FOLHA DE SP
DO RIO

Duas mil pessoas invadiram nesta quinta-feira (7) o terminal do aeroporto internacional de Cabo Frio (RJ) em protesto contra a derrubada do veto presidencial que mantinha os Estados produtores (Rio, Espírito Santo e São Paulo) como os principais beneficiários dos royalties do petróleo.

As operações do aeródromo tiveram que ser parcialmente suspensas. Dez voos foram cancelados. Somente os pousos programados e decolagens e pousos de emergência foram autorizados. O aeroporto é usado para o transporte de trabalhadores em plataformas de petróleo no mar.

De acordo com estimativa da Secretaria Estadual de Fazenda do Rio, o Estado perderá R$ 1,6 bilhões este ano com a mudança na regra de partilha dos royalties. O orçamento anual do Rio é de R$ 72,7 bilhões.

A redução na receita dos municípios fluminenses pode atingir R$ 2,5 bilhões, segundo a pasta.

O protesto no aeroporto foi liderado pelo prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP). Também participaram os vereadores da cidade e os prefeitos de Búzios, André Granado (PSC), de Iguaba Grande, Grasiella Magalhães (PP), e de São Pedro da Aldeia, Claudio Chumbinho (PT).

"Queremos sensibilizar a presidente Dilma, o Congresso e o governo do Rio de Janeiro para nos salvar desta arapuca. Estamos muito preocupados com as perdas que Cabo Frio vai ter sem os royalties, mas espero virar esse jogo no STF [Supremo Tribunal Federal]", disse Corrêa.

De acordo com a Prefeitura de Cabo Frio, os cofres públicos deixarão de receber, por mês, R$ 27 milhões, com a divisão dos royalties. A cidade tem cerca de 200 mil habitantes. O recurso é usado em investimentos em limpeza pública, saúde, educação e pagamento dos servidores públicos municipais.

O Grupo Libra, concessionário do aeroporto, afirmou que as operações permanecem parcialmente suspensas. O grupo ainda não se manifestou se vai cobrar medidas pela paralisação das atividades. O número de pessoas prejudicadas com o protesto ainda não foi informado.

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