraso.


Serão 46 voos charters, 40 voos internacionais, mais que o dobro de um dia normal e 500 pousos e decolagens. Os voos charters bateram recorde. Na Copa do Mundo, por exemplo, o maior registro de voos desse tipo foi de menos de 10 aviões em um único dia. "Será um dia atípico", diz Carlos Rodriguez, gerente de operações da Riogaleão.

Segundo Rodriguez, para atender o grande fluxo de passageiros o aeroporto se preparou desde 2014. Até sexta-feira (19) ele se orgulhava de não ter tido qualquer registro nas operações do Galeão. Ele disse que o trabalho foi feito para evitar os gargalos em várias áreas do aeroporto. E revelou alguns 'jeitinhos' para evitar filas em alguns setores, como no de passaportes.

"Tive casos em que uma aeronave estava antecipado e que a gente ligava para o comandante e dizia: 'comandante, levanta o pé do acelerador porque se o senhor muito cedo vai dar errado. Poupa combustível e vem devargazinho' ", revelou

Rodriguez contou que um dos maiores testes do aeroporto foi entre entre os dias 8 e 18 de agosto, com o Santos Dumont, no Centro, ficou fechado por um período para as provas de vela na Baía de Guanabara. "Nosso funcionamento foi noite e dia", disse.

Chegar cedo para voar

 
Nesta segunda-feira, a recomendação para os passageiros é chegar ao Galeão com até seis horas antes para o fazer o check-in internacional e duas horas para o nacional. Rodriguez diz que a operação foi testada para atender à "família olímpica" e aos outros passageiros.

Voluntários da Rio 2016 também vão ajudar na organização e no fluxo das filas. Além disso, a concessionária contratou 135 pessoas adicionais. E o check-in poderá ser feito nos 174 balcões do aeroporto e também no check-in remoto, instalado na Vila dos Atletas.

Segundo o gerente de operações, depois desse teste final será hora de comemorar. "Se Deus quiser, na quarta-feira eu espero ganhar medalha de ouro pela operação no Galeão", disse.



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