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Juiz aceita recuperação judicial da VarigLog



Roberta Campassi, de São Paulo

O pedido de recuperação judicial da VarigLog foi aceito pelo juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, Alexandre Alves Lazzarini, segundo informaram advogados da companhia. Especializada em transporte de cargas, a empresa apresenta dívidas de R$ 370 milhões e tem, a partir de agora, 60 dias para mostrar aos credores como pretende se reabilitar.

Decretada a recuperação, as ações e execuções e contra a VarigLog ficam bloqueadas. A maior parte das suas dívidas é com fornecedores, diz Laura Bumachar, advogada do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, que trabalha para a empresa. Segundo ela, não há dívida com bancos e os débitos trabalhistas são "muito pequenos". Como administrador judicial da empresa, foi nomeado Alfredo Luiz Kugelmas, confirmou Laura Bumachar.

A VarigLog, que entre 2007 e 2008 foi palco de um intenso conflito societário, entrou com pedido de recuperação no dia 3 de março. Em carta aos seus franqueados, afirmou que a situação financeira havia se agravado devido à indefinição societária, à crise mundial e ao fato de que suas contas passaram a ser penhoradas como resultado de cobranças judiciais.

A VarigLog pertencia ao grupo da velha Varig e em 2005 foi adquirida pela Volo do Brasil, sociedade entre o fundo americano MatlinPatterson e três brasileiros. Em 2006, a própria VarigLog comprou o que restava das operações aéreas da Varig - então VRG -, em meio ao processo de recuperação da companhia. Mais tarde, em março de 2007, vendeu a VRG à Gol por quase R$ 570 milhões. Após a venda, as disputas societárias começaram, com o fundo acusando os brasileiros de desvio do dinheiro e cobrando-os judicialmente.

O próprio Kugelmas esteve na VarigLog por meses em 2008 como interventor nomeado pela Justiça em meio às disputas. Em abril do ano passado, o juiz José Paulo Camargo Magano, da 17ª Vara Cível de São Paulo acatou denúncias feitas por Kugelmas de que houve "prática de ilícitos civis e criminais, inclusive o crime de quadrilha, para obtenção da concessão" por parte da Volo desde que a empresa adquiriu a VarigLog. Magano encaminhou o processo à Polícia Federal e ao Ministério Público.

O advogado Carlos Duque-Estrada, que atua a favor de trabalhadores em processos contra companhias aéreas, disse que tentará impugnar a recuperação da VarigLog em segunda instância, devido ao histórico problemático da companhia. Até o fechamento desta edição, o despacho do juiz não havia sido publicado no site do Tribunal de Justiça.

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