.

17 março 2009

Empresa nega risco, mas Infraero afirma que segurança do pouso foi ameaçada



Cleide Carvalho e Evandro Éboli

SÃO PAULO e BRASÍLIA. As manobras perigosas do avião pilotado por Kléber Barbosa da Silva, de 31 anos, que roubou um monomotor quinta-feira e fez voos rasantes no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, obrigaram um Boeing da Gol a arremeter e cancelar o pouso naquela cidade, indo para Brasília, a cerca de 180 quilômetros de distância. Segundo a Infraero, empresa estatal que administra os aeroportos, o avião da Gol, que se preparava para pousar com 77 passageiros, teve que arremeter porque não havia condições de pouso seguro.

Em depoimento, o piloto Daniel Sirio, que estava no aeroporto e acompanhou as manobras de Kléber, disse que o monomotor atravessou diante do Boeing, com risco de choque. A Gol informou que a aeronave apenas “alternou sua rota” devido ao fechamento do espaço aéreo na área do aeroporto, e negou que o avião tivesse arremetido.

— Kléber tinha conhecimento técnico para pilotar, mas infringiu todos os regulamentos do tráfego aéreo. Deu três rasantes sobre o aeroporto, com intervalos de quatro e cinco minutos entre um e outro. Passou raspando na torre de controle, pondo em risco os controladores, muito perto de um avião da TAM que embarcava passageiros e atravessou na frente de um avião da Gol que aterrissava. O avião teve de arremeter e foi descer em Brasília — contou o delegado Manoel Borges.

O aeroporto suspendeu pousos e decolagens até a queda do avião pilotado por Kléber no estacionamento do Shopping Flamboyant. Segundo a Infraero, o aeroporto ficou fechado das 18h05m às 19h15m. O único voo cancelado foi este da Gol, e outros sete atrasaram. O 3459, da TAM, que deveria ter decolado às 19h10m, só saiu às 20h44m, com uma hora e meia de atraso. Os passageiros da Gol foram transferidos para outros aviões em Brasília, de onde seguiram para Goiânia.

Manobra de avião sequestrado por suicida fez Boeing da Gol arremeter

Read More

11 março 2009

Empresa não aceita a reintegração mas dará R$1.600 a mais



Aguinaldo Novo

SÃO PAULO. Terminou sem acordo a nova reunião, realizada ontem, para discutir as mais de 4.200 demissões na Embraer. Em encontro patrocinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas, a empresa reiterou que não há chances de readmitir os empregados. Mas ofereceu o pagamento de R$1.600 a cada funcionário, a título de verba de indenização, independentemente do tempo de trabalho na empresa. Antes, a Embraer já havia oferecido a manutenção do seguro-saúde por um ano.

A nova proposta foi rejeitada por representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu, que consideram a reintegração de funcionários o ponto inicial da negociação. Uma segunda audiência de conciliação está marcada para esta sexta-feira. Se o impasse perdurar, a praxe é que o presidente do TRT de Campinas, desembargador Luís Carlos Sotero, apresente uma proposta própria; se, ainda assim, não houver acordo, o processo seguirá para a seção de dissídios coletivos do tribunal, onde será julgado por uma junta de 12 desembargadores que se reúne sempre na primeira quarta-feira de cada mês.

Durante a reunião de ontem, os representantes da empresa também apresentaram proposta para pagamento de outras vantagens financeiras que seriam calculadas de acordo com o tempo de trabalho dos demitidos. Mas, segundo os sindicalistas, isso já está previsto na convenção coletiva da categoria. A partir de dois anos e meio de trabalho, o empregado ganha bonificação de meio salário. O teto, de quatro salários, vale para quem tem mais de 20 anos de casa.

Embraer eleva indenizações a demitidos

Read More

Aeroporto de Campinas apresentou os melhores índices de movimentação dos últimos dez anos



O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), registrou movimentação histórica de passageiros em fevereiro de 2009. O crescimento foi de 74% em relação ao mesmo mês no ano anterior. Foram 126.811 embarques e desembarques contra 72.905 de 2008. O recorde anterior era de janeiro, quando o aeroporto apresentou o melhor resultado dos últimos dez anos: 114.073 movimentos de passageiros.

No acumulado de janeiro e fevereiro de 2009, a movimentação foi de 240.884 passageiros, o que corresponde a um crescimento de 66,26% em relação ao mesmo período no ano anterior, quando a marca foi de 144.881 viajantes.

