A duas semanas do Carnaval, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou ontem a Operação Hora Certa, para intensificar a fiscalização sobre os serviços aéreos no país.
A finalidade é reduzir a quantidade de atrasos em vôos.
O foco, segundo o órgão regulador, é detectar e corrigir as falhas das companhias aéreas que vêm ocasionando operações fora do horário programado. No primeiro momento, a meta é reduzir os atrasos de mais de uma hora até julho. Em seguida, o alvo passará a ser a diminuição dos atrasos acima de 30 minutos.
A operação consiste em um esforço integrado de fiscalização das equipes da agência na terra e no ar. Quatro companhias aéreas terão seus vôos incluídos na fiscalização extraordinária. Foram selecionadas as empresas com mais de 1% de participação no mercado doméstico brasileiro: TAM, Gol, Varig e OceanAir.
Em terra, os fiscais da Anac atuarão nas oficinas de manutenção, nas operações de embarque e na movimentação de aeronaves no pátio de aeroportos. Além disso, inspetores de navegação acompanharão vôos dentro da cabine dos aviões.
A companhia mais fiscalizada será a Ocean Air, devido ao alto índice de atrasos e cancelamentos. Segundo a Infraero, nas duas primeiras semanas de janeiro a OceanAir mantém média diária de 40% de vôos com atrasos.
A expectativa da agência é de que os primeiros efeitos serão observados no Carnaval. No do ano passado, os passageiros amargaram horas de espera nos saguões. Embora a situação tenha melhorado, a Anac reconheceu que existiram problemas no fim do ano.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias elogiou a iniciativa da agência, mas diz ter estatísticas mostrando que 80% dos atrasos são causados por órgãos públicos.
O anúncio da Operação Hora Certa coincidiu com a divulgação de pesquisa da consultoria FlightStats, e divulgada pela revista Forbes, que inclui três aeroportos brasileiros entre os quatro menos pontuais do mundo. O primeiro no ranking é o aeroporto de Brasília, onde em 2007 menos de 27% dos vôos saíram na hora prevista. O segundo posto pertence ao aeroporto de Pequim, com 33% de pontualidade nas operações. Em seguida aparecem dois terminais brasileiros: Cumbica e Congonhas, com 41% e 43% de vôos pontuais, respectivamente.
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