France-Presse
A advogada Sarah Stewart, do escritório londrino Stewarts Law, representante de famílias de vítimas do voo AF447 Paris-Rio, reprovou ontem a Air France por oferecer, de maneira extrajudicial, indenizações variáveis de acordo com a nacionalidade dos mortos, na expectativa de cumprir suas obrigações "com menos gastos e discretamente".
A companhia propõe pagar US$ 4 milhões por pessoas nos Estados Unidos, 750 mil dólares no Brasil e 250 mil dólares na Europa.
– As informações que temos, procedentes de fontes vinculadas às seguradoras, sugerem que a Air France e suas companhias de seguros esperam solucionar os pedidos de indenização sem gastar muito e agindo discretamente com as famílias, em atitude quase confidencial – declarou Sarah Stewart.
O escritório representa cerca de 50 famílias (venezuelanas, argentinas, brasileiras, alemãs, britânicas, holandesas, irlandesas e francesas) das vítimas da aeronave que caiu no mar no dia 1º de junho de 2009, deixando 228 mortos.
Segundo a advogada, a Air France de se apoiar em "leis obsoletas, argumentos jurídicos arcaicos", baseando as propostas mais nas jurisprudências do local onde residiam as vítimas do que nos textos internacionais, como a convenção de Montreal, que instaura o princípio da responsabilidade civil ilimitada do transportador aéreo em caso de danos corporais, datada de 1999, foi assinada por 97 países, entre eles Brasil e França.
– As famílias não conseguem entender como pode ser feita uma diferenciação desse tipo – disse Stewart, voltando a pedir à Air France que coloque 1 bilhão de dólares em um fundo que será distribuído de "maneira justa e equitativa" entre todos os beneficiários.
A companhia Air France e a Axa, interlocutora entre as seguradoras e a companhia, não se pronunciaram.
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