De acordo com o novo superintendente do aeroporto, Claudio Salviano, o incremento na movimentação não é pontual. “Houve aumento de voos, destinos e uma queda no preço das tarifas com a chegada de uma nova companhia aérea”, explica.

Em novembro do ano passado, o aeroporto tinha uma média diária de 29 voos. Hoje, a média é de 100 chegadas e partidas por dia. Até o final de abril, serão 145. Para Salviano, Viracopos tornou-se um conector viável de voos para diferentes locais do Brasil, em especial, as regiões sul, sudeste e nordeste.

A partir das novas ofertas, Viracopos passou a atrair um novo perfil de usuários. Segundo o superintendente, os novos passageiros são pessoas de diversas regiões do Estado e da cidade de São Paulo, antes habituados a utilizar apenas os aeroportos paulistanos de Congonhas e Guarulhos.

Aeronaves

A movimentação de aeronaves em Viracopos também teve crescimento significativo no início deste ano. Houve registro de 6.162 pousos e decolagens nos dois primeiros meses de 2009 contra 4.861 no mesmo período no ano anterior. Esses valores representam um aumento de 26,76%. Apenas em fevereiro, o aumento foi de 32% em relação a 2008, com registros de 3.137 pousos e decolagens contra 2.375 no ano anterior.

Viracopos registra aumento de 74% na movimentação de passageiros

Read More

09 março 2009



Sonia Moraes
São Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve US$ 383,7 milhões de operações contratadas pela Embraer em 2007. Em 2008 o total de operações contratadas foi de US$ 327,5 milhões e no primeiro bimestre de 2009 o montante foi de US$ 233 milhões, segundo informou o banco.

Para o setor aeronáutico, que inclui a Embraer e a cadeia de fornecedores, o financiamento liberado pelo BNDES desde 2005 até fevereiro deste ano foi de R$ 15,9 bilhões.

Contratos já atingem US$ 233 milhões

Read More



São Paulo, 9 de Março de 2009 - A Empresa Brasileira de aeronáutica S.A (Embraer) está contando com o repasse adicional de financiamento aos clientes por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para alcançar sua meta de vendas, reduzida por duas vezes, disse o presidente Frederico Fleury Curado.

A empresa, a quarta maior fabricante mundial de aeronaves, prevê que o BNDES vai financiar até um terço de suas vendas em 2009, disse na sexta-feira Curado em entrevista por telefone. O banco de fomento financiou 11% das vendas da empresa aeronáutica no ano passado e zero em 2007, segundo Curado.

Embraer prevê que BNDES financiará 1/3 das vendas

Read More



Gilberto Amaral

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai definir até julho o modelo de licitação para a concessão dos aeroportos Antônio Carlos Jobim/Galeão, no Rio, Viracopos, em Campinas (SP), e um novo aeroporto projetado para São Paulo. A informação foi dada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que espera dar início ao processo de concessão dos aeroportos assim que a Anac definir a formatação do edital para as licitações.

Aeroportos

Read More



Brasília, 6/3/2009 - O ministro de Transportes, Obras Públicas e Manejo da Água dos Países Baixos, Camiel Eurlings, demonstrou ontem (quinta-feira, 5/3) interesse em que empresas holandesas invistam no setor aeroportuário do Brasil. Após encontrar-se com o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, e participar do “Seminário Bilateral Brasil-Holanda na Área de Aviação Civil e Desenvolvimento Aeroportuário”, Eurlings falou à imprensa.

“Fiquei muito feliz em saber que o ministro Jobim está preparando uma proposta que vai permitir investimento privado por parte de empresas holandesas. Concordamos também que, após esta proposta, nós vamos ter uma oportunidade de firmar um memorando de entendimento para levar a diante essas propostas”.

O ministro holandês explicou que o interesse dos empresários de seu país não é de assumir o controle de empresas, mas atuar como parceiros do negócio. Ele explicou que há empresas que podem atuar na área de segurança, e outras que podem ampliar a rentabilidade dos aeroportos.

Uma delas, inclusive, participou da construção do aeroporto de Pequim antes dos jogos olímpicos. “Tive o prazer de comunicar ao ministro Jobim o grande interesse das empresas holandesas em participar junto com as empresas brasileiras na área de aviação”.

