Roberta Campassi

A expansão de frota das companhias aéreas, a busca por novas fontes de receita e o crescimento econômico vêm dando novo fôlego ao transporte de carga. Tanto a TAM quanto a Gol, as duas maiores empresas do setor aéreo, vão intensificar a exploração desse negócio.

Já a VarigLog, em meio a problema operacionais e financeiros, estima que conseguirá retomar participação por meio da ampliação da frota nas próximas semanas.

A TAM projeta que, até o fim do ano, elevará sua capacidade de transporte de carga de 440 para 600 toneladas/dia. O aumento será proporcionado pela expansão da frota neste ano, com a incorporação de mais oito aviões domésticos e mais cinco internacionais.

A divisão cargueira da companhia receberá investimentos de R$ 30 milhões e terá seu nome alterado de TAM Express para TAM Cargo. A estrutura dessa unidade vem sendo organizada como uma área de negócios específica que, no futuro, poderá se tornar uma empresa independente.

A TAM estuda, inclusive, comprar aviões especiais para carga no futuro. "A unidade é estratégica e temos estudos sobre a possibilidade de incorporar um cargueiro puro", disse Marcelo Rodrigues, diretor da TAM Cargo, durante uma feira de transportes em São Paulo, ontem. "Mas, no curto prazo, não há nada certo."

Para a TAM, a expansão da divisão de carga se deu principalmente pelo crescimento nas operações internacionais. Da receita de R$ 776,8 milhões obtida em 2007 com a operação cargueira, 54% vieram dos vôos ao exterior. Para este ano, a expectativa é que entre 60% e 65% venham de importações e exportações.

No caso da Gol (o grupo inclui também a Varig), ainda não existem planos para tornar a divisão de cargas independente. Por enquanto, a companhia vai começar a explorar o mercado de encomendas com entrega em prazo determinado. A empresa lançou de dois serviços nessa linha, ontem.

Segundo Cyro Lavarello, diretor de cargas da Gol, o foca da empresa é explorar as rotas domésticas de distâncias mais longas, que ligam o Sudeste e Sul ao Norte e Nordeste, por exemplo. "Em trechos mais curtos, há uma forte presença do transporte rodoviário de cargas", afirma Lavarello. Em 2007, a receita com cargas da Gol cresceu 36,5 %, de R$ 126 milhões em 2006 para R$ 172 milhões. Do total, apenas 4% foram conseguidos com os vôos internacionais.

A TAM e a Gol vêm se beneficiando da crise da VarigLog, que até 2006 era a terceira maior empresa aérea do país e a líder em cargas. Com menos aviões do que no passado, a VarigLog vem contratando as concorrentes para transportar suas encomendas. "Hoje, vemos a empresa como uma cliente", diz Lavarello.

A VarigLog, no entanto, prevê reestruturar suas operações nas próximas semanas. Segundo Eduardo Arthur Rodrigues Silva, atual presidente da empresa, quatro aviões Boeing 757 cargueiros devem ser retomados até o fim deste mês. Eles pertencem à Wells Fargo, empresa de leasing que possui ligações com o MatlinPatterson, fundo americano que é sócio da VarigLog. Os mesmos aviões haviam sido arrestados pela própria Wells há três meses, quando o Matlin tentava afastar, na Justiça, seus três sócios e administradores brasileiros da VarigLog - o afastamento ocorreu em fevereiro e o Matlin retomou a gestão.

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