Confins recebia 395 mil pessoas em 2005. Hoje são 6 milhões
Fábio Fabrini - O Globo
CONFINS. Em quatro anos, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves deixou a condição de "elefante branco" e sofre com a saturação. A transferência dos voos da Pampulha, somada ao crescimento econômico e à descentralização da malha aérea, faz com que o terminal, historicamente ocioso, opere acima da capacidade, de cinco milhões de passageiros por ano. Até 2005, embarcavam e desembarcavam 395 mil pessoas, número que deve chegar a seis milhões este ano.
A previsão mais conservadora — segundo estudo divulgado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) — indica que nove milhões vão usar Confins em 2013, às vésperas da Copa. A Infraero teria de construir um novo terminal até lá, sob risco de reprimir o tráfego e acentuar problemas de infraestrutura.
O levantamento prevê uma obra para 5 milhões de passageiros até a Copa; e outra, para mais 5 milhões, nos anos seguintes. Por ora, não há garantia de recursos para novos prédios.
— Investimentos já deveriam ter sido feitos, estamos atrasados — diz o subsecretário de Assuntos Internacionais da Sede, Luiz Athayde.
Enquanto isso, passageiros amargam filas de check-in que dão voltas no saguão ou esperas de até 40 minutos para retirar bagagens. As esteiras, instaladas em 1983, são pequenas e obsoletas, diz a Infraero.
— Confins está impraticável. Os aviões são para 200 pessoas, as esteiras, para 50 — reclama a bióloga Aline Vaz.
Outras falhas são visíveis, como escadas rolantes estreitas ou falta de cabines para verificação de passaportes. Já o deslocamento para o aeroporto, a 40 quilômetros de Belo Horizonte, pode levar até duas horas. O táxi custa R$ 90. Quem usa carro particular nem sempre acha lugar no estacionamento.
As 1,3 mil vagas têm 100% de ocupação de quinta a domingo. Nos feriados, funcionários de agências de turismo, como Kedren Russel, fazem as vezes de manobristas para que clientes não percam voos.
Sérgio de Oliveira, motorista, espera até 45 minutos por uma vaga. O estacionamento, descoberto, custa R$ 30 a diária ou R$ 4 a hora: — É caro e sacrificante.
O superintendente de Confins, Silvério Gonçalves, diz que pretende fazer adequações e obras. A Infraero informa que está investindo R$ 13,35 milhões para minimizar os transtornos.
Até março, devem ser trocadas as esteiras e inaugurado um estacionamento.
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