Segundo Cabral, Aeroporto do Rio não teria condições de receber voos
Dimmi Amora – O Globo
O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu ontem, em evento de comemoração ao Dia da Consciência Negra, a posição de não permitir que a companhia aérea Azul tivesse como base o Aeroporto Santos Dumont. A empresa aérea brasileira, que completará um ano em dezembro, tentou fazer com que o terminal do Centro do Rio fosse sua base de operações, mas, como os governos estadual e municipal foram contra, a Azul transferiu sua sede para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
Reportagem publicada ontem no GLOBO mostrou que o Rio perdeu economicamente em não permitir que a Azul centrasse suas operações no Santos Dumont. Com isso, o número de passageiros no Aeroporto de Campinas passou de 912,5 mil no acumulado dos dez primeiros meses de 2008 para 2,604 milhões no mesmo período deste ano. Isso significa que este movimento e todos os impactos econômicos — impostos, empregos e negócios — poderiam estar na capital fluminense.
‘Viracopos era subutilizado’, diz Sérgio Cabral Mas, de acordo com o governador, o Aeroporto de Viracopos estava ocioso e poderia receber um volume de voos da companhia. O que, para ele, não acontece com o Santos Dumont, que, com um pequeno aumento do número de operações, já apresentou problemas. Segundo Cabral, a empresa não aceitou a proposta do governo de ficar no Aeroporto Internacional Tom Jobim — Galeão.
— É um equívoco comparar os dois (Santos Dumont e Viracopos).
O próprio O GLOBO mostrou a superlotação do Santos Dumont com mais meia dúzia de voos.
Isso porque o Santos Dumont só tem oito fingers.
O que a dona Azul queria era operar no Santos Dumont.
Mas o que já houve já saturou o Aeroporto. Viracopos era subutilizado e numa região rica de São Paulo. Era só “estartar”.
Nosso caso era recuperar o Galeão e a empresa não queria ir para lá — disse Cabral.
Cabral defendia que o Santos Dumont só fosse utilizado para os voos da ponte aérea, ou seja, para São Paulo. Mas o governo federal pressionou e a Infraero liberou o Aeroporto central do Rio para outros voos em abril.
Assim a Azul e outras empresas, como TAM, Gol e Webjet, passaram a operar do Santos Dumont para Brasília, cidades do Nordeste e capitais do Sul. O governo estadual também temia que a medida trouxesse um esvaziamento do Galeão — que pode ser privatizado —, mas isso não ocorreu: no acumulado do ano, até setembro, o Aeroporto registra um aumento de 3% no número de passageiros domésticos
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