Eurlings disse ainda que a empresa nacional holandesa, a KLM, que hoje faz voos para São Paulo, tem interesse em também voar para o Rio de Janeiro. Ele também manifestou publicamente a satisfação da KLM com os aviões da Embraer, e disse que a operadora pretende comprar novos aviões brasileiros no futuro.

Ministro holandês quer mais presença na aviação brasileira

Read More

05 março 2009

Executivo defende a demissão de 20% dos funcionários e diz que objetivo é evitar que a empresa entre em crise



Mariana Barbosa

Desde janeiro, os contatos com a área de vendas da Embraer praticamente cessaram. Os clientes que ligam não querem realizar novas compras, mas adiar ou cancelar entregas. "Foi uma virada drástica e muito rápida", diz o presidente da Embraer, Frederico Curado, que está há duas semanas sob fogo cerrado por ter demitido 20% do pessoal. "Tivemos uma redução de 30% da nossa atividade industrial. Precisamos reduzir o efetivo para nos mantermos saudáveis. A Embraer não está em crise, mas tem de tomar cuidado para não entrar em crise. Alguns fabricantes vão deixar o mercado e temos de garantir que não seremos nós."

Ao realizar uma demissão de 20% de seu quadro, a Embraer foi acusada de insensível e de ingratidão. Como o sr. vê essas críticas?

De 2002 para cá, contratamos 10 mil pessoas. Mas, agora, chegamos a uma situação em que precisamos reduzir o efetivo para nos mantermos saudáveis financeiramente. A companhia não está em crise. Mas não podemos entrar em crise. O questionamento da sociedade, quando se tem uma redução dessa natureza, é natural e legítimo. Mas, uma vez que as causas sejam claramente elencadas, não podemos ficar nessa discussão intestina.

Sindicalistas dizem que a empresa foi capitalizada e financiada com recursos do FAT, via BNDES.

Primeiro, é preciso esclarecer uma confusão. O BNDES não financia a Embraer, ele financia nossos clientes. É evidente que é um apoio muito importante, mas não se trata de um favor do banco para a empresa. O banco tem lucro com essas operações. Não quero minimizar a importância disso, ainda mais neste momento de contração de crédito mundial. E o BNDES, de dois anos para cá, tem aumentado significativamente sua disposição.

A Justiça do Trabalho determinou, liminarmente, a recontratação dos empregados sob o argumento de que não houve negociação prévia com sindicatos. Por que não houve essa negociação prévia?

Fizemos o que julgávamos necessário, obviamente que dentro da lei. Mas medidas como férias coletivas você toma quando se tem uma expectativa de recuperação de curto prazo. Diferentemente do automóvel, que tem um ciclo de horas, o ciclo do avião é de meses. A indústria automobilística reage rapidamente a uma renúncia fiscal. Nós não. Teremos uma redução de 30% no volume da atividade industrial e um ciclo de recuperação que não será inferior a dois anos. Foi tudo muito drástico e rápido. Portanto, discutir soluções transitórias, paliativas, neste momento, é uma discussão falsa, não vai levar a nada.

A empresa teme ter de recontratar?

Num estado de direito, temos de seguir a lei. Mas vamos fazer o que puder para manter, pois o problema que causou a demissão está presente, não desapareceu. A intensidade de caixa na Aviação é muito grande, a velocidade com que se queima caixa é impressionante. Uma das fontes de caixa que qualquer fabricante tem são os depósitos iniciais de novas vendas. Só que não estamos tendo novas vendas. Se não há novas vendas, o caixa começa a vir só das entregas. A gente não pode brincar com uma situação como essa e deixar a empresa se enfraquecer. Precisamos olhar para frente e garantir que consigamos estabilizar a empresa onde estamos. É uma visão que não está garantida, temos de lutar dia a dia. Certamente neste instante há clientes ligando pedindo para adiar ou cancelar uma entrega. Temos de tentar segurar. Pode ser que fabricantes deixem o mercado. Temos de garantir que não sejamos nós. Estamos perdendo tamanho, não podemos perder relatividade e competitividade, é isso que assegura o futuro.

Como vocês estão sentindo essa retração em termos de adiamentos e cancelamentos?

O ano de 2008 fechou relativamente bem, conseguimos quase chegar à receita prevista, de US$ 6,5 bilhões. Chegamos a US$ 6,4 bi e pouco. O fato é que, até novembro, tínhamos tido apenas adiamentos. Mas, na virada do ano, em janeiro, tivemos uma verdadeira torrente de adiamentos e cancelamentos.

