Pular para o conteúdo principal

Aeroportos privatizados terão R$ 16,5 bilhões em investimentos

Empresas anunciam obras em Brasília, Campinas e Guarulhos

Geralda Doca
e Roberta Scrivano - O Globo


As empresas que ganharam a concessão dos três primeiros aeroportos leiloados no país — Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, e Brasília — anunciaram ontem R$ 16,5 bilhões em investimentos nos terminais. O consórcio Inframérica, do aeroporto de Brasília, informou que vai investir R$ 1,1 bilhão para ampliar a capacidade do terminal da capital federal até as Olimpíadas, em 2016 — quando o número de passageiros subirá dos atuais 17 milhões para 23 milhões por ano.


Mas 80% deste capital virão do BNDES, que tem as taxas e condições de pagamento mais acessíveis do mercado. Nos próximos 45 dias, o banco vai liberar um empréstimo emergencial de R$ 300 milhões para iniciar as obras obrigatórias para os Jogos da Copa e até junho de 2013, o financiamento total.


Os consórcios que ganharam a licitação para operar os dois aeroportos paulistas, por sua vez, prometem investir R$ 15,4 bilhões nos próximos 30 anos. Só em Viracopos, que tem o grupo Triunfo no comando, serão R$ 8,4 bilhões. Em Guarulhos, maior terminal de passageiros da América Latina e arrematado pela Invepar, o investimento previsto é de R$ 7 bilhões.


— O que mais interessa é dar continuidade e celeridade (às obras) porque o tempo urge. Teremos 25 anos (prazo da concessão) de vida, mas nesses dois anos a pressão será maior — disse José Antunes Sobrinho, presidente do consórcio de Brasília.


A empresa assume o aeroporto da capital federal — que ainda está sendo gerido pela Infraero — no dia 1º de dezembro. Em novembro, começa a construção de um terminal de passageiros, a reforma dos dois terminais de embarque, a ampliação de pátio e pista para aeronaves, pontes de embarque (fingers), além da expansão do estacionamento para três mil veículos, O aeroporto vai ganhar também salas VIPs no terceiro andar.


A empresa já está fazendo terraplanagem para construção um novo pátio de aeronaves e vai derrubar o puxadinho (terminal provisório) feito pela Infraero. Não haverá tempo para concluir parte das reformas no ano que vem, quando será realizada a Copa da Confederações, o que vai exigir um plano de contingência para receber o volume extra de passageiros.


Obra em Guarulhos inclui hotel 5 estrelas


Viracopos e Guarulhos já estão passando por reformas. Em Viracopos, por exemplo, serão desembolsados R$ 69 milhões na revitalização do atual prédio de embarque e desembarque. Essa reforma, mais emergencial, deve ser concluída até o fim do primeiro trimestre de 2013 e prevê novos banheiros, acessos cobertos até os terminais e ampliação das salas de espera. Nesta primeira fase outros R$ 1,4 bilhão serão usados na construção de um novo terminal até antes da Copa.


A obra em Guarulhos inclui a construção de um terceiro terminal de passageiros, com hotel cinco estrelas e capacidade para 12 milhões de pessoas/ano, e de um edifício garagem, com cinco andares e 3,3 mil vagas. Esta é a primeira fase do projeto, que terá investimentos de R$ 3,5 bilhões e prevê o alargamento de uma das pistas para suportar aviões como o gigante A 380, até o primeiro trimestre de 2014, três meses antes do início da Copa.


O estilo arquitetônico dos dois aeroportos também vai mudar. Em Viracopos, a proposta é ter um terminal com o conceito de “aeroporto cidade”, inspirado nos de Munique, na Alemanha, e de Schipol, em Amsterdã, na Holanda. No fim, a capacidade vai saltar dos atuais 9 milhões de passageiros por ano para 14 milhões. Guarulhos será mais parecido com o dos aeroportos asiáticos e a capacidade vai subir dos atuais 30 milhões de passageiros por ano para 44 milhões na Copa, chegando a 60 milhões ao fim da concessão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul