Acordos são fechados durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país
 
Gilberto Scofield Jr. - O Globo

 
PEQUIM. A "diplomacia de resultados" que a presidente Dilma Rousseff decidiu implementar como filosofia básica no Itamaraty já conseguiu resolver alguns impasses que se arrastavam há algum tempo nas relações comerciais e de investimentos entre Brasil e China. Entre eles, o futuro das operações da Embraer na nação asiática - onde a empresa participa, desde 2002, de uma joint-venture com a estatal Aviation Industries of China II (Avic II) para a produção do ERJ-145, um jato de 50 passageiros considerado pequeno demais para o tráfego no país - ou a compra, pelos chineses, de carne suína brasileira. Três frigoríficos brasileiros foram certificados para exportar carne ao país.

 
Segundo o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, a Embraer ganhará sinal verde do governo de Pequim para produzir no país os jatos executivos da família Legacy, um filão que acena com um potencial de venda de 450 aviões nos próximos dez anos. Hoje, pessoas físicas não podem ser donas de jatos executivos ou de helicópteros na China, restrição que vem sendo contornada com a colocação das aeronaves em nome de empresas, privadas ou estatais. Mas a pressão, tanto dos executivos e novos milionários chineses quanto dos maiores fabricantes de jatos do mundo, está fazendo o governo rever a proibição.

 
Além da fabricação do Legacy, o embaixador brasileiro afirmou que a China dará finalmente à Embraer a licença que a empresa precisa para vender dez jatos ERJ-190, de cem passageiros, para a estatal de aviação Southern China, uma ordem de compra contratada em janeiro e que esperava no limbo o sinal verde de Pequim.

 
- O governo chinês já entendeu que um superávit comercial brasileiro baseado numa pauta de exportação de três commodities não é sustentável e está disposto a reequilibrar a relação entre Brasil e China - disse Hugueney. - Falta aos empresários brasileiros uma disposição maior para negociar.

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