.

04 agosto 2010

Paulo Sampaio - O Estado de S.Paulo

Comissários que circulavam ontem por Congonhas contaram que os atrasos ocorreram "pura e simplesmente por falta de pessoal". "Falta funcionário mesmo. E já faz tempo", diz um deles.

Citando a própria experiência, outro conta que no domingo havia muitos comissários da Gol "regulamentados". No jargão da categoria, "regulamentação" é o tempo máximo que um tripulante pode voar por mês - 85 horas. "Se o voo já está com 8h quando faz escala e faltam 5h para o destino, o tripulante vai chegar lá após 13h de trabalho. E o máximo permitido, por dia, são 11h30, já com uma hora extra."

Além da falta de funcionários, os ajustes de sistema para adaptá-lo a variáveis brasileiras (bases de tripulantes, hotéis, horas regulamentadas, nº de comissários) teriam agravado a crise. "A Lufthansa voa com três tripulantes, a Gol com quatro. Esse acerto é feito manualmente", explicam duas comissárias da Gol.

Segundo elas, dados "são jogados em um computador que não leva em conta a base (local de residência) do tripulante, nem o número de horas regulamentadas no Brasil". "O computador não prevê, por exemplo, se o comissário que desceu na Bahia mora em Curitiba ou Fortaleza."

A Gol informa que está contratando funcionários "há algum tempo", mas o processo de homologação de um piloto demora mais tempo do que em outras categorias - cinco meses. Um comissário de voos nacionais ganha pouco mais de R$ 3 mil; de internacionais, cerca de R$ 5 mil.

'Já faz tempo que falta funcionário', reclama tripulante

Read More

Órgão espera relatório da Gol até sexta para definir eventuais punições à empresa


Ana Bizzotto e Bruno Tavares - O Estado de S.Paulo

A Fundação Procon de São Paulo notificou ontem a Gol a apresentar até sexta-feira explicações para a onda de atrasos e cancelamentos de voos que prejudica passageiros desde o fim de semana. O órgão quer saber as causas do problema, o número de pessoas afetadas e as providências adotadas pela companhia.

É com base nessas informações que serão definidas eventuais punições à empresa, que podem chegar à multa de até R$ 3 milhões. "A falha na prestação do serviço ocorreu, isso é fato. Vamos apurar agora se a empresa infringiu o Código de Defesa do Consumidor e as legislações correlatas", disse o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.

Anteontem, agentes do Procon-SP estiveram em Congonhas para verificar o tratamento dado aos passageiros. "Posso adiantar que, pelo que vimos, a companhia não prestou assistência adequada", assinalou Góes.

Transtornos. Cinquenta e sete horas e 40 minutos. Esse foi o tempo que as professoras Cristiane Nunes e Roselena Martins tiveram de esperar entre o voo cancelado pela Gol em Aracaju no domingo e o voo da TAM que as levou ontem de Guarulhos a Porto Alegre. Apesar de o movimento nos aeroportos ter sido mais  tranquilo em relação a anteontem, vários passageiros sofreram transtornos. O voo original das professoras partiria da capital de Sergipe às 5h20 de domingo, na direção da capital gaúcha, com escala em Salvador e conexão em Brasília. Mas foi cancelado. Foram realocadas para o voo das 16h10 de anteontem.

Após pernoitarem e passarem o dia num hotel pago pela Gol, a van que as levaria ao aeroporto não chegou na hora marcada. Ao telefonarem, souberam que o segundo voo havia sido cancelado. Em vez de irem até Brasília para a conexão, tiveram de embarcar para Guarulhos e dormir num segundo hotel. Ontem, ao chegarem ao Aeroporto de Cumbica para o voo de 14h20, souberam que também havia sido cancelado. "A passagem foi comprada há cinco meses, tudo programado. Agora perdemos dois dias de trabalho e estamos acabadas", lamenta Cristiane, de 37 anos. Após negociarem muito, conseguiram ser realocadas para um voo da TAM que partiria às 15 horas. "O maior problema é a falta de informação. Ninguém da Gol assume o que está acontecendo", critica Roselena, de 44 anos.

A volta das férias também foi um transtorno para a funcionária pública Maria Lúcia Andrade, de 51 anos. Ela deveria ter embarcado com o filho de 11 anos no voo das 3h35 de João Pessoa para Porto Alegre, com conexão no Rio. Como o segundo trecho havia sido cancelado, eles tiveram de ir de táxi até o Recife -1h30 de viagem - para pegarem um voo até Guarulhos, que levaria ao destino. O voo do Recife atrasou, perderam a conexão e só conseguiram embarcar em Cumbica às 17h10. "A Gol não tem consideração com o passageiro."

Revoltada com o atraso de 4h35 do voo que pegou de Maceió a Guarulhos, a gerente de vendas Maria da Penha, de 58 anos, foi ao Juizado Especial Cível registrar reclamação. "Estou estressada, perdi o dia de trabalho e quero direitos iguais. Se você atrasa, tem de pagar taxas. E eles, depois desse atraso, não vão me pagar nada?"

VOOS DA GOL

Sábado
760 partidas, 196 (25,79%) atrasadas e 89 (11,71%) canceladas

Domingo
796 partidas, 435 (54,65%) atrasadas e 75 (9,42%) canceladas

Segunda-feira
883 partidas programadas, 475 (53,79%) atrasadas e 105 (11,89%) canceladas


Direitos do passageiro

1. Como deve funcionar a assistência?

Depende do atraso. Se for de até uma hora, a empresa fica obrigada a oferecer facilidade de comunicação, como ligação telefônica e acesso à internet. A partir de duas horas, é preciso dar alimentação adequada. Após quatro horas: exige-se acomodação em local adequado e, quando necessário, serviço de hospedagem.

2. E com quem é possível reclamar do atendimento?

O passageiro pode registrar reclamações nos juizados especiais de Congonhas, Cumbica, Santos Dumont, Tom Jobim e Juscelino Kubitschek ou nos guichês da Anac nos mesmos aeroportos e ainda em Curitiba, Confins, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Recife. Também atende pelo 0800-725-4445 ou pelo site (www.anac.gov.br/faleanac). Outra opção é o Procon, pessoalmente ou pelo 151.

3. E as empresas podem ser punidas por falhas?

Sim. Tanto podem ser multadas pela agência reguladora (Anac) quanto pelo Procon, além de ser acionadas judicialmente por órgãos e indivíduos.

Passageiros sofrem e Procon pede explicações

Read More

Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo

A Gol se define como uma companhia de "baixo custo e baixa tarifa". É considerada por analistas uma empresa enxuta, que maximiza o uso de equipamentos e equipe - o que é bem visto por investidores. Se não fosse assim, a empresa teria problemas para enfrentar a concorrência. Conforme analistas, as empresas brasileiras de aviação são reféns do crescimento por escala, pois o preço está em patamares mais baixos do que em 2009, segundo a Anac. "A diferença está na atratividade pelo preço", diz Brian Moretti, da corretora Planner.

Segundo o analista, o gasto com funcionários da Gol representa uma parcela menor dos custos do que na TAM, companhia com a qual disputa a liderança do mercado nacional de aviação. Nos últimos oito trimestres, em média, o item pessoal representou 18,8% dos custos da Gol e 19,8% dos gastos da TAM.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), os gastos menores da Gol com pessoal se refletem em salários mais baixos do que na concorrência e em uma maior rotatividade dos funcionários da empresa. No mês passado, segundo dados oficiais da entidade, 162 funcionários deixaram a Gol e 139, a TAM.

Característica da Gol é manter custo baixo

Read More

Empresa anuncia plano para tentar minimizar atrasos; sindicato avisou sobre excesso nas jornadas de trabalho de aeronautas


Bruno Tavares - O Estado de S.Paulo

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou ontem um plano para tentar atenuar problemas causados pela Gol nos aeroportos. As medidas, que incluem uso de aviões maiores, mudança nas escalas das tripulações e maior fiscalização, foram adotadas 20 dias depois de a companhia ser alertada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) sobre excessos nas jornadas de pilotos e comissários.

O plano, apresentado pelo diretor de Operações da Gol e referendado pela Anac, prevê o uso de cinco aviões Boeing 767, configurados para cerca de 230 passageiros. A ideia é que essas aeronaves sejam usadas em rotas de alta densidade, tanto domésticas quanto internacionais, para reforçar a frota atual da companhia, que conta com modelos para 144 e 178 passageiros.

Além de terem maior capacidade, os Boeing 767 oferecem outra vantagem para a empresa: tripulantes com menos horas voadas. A maioria dos pilotos e comissários habilitados a trabalhar nesse modelo esteve deslocada para atender aos voos fretados durante o mês de férias.

A expectativa da companhia é de que os aviões maiores consigam, já nos próximos dias, reduzir o número de atrasos e cancelamentos de voos, que ontem ficaram em torno de 35% e 8%, respectivamente. A Gol também se comprometeu a apresentar à Anac relatórios semanais sobre a quantidade de horas voadas por sua tripulação. Habitualmente, essas informações são prestadas mês a mês. Por fim, a empresa prometeu que vai adotar neste mês a mesma escala de trabalho utilizada em junho.

A Gol afirma que os problemas foram causados por uma malsucedida atualização do software que elabora a escala de trabalho. Isso teria feito funcionários atingirem a carga máxima de trabalho permitida por lei. A Anac diz que, até o momento, não verificou infrações à regra, embora tenha constatado um aumento generalizado das horas de trabalho dos tripulantes de quase todas as companhias nacionais. Inspetores estão agora acompanhando as escalas.

Aviso. Chamado Crewlink, o software que teria apresentado falha foi desenvolvido para a companhia alemã Lufthansa. O sistema trabalha com duas variáveis básicas: o número de tripulantes e a quantidade de voos a serem cumpridos. Segundo fontes do setor aéreo e dirigentes do SNA, o problema está na falta de pessoal e não no software. Em 12 de julho, o SNA teve a primeira reunião com a Gol para adverti-la sobre o descompasso das escalas. Quinze dias depois, os sindicalistas voltaram a cobrar uma solução para os problemas.

Alertada há 20 dias, Gol decide agora usar aviões maiores

Read More

Atrasos e cancelamentos de voos ainda persistem


Claudio Nogueira - Jornal do Brasil

Pelo segundo dia consecutivo, problemas com aviões da Gol Linhas Aéreas tumultuaram os aeroportos brasileiros. Até às 21h de ontem, a companhia registava 37,8% de atrasos nos voos. Em nota, a empresa esclareceu que um problema no software que processa as escalas de trabalho dos tripulantes fez com que parte deles atingisse o limite de horas de trabalho estipulada pela legislação. Para amenizar a situação