Mais de cem pessoas participavam da manifestação, segundo a PM.
Categoria pede reajuste de 11% e aumento nos benefícios.


Janaina Carvalho
Do G1 Rio

Um protesto de aeroviários e aeronautas chegou a paralisar o check-in no aeroporto Santos Dumont na manhã desta segunda-feira (15). Mais de cem trabalhadores participavam do ato, segundo a Polícia Militar. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Sérgio Dias, o objetivo da paralisação é chamar a atenção das empresas aéreas para as reivindicações da categoria.

Aeroviários fazem manifestação no Santos Dumont, Rio (Foto: Janaína Carvalho/G1)Aeroviários fazem manifestação no Santos Dumont, Rio (Foto: Janaína Carvalho/G1)

"A gente está sinalizando. As empresas receberam uma pauta no dia 30 de setembro, cancelaram algumas reuniões, nós tivemos somente na semana passada uma sinalização do IPC, ou seja, nenhum aumento real, nenhum aumento significativo", afirmou Dias.

Ainda de acordo com o sindicato, o objetivo não é prejudicar os usuários, mas chamar a atenção para o desrespeito com a categoria. Os manifestantes pedem reajuste de 11%, criação de pisos para agentes de check-in, vale refeição de R$ 16,65 para os aeroviários com jornada de trabalho de até 6h, e de R$ 22,71 para os demais, além de cesta básica de R$ 326,67 para aeroviários, creche e ou escola de educação infantil para filhos e novo número mínimo de folgas mensais para aeronautas. Segundo a categoria, a única coisa oferecida pelos patrões foi o reajuste de 6,35%.

"A gente se sentiu desrespeitado e tentamos fazer alguma coisa que não prejudicasse tanto os passageiros, já que ele é o maior prejudicado numa situação dessa", afirmou o presidente da Fentac.

Os manifestantes chegaram a fechar uma via de acesso ao Santos Dumont por volta das 9h40. Policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) acompanhavam o grupo. Os motoristas que passavam pelo local enfrentavam lentidão.

Segundo Dias, nesta época do ano, com o aumento da movimentação nos aeroportos, as empresas levam a carga horária dos aeronautas ao extremo, trazendo prejuízo à saúde dos funcionários. "Recentemente, um piloto declarou que não poderia prosseguir com esse trabalho por excesso de fadiga. Os passageiros tiveram que ser levados para hotéis e a viagem remarcada", criticou Sérgio, lembrando que o cansaço também pode causar acidente, que pode resultar na queda da aeronave.

No começo da manhã, o check-in das companhias TAM, Gol, Avianca e Azul permaneceram fechados por uma hora e meia e as filas ficaram grandes por volta das 7h. Por volta das 9h35 o movimento era no normal no terminal.

Segundo a categoria, uma nova reunião foi marcada para quinta-feira (18). Caso nada seja decidido, eles não descartam uma paralisação durante o Natal e o Réveillon. Representantes do grupo reforçaram que o objetivo não é atrapalhar a vida dos passageiros.

A administração do Aeroporto Santos Dumont informou que o ato não interferiu na operação de embarque e desembarque dos passageiros, além disso não houve cancelamentos ou atraso de voos. Apesar da manifestação correr de forma pacífica, a segurança do terminal foi reforçada por precaução.


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