Instituto francês anuncia ter lista com mais 103 corpos, mas não informa nomes 

O Instituto de Pesquisa Criminal da França anunciou ontem que mais 103 vítimas do acidente com o voo AF-447 da Air France foram identificadas. A aeronave, que fazia o trajeto Rio-Paris, caiu no Oceano Atlântico em junho de 2009 com 228 pessoas a bordo. Com isso, um terço do total dos passageiros do avião — se contabilizados os primeiros 50 corpos retirados do mar logo após a tragédia — já tem identificação.

Os últimos corpos foram retirados do mar a quase 4 mil metros de profundidade, graças a uma operação que teve a ajuda de um robô submarino. O presidente do grupo Entraide et Solidarité, dedicado à memória das vítimas do voo, Robert Soulas, disse que as famílias das vítimas ainda vão ser informadas sobre a identificação, e os corpos serão entregues nas próximas semanas. De acordo com ele, apenas um dos corpos resgatados não foi identificado. Outros 74 continuam no fundo do mar.

O presidente da associação de familiares das vítimas do voo 447 no Brasil, Nelson Faria Marinho, informou que ainda não houve um comunicado oficial sobre o corpos identificados. A previsão era que o anúncio fosse feito no dia 30 do mês passado, mas, de acordo com ele, atrasos no processo de identificação fizeram a data ser transferida para quinta-feira.

— Nossa expectativa é grande. Também não sabemos se ainda pretendem buscar os 74 corpos que estão no mar — afirmou ele, pai de Nelson Marinho de 40 anos, um dos 59 brasileiros que estavam no voo.

Uma nova etapa de buscas ainda deve ser avaliada pelo Tribunal de Grande Instância de Paris. 

Na última tentativa, que terminou em junho, foram gastos cerca US$8,2 milhões, de acordo com o Ministério de Transportes francês.

A Air France e a Airbus, fabricante da aeronave A-330, são investigadas desde março por homicídio culposo. Um relatório final dos peritos judiciais será divulgado em junho de 2012. Segundo o Escritório de Investigações e Análises (BEA), os estudos indicam que o acidente foi causado por problemas técnicos que impediram os pilotos de adotarem procedimentos capazes de evitar a queda do avião.

O Programa de Indenização 447 foi encerrado no mês passado. Mas ainda há famílias com ações na Justiça ou em negociação com a companhia aérea.

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