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Rússia apresenta 'superjato' de passageiros, o 1º de nova geração após a URSS



Ignacio Ortega, Moscou, 26 set (EFE).- A Rússia apresentou hoje ao mundo o Sukhoi Superjet-100 (SSJ), o primeiro avião russo de passageiros de nova geração desde a queda da URSS, que concorrerá no mercado mundial de vôos regionais, o de maior demanda atualmente.

"O SSJ é mais que um avião. Temos todo o direito de dizer que é um superjato. Suas qualidades universais permitem realizar vôos regionais e inter-regionais", afirmou o vice-primeiro-ministro russo, Serguei Ivanov, na cerimônia de apresentação da aeronave.

Ivanov, que preside a Corporação Aeronáutica Unida, monopólio estatal que reúne toda a indústria do setor, civil e militar, fez estas afirmações em Komsomolsk (extremo leste do país) diante de mais de mil pessoas, entre eles vários investidores estrangeiros.

O SSJ terá um custo aproximado de US$ 25 milhões, cerca de 15% a menos que os aviões fabricados pela brasileira Embraer.

A Embraer, que controla 40% do setor de aviões de até 90 passageiros, ocupa a terceira posição mundial em relação a pedidos, atrás apenas da Boeing e da Airbus.

O aparelho, cujas primeiras unidades chegarão ao mercado em 2008, é o primeiro avião civil fabricado pela Sukhoi, um dos maiores fabricantes de aviões de combate do mundo.

"A empresa mundialmente famosa Sukhoi garante a confiabilidade do SSJ. Suas décadas de experiência e a capacidade de produção são provas de que ela poderá cumprir integralmente a demanda mundial", ressaltou.

O vice-primeiro-ministro lembrou que há quase duas décadas a indústria aeronáutica russa não oferecia um novo avião civil, mas acrescentou que o projeto do SSJ foi concluído em apenas dois anos.

O presidente russo, Vladimir Putin, encarregou no final de 2006 a Ivanov a reconversão do setor aeronáutico russo a fim de recuperar o prestígio perdido após a queda da URSS, em 1991, e concorrer em igualdade de condições com as grandes corporações.

O superjato passará pelos primeiros testes de vôo dentro de dois a três meses, enquanto os nove primeiros aviões serão fabricados em 2008, 30 em 2009, 60 em 2010, e, a partir dessa data, um total de 70 aviões ao ano.

Uma das características do superjato da Sukhoi é a de ter uma vida útil em vôo de 70 mil horas, quando a média habitual das aeronaves em serviço é de 30 mil horas.

Ivanov afirmou que a Sukhoi já acumula 73 pedidos - 61 de russos e 12 estrangeiros -, totalizando cerca de US$ 2 bilhões.

Entre as companhias que já encomendaram o aparelho estão a Aeroflot, com 30; a AirUnion Alliance, com 15; a Dalavia, com seis; a ItAli, com dez, e a Armavia, com dois.

Serão fabricados três modelos do superjato - avião que deverá aposentar os Tupolev 134 e 154, e também os Yak-42 -, com capacidade para transportar entre 75 e 95 passageiros.

A Sukhoi anunciou que estuda modificações para aumentar para até 115 ou 120 o número de assentos do SSJ a partir de 2012.

Entre os planos da Sukhoi também está a fabricação de aviões de carga, cuja demanda é de cerca de cem unidades; e de um jato executivo, que teria um custo de US$ 40 milhões.

Sobre as intenções da companhia, o diretor, Mikhail Pogosian, afirmou que a Sukhoi estuda aumentar em 50% a fabricação de aviões civis nos próximos dois ou três anos.

A Sukhoi estima em 5.700 unidades a demanda mundial de aviões regionais de passageiros até 2024 e que entre 800 e 1.200 unidades serão do SSJ - 70% para o exterior.

Neste projeto, a Sukhoi conta com um parceiro estratégico, a italiana Alenia Aeronautica - fundada pela Fiat e atualmente em mãos do Grupo Finmeccanica -, que já criou com a companhia russa uma empresa mista para a venda do SSJ nos países desenvolvidos, e também para oferecer serviços de manutenção no mundo todo.

A filial da Sukhoi Grazhdanskie Samolyoty, fabricante do SSJ, fechou no início do ano um acordo com a Alenia Aeronautica para vender à empresa italiana 25% mais uma ação.

Duas companhias francesas também participam do projeto do superjato: a Snecma, na fabricação dos motores, e a Thales, na parte eletrônica.

A Sukhoi também tem estreitos laços de cooperação com a americana Boeing, que atua como empresa de consultoria na capacitação de pessoal e na criação de um centro de manutenção do SSJ.

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