O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, entregou ontem à Polícia Federal, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o novo aparelho de escaneamento de corpo, conhecido como body scan, doado pelo governo americano. O superintendente da PF, Angelo Gioia, esteve na cerimônia e explicou que o body scan pode detectar em poucos segundos objetos por baixo das roupas ou dentro do corpo dos passageiros, como explosivos, armas de fogo, drogas, facas, pedras preciosas e aparelhos eletrônicos.
— Com esse aparelho, um suspeito passa por um constrangimento menor do que em outras ações da Polícia Federal, já que pode detectar algo errado muito mais rapidamente — disse Gioia.
Procurador-geral do OABRJ, Ronaldo Cramer afirmou que a operação tem de ser acompanhada, a fim de se averiguar se ela não vai violar o direito constitucional à intimidade.
Ele ressaltou que o passageiro pode até se recusar a passar pelo aparelho, mas, neste caso, poderá ser impedido de entrar na área de embarque.
— O poder de revista é inerente ao poder da polícia. O que fala mais alto neste caso é o interesse público. No entanto, em tese, esse aparelho só poderá ser utilizado em caso de uma pessoa ser suspeita de algum delito. Se for mulher, é necessário que uma policial mulher faça a operação — afirmou o advogado.
— Esse aparelho não viola a privacidade. Ele não mostra a pele das pessoas. É como se fosse uma radiografia. Os Estados Unidos fizeram essa doação visando a proteger os voos que saem daqui para lá. Para nós será importante, porque temos de nos adaptar às exigências dos eventos internacionais que vêm por aí: a Copa e as Olimpíadas — disse Vidal.
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