Pular para o conteúdo principal

TAM e Gol perdem participação

Com expansão agressiva da oferta de voos e promoções, pequenas empresas puxam crescimento do mercado



Mariana Barbosa

O setor aéreo cresceu 4,7% no primeiro trimestre do ano no mercado doméstico, de acordo com dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entretanto, o crescimento não foi puxado pelas líderes TAM e Gol, mas pelas pequenas Webjet, Oceanair, Azul e Trip. Considerando apenas TAM e Gol, o crescimento foi de 1,5% no trimestre, na comparação com o mesmo período de 2008. "As pequenas estão começando a ganhar participação de mercado em cima das grandes", avalia o analista de aviação da corretora Raymond James, Eduardo Puzziello.

O crescimento das pequenas se deu com uma expansão agressiva de oferta e por meio de promoções. "Mas temos de ver se esse crescimento vai ser sustentável em termos de receita, pois as pequenas estão crescendo com preços bastante competitivos", afirma Puzziello.

Para ele, a Azul gerou tráfego novo, mas também pode ter roubado passageiros da Gol - que viu sua demanda encolher 0,4% no trimestre. "Pelo perfil de clientes, a Azul deve estar crescendo em cima da Gol", diz. "Mas Gol e TAM não vão assistir a esse movimento quietinhas." Ele acredita que a temporada de promoções deve continuar até junho.

Com a competição acirrada e com medo de perder participação de mercado, o setor continua aumentando a oferta. No trimestre, enquanto a demanda cresceu 4,7%, a oferta de assentos por quilômetro subiu 10,2%, puxando a taxa de ocupação no mercado doméstico para 64% (ante 67% no ano passado).

A disputa entre as pequenas está acirrada. A Azul atingiu em março 2,23% de participação, quase um ponto porcentual acima da Trip, mas ainda abaixo de Oceanair (3,06%). Esta, por sua vez, começa a incomodar a Webjet, que chegou a 4,33% em janeiro, mas fechou março com 3,89%. TAM e Gol seguem folgadas na liderança, com 49,3% e 39,47%, respectivamente.

AJUSTES

Depois dos prejuízos bilionários registrados pela Gol e TAM em 2008, sindicatos dizem temer demissões em massa nas empresas. "Estamos ouvindo alguns rumores, mas nada de concreto", disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (FNTTA), Uébio José da Silva. Ele solicitou uma reunião com o presidente da TAM, David Barioni, para tratar da questão.

Procurada, a TAM a diz que está em um esforço de redução de custos, mas que não planeja demissões.

"A Gol fez ajustes no último ano, mas não deixa de preocupar", diz Silva. A empresa convocou uma reunião esta semana para negociar com os trabalhadores um prazo maior para a compensação do banco de horas. Por lei, a empresa tem 30 dias para compensar as horas extras ou pagá-las. A Gol pede mais 60 dias. "Se for para preservar empregos, acredito que os funcionários não devem se opor", diz Silva.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul