Companhia aérea detida por David Neeleman, candidato à compra da TAP, admite que sem subsídios à aviação regional terá que de rever crescimento dos 20% para os 10%.


Hermínia Saraiva | Económico

O Brasil vai suspender o Programa de Aviação Regional, lançado em 2012 para apoiar o desenvolvimento das ligações aéreas internas, e que tem sido fundamental para o desenvolvimento do negócio da Embraer e da Azul. Em causa está a necessidade de Brasília de equilibrar as contas públicas, avança a Bloomberg citando fonte da assessoria econômica da presidente Dilma Rousseff.


Brasil suspende plano que apoiaria desenvolvimento da Embraer e da Azul
David Neeleman

O programa, que previa apoios na ordem dos 7,3 mil milhões de reais (2,3 mil milhões de euros) na construção ou reestruturação de aeroportos por todo o Brasil, destinava-se a servir as rotas com pouca oferta e foi considerado como um estímulo à Embraer já que se destinava igualmente a subsidiar metade de todos os assentos em aviões com 120 lugares.

Além da Embraer, também a Azul, controlada por David Neeleman e a principal companhia regional do Brasil, sairá penalizada pela suspensão do plano de apoio à aviação regional. Já em Abril, a imprensa brasileira dava conta da intenção da companhia aérea de cortar rotas e mesmo avançar com despedimentos, caso o programa não chegasse ao terreno.

De acordo com o "Valor Económico", a Azul definiu em 2014 uma lista com cerca de 20 destinos, dos 103 servidos pela companhia, que não cumpriam os critérios de rentabilidade necessários e que por isso poderiam ser encerrados. Já no início deste ano, a companhia acabaria por cancelar os voos para as cidades que apresentavam maiores prejuízos.

Em Fevereiro deste ano, David Neeleman admitia numa entrevista à revista "Exame" que se o governo brasileiro queria manter os voos regionais, então a Azul "precisa de subsídios" e que sem o Programa Nacional de Aviação Regional o crescimento da ‘low cost' passaria de 20% para cerca de 10%.


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