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Recuperação valoriza ações das empresas aéreas

Pilita Clark, Financial Times, de Londres - Valor


As ações das empresas aéreas superaram o mercado acionário em geral e valorizaram-se 73% em relação às cotações do início de 2009, quando atingiram seu pior ponto na fase de queda do atual ciclo. Os investidores vêm apostando na forte recuperação das operações das companhias do setor, caracterizado por ser altamente cíclico.

O percentual consta do novo relatório de controle financeiro da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). "Claramente os mercados financeiros estão esperando um desempenho muito melhor das empresas aéreas na fase de alta deste ciclo", destacou a Iata.

O setor aéreo vem se recuperando de forma constante desde que foi assolado pela crise mundial deflagrada no fim de 2008. O desempenho fez a Iata revisar suas previsões em junho, passando a projetar lucro líquido anual somado de US$ 2,5 bilhões para este ano. A previsão anterior, de março, era de prejuízo de US$ 2,8 bilhões.

A Iata divulgou que 47 aéreas de grande escala mostraram lucro líquido de US$ 3,9 bilhões no segundo trimestre. O desempenho das companhias, no entanto, foi desigual. As empresas na América do Norte e na região da Ásia-Pacífico mostraram o melhor resultado, enquanto as da Europa viram suas ações e lucros ficarem para trás em comparação aos dessas regiões.

Sem o US$ 1,3 bilhão levantado em oferta pública inicial de ações em abril pelo grupo de reservas de viagens Amadeus, no qual empresas como Air France e Lufthansa detêm participações, mais perdas teriam sido registradas na Europa no segundo trimestre, segundo a Iata.

Apesar da recuperação em termos gerais, o mercado mundial de empresas aéreas não ficou livre das quebras. A endividada Mexicana, uma das duas maiores do México, deixou de vender passagens após entrar este mês em processo equivalente à recuperação judicial. Em janeiro, a JAL, líder no Japão, também havia entrado em processo similar.

Na semana passada, a Aer Arran, empresa aérea regional irlandesa deficitária, foi colocada em "supervisão" ("examinership", em inglês) interina, condição prevista na lei do país para ajudar empresas em dificuldades financeiras, mas ainda com perspectivas razoáveis de sobrevivência. Assim como muitas outras empresas aéreas europeias, a Aer Arran foi atingida pesadamente pelo fechamento do espaço aéreo na região por quase uma semana em abril, após a erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull.

A empresa sustenta que estava em situação razoavelmente saudável até a erupção, mas como havia passado pelos anos anteriores da crise mundial não tinha caixa suficiente para lidar com os problemas provocados pela nuvem gigantesca de cinzas vulcânicas.

Na maioria dos casos, contudo, a Iata prevê um cenário financeiro favorável para as empresas aéreas nos próximos meses, com os preços dos combustíveis para avião mostrando poucos sinais de elevação e a demanda por transporte aéreo continuando em alta.

Também há receios de que as empresas se apressem em voltar a colocar em atividade aeronaves hoje paradas ou em comprar novos aviões, criando excesso de capacidade de voo e possíveis problemas no futuro.

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