Há risco de mais demissões na Embraer?

Não estamos prevendo mais nenhuma demissão. Quem determina o nível de emprego não é a empresa nem o governo, é o mercado. Nossa ideia é lutar com triplas forças para que a gente não precise fazer mais nada. Se o mercado se recuperar, ótimo, vamos fazer a recontratação. Se lá na frente se deteriorar de novo, temos, claro, de reavaliar.

''Mercado determina o emprego''

Read More


Ubirajara Loureiro

O Aeroporto do Galeão fechou 2008 como o sexto num ranking de lucratividade dos 15 terminais aeroportuários brasileiros que não apresentam déficit. Agora, aparece agora no centro da polêmica que envolve a abertura do Santos Dumont para voos mais longos que os da ponte aérea Rio–São Paulo. A questão é: vale a pena privatizar o Galeão para transformá-lo num hub (centro irradiador de transporte aéreo), a exemplo do aeroporto de Schipol, em Amsterdã?

O governador Sérgio Cabral acha que sim. Entende que o Galeão não oferece serviços à altura do Rio de Janeiro, que deve ter sua gestão transferida para a iniciativa privada, e até já fez contatos com grupos interessados na exploração do empreendimento, conseguindo aval do presidente da República.

Cabral defende a tese de que, para preservar o potencial que o Galeão tem de atrair gestores privados, deve manter intacta sua rotina de operações. Ou seja, voos comerciais para capitais brasileiras que não sejam Rio ou São Paulo só poderiam ter origem ou fim no aeroporto da Ilha do Governador.

Apesar das declarações de intenções, o fato é que o processo de privatização apenas se esboça e, paradoxalmente, o maior obstáculo está no próprio governo do presidente Lula: mais precisamente na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), diretamente subordinada ao Ministério da Defesa, e responsável pela administração de 67 aeroportos no país. Desse total, 15 têm resultado operacional positivo, com receitas superiores às despesas. Dessas receitas saem recursos para a operação de aeródromos estratégica e socialmente importantes, mas deficitários.

Na área acadêmica e empresarial, esta posição encontra veementes contestações. O professor da UFRJ Respício Antonio do Espírito Santo, presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo, acha que a privatização sempre propicia ganhos ao romper com a estagnação que, no seu entender, viceja em qualquer setor da administração estatal.

– Houve privatização em setores muito mais estratégicos do que a aviação, como a telefonia, com uma entrada maciça de recursos e um ganho monumental de eficiência. A Infraero está estagnada há anos. A gestão de aeroportos precisa ser dinamizada – afirma o professor, fazendo uma analogia para respaldar sua posição:

– Já pensou se aqui no Rio ainda dependêssemos da Telerj (antiga empresa estatal de telefonia)?

O professor entende que Sérgio Cabral tem uma parcela de razão, no curto prazo, pois poderia haver fuga de tráfego do Galeão para o Santos Dumont. Mas ressalva:

– Se ele considerar um horizonte de 10 ou 15 anos, , supondo que o Galeão seja privatizado, verá que o concessionário estará focado nos voos internacionais, induzindo capilaridade maior na rede doméstica.

Paulo Sampaio, consultor aeronáutico e entusiasta da privatização, tem opinião levemente diferente: para ele, a abertura do Santos Dumont e a operação da empresa Azul Linhas aéreas a partir daí para outras cidades brasileiras acabará atraindo as outras empresas de aviação, deixando o Galeão novamente com capacidade ociosa. Mas lembra que o grande esvaziamento do Galeão, na verdade, foi causado por elevação absurda das alíquotas do combustível de aviação, no governo Marcello Alencar, com a falsa esperteza de querer arrecadar mais.

Na questão não faltam questionamentos políticos: um ex-dirigente da Infraero, pedindo anonimato, diz que a dita capacidade ociosa do Santos Dumont decorreu de obra suntuária realizada quando a estatal era dirigida pelo ex-senador Carlos Wilson. E que, na verdade, o terminal tem capacidade para mais passageiros, mas para poucas aeronaves.

Galeão: lucratividade com estrutura deficiente

Read More

Consultorias terão de formular propostas para reestruturação da estatal



Bruno Rosa e Geralda Doca

RIO e BRASÍLIA. O BNDES inicia hoje o processo de privatização da Infraero, a primeira do governo Lula. Luciano Coutinho, presidente do banco, vai anunciar hoje o edital da reestruturação da Infraero, voltado para empresas de consultoria. Essas companhias terão de enviar uma proposta para o BNDES sobre a melhor forma de privatização da estatal. Segundo fontes, as propostas podem envolver a privatização de toda a instituição, de apenas uma parte ou incluir, ainda, o lançamento de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Segundo uma fonte no BNDES, são esperadas várias alternativas. As empresas terão um prazo para enviar as propostas. A estatal é responsável pela administração dos 67 aeroportos mais movimentados do país. O anúncio acontece hoje em Brasília.

Governo quer repassar estatal à iniciativa privada

A escolha da empresa que fará essa tarefa está prevista no termo de compromisso assinado em agosto de 2008 entre o BNDES e o Ministério da Defesa, cujo objetivo é fazer uma auditoria na empresa e definir que rumo o governo dará à estatal.

Segundo uma fonte no governo, entre as alternativas está a abertura de capital e venda de 49% das ações da companhia. Outra opção é o governo manter a situação atual, e, em seguida, iniciar uma transição para a privatização dos aeroportos, a exemplo do que ocorreu com a Telebras. Segundo interlocutores, o Executivo continua firme na decisão de repassar os aeroportos à iniciativa privada.

A Infraero tem hoje o 52º maior fundo de pensão do país, a Infraprev, segundo a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar. O fundo, com 9.831 associados em novembro, tem patrimônio de R$1,155 bilhão.

BNDES lança edital e inicia hoje processo de privatização da Infraero

Read More

Estado deve notificar Infraero hoje sobre licenças do Santos Dumont, o que pode atrasar em um ano abertura a novas rotas



Bruno Villas Bôas, Bruno Rosa, Geralda Doca e Bernardo Mello Franco

RIO e BRASÍLIA. Um dia após classificar de deboche a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de liberar voos regionais no Aeroporto Santos Dumont, o governador do Rio, Sérgio Cabral, mudou ontem o tom do discurso e admitiu conversar com a agência sobre a liberação de voos para alguns destinos. Nos bastidores, no entanto, o governo prepara um plano de guerra. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea, que substituiu a Feema) deve notificar hoje a Infraero sobre a licença ambiental do Santos Dumont, que venceu há um ano. Também informará que a licença prévia do aeroporto - primeiro passo da licença ambiental - vale apenas para voos no eixo Rio-São Paulo. Para outros destinos, será necessário novo estudo de impacto ambiental e audiência pública, processo que atrasaria em um ano a abertura do terminal.

O governador se reuniu ontem com secretários para discutir medidas contra a decisão. Além da frente ambiental, foi debatido o aumento do ICMS sobre querosene de aviação no Santos Dumont (de 4% para 18%) e uma possível ação judicial. Mais tarde, em tom mais ameno, Cabral afirmou que gostaria que a agência abrisse voos regionais no aeroporto, desde que excluídos os grandes centros urbanos.

- É evidente que a minha posição é até impopular. Para o cidadão do Rio, é muito mais confortável pousar no Santos Dumont. Só que isso vai destruir a malha doméstica de conexão dos voos internacionais do Galeão - afirmou Cabral.

A Anac não comentou oficialmente as represálias. Segundo um técnico, as medidas foram consideradas descabidas e sem amparo legal. O aumento do ICMS sobre o querosene, por exemplo, afetaria todas as aéreas que operam no aeroporto.

- Também não haverá limitações nas novas autorizações de voo no Santos Dumont. Serão aprovados voos para grandes centros urbanos - disse.

O governo teme que a abertura do Santos Dumont esvazie o Galeão, em privatização para a Copa do Mundo de 2014 e uma eventual escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Segundo a secretaria de Transportes, o Galeão vai perder 3,65 milhões de passageiros por ano com a abertura do Santos Dumont. Um estudo da Anac contraria isso, mostrando que apenas 1,1% dos passageiros internacionais fazem conexão, e que o aeroporto não será afetado.

Ontem, o prefeito Eduardo Paes classificou a decisão da Anac de "absurda e escandalosa". Para ele, a medida vai esvaziar o Galeão. Paes avalia medidas judiciais em conjunto com o governo do estado.

Anac recebe das empresas pedidos de voos regionais

A decisão da Anac será publicada hoje no Diário Oficial. Também hoje as empresas aéreas se reúnem com a Anac, no Rio, para entrega dos pedidos de voos. Em janeiro, TAM, Gol, OceanAir e Webjet solicitaram à agência 47 pedidos de voos, principalmente para Pampulha (BH) e Brasília. Já a Azul pretende lançar cinco frequências diárias para Campinas (SP). Na terça-feira, Cabral culpou a empresa pela abertura do aeroporto e chamou seu dono, David Neeleman, de "gringo e lobista". Pedro Janot, presidente da Azul, lamentou as declarações.

- Ficamos tristes, muito tristes, com esse ato xenófobo e preconceituoso - disse.

A guerra aberta nos céus do Rio dividiu especialistas em concorrência. A polêmica também chegou ao Congresso. A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara quer convocar dirigentes da agência e das principais companhias aéreas para discutir o assunto em audiência pública nas próximas semanas.

Ex-presidente do Cade, Ruy Coutinho diz que as restrições violavam a Lei Antitruste, que estabelece regras da livre concorrência. Para ele, as restrições favoreciam o duopólio de TAM e Gol/Varig, e a abertura vai reduzir preços. Já o especialista Respício do Espírito Santo, da UFRJ, afirmou que não há garantias de queda dos preços.

Cabral prepara plano de guerra contra Anac

Read More



Ancelmo Gois

A conta é do Sindicato Nacional dos Aeroviários. Já são 16.500 os demitidos nas seis empresas do setor aéreo em recuperação judicial (Varig, Vasp, BRA, Pantanal, VarigLog e Sata), além da VEM. Quatro vezes mais do que ameaça demitir a Embraer.

Quatro Embraer

Read More

Presidente estuda comprar aviões da companhia



Chico de Gois

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem representantes de funcionários da Embraer para ouvir suas queixas sobre a demissão de 4.200 trabalhadores, no mês passado.

Segundo os sindicalistas, o presidente afirmou que está estudando uma série de medidas para revitalizar a aviação regional e melhorar a demanda por aeronaves, cuja queda foi a razão alegada pela Embraer para as demissões. Lula também disse que pode substituir cinco aeronaves Hércules, utilizadas pela Força Aérea Brasileira para transporte de tropas e de materiais, por um modelo projetado pela Embraer, o C-390. O novo avião, anunciado pela empresa em 2007, ainda é um projeto, e o governo não decidiu pela compra. Ele teria capacidade para transportar 19 toneladas e poderia ser utilizado para abastecer outras aeronaves em voo.

Após mais de uma hora de reunião, Lula prometeu aos sindicalistas que telefonaria para o principal executivo da companhia, Frederico Curado, para lhe pedir que abra uma negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e região. As dispensas de trabalhadores, neste momento, estão suspensas por causa de uma liminar. Hoje está marcada uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas.

Segundo os sindicalistas, Lula teria dito que "a coisa mais civilizada que pode acontecer no século XXI é a empresa negociar com o sindicato". Eles chegaram ao Palácio do Planalto falando grosso, afirmando que o presidente não podia ficar só no discurso, mas saíram satisfeitos do encontro. Na audiência, que não constava da agenda de Lula, eles afirmaram que, ao contrário do que relataram os dirigentes da empresa na semana passada, a situação da companhia seria satisfatória, e não de penúria.

Segundo os sindicalistas, a Embraer teria R$3,6 bilhões em caixa, e as encomendas para este ano subiram de 204 aeronaves para 242.

Lula recebe demitidos da Embraer

Read More

04 março 2009



BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Representantes de fornecedores da Embraer em São José dos Campos (SP) irão amanhã ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio, em busca de um plano de salvamento para o setor.

Segundo o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a crise entre os fornecedores vem desde outubro passado e já resultou numa queda de produção aproximada de 35% entre as 40 empresas de aeropeças em atividade no município.

Além disso, cerca de 20% da mão-de-obra já foi cortada, segundo o presidente do Ciesp, Almir Fernandes. O número ainda deve crescer porque algumas empresas, mesmo com queda na produção da Embraer, ainda acreditavam numa retomada da demanda da companhia e adiaram as dispensas.

Na reunião de amanhã com o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante Carvalho, a missão é conseguir a liberação de capital de giro para desafogar as empresas dependentes da produção da Embraer.

Linha de crédito específico para isso já existe. É o PEC (Programa Especial de Crédito), instrumento criado em dezembro, com dotação de R$ 6 bilhões, e voltado para alavancar a competitividade da indústria nacional através de reforço do capital de giro. Pelas regras atuais, cada empresa pode receber até R$ 50 milhões, desde que este valor não ultrapasse 20% da receita da beneficiada.

O receio das fornecedoras, segundo Fernandes, é que não consigam apresentar garantias para que o BNDES libere o dinheiro. "É preciso uma negociação com o BNDES para uma flexibilização desse aval, de acordo com a realidade desse setor [de aeropeças], que é de pequenas empresas", disse o presidente do Ciesp.

Um primeiro sinal de disposição do BNDES em negociar ocorreu anteontem, quando o presidente da instituição, Luciano Coutinho, esteve em São José dos Campos para assinar um contrato para a construção de um laboratório de alta tecnologia. Após a cerimônia, Coutinho disse que o setor de aeropeças é estratégico e que precisa ser apoiado.

Oficialmente, o banco diz que ainda não há propostas concretas colocadas na mesa, como a que flexibilizaria a cobrança de garantias por parte do banco.

Fornecedoras da Embraer querem ajuda do BNDES

Read More



JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O cenário econômico não permite que as companhias aéreas façam novos investimentos em compras de aeronaves. Essa é a avaliação do diretor técnico do Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), Ronaldo Jenkins. Anteontem, Lula instou as empresas a comprar aeronaves da Embraer - que anunciou a demissão de 4.200 funcionários no mês passado, sob a alegação de que a demanda externa teve forte retração.

"Não é o momento para ir às compras", afirmou Jenkins. O diretor diz que os planos de renovação da frota de empresas brasileiras foram elaborados antes da crise econômica e que algumas estão postergando a entrega de aviões. "O petróleo caiu, mas o dólar ficou mais caro e ele interfere na maior parte dos insumos, além disso a demanda será mais fraca."

Nesta semana, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) anunciou que o setor teve perdas de US$ 8 bilhões em 2008.

Especialistas afirmam ainda que a padronização de frota ajuda a reduzir custos com manutenção e treinamento de funcionários. A Gol informou em nota que opera uma frota de Boeing-737 coerente com seu modelo de negócios:

"Um dos fundamentos estruturais da plataforma "low-cost, low fare" (baixo custo, baixa tarifa) é utilizar uma frota padronizada, e, por enquanto, a Gol não tem planos de incorporar aeronaves de outro modelo". Até 2014, a frota total da Gol chegará a 140 aeronaves. Em 2008, revisou para baixo as entregas no período 2008-2009.

A TAM informou que pretende chegar ao fim de 2013 com 150 aviões. "Embora a Embraer tenha aviões de alta qualidade, eles não se aplicam ao modelo de negócios da TAM."

Lula afirmou que os aviões da Embraer poderiam ser usados em rotas regionais. Segundo o presidente da Abetar (Associação Brasileira de Transporte Regional), Apostole Chryssafidis, no curto prazo as empresas regionais não têm chance de fazer encomendas.

A exceção é a Trip, que deve receber o primeiro de cinco jatos Embraer-175 em abril. Os demais virão ao longo do ano.

Segundo Chryssafidis, além do investimento necessário para a aquisição de aviões, há também problemas na infraestrutura. Ele afirma que algumas empresas regionais operam rotas com um volume baixo de passageiros em cidades que não têm como receber jatos em seus aeroportos.

Para Respício Espírito Santo Jr., da UFRJ, a renovação de frota faz parte do planejamento estratégico das companhias. "Isso depende do modelo de negócios da companhia, não do presidente ou da fabricante."

O diretor de Assuntos Institucionais da Azul, Adalberto Febeliano, defende o uso dos aviões da Embraer. A Azul é a única brasileira a operar em linhas de maior demanda com aviões da fabricante brasileira. "O avião é mais confortável para o passageiro, pois não tem poltrona do meio. E tem um custo por viagem menor."

Para Febeliano, o avião é adequado ao modelo de voos diretos adotados pela empresa. "Uma ligação Belém-Cuiabá pode não ser viável se você precisa de 500 passageiros por dia para lotar o avião. Para nós, um número menor é suficiente para viabilizar a operação."

Febeliano diz que TAM e Gol optam por aeronaves com maior número de assentos porque operam sob o sistema "hub-and-spoke", em que usam um aeroporto como base.

Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a Embraer disse que não tinha um representante disponível.

Em resposta a Lula, empresas aéreas dizem que não é hora de comprar avião

Read More

Header Ads

Copyright © Aeronauta | Designed With By Blogger Templates
Scroll To Top