Por Tim Hepher e Benjamin Mallet
TOULOUSE, França (Reuters) - A fabricante de aviões Airbus confirmou nesta quarta-feira cortes de 10 mil empregos e anunciou planos de vender todas ou parte de suas seis fábricas. Trabalhadores protestaram e políticos criticaram os anúncios.
O presidente-executivo da Airbus, Louis Gallois, afirmou que a companhia franco-alemã precisa encontrar bilhões de euros em economias de custos e deixar para trás lutas nacionalistas classificadas por ele como "veneno" à empresa.
"Precisamos estar interessados no futuro da Airbus e no que é necessário para ela tornar-se uma companhia integrada", disse o executivo.
Gallois afirmou a jornalistas que a Airbus eliminará 5.000 empregos e 5.000 vagas terceirizadas nos próximos quatro anos.
Cerca de 4.300 postos de trabalho na França, 3.700 na Alemanha, 1.600 na Inglaterra e 400 na Espanha devem ser extintos. O corte de 5.000 funcionários diretos reduzirá a força de trabalho da companhia, que emprega 55 mil pessoas, em 9 por cento.
Os números não incluem cerca de 3.000 funcionários em três plantas que serão vendidas: St. Nazaire, na França, e Varel e Laupheim, na Alemanha.
Houve protestos em fábricas da Airbus na França e sindicatos alertaram sobre greves generalizadas. Várias centenas de funcionários de produção pararam.
Enquanto isso, as ações da EADS, controladora da Airbus, avançaram 1,81 por cento, apesar da fraqueza dos mercados financeiros globais pelos temores de desaquecimento da economia da China e dos Estados Unidos.
O abalo na Airbus acontece após o atraso de dois anos na finalização do superjumbo A380, que deixou um rombo de 5 bilhões de euros (6,61 bilhões de dólares) nas contas da EADS. A empresa ainda precisa acelerar o desenvolvimento do A350, jato rival do Boeing 787, que está 5 anos à frente da Airbus.