Gol levará 16 voos para o Santos Dumont, do total de 76 que opera. Webjet mudará três com destino a Brasília
Erica Ribeiro
O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) perderá parte de seus voos para o Santos Dumont, que começa a ganhar uma nova malha aérea com a ampliação de rotas além da ponte aérea Rio-São Paulo. A alteração já faz parte dos planos das empresas que fizeram pedidos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar do Santos Dumont. Já é certa a redução da malha aérea no Galeão por parte de companhias como Gol, TAM, Ocean Air e Webjet. Gol e Webjet, inclusive, já fecharam a conta de quantos de seus voos serão transferidos.
A Gol pediu autorização à Anac para voar para Brasília, Belo Horizonte e Vitória. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Gol, Alberto Fajerman, dos 76 voos diários que são operados nestes destinos via Galeão, 16 irão para o Santos Dumont.
- Hoje, temos 11 voos para Brasília saindo do Galeão. Destes, cinco vão para o Santos Dumont.
O mesmo acontecerá com Belo Horizonte. Dos oito em operação no Galeão, cinco vão para o Santos Dumont e, no caso de Vitória, teremos dois voos no Galeão e os outros cinco ficarão no Santos Dumont - explica Fajerman.
A Webjet também irá transferir do Galeão para o Santos Dumont três de seus seis voos para Brasília, segundo Wagner Ferreira, presidente da empresa. A Webjet solicitou à Anac e aguarda a autorização para dez voos no Santos Dumont, cinco para Brasília e cinco para Belo Horizonte.
Até o momento, apenas a Azul Linhas Aéreas Brasileiras já está voando do Santos Dumont com destino a Campinas. A empresa, que solicitou 14 voos para este destino, teve todos autorizados e 12 estão em operação. A TAM foi a segunda empresa a receber autorização da Anac. Dos 34 voos solicitados, 22 já foram autorizados para Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Salvador e Vitória. Os bilhetes para Recife e Salvador já estão à venda e as rotas entram em operação no dia 17 de abril. A empresa não informou quantos voos serão transferidos deste aeroporto para o Santos Dumont.
Para Fajerman, da Gol, que espera começar a voar do Santos Dumont a partir de 22 de abril, a transferência não significa esvaziamento do Galeão. Ele aposta no crescimento do Rio como atrativo para trazer mais voos internacionais.
- O Rio está se tornando um destino desejado. Além disso, com a saturação de Guarulhos, que em alguns horários não dispõe de espaço para voos internacionais, o Rio pode e deve se beneficiar.
Especialistas também não consideram ainda a saída de voos do Galeão para o Santos Dumont um esvaziamento e apostam na oportunidade que o Galeão tem de ampliar voos internacionais com a saturação do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Para o consultor em aviação Paulo Bittencourt Sampaio será necessário equilíbrio para evitar uma "corrida desenfreada" para o Santos Dumont.
- Mas não se pode evitar a abertura do Santos Dumont. Se São Paulo pode ter dois aeroportos, por que não o Rio? - questiona.
Falta de licença ambiental não é mais problema
A falta de uma licença de operação adequada à nova configuração do aeroporto, que chegou a ser apontada pelo governo do estado como um impedimento para que as destinos além da ponte aérea fossem realizados, deixou de ser assunto urgente. De acordo com a Coordenadoria Integrada de Combate a Crimes Ambientais, a falta da licença continua sendo " um problema" mas, como não se trata de crime ambiental grave, é possível esperar pela solicitação de uma nova licença. O assunto deixou a esfera ambiental e, segundo o coordenador Rodrigo Sanglard, está sob cuidados da Casa Civil do governo do Rio.