Com impulso da Azul, aeroporto de Campinas se torna terceira opção para passageiros de SP e já está saturado

"Puxadinho" de R$ 5 mi vai elevar capacidade, mas não resolverá problemas como a falta de portões de embarque


MARIANA BARBOSA

AGNALDO BRITO
FOLHA DE SP

Enquanto o governo não decide se São Paulo terá ou não um terceiro aeroporto, Viracopos, a 90 quilômetros do centro da capital, está se transformando, na prática, em uma terceira opção para o viajante paulista.

 
Após anos na ociosidade, o aeroporto de Campinas transportou 4,9 milhões de passageiros em 2010, alta de 345% ante 2008 - uma das maiores taxas de expansão do mundo.

 
Além do ambiente econômico favorável, o crescimento se explica pela chegada da Azul Linhas Aéreas, em dezembro de 2008.

 
Sem roubar passageiros da TAM e da Gol, que também cresceram, a Azul já conquistou 7,2% do mercado brasileiro, tendo Viracopos como base principal.

 
Com 132 voos para 23 destinos, a Azul é responsável por 65% da capacidade do aeroporto. Para acomodar essa demanda enquanto não sai do papel a obra de ampliação - que prevê novo terminal e nova pista até 2015 -, a Infraero vai construir um "puxadinho" de R$ 5 milhões.

 
O chamado MOP (Módulo Operacional) deve ficar pronto em maio e elevará a capacidade de Viracopos dos atuais 3,5 milhões para 5 milhões de passageiros por ano.

 
O MOP ampliará de 32 para 57 o número de balcões de check-in, mas já deverá estar saturado na inauguração.

 
A Azul estima acrescentar "pelo menos mais 1 milhão de passageiros" a Viracopos em 2011, afirma o diretor de relações institucionais, Adalberto Febeliano.

 
O MOP, que deve ser destruído com o atual terminal quando todas as fases do plano de expansão saírem do papel, não resolverá problemas como a falta de portões de embarque, cuja capacidade foi reduzida em julho.

 
Viracopos tem sete portões, mas, desde julho, quando a portuguesa TAP iniciou operações no terminal, só cinco são usados para voos domésticos.

 
Por determinação da Receita Federal, os outros dois terminais estão dedicados aos voos internacionais - que acontecem só uma vez ao dia, três vezes na semana.

 
"Outros aeroportos, como Brasília, fazem a conversão dos portões para voos domésticos nas horas em que não há voo internacional. Mas em Campinas a Receita não permite", diz Febeliano.

PLANO DIRETOR

 

O plano diretor para Viracopos (um projeto de longo prazo cujo foco é dar as características do aeroporto de Atlanta ao terminal) prevê até quatro módulos e uma terceira pista, o que permitiria o atendimento de 60 milhões de passageiros por ano.
 
Hoje, o aeroporto de Guarulhos, o maior do país, atende 26 milhões.

 
A primeira fase da expansão, com as construções de um novo terminal de passageiros e um pátio de estacionamento de avião, entre outras melhorias, está orçada em R$ 737 milhões, com previsão de conclusão no fim de 2013. Integra essa etapa a construção de uma segunda pista, prevista para 2015.

 
Essa primeira fase do projeto, excluindo a pista, elevará a capacidade do aeroporto para 10 milhões de passageiros. O projeto está em fase de licenciamento ambiental. Decisão do Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) sobre o projeto é aguardada para o dia 27.

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