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Remessas têm queda global, mas crescem no Brasil

Por Alberto Komatsu | Valor
De São Paulo

 
A rápida desaceleração do transporte aéreo de passageiros e de carga no mundo, em agosto, alertada ontem pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (da sigla em inglês Iata), contrasta com taxas de crescimento ainda significativas na América Latina, especialmente no Brasil, e em outras economias emergentes, como as do Oriente Médio.

 
Mesmo diante desse cenário mais favorável em países emergentes, executivos de empresas aéreas brasileiras contam que o ritmo de crescimento do transporte de passageiros e de cargas estão num patamar abaixo do ritmo de expansão dos últimos dois anos, um sinal de que o setor começa a crescer num ritmo mais sustentável.

 
A Iata divulgou crescimento de 4,5% no fluxo de passageiros global em agosto, em comparação com igual período de 2010. Foi uma desaceleração diante dos 6% de julho. No transporte de cargas, houve recuo de 3,8% na comparação anual, sendo que no mês anterior a retração havia sido de 1,8%. 


Na América Latina, o crescimento do fluxo de passageiros, em agosto, foi de 6,8%, ante igual mês de 2010. Por regiões, essa alta só fica atrás dos 7,4% da Europa e dos 7% do Oriente Médio.
 
Apesar da crise europeia, a Iata destaca que o crescimento das viagens de executivos europeus em busca de negócios em outros mercados sustentou o bom resultado. No Brasil, a demanda por voos domésticos teve crescimento de 13,45% em agosto, na comparação anual. A expectativa do setor no país é que o transporte de passageiros registre aumento de 15% este ano, frente a uma alta de 23,5% em 2010.

 
"É difícil manter o nível de aquecimento dos últimos anos. Ainda que haja desaceleração, não significa algo catastrófico. Estamos crescendo num ritmo mais sustentável", diz o diretor de comunicação e marca da Azul, Gianfranco Beting. Ele lembra que o transporte de cargas é o primeiro a refletir crise ou expansão econômica.

 
De janeiro a agosto, o fluxo de passageiros transportados em todo o mundo acumula expansão de 6,1%. Na América Latina, o crescimento acumulado é de 13,2%, o melhor desempenho entre seis regiões analisadas pela Iata. No Brasil, a taxa de expansão no mesmo período é de 20,1%.

 
O transporte aéreo de cargas na América Latina também mostrou o melhor resultado global em agosto, com expansão de 5,4%. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o crescimento de 7% só fica atrás dos 8,7% do Oriente Médio. No Brasil, houve aumento de 5,4% nas cargas aéreas no mesmo período e alta de 4,6% na comparação entre os meses de agosto, segundo a Infraero.

 
"Está havendo uma desaceleração do crescimento no transporte aéreo de cargas por dois motivos principais: o crescimento da atividade econômica, menor do que o de 2010, e o nível alto de estoques da indústria e do varejo, que reduz as encomendas", diz o diretor de cargas da Gol, Carlos Figueiredo.

 
A Gollog, conta o executivo, transportou 22% a mais de cargas em agosto ante o mesmo mês de 2010. De janeiro a agosto, o aumento acumulado é de 16%. Em 2010, o envio de remessas na empresa cresceu 31% ante 2009. A Gollog tem 106 lojas no país e quer fechar 2011 com até 130 unidades, por meio de franquias. A TAM Cargo informou que a receita com carga em 2010 foi de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 18,8% ante 2009.

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