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Adesivos para avião crescem com a frota

Expansão do número de aeronaves no Brasil anima fabricantes que nasceram em oficinas de quintal


Alberto Komatsu, de São Paulo

No fim dos anos 90, oficinas de fundo de quintal começavam a fazer adesivos decorativos para carros e caminhões até como forma de engordar o orçamento familiar. Mais de 10 anos depois, interiores de casas e lojas e até aeronaves ocupam lugar cada vez maior desses negócios. Embora ainda responda por uma parcela tímida do faturamento dessas empresas, a adesivagem de aviões tem potencial para dobrar de tamanho.

São adesivos que resistem a variações de temperatura de 70°C negativos a 30°C positivos em voos de poucas horas. Também enfrentam velocidades superiores a 900 quilômetros por hora e altitudes de 8,7 mil metros. E tudo isso tem de acontecer sem a ameaça de serem tragados pelas turbinas dos aviões e colocar em risco o voo e a segurança dos passageiros.

O otimismo com a expansão desse nicho de mercado vem do crescimento da frota da aviação comercial. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram a evolução da frota brasileira.  Em 1995, as empresas de voos regulares no país tinham, ao todo 281 aviões. Ano passado, o total era de 419 aeronaves.

Quando as companhias compram aviões novos, geralmente elas são entregues com logotipo e cores. Pintura ou adesivo é uma opção do comprador. A Artfix fez recentemente a nova identidade visual da regional Passaredo, que optou por jatos da Embraer. Nesse caso, havia uma mistura de jatos novos, adesivados na própria fábrica da Embraer, e antigos.

O fundador da Artfix, Marcos Sapia, diz que geralmente o adesivo é mais barato do que a pintura, mas tudo depende da área a ser adesivada ou pintada. O mercado estima que o preço de uma adesivagem começa em R$ 15 mil e pode chegar a R$ 60 mil.

A Lei Cidade Limpa, em vigor em São Paulo desde 1º de janeiro de 2007, limitou o crescimento dos adesivos, diz Sapia. Isso aconteceu porque a lei estendeu a proibição de propagandas em outdoors e fachadas para marketing em aviões que sobrevoam a capital. Isso intimidou o crescimento da adesivagem para campanhas promocionais. A esperança de expansão, portanto, está nas empresas que optam pelo adesivo para suas marcas e cores nos aviões e nas companhias estrangeiras.

Sapia diz que pretende dobrar a participação da adesivagem de aeronaves no seu faturamento, não divulgado, dos atuais 5% para até 10%. "A Lei Cidade Limpa atrapalhou um pouco, porque abrange aviões que pousam em Congonhas. Mas a compra de mais aeronaves deve melhorar a situação".

A empresa de manutenção e engenharia da portuguesa TAP no Brasil, a TAP ME, passou a fazer adesivos em sua unidade de Porto Alegre, em meados de 2005. O supervisor do setor de pintura, Carlos José Monteiro, e o engenheiro da empresa, Nelson Vaz, estimam que os adesivos respondam por 25% do total de serviços da área de comunicação visual, que também faz a pintura dos aviões e acabamentos internos com adesivos.

A TAP ME atua em duas frentes. A empresa decora a fuselagem de aviões 100% com adesivos ou faz uma mistura de adesivos e pintura, afirma Monteiro. O mais recente cliente que preferiu usar só adesivos foi a empresa americana de voos fretados Ryan. "Dependendo do avião, a pintura pode durar cerca de três anos, já o adesivo dura bem menos", diz Monteiro. Já Sapia diz que aviões que foram adesivados por sua empresa há cinco anos permanecem com os adesivos intactos.

Na Famasign, a adesivagem de aeronaves responde por 20% do seu faturamento, mas a empresa tem esperança de ampliar essa fatia, diz o fundador da empresa, Marcio Rafael Colacioppo.

"Caso a demanda no mercado nacional continue a crescer, a tendência será criar uma empresa nova só para atuar neste segmento", afirma. A Famasign fez a adesivagem de nove aviões da VarigLog.

Comentários

Anônimo disse…
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