.

30 novembro 2008



Uma pessoa morreu e seis estão desaparecidas após a queda de um Airbus A320 da companhia aérea Air New Zeland, que fazia um vôo de teste no sul da França. O tempo estava fechado, com fortes chuvas e ventos, quando aconteceu o acidente no Mar Mediterrâneo, perto da fronteira com a costa da Espanha. Até a noite de ontem, só um tripulante havia sido resgatado, segundo informações do governo do departamento francês dos Pirineus Atlânticos. Os radares perderam o sinal do avião por volta das 13h45 (horário de Brasília). Pouco depois, os destroços foram avistados por uma embarcação civil que avisou os serviços de resgate.

Airbus cai em teste

Read More

Região vizinha a São Paulo possui cinco milhões de habitantes



Daniel Rittner
, de Brasília

Com o início de suas operações regulares programado para meados de dezembro, a Azul já pediu duas novas rotas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas planeja chegar ao paulistano Congonhas, o aeroporto mais concorrido do país, somente em 2010 ou 2011, informou ao Valor o dono da companhia, David Neeleman.

Além dos anunciados vôos diários para Porto Alegre e Salvador, sempre partindo de Campinas (SP), a empresa solicitou autorização para estrear quatro freqüências diárias de Campinas a Vitória e de Campinas a Curitiba. Nessa última rota, as concorrentes TAM e Gol também oferecem vôos diretos - cada uma tem dois por dia. Contudo, nas outras ligações solicitadas pela Azul, as duas empresas líderes de mercado praticamente só oferecem vôos com conexão em aeroportos como Confins, em Belo Horizonte, e Galeão, no Rio.

A Azul assinou na quarta-feira, com a Anac, o contrato de concessão que a transforma em operadora de transporte aéreo e ganhou o direito de pedir oficialmente o estabelecimento de rotas e vôos. Embora planeje iniciar vendas de bilhetes na primeira semana de dezembro, a empresa ainda precisa aguardar a aprovação dos pedidos de vôo pela Anac, o que pode demorar até 30 dias.

Neeleman justificou a escolha do aeroporto de Viracopos como base operacional para o começo da Azul. "É uma região com cinco milhões de habitantes e sem nenhum vôo direto para essas cidades", afirmou o empresário. Por enquanto, a aérea colocará à disposição de seus passageiros ônibus conectando o Shopping Villa-Lobos (zona oeste da capital) a Viracopos. "Faço a rota São Paulo-Nova York todas as semanas e gasto duas horas para chegar a Guarulhos, pois pego toda a Marginal Tietê. Saindo de Alphaville (onde fica a sede da Azul), chego a Campinas em até 45 minutos."

Com as novas regras divulgadas pela agência reguladora para a distribuição de slots (horários para pousos e decolagens), a empresa considera muito difícil iniciar vôos em Congonhas em 2009. Para candidatar-se à redistribuição de slots, uma companhia deverá ter pelo menos seis meses de operação. Como a primeira seleção da Anac deve ocorrer no primeiro trimestre, não haveria tempo hábil para a habilitação da Azul.

Por isso, a diretoria da empresa trabalha com a perspectiva de operar em Congonhas apenas em 2010 ou 2011, começando com sete a dez vôos, provavelmente na ponte aérea Rio-São Paulo. A definição de outras rotas da companhia depende muito da liberação ou não do aeroporto Santos Dumont, no Rio, para vôos que não sejam regionais ou da ponte.

A diretora-presidente da Anac, Solange Vieira, disse ontem que o órgão regulador decidirá em fevereiro sobre a ampliação do uso do aeroporto Santos Dumont. A consulta pública sobre o assunto foi aberta no dia 19 de novembro, com prazo de 30 dias para manifestações. Solange disse que levará em conta as recentes manifestações do governador do Rio, Sérgio Cabral, opositor da medida. Cabral tem argumentado que aumentar o número de slots no Santos Dumont pode enfraquecer o papel do Galeão como "hub" (centro de conexões de vôos) e diminuir o valor do aeroporto na sua concessão para a iniciativa privada, prevista para 2009.

A estréia da Azul está prevista para 15 de dezembro, com cinco aviões. Foram encomendados 40 jatos E195, com opção de mais 36, à Embraer. Inicialmente, a expectativa era operar exclusivamente com essas aeronaves, cuja capacidade é de 118 passageiros. A companhia aérea, porém, alterou o pedido e incluiu também jatos do modelo E190, ligeiramente menores, com 106 assentos. O objetivo é ter aeronaves mais adequadas para operação em pistas curtas e, ao mesmo tempo, capazes de voar cheias e para longas distâncias.

A Azul visa a operação no Santos Dumont, que tem uma das pistas mais reduzidas do mundo, e em outros aeroportos mais limitados. "Há várias pistas curtas no país em que o E190 opera melhor com plena capacidade", explica Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul e ex-vicepresidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).

O primeiro jato novo deve ser entregue pela Embraer em dezembro, mas a Azul já tem dois E190 que arrendou da JetBlue, aérea americana também fundada por Neeleman. A empresa brasileira espera ter dez aviões ao fim do primeiro trimestre de 2009 e 16 até o fim do ano.

(Colaborou Roberta Campassi, de São Paulo)

Azul amplia plano de vôos a partir de Campinas

Read More

25 novembro 2008

A queda de um bimotor que fazia a rota Teresina-Recife, com dez pessoas a bordo, provocou pânico em San Martin. Oito passageiros ficaram feridas


Um avião bimotor, modelo King Air B200, que retornava de Teresina, no Piauí, com dez pessoas a bordo, a maioria empresários pernambucanos, caiu às 11h15 de ontem, no bairro de San Martin, na Zona Oeste do Recife, e por pouco não provocou um dos maiores acidentes aéreos da história de Pernambuco. O piloto morreu na hora e um dos passageiros, a caminho do hospital. As outras oito pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. O número de mortos e feridos, entretanto, não foi maior graças à habilidade do piloto. Os 25 anos de experiência permitiram que salvasse diversas famílias que passavam o domingo em casa, nas estreitas ruas do bairro, com 23 mil habitantes.

Sete casas foram atingidas, mas havia moradores em apenas duas delas. Uma dona de casa sofreu arranhões leves. O piloto Eurico Pedrosa Neto, 47 anos, que quebrou o pescoço no acidente, conseguiu jogar o bimotor quase no meio da Rua Imbituba, uma via estreita de terra com muitas casas humildes. Conseguiu desviar de dezenas de imóveis, evitando uma tragédia. Mesmo assim, o bimotor destruiu parcialmente o primeiro andar de duas residências e o telhado de outras quatro situadas nas Ruas Imbituba e Mineirolândia. Com o impacto, o avião se partiu. O trem de pouso e destroços da aeronave foram lançados a uma distância de 20 metros, caindo no quintal de duas casas. Parte do motor ficou no primeiro andar da segunda residência atingida.

O piloto Eurico Neto ficou desfigurado com a queda e o corpo permaneceu por quase três horas no interior do bimotor, até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) e da equipe do Instituto de Medicina Legal (IML). O produtor financeiro da Banda Calypso, José Gilberto Silva, 46, morreu a caminho do Hospital Getúlio Vargas, no bairro vizinho do Cordeiro.

Os feridos são o piloto Bruno Carvalho Carneiro, 29, que não estava de serviço, Luiz Augusto Nóbrega de Oliveira, 53, um dos sócios do Chevrolet Hall e empresário de várias bandas, como a Calypso e Capim Cubano, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), 36, Rogério Paes e Silva, 40, produtor de eventos, Helena Lúcia Ferreira, 40, prima de Rogério Paes, Valmir João Oliveira, 42, empresário, Eduardo Henrique Rocha do Ó, 35, um dos donos do Hospital Alfa, e Davidson Tolentino de Almeida, 37, chefe de gabinete do Metrorec e assessor do deputado Eduardo da Fonte. O único em estado grave é o empresário Valmir João Oliveira, internado no Hospital Santa Joana com um coágulo no cérebro e problemas no pulmão e na região abdominal.

San Martin se transformou num cenário de guerra. As pessoas corriam de um lado para o outro, desesperadas. Algumas assustadas, outras ansiosas por socorrer as vítimas. Muitas, inclusive, com medo de se aproximar pelo risco de o avião explodir. Testemunhas do acidente contaram que um dos passageiros chegou a ser lançado fora da aeronave, com os pés machucados. Os que conseguiram sair do avião, sangravam muito e caíram no meio da rua, pedindo socorro.

“Foi desesperador. Eu estava em casa, quando ouvi aquele som surdo, de alguma coisa caindo. Pelo jeito, o motor do avião já não funcionava porque não fazia barulho. Logo em seguida, um estrondo forte. Quando corri para ver o que era, vi o bimotor pegando fogo. De imediato, só pensei em sair de casa e socorrer as pessoas”, contou a professora Madjane Pereira, 43, que mora na Rua Imbituba, em frente às casas atingidas no acidente. Com o impacto da queda da aeronave, as janelas da residência da professora se quebraram.

SOLIDARIEDADE

O técnico em enfermagem Rômulo Batista, morador do bairro, foi um dos primeiros a chegar ao local e confessou nunca ter visto tamanho sofrimento. “Ouvi o barulho da queda e, assim que soube se tratar de um acidente aéreo, corri para prestar socorro às pessoas. Foi difícil ver tanta dor. Ajudei a tirar o co-piloto do avião e a todo instante ele me pedia para salvar o piloto, amigo dele, que, infelizmente, estava morto”, contou. O princípio de incêndio no bimotor foi controlado pelos moradores com baldes de água. No desespero para retirar os feridos, eles quebraram os vidros da aeronave com pedras e cabos de madeira. Apesar da agonia dos feridos, algumas pessoas aproveitaram o episódio para saquear pertences das vítimas. Malas foram roubadas. Em uma delas, apreendida pela polícia, havia R$ 5 mil, US$ 800 e 800 euros.

A causa mais provável do acidente é o que entre os pilotos chama-se de pane seca, ou seja, falta de combustível. “Acreditamos que o avião ficou sem combustível porque os motores pararam e, ao cair, não explodiu. Agora, panes aéreas podem ser provocadas por várias coisas. É preciso investigar”, afirmou um dos muitos pilotos amigos de Eurico que estiveram no local.

O avião é de propriedade do cantor Chimbinha, guitarrista da Calypso, mas há oito meses foi arrendado à empresa de táxi aéreo Exclusive Fly, do Recife. Segundo a assessoria de imprensa da banda no Recife, a responsabilidade sobre a aeronave é da empresa. A reportagem do JC não conseguiu falar com a Exclusive Fly.

O bimotor saiu do Recife sábado, com destino a Teresina, para um show da Banda Calypso, do cantor Daniel e da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano. Levou como passageiros Rogério, Luís Augusto, Gilberto e Helena. Bruno acompanhava o piloto. Ao retornar, ontem pela manhã, trouxe de carona o deputado Eduardo da Fonte, Davidson, Valmir Oliveira e Eduardo do Ó. Os caronas estavam na festa de aniversário do deputado federal piauiense Ciro Nogueira (PP-PI), candidato à presidência da Câmara Federal. Por serem amigos, resolveram voltar no mesmo vôo.

Piloto evitou tragédia

Com mais de 20 anos de experiência, Eurico foi hábil na descida de emergência, livrando a aeronave de um choque mais violento contra os imóveis

O piloto Eurico Pedrosa Neto, 47 anos, morreu como herói. Parentes, amigos, companheiros de profissão e moradores de San Martin foram unânimes em afirmar que a habilidade de Eurico no comando do bimotor King Air B200 evitou uma tragédia. Ele tentou realizar um pouso de emergência, conseguiu desviar de dezenas de casas e fez a aeronave cair no meio da Rua Imbituba. O acidente ocorreu em pleno domingo, no horário de almoço, em um bairro com 23 mil habitantes. Esses detalhes deixam evidente a competência de Eurico para impedir que o saldo de mortos fosse maior.

“Meu irmão é um herói. Salvou todo mundo aqui, todas essas famílias. Ele sempre foi um exemplo para mim e agora mais ainda”, afirmou o irmão do piloto, o comerciante Marcos Pedrosa, que protagonizou uma das cenas mais emocionantes após o desastre. Quando chegou ao local do acidente, Marcos olhou o corpo retirado do bimotor e garantiu que não era seu irmão. Por poucos segundos, sentiu o alívio de pensar que ele havia sobrevivido. Chegou a comemorar. Mas ao olhar o cadáver pela segunda vez, veio a dolorosa confirmação de que se tratava mesmo de Eurico. “Pensei que era o copiloto. O rosto estava totalmente desfigurado. Realmente não reconheci. Mas, quando o vi novamente, percebi que era ele por causa de um anel. Meu mundo caiu de novo”, desabafou.

A sogra, Helena Brayner, também destacou o trabalho de Eurico em fazer a aeronave tombar em local estratégico. “Ele salvou a vida de muita gente no bairro, livrou das casas. Meu genro é um herói”, frisou.

O também comandante de avião Marcos Roberto do Nascimento elogiou as qualidades de Eurico como piloto. Amigo da vítima há 34 anos, Marcos disse estar orgulhoso com o fato de ele ter poupado vidas. “Ele era boa praça, cabeça feita, sempre feliz. Trabalhava também como instrutor, treinando outros pilotos. Era bom de técnica e fez uma boa aproximação.”

A multidão que assistia à remoção do corpo de Eurico dos destroços do bimotor se surpreendeu com o feito do comandante. O policial militar Gilmar Barbosa, que mora em San Martin, viu a aeronave caindo e declarou que percebeu, mesmo de longe, que o piloto tentava levar o avião até um local seguro.

“Esse piloto foi um herói. Se não fosse ele, pode ter certeza que o número de vítimas seria bem maior.”

Pai de três filhos e no segundo casamento, Eurico Pedrosa Neto era piloto há mais de 20 anos.

Trabalhava atualmente com a banda Calypso. Já pilotou para artistas como Zezé Di Camargo e Luciano, Luciano Huck, Angélica e Reginaldo Rossi. “Joelma, cantora do Calypso, não gosta de viajar de avião, mas se sentia muito tranqüila quando sabia que Eurico era o piloto”, contou Paulo Magalhães, que é assessor da Luan Promoções. Segundo ele, Eurico trabalhava para a produtora há mais de cinco anos.

PRODUTOR

O corpo da outra vítima, o produtor financeiro da banda Calypso, José Gilberto da Silva, foi liberado ontem à noite pelo Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Familiares que moram em Campina Grande, na Paraíba, estiveram no local para reconhecer o corpo, que será enterrado hoje à tarde, naquela cidade paraibana.

Famílias acreditam em proteção divina

Nos minutos de terror, moradores da Rua Imbituba pensaram que iam morrer. Passado o susto, pelo menos uma parte passou a se preocupar com outro problema: a segurança das casas. Sete foram interditadas pela Defesa Civil do Recife

Domingo interrompido pelo desastre. Casas destroçadas. Vidas salvas por um milagre que, para os moradores que tiveram as residências atingidas, veio de Deus. A estudante Maria Nájila Tibúrcio, 15 anos, lavava pratos e, no exato momento em que foi à sala para checar por que o aparelho de som parou de funcionar, viu um avião rasgar a cozinha de casa. Por uma fração de segundos, ela não foi arrastada pelo bimotor.

“Não sobrou nada da cozinha. Eu tinha acabado de sair de lá. O som, no outro cômodo, estava alto. De repente, parou de tocar. Acho que foi o avião que cortou a fiação elétrica. Se eu tivesse ficado, teria morrido. Foi um milagre. Coisa de Deus mesmo. Não tem outra explicação”, desabafou. Além da cozinha, a aeronave atingiu um quarto e parte da sala do imóvel. A caixa d’água estourou e molhou móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Depois do susto, a família recebeu outra má notícia: a morte de um tio.

Na casa vizinha, de nº 324, a dona de casa Marília Marques da Silva, 21, fez o corpo de escudo para salvar as duas filhas, de 3 meses e 2 anos, das telhas que caíram após o bimotor bater no imóvel. Ela, o marido e as crianças assistiam à televisão quando foram surpreendidos pela cena que não conseguem esquecer.

“A janela estava aberta. Vi tudo. O avião veio tocando nas casas, em nossa direção. Acho que o motor não estava pegando. Não tive tempo de fazer nada. Ele veio e arrastou o telhado. Me deitei no sofá, cobrindo minhas filhas, tentando protegê-las das telhas. Estou toda arranhada. Tenho ferimentos nas costas, pernas e braços. Mas minhas meninas estão bem, isso é que importa”, disse. Marília garante que tinha recebido um sinal que anunciava uma tragédia. “Por dois dias seguidos, sonhei com desastres. Sabia que alguma coisa iria acontecer”, frisou.

O marido de Marília, o mestre de obras Ezequias Francisco da Silva, 32, temeu pelo pior. “Foi sorte não ter morrido ninguém. Fiquei com medo de o avião explodir. O barulho foi muito alto. Foi Deus quem salvou a gente”, desabafou.

Já a auxiliar administrativa Talita Rosa dos Santos, 24, dormia na hora do acidente e, ao sair de casa, deparou-se com o trem de pouso do bimotor. “Eu estava dormindo quando escutei um barulho.

Achei que era um avião passando baixinho, mas, de repente, veio o estrondo. Começou a entrar fumaça em casa. Percebi gritos do lado de fora. Levantei desesperada. Quando saí, vi o trem de pouso”, relatou.

Para ela, por pouco seus familiares não ficaram entre as vítimas. “Meu irmão de 5 anos costuma ficar brincando com o cachorro no lugar onde esse troço caiu. Sorte não ter acontecido nada”, salientou.

Sete casas foram atingidas pelo acidente, com diferentes danos materiais. “Perdi fogão, ventilador, geladeira, cama, aparelho de DVD. E não sei para onde vou. Mandaram a gente ir para a casa de parentes, mas não tenho ninguém por mim”, lamentou o mecânico de bicicletas Moisés Francisco da Silva, 43, que mora na residência de número 408.

Na frente da casa 408 A, o aposentado Genival de Araújo guardou os poucos objetos que conseguiu salvar. Em seus 78 anos de vida, nunca tinha visto algo parecido com o acidente aéreo que presenciou. “O prejuízo foi grande, mas a gente dá um jeito. Pelo menos, estou vivo para contar a história. Agora não tenho destino. Não sei nem onde vou passar a noite”, observou.

ASSISTÊNCIA

Dez funcionários da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir) realizaram estudos preliminares no local. De acordo com a assessora técnica do órgão, Anelise Pereira, foram disponibilizados colchões e cestas básicas para as famílias das sete casas atingidas pelo bimotor. Elas foram orientadas a dormir na casa de parentes.

“Faremos uma análise de risco. Essas famílias não ficarão desassistidas. Vamos estar aqui todos os dias. Disponibilizamos dois psicólogos e três assistentes sociais para essas pessoas”, informou Anelise. Ela explicou que as famílias não terão direito a auxílio-moradia porque o avião que destruiu as casas era particular. “Temos que esperar o resultado da perícia do acidente”, esclareceu a assessora da Dircon.

Moradores resgataram os feridos

Caos, pânico e tumulto. A queda do bimotor alterou a rotina calma de domingo no bairro de San Martin. A Rua Imbituba e suas transversais foram tomadas por uma multidão de curiosos. A Polícia Militar (PM) teve trabalho para isolar a área. Antes da chegada das viaturas, a população se mobilizou para apagar um princípio de incêndio e retirar parte dos feridos.

O taxista Leandro Amorim, 27, perdeu as contas de quantos baldes de água carregou para conter o fogo em uma das asas. “Nossa preocupação era evitar uma explosão. Eu sabia que o motor do avião fica na asa e ela estava pegando fogo. Tinha muita fumaça. Foi um corre-corre de gente carregando balde de água e extintor. O desespero era total”, contou.

O técnico contábil João Carlos de França, 25, ajudou a tirar quatro vítimas do bimotor. Os moradores quebraram vidros das janelas da aeronave na busca por sobreviventes. “A gente tinha que fazer alguma coisa. Tirei uma mulher e ela saiu andando. De salto alto e tudo mais”, disse.

Com o telefone celular, o estudante Émerson Romário Souza, 18, gravou todos os momentos do acidente. Ele caminhava na rua quando viu o avião cair. “Gravei tudo. O avião caindo, o pessoal socorrendo os feridos e apagando o fogo. Nunca tinha visto algo parecido. Encheu de gente. San Martin agora vai ficar famoso”, afirmou o jovem.

A dona de casa Cláudia Correia da Silva, 29, caminhava pela Rua Mineirolândia e viu o bimotor passando sobre sua cabeça até cair na Rua Imbituba. “Eu gritei e me joguei no chão. Foi um susto muito grande. Pensei que ia morrer mais gente”, declarou.

A grande quantidade de curiosos dificultou o isolamento da área. Em certos momentos, policiais militares precisaram empunhar cassetetes para dispersar os moradores que se aglomeravam em busca do melhor ângulo. Como as ruas não eram asfaltadas, a poeira tornou o cenário ainda mais caótico.

Avião pode ter caído por falta de combustível

A pane seca é uma hipótese em especulação, já que bimotor não explodiu. Investigação de acidentes aeronáuticos irá ouvir os controladores de vôo

Momentos após o acidente, funcionários do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) iniciaram as investigações sobre a queda do bimotor em San Martin.

Hoje, o tenente-coronel João Carlos Bieniek, presidente da comissão que vai analisar as causas do acidente, deve ouvir o controlador de vôo que trabalhava no momento da queda e solicitar a gravação feita na torre de controle localizada no Aeroporto Internacional do Recife. Segundo Fernando Nicácio, superintendente da Infraero, controladores que estavam na torre receberam o chamado de uma aeronave que estava se acidentando. Todos os diálogos entre pilotos e controladores de vôo são gravados.

“Vamos acompanhar o quadro evolutivo dos pacientes que se encontravam na aeronave e estão hospitalizados, para poder ouvi-los e tentar saber algum detalhe que ajude a esclarecer as causas do acidente”, explica Bieniek. Cauteloso, ele preferiu não adiantar nada sobre a queda do bimotor. Mas deixou nas entrelinhas que pode ter acontecido uma pane seca (falta de combustível).

“É uma possibilidade, até porque, com o impacto da queda, o avião não explodiu. Mas tudo ainda é muito preliminar. Além de ouvir as testemunhas, vamos solicitar as cadernetas do vôo em Teresina, para saber, por exemplo, qual a quantidade de combustível que a aeronave tinha ao sair de lá e se o plano de vôo determinava que deveria seguir o trajeto até o Recife sem parar em outro lugar antes”, completa. A possível falta de combustível foi especulada por vários pilotos que estiveram no local do acidente.

A aeronave não tinha caixa-preta, o que, segundo Bieniek, não é irregular. “Nesse tipo de avião, a caixa-preta não é obrigatória. É como se fosse um item opcional”, afirma.

Ontem mesmo, a Agência Nacional de Avião Civil (Anac) constatou que o bimotor estava regularizado, com todas as manutenções feitas. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a manutenção estava em dia (venceria em 28 de fevereiro de 2009), assim como o seguro, que venceria em 17 de dezembro de 2008.

Passageiros foram alertados

Dos oito feridos, dois estão graves. Em relato a familiares, contaram que minutos antes da queda o piloto avisou que faria um pouso de emergência

Minutos antes de o avião King Air B200 despencar em San Martin, Zona Oeste do Recife, os passageiros foram alertados para um pouso de emergência pelo piloto. Em conversa com parentes no Hospital Santa Joana, nas Graças, Zona Norte da cidade, onde está internado, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), 36 anos, contou que Eurico Neto pediu para a tripulação apertar o cinto de segurança e colocar as mãos na cabeça. “Ele disse que logo em seguida o avião balançou duas vezes, começou a perder altura e caiu”, informa o irmão do deputado, Maurício Albuquerque Filho, 37.

Dos oito passageiros internados, o que inspira mais cuidado é o empresário pernambucano Valmir João de Oliveira, 42, residente em São Paulo. Ele levou pancadas na cabeça, no pulmão e na região do abdome. Está em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Joana, com um coágulo na cabeça. O assessor de Eduardo da Fonte, Davidson Tolentino de Almeida, 37, encontra-se na UTI do Hospital Esperança, na Ilha do Leite, área central da cidade, com sete vértebras quebradas e um pulmão perfurado.

Antes de o bimotor desabar, Davidson ainda conseguiu filmar por aproximadamente um minuto, em seu celular, a queda do avião. O aparelho, entretanto, desapareceu em meio aos destroços. “Ele me disse que, ao ser alertado pelo piloto que o avião iria cair, ficou desesperado, pensando que morreria.

Depois da queda, ao perceber que estava vivo, saiu se arrastando da aeronave, com medo que ela explodisse”, conta Rodrigo Almeida, primo de Davidson. O piloto não teria informado, entretanto, o motivo pelo qual o avião estava caindo.

Eduardo da Fonte teve um corte grande na face e outro na cabeça, levou pontos e ficou em observação na unidade hospitalar. De acordo com amigos, ele conseguiu deixar a aeronave, sem ajuda.

O deputado tinha viajado de Brasília até Teresina (Piauí), na última sexta-feira, para participar do aniversário do deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI). “Ele voltaria hoje (ontem), num vôo comercial, mas resolveu pegar carona no avião porque é amigo do pessoal”, diz Maurício Albuquerque Filho.

Parentes, amigos e deputados estaduais passaram pelo hospital para prestar solidariedade à família do parlamentar, entre eles o pastor Cleiton Collins (PSC) e o deputado licenciado e secretário de Turismo de Pernambuco, Sílvio Costa Filho. A movimentação foi intensa na emergência do Santa Joana a tarde inteira. “Ficamos sabendo do acidente por volta das 11h30. Eduardo ligou para mamãe e avisou”, comenta Maurício Albuquerque Filho.

Produtor de eventos e um dos sócios da Luan Promoções, Rogério Paes e Silva, 40, saiu do acidente com um ombro deslocado e fratura exposta em um dos dedos da mão. Ele passou por cirurgia no Hospital Santa Joana, ontem à tarde. “Está consciente e não apresenta complicações”, informou Dirceu Paes, primo de Rogério. Parente do empresário Valmir Oliveira preferiram não conversar com jornalistas.

Valmir Oliveira nasceu em Limoeiro, Zona da Mata de Pernambuco, e é proprietário de uma empresa do ramo de estivas, no Recife, administrada por irmãos. Amigos que estiveram no Santa Joana disseram que ele tinha ido a Teresina para a festa de aniversário de Ciro Nogueira e para o show da dupla Zezé de Camargo e Luciano, do cantor Daniel e da Banda Calypso.

Internado no Hospital Português, o empresário Luís Augusto Nóbrega de Oliveira, 53, apresenta fratura exposta na perna esquerda e escoriações pelo corpo. Ele é um dos sócios da casa de shows Chevrolet Hall e empresário das Bandas Calypso, Saia Rodada, Capim Cubano e Garota Safada e do cantor Geraldinho Lins pela Luan Promoções, da qual é sócio com Rogério Paes.

Luís Augusto também revelou aos assessores que a viagem tinha transcorrido sem atropelos antes do desastre, com os passageiros conversando em clima de tranqüilidade. Perto do pouso, segundo revelou o empresário, o piloto anunciou a necessidade de um pouso forçado. Ele supõe que o problema tenha sido motivado por falta de combustível.

SHOW EM TERESINA

Conforme Paulo Magalhães e Raphael Acioli, assessores de Luís Augusto Nóbrega, o empresário estava na capital do Piauí, num show beneficente em comemoração aos 50 anos de fundação do Armazém Paraíba. O evento, realizado no sábado à noite, no estacionamento do Shopping Teresina, contou com participação da dupla Zezé de Carmargo e Luciano, do cantor Daniel e da Banda Calypso. Raphael Acioli acrescenta que os empresários da Luan Promoções e produtores da Calypso usaram o bimotor porque este era o avião disponível no momento. “Era um táxi-aéreo”, disse.

Prima de Rogério Paes, Helena Lúcia Ferreira, 40, está internada no Hospital Português. Ela viajou com o grupo no sábado, para assistir aos shows. Moradores de San Martin viram Helena caminhando perto da aeronave destruída, pedindo ajuda. Ela teve escoriações pelo corpo e passa bem.

Tio de Bruno Carvalho Carneiro, 29, o empresário Eduardo Monteiro revelou que o sobrinho tem brevê de piloto, mas não estava, na aeronave, atuando como tripulante. “Bruno foi convidado sexta-feira, por Eurico, que era amigo dele, para acompanhá-lo na viagem, mas sem estar a trabalho”, explicou Monteiro. Bruno viajava ao lado do piloto Eurico Pedrosa Neto e relatou ao tio que primeiro a turbina esquerda do avião perdeu força. Depois, a direita.

“Bruno disse que perto de pousar, as turbinas falharam e o avião foi perdendo sustentação”, explicou o empresário. Bruno é pernambucano, mas mora em São Paulo, onde trabalha em uma empresa de aviação. Ele veio ao Recife de férias para acompanhar o nascimento da filha, Giovana, que tem agora dez dias de vida.

Avião cai e mata dois

Read More

22 novembro 2008

Pedidos para Santos Dumont e Pampulha terão de ser refeitos.



Roberta Campassi,
de São Paulo

As companhias aéreas que correram para pedir horários de vôo em aeroportos como Santos Dumont e Pampulha, diante da perspectiva de que nos próximos meses eles sejam liberados de algumas restrições, terão de repetir o trabalho. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) só deverá aceitar os pedidos a partir do momento em que as restrições forem, de fato, suspensas.

Essa condição para o envio de pedidos consta de uma consulta pública que a agência abriu na quarta-feira para disciplinar como os horários de vôo serão distribuídos entre as empresas aéreas em aeroportos cuja capacidade for ampliada ou cujas restrições de operação forem alteradas. Quando uma dessas situações começar a valer, a Anac propõe que as empresas tenham 30 dias para requisitar mais horários de vôo. O objetivo é evitar "condutas predatórias de empresas aéreas interessadas em reservar mercado no aeroporto", diz uma nota técnica da agência.

Em meados deste ano, depois da notícia de que o órgão preparava a abertura de Santos Dumont, no Rio, e Pampulha, em Belo Horizonte, empresas como TAM, Gol e WebJet declararam já ter entregue pedidos de horários de vôos em pelo menos um dos dois locais. A novata Azul, que pretende estrear vôos em 15 de dezembro, também tem interesse em operar no Santos Dumont, mas só pôde começar a pedir vôos na semana passada, quando obteve a documentação necessária. A empresa já pediu para voar entre Campinas (SP) e Salvador e Campinas e Porto Alegre, mas não disse se já requisitou vôos no aeroporto carioca. Atualmente, Santos Dumont está restrito para ligações com Congonhas, em São Paulo, e vôos regionais. Pampulha está restrito a vôos regionais.

A Anac prevê duas possibilidades para cada aeroporto que tenha capacidade aumentada ou fique livre de restrições. A primeira delas é que o número de pedidos das empresas fique aquém da capacidade do aeroporto. Dessa forma, os horários de vôo serão destinados para quem vier a pedi-los, conforme a disponibilidade.

A outra possibilidade é que haja mais pedidos do que infra-estrutura para absorvê-los. Se isso ocorrer, as empresas interessadas participarão de rodadas para escolher os horários de pouso e decolagem desocupados, em ordem definida por sorteio. Esse procedimento começará a valer quando, por três horas seguidas, o número de vôos requisitados atingir a capacidade - o Santos Dumont, por exemplo, comporta até 23 pousos ou decolagens por hora. A consulta pública fica aberta até 19 de dezembro.

Anac propõe novas regras para ceder horário de vôo

Read More



Cláudio Humberto

O presidente Lula mandou a Casa Civil suspender as providências para privatizar os aeroportos do Galeão (Rio), Viracopos (SP) e JK (Brasília). É que um estudo do Comando da Aeronáutica mostrou que esses aeroportos - e outros nove - compartilham espaço e pistas com bases aéreas estratégicas e que a construção de novas bases custaria muito caro ao cofres públicos e comprometeria a segurança nacional.

História

A importância histórica da base aérea do Galeão é inestimável para a FAB. Ali se deu o levante "República do Galeão", contra Getúlio Vargas.

Privatização de aeroportos

Read More



Um tremendo quiprocó se instalou na madrugada de ontem no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Cerca de 60 passageiros de um vôo para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tiveram de aguardar por 3 horas ou mais para poder viajar. Uma falha detectada de última hora na aeronave do vôo 3801, da TAM, levou o comandante a mandar os passageiros, já embarcados, a darem meia-volta. Todos foram reconduzidos a outros vôos para chegar a seus destinos.

A TAM não informou que tipo de falha na aeronave gerou o transtorno. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o comandante do vôo, marcado para as 3h05, tomou uma medida de precaução ao evitar a decolagem, por seu painel ter detectado uma falha no avião, que prontamente foi informada aos passageiros presentes.

Todos os passageiros foram encaminhados a outros vôos, de acordo com seus destinos, tanto da TAM quanto de outras empresas. Com destino para o Rio de Janeiro, Márcia Raquel, jornalista, conta que teve de esperar até as 6h da manhã para poder embarcar. A chegada na cidade, antes prevista para a manhã, após passar pelo aeroporto de Congonhas, aconteceu somente às 13h. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável por intermediar a relação dos usuários com as empresas de aviação, informou, por meio de assessoria, que nenhuma reclamação foi registrada por passageiros a respeito do atraso.

Segundo a TAM, a aeronave voltou a operar normalmente ainda ontem, após passar por serviços de manutenção. A empresa ainda informa que os passageiros receberam a assistência necessária, ainda em Várzea Grande, no que se refere à alimentação e ao alojamento. (RD)

Defeito impede avião de decolar

Read More

20 novembro 2008



A Ocean Air lança em dezembro um novo vôo diário de Porto Alegre a São Paulo, no aeroporto de Guarulhos, e o serviço Web Check-in para embarques em Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), com cartão emitido pela internet. Além da chegada de novos aviões Airbus em 2009, a companhia também inclui outros dois jatos Fokker MK-28 à frota para a ponte aérea Rio-São Paulo e para destinos que ligam o Sul ao Nordeste do país.

Novos vôos

Read More



A Azul, nova companhia aérea brasileira que começa a vender passagens em 10 dias, vai prestar uma homenagem ao gaúcho Nelson Jobim, ministro da Defesa.

A empresa terá em suas aeronaves a “classe Jobim”: serão os primeiros 18 lugares da frente, com poltronas mais espaçosas, atendendo a críticas da falta de conforto nos aviões feita pelo ministro.

A Azul vai decolar com jatos Embraer, dois do modelo 190 e três do 195.

“Classe Jobim”

Read More

08 novembro 2008



A Gol Linhas Aéreas informou que houve uma redução no tráfego de passageiros nos vôos domésticos de 14% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2007. Nos vôos internacionais, a queda foi de 33%. Os dados são preliminares. A taxa de ocupação nos vôos domésticos ficou em 57,2%, representando redução de 13,3 pontos percentuais na comparação com outubro de 2007, que teve taxa de ocupação de 70,5%.

Transporte aéreo cai 14% no País em outubro

Read More

Projeto foi encaminhado pela prefeitura e pelo governo do Estado ao Ministério da Defesa, mas não há prazo para desapropriação ocorrer

Cabe ao governo federal a execução das obras no aeroporto; gastos com retirada de imóveis foi estimado em R$ 400 mi



BRUNO RIBEIRO

Um projeto da Prefeitura de São Paulo e do governo do Estado prevê a desapropriação de cerca de 2.000 imóveis no entorno de Congonhas para a ampliação das duas pistas do aeroporto, na zona sul da cidade.

A proposta foi encaminhada ao Ministério da Defesa e estima os gastos com a desapropriação em R$ 400 milhões.

Não há prazo para que a retirada dos moradores ocorra. Segundo a prefeitura, trata-se apenas de uma proposta levada ao ministério, que irá analisá-la sem um comprometimento com datas para resposta. Cabe ao governo federal a execução de obras no aeroporto.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, uma área de até 500 m em frente à cabeceira da pista dará lugar à ampliação das faixas e a uma área de escape. É nessa região que ocorrerão as remoções.

A medida não seria para aumentar o número de vôos ou a capacidade do aeroporto, diz a prefeitura, mas sim para oferecer mais segurança no local - que já teve dois grandes acidentes aéreos em 11 anos.

Por conta do mais recente, com um Airbus da TAM em 17 de julho de 2007, o número de vôos em Congonhas foi reduzido. O acidente também abriu discussão para a construção de um novo aeroporto na Grande SP e a ampliação da área de escape das pistas de Congonhas.

A prefeitura não divulgou ontem o projeto, com os endereços exatos dos imóveis que serão desapropriados.

A prefeitura informou que a íntegra só será divulgada após o parecer do governo federal, que é quem tem atribuição para decidir ou não pela reforma. O projeto está com a Secretaria Municipal da Habitação.

A prefeitura informa ainda que o financiamento das desapropriações pode ser feito pela iniciativa privada. O projeto prevê a exploração comercial das áreas abaixo da pista, que podem se transformar em lojas e estacionamento. Empresários dispostos a atuar nessa área financiariam as remoções.

Com as estimativas de gastos e de residências atingidas fornecidas pela prefeitura, a média é que cada proprietário receba R$ 200 mil por imóvel desapropriado. A área atingida é composta por sobrados e casas térreas de classe média.

Moradores da região temem sofrer prejuízo

Moradores da área que seria atingida pelo projeto de ampliação do aeroporto de Congonhas temem perder dinheiro.

"Uma amiga teve a casa desapropriada para a construção do Metrô e teve de esperar dez anos para receber o dinheiro", diz a professora Kátia Gianizettie, 46. Outra moradora, a dona-de-casa Sandra Aparecida Pierre Francisco, 50, se queixa. "Por que não vão em Moema [bairro nobre do outro lado da pista]?"

Ampliação de pistas de Congonhas prevê remover 2.000 casas

Read More



A Comissão de Viação e Transportes aprovou o Projeto de Lei 3421/08, de autoria da CPI do Apagão Aéreo do Senado, que autoriza a gradação das tarifas aeroportuárias e aeronáuticas conforme o grau de saturação, a época do ano e o horário de utilização dos serviços. O projeto será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário.

A comissão rejeitou, no entanto, a extinção do Adicional de Tarifa Aeroportuária também proposta no projeto. A comissão acolheu parecer do relator da proposta, deputado Carlos Zarattini (PT-SP).

Ele defendeu a continuidade do adicional, que é investido em infra-estrutura e melhorias no sistema aeroportuário e de controle do tráfego. Trata-se de um percentual de 50% incidente sobre os valores das tarifas aeroportuárias e sobre os valores das tarifas relativas ao uso dos auxílios à navegação aérea e das telecomunicações.

Segundo dados da Aeronáutica, o adicional corresponde a 1,7% dos encargos das empresas aéreas. Zarattini argumenta que 99% dos recursos investidos na melhoria dos serviços aeroportuários vêm dessa cobrança. “Sua extinção, no lugar de desonerar as tarifas oferecidas aos usuários, provavelmente geraria efeito contrário, em razão do surgimento de vulnerabilidades no sistema”, explicou.

Na legislação atual, as tarifas são aprovadas pelo comando da Aeronáutica e são aplicadas de forma indistinta em todo o território nacional. Pela proposta, as tarifas serão aprovadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e poderão variar de acordo com a oferta de serviços e a demanda.

Essas tarifas serão cobradas diretamente pelo órgão, entidade ou empresa responsável pela administração de cada terminal, que poderá cobrar também por outros serviços não abrangidos pelas tarifas aeroportuárias.

Viação e Transportes aprova gradação de tarifa aérea

Read More

03 novembro 2008

Companhia aérea representava metade do faturamento da empresa



Alberto Komatsu
, RIO

A empresa que já teve a hegemonia dos serviços aeroportuários no País, a Sata, iniciou a demissão de 2 mil funcionários, ou cerca de 60% da sua folha de pagamento, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários. Segundo dois trabalhadores demitidos, o motivo foi a perda de seu maior cliente, a Varig, que respondia por pelo menos 50% do faturamento. A Varig e a Fundação Ruben Berta, controladora da Sata, foram procuradas, mas não retornaram até o fechamento desta edição.

"Fui incluído na lista (de cortes) depois de 29 anos de empresa. Vou entrar na Justiça porque a demissão é ilegal, sou diretor do sindicato", afirma o operador de reboque de aviões, Washington Luis de Sousa, enfatizando que o critério de cortes seria maior tempo de empresa.

O auxiliar de rampa João Carlos Valentim está em situação parecida. "Sou do sindicato e também pretendo recorrer à Justiça", disse ele, há 13 anos na Sata. A secretária-executiva do sindicato, Selma Balbino, diz que enviou um documento à Sata, questionando as demissões.

Além da Varig, a OceanAir também vai deixar de usar os serviços da Sata: informou que o contrato vence neste mês e que não será renovado. Para a operação da Sata no Santos Dumont, só restarão dois vôos diários com a Team.

No Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), a Sata trabalha para as companhias TAP (Portugal), TAAG (Angola), Lan Chile e para as brasileiras Total (cargas), VarigLog e Flex. Só no Galeão, 100 pessoas foram demitidas na segunda-feira, contam os sindicalistas. Eles relatam que há mais de dois anos a Sata não deposita o FGTS nem fornece auxílio-refeição. Tanto Sousa quanto Valentim têm dúvidas se vão receber as verbas rescisórias e temem pela falência da empresa.

Sem a Varig, Sata começa a demitir

Read More

Apesar do cenário de dificuldade, companhia eleva número de vôos para Rio e SP.



Vera Saavedra Durão,
do Rio

Índia e Brasil são as apostas de expansão da British Airways na atual crise financeira internacional, com ameaça de recessão, informou ao Valor o vice-presidente executivo da companhia para as Américas, Simon Talling-Smith. Segundo ele, em outros países onde atua a companhia tem optado por manter seus vôos, caso dos Estados Unidos. Mas, algumas rotas específicas já sofreram impacto, como a no Japão, onde a British cortou uma das duas freqüências diárias da rota Tóquio/ Londres.

Talling-Smith chegou ontem ao Rio para inaugurar três vôos semanais do Aeroporto Tom Jobim para Londres e anunciar vôos diários de São Paulo para Buenos Aires. "O Brasil tem hoje a maior taxa de crescimento de toda a malha aérea da British, passando de 7 para 10 vôos, um aumento de 40%". Os planos da empresa para o país, cuja economia tem "uma tendência para cima", é de crescimento gradual e contínuo conforme a expansão econômica local. "Vamos tomar cuidado para crescer de acordo com a capacidade da demanda local, sem ter que refazer estratégias."

Com 17 anos de trabalho na British Airways, Talling-Smith, que já exerceu várias posições de chefia na companhia, foi promovido em agosto para o cargo de vice-presidente das Américas, região que abarca países do Canadá ao Uruguai e responde por 20% da receita da empresa aérea, de cerca de US$ 12 bilhões no final de 2007. O executivo admite que a turbulência da economia americana torna sua nova posição um desafio. Mas está otimista, pois crê que é nas crises que as empresas fortes têm chances de se destacar. Ele reconhece que "o cenário é de dificuldade".

A British, uma empresa global, já tem sentido o gosto da recessão, pois é grande sua dependência do tráfego aéreo do Atlântico Norte. Ela é a companhia aérea que tem mais vôos para os Estados Unidos, somando 19 rotas. A rota Londres-Nova York, com 11 vôos diários, é a que gera maior volume de dinheiro para a British por causa do movimento de negócios entre a City e Wall Street. Até agora, não houve cortes de vôos entre Londres e Nova York, mas Talling-Smith informou que está sendo feita substituição de equipamento, ou seja, substituíram aviões do tipo Jumbo por Boeings 777, de menor porte. Também a receita da British Americas está abaixo do previsto no orçamento de 2008.

"Ninguém sabe se estamos na ponta do precipício, se atingimos o fundo do poço ou se estamos no meio do caminho". Por isso, reconhece que a British está focando o potencial de negócios nos BRICs, com destaque para Brasil e Índia, mas não tomou atitudes severas em relação ao mercado americano.

Segundo seu relato, a situação do setor aéreo global ainda não está muito ruim, mas a tendência é piorar em função do mercado financeiro que vem congelando o crédito. A aviação comercial já estava um pouco retraída no início do ano, quando a British inaugurou o Terminal 5, no aeroporto de Londres, um investimento de 4,3 bilhões de libras. Mas, a partir de setembro começou a desacelerar com mais velocidade.

"A crise tem seu próprio timing. Ela afeta primeiro os bancos, depois as empresas por causa do dinheiro escasso e custo mais alto impactando novos projetos e, por último, atinge o consumidor. As pessoas começam a reduzir seus gastos por medo do desemprego e isto afeta diretamente o nosso negócio", constatou.

Por esta razão, a companhia britânica traçou seu plano para enfrentar a recessão global, que já chegou ao Reino Unido. Ela tem 43 mil empregados, 36 mil no Reino Unido e está implementando um plano de demissão voluntária, que prevê a saída de um terço de seus diretores até o final do ano. Até agora saíram 450. Também programa a redução de investimentos não prioritários. E pretende manter sua frota de 243 aeronaves inalterada (45% para vôos de longo curso). O que vai levá-la a substituir as velhas máquinas por novas recentemente encomendadas. A meta é economizar combustível. A redução do preço do petróleo já ajudou.

Talling-Smith acha que a crise poderá fortalecer a consolidação do setor e levar ao desaparecimento de umas 40 companhias aéreas. A maioria das "condenadas" seriam novas empresas e companhias de nicho e as que precisam de alto nível de ocupação. Neste movimento de consolidação, a British vai ser consolidadora. Ela já está fazendo fusão com a espanhola Ibéria que deve estar concluída em 2009. E acaba de fechar um acordo de cooperação com a American Air Lines que inclui também a Ibéria. A parceria tem milhagem em comum e planejamento de malhas aéreas conjuntas.

Brasil e Índia são as apostas da BA

Read More

01 novembro 2008



Zínia Baeta, de São Paulo

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, pela primeira vez, que cabe à Justiça do Trabalho julgar um processo de uma ex-funcionária da antiga Varig que pede no Judiciário o pagamento de verbas trabalhistas - como salário, férias e FGTS - ao grupo econômico do qual faz parte a companhia aérea Gol. Até então, em conflitos de competência similares, o STJ vinha entendendo que esses casos deveriam ser remetidos à Justiça estadual - no caso, a 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela recuperação judicial da velha Varig. Apesar de o STJ não entrar na discussão sobre a responsabilidade da Gol pelas dívidas trabalhistas da Varig, comprada por ela em 2007, a decisão é apontada como um importante precedente por advogados trabalhistas, pois o entendimento poderia, de alguma forma, influenciar o Supremo Tribunal Federal (STF), que também está para julgar um conflito de competência envolvendo uma ex-funcionária da antiga Varig.

Em março de 2007, a Gol comprou a "nova Varig" (VRG), criada no processo de recuperação da antiga companhia. Mas, apesar de muitos advogados defenderem que a nova Lei de Falências protegeria as empresas que compram filiais ou unidades produtivas isoladas de terem que arcar com dívidas tributárias ou trabalhistas do empreendimento adquirido, há quem entenda que a chamada sucessão ocorreria para a questão trabalhista. Por isso, nos processos de ex-empregados da velha Varig, quase sempre há o pedido de reconhecimento da sucessão do grupo para o pagamento da dívida.

No processo analisado o STJ decidiu apenas que é a Justiça do Trabalho a responsável pelo julgamento da ação trabalhista da ex-empregada da Varig. A mesma questão será julgada pelo Supremo em um outro processo - quando será definido a quem caberá o julgamento de processos judiciais de ex-funcionários da antiga Varig que pedem que a Justiça reconheça o grupo Gol como sucessor das verbas cobradas em ações trabalhistas. Mas como a Justiça do Trabalho já possui um entendimento favorável a que o comprador de uma empresa herde suas dívidas, ainda que anterior à nova Lei de Falências, e na Justiça estadual o entendimento dependerá do posicionamento de cada juiz - no caso da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, o titular Luiz Roberto Ayoub já disse que não há sucessão no caso da Varig - esses processos poderão ter desfechos bem diferentes, a depender da Justiça que for analisálos.

Tanto o conflito de competência julgado pelo STJ quanto o recurso a ser julgado pelo Supremo referem-se a processos de trabalhadoras representadas pelos advogados Otávio Bezerra Neves e Sebastião José da Motta, do escritório Motta & Motta Advogados. O advogado Sebastião Motta afirma que é a primeira vez que, em um caso desses, o STJ se manifesta de forma tão ampla e nesse sentido.

Segundo ele, o que se busca nessas ações é uma definição de quem seria responsável pelo julgamento das ações trabalhistas e a sucessão na recuperação judicial. O processo de sua cliente no STJ foi proposto contra a VRG, mas pede também que todas as empresas que compõem o grupo Gol sejam responsáveis solidárias pela dívida. Segundo ele, se a Justiça for favorável à sua cliente, no momento de cobrar o crédito ele poderá ser habilitado na recuperação judicial da Varig ou cobrado das outras empresas. "No momento de executar posso cobrar de qualquer uma delas", diz Motta. Para ele, a decisão do STJ é extremamente importante, pois ela poderá influenciar os ministros do Supremo.

O entendimento da maioria dos advogados da área de recuperação judicial é o de que a nova Lei de Falências é clara quanto à não-sucessão das dívidas. O advogado Gilberto Giansante, da banca Yunes, Giansante e Pereira Lima, diz que o julgamento dos créditos trabalhistas fica com a Justiça do Trabalho, mas a sucessão, no caso de empresas em recuperação, fica com a vara empresarial, por tratar-se de uma questão específica da recuperação. Mas o consenso geral é o de que a Justiça do Trabalho até poderá julgar a existência de sucessão, mas a questão só será decidida pelos tribunais superiores, pois a Gol sempre recorrerá. Procurada pelo Valor, a Gol informou, por meio de nota, que "a lei de recuperação judicial é o respaldo legal aplicável" e que "a VRG Linhas Aéreas, sempre que cabível, suscitará conflito de competência no STJ".

STJ define foro de ação contra Varig

Read More

Os estudos de viabilidade, que deverão ser concluídos em seis meses, definem um terminal exclusivo para escoamento de cargas. O local escolhido é Planaltina



Da Redação

Planaltina, região administrativa do Distrito Federal, pode ganhar um aeroporto internacional e a área, onde ele possivelmente será construído, tem um nome sugestivo: Santos Dumont. A idéia é que o local seja um aeroporto industrial, usado por aviões de carga no transporte de mercadorias. Em até seis meses deve estar pronto um estudo de viabilidade do local. A intenção da empresa que fará a pesquisa e será a responsável pelo empreendimento, a Newmark Knight Frank, é atrair R$ 1 bilhão de reais para o negócio.

Ainda sem prazo para conclusão, a construção da pista de pousos e decolagens tem previsão para custar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões, quatro vezes mais caro que o único aeroporto do tipo no Brasil, o de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. A área ocupada por toda a estrutura aeroportuária e de logística seria de 1.800 hectares. “Não queremos impedir o crescimento do projeto por uma questão de tamanho da área. O estudo de viabilidade vai dizer a dimensão da demanda e o tamanho da pista”, afirmou o presidente da Newmark no Brasil, Sergio Negro.

O governo não vai colocar dinheiro no projeto, só entrará com o terreno, enquanto uma empresa chamada Arbeit seria a responsável por reunir os investimentos necessários. Além do aeroporto, no local seria construído um complexo de galpões, armazéns, área alfandegária e espaços para empresas nacionais e estrangeiras. “O novo local não concorreria com o Juscelino Kubitschek. Só a criação da pista já gera uma nova demanda”, explica Sergio Negro.

O empreendimento tem o objetivo de escoar a produção local e de estados próximos. Os setores mais beneficiados seriam os de tecnologia e a indústria de alimentos e grãos. A gestão do negócio ficaria por conta de uma empresa que seria formada pela Newmark, Arbeit e pela Costa do Sol, gestora do aeroporto de Cabo Frio. “Um segundo aeroporto pode não ser necessário hoje, mas daqui a 40 anos, será. Em um momento de crise falar em R$ 1 bilhão é ousadia, mas acredito em uma melhoria da economia e o mundo não vai parar”, afirmou o vice-governador do DF e secretário de Desenvolvimento e Turismo, Paulo Octávio.

Obra parada

A ampliação do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek é uma das 13 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paradas por orientação do Tribunal de Contas da União. Por isso, o andamento do projeto foi reavaliado para selo amarelo, de atenção, pelo comitê gestor do programa.

Segundo o TCU, o contrato de R$ 142 milhões para a ampliação do terminal de passageiros tem um sobrepreço de 122%.

As obras em aeroportos estão entre as mais problemáticas do PAC. Das nove ações previstas, duas foram concluídas. Mas das sete restantes, apenas três receberam o selo de andamento adequado.

Além do sinal de atenção para Brasília, os aeroportos de Guarulhos (SP), Vitória (ES) e Macapá (AP) são consideradas preocupantes.

A Infraero, que administra os aeroportos, acatou a orientação do TCU e suspendeu os contratos ainda em agosto deste ano. Para o órgão, porém, as suspeitas de sobrepreço só serão sanadas com a criação de uma avaliação específica dos custos para o setor — é que hoje isso é feito com base em parâmetros para rodovias e construção civil.

Novo aeroporto em Brasília

Read More

Header Ads

Copyright © Aeronauta | Designed With By Blogger Templates
Scroll To Top