Gabriel Brust | RFI

O Boeing 777 da Air France onde um corpo foi encontrado na última segunda-feira (11) passou por pelo menos 10 países nos dias precedentes à sua rota final, entre São Paulo e o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. O histórico dificulta aos investigadores determinar a nacionalidade da vítima. A autópsia realizada nos últimos dois dias apontou insuficiência respiratória como a causa da morte. 


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Guetty Images/ Pascal Le Segretain

O exame realizado no Instituto Médico-Legal de Paris ainda constatou sinais de queimadura em todo corpo, decorrentes de temperaturas baixas. Trata-se de um homem, mas não foi possível avançar em sua identificação nem determinar a idade.

“A esta altura, não se chegou a nenhuma informação sobre a nacionalidade da pessoa, nem mesmo o país de onde veio, por causa das inúmeras ligações feitas pelo voo antes de chegar a Paris”, afirmou à RFI uma fonte judiciária que acompanha a investigação, citando Angola como um de “pelo menos uma dezena de países” por onde o Boeing teria passado em apenas poucos dias.

Não foi encontrado nenhum documento ou objeto junto ao corpo, apenas roupas que a vítima vestia. “Ainda há incerteza quanto à idade e realizaremos exames complementares, como a datiloscopia (impressões digitais), para tentar avançar”, afirma a fonte.

Entenda o caso


O avião havia feito a rota Guarulhos/Charles de Gaulle no sábado, e encontrava-se em manutenção no aeroporto de Orly quando a vítima foi encontrada, dois dias depois. A companhia aérea confirmou o incidente, mas se limita a dizer que está colaborando com as investigações.

O caso é investigado pela Gendarmaria de Transportes Aéreos, segmento da polícia militar nacional francesa responsável pela aviação civil. Embora tenha aterrissado no aeroporto Chales de Gaulle – o maior da região parisiense, no norte da cidade –, o corpo foi encontrado em Orly, para onde o Boeing voou na segunda-feira, e onde receberia preparação técnica para realizar uma nova rota.

Camaronês morreu em 2013

Se confirmado, este não será o primeiro caso de tentativa de voo no trem de pouso verificado no Aeroporto Charles de Gaulle. Em 2013, o corpo de um camaronês de 30 anos foi encontrado em uma aeronave da companhia de transporte aéreo Camair-Co.

O homem teria conseguido entrar escondido no trem de pouso antes da decolagem na cidade de Duala, capital econômica de Camarões.


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