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Governo vai monitorar tarifas aéreas na Copa

Objetivo é coibir abusos entre junho e julho. Setor vai propor nova malha

Danilo Fariello | O Globo

BRASÍLIA - De forma inédita, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai acompanhar os preços de passagens à venda para o período da Copa do Mundo, de junho a julho de 2014. Esta será uma forma de o governo coibir abusos das companhias aéreas, que preveem no período um "efeito reveillon" prolongado, em que os passageiros deverão pagar preços mais altos do que nos dias comuns para transitar pelo país.

Representantes do governo e das principais companhias aéreas nacionais se reuniram ontem no Ministério da Justiça, em Brasília, para definir acordos operacionais para a Copa. Além da fiscalização prévia feita pela Anac, as empresas aéreas se comprometeram a entregar à agência reguladora uma nova proposta de malha aérea, 15 dias após o sorteio dos grupos, que definirá os locais onde jogarão as seleções. 


Mais oferta contra preço alto

O sorteio será no dia 06 de dezembro e o diretor geral da Anac, Marcelo Guaranys, prevê que em janeiro a nova malha aérea já esteja definida, a partir dos pedidos das empresas de mudanças de rotas. Assim, o preço de passagens entre cidades-sede ou cidades que abrigarão equipes deverá cair
frente ao custo atual, mas voos entre cidades fora desse eixo podem ser cancelados para atender à demanda dos jogos.

- A Anac recebe sempre informações de passagens vendidas do mês que passou, mas, para a Copa, receberemos de 15 em 15 dias informações das passagens à venda — disse Guaranys. 

Segundo ele, se houver abusos das companhias aéreas, a agência poderá agir para ampliar a oferta ou, eventualmente, acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senaco). 

A secretária nacional do consumidor, Juliana Pereira da Silva, disse que, diante da perspectiva de mudança na malha, as companhias aéreas se comprometeram a informar os compradores de passagens sobre prováveis mudanças das tarifas e da oferta de voos até janeiro, indicando a quem comprar agora passagens para o período que as tarifas poderão cair ou o voo poderá ser cancelado.

Terá de ser uma informação muito acurada de que aquelas ofertas não são definitivas, porque poderão ser oferecidos mais voos (para a Copa) — disse ela. 

Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), disse que as companhias assumiram diante do governo o compromisso de atender a toda a demanda para a Copa do Mundo. Na verdade, elas também já haviam assegurado à Fifa que nenhum turista da Copa ficaria sem alternativa de passagem para voar até oito mil quilômetros entre as cidades-sede. 

— Vamos alertar o consumidor para o fato de que haverá mudanças na malha aérea — disse ele, lembrando que 75% da malha aérea hoje está fora do eixo da Copa, por isso os voos serão relocados. 

— É importante as companhias aéreas informarem bem (...) para haver um clima de tranquilidade — disse Juliana. 

Segundo Sanovicz, apesar de aumentar a demanda por voos entre as cidades da Copa, as companhias aéreas preveem uma queda geral nas vendas por causa de remanejamentos de eventos profissionais ou mesmo de férias escolares, reduzindo a demanda comum de passagens no período. 

— Majoritariamente, veremos substituição de ternos e gravatas por camisetas de seleções e vuvuzelas — disse o representante das aéreas. 

Independentemente da ampliação da oferta de voos, após a definição dos grupos, os preços das passagens para o período da Copa deverão cair, mas permanecendo em um nível elevado nos trechos em que os turistas deverão viajar, até para que as aéreas capturem ganho que compense a queda na
demanda pelos demais voos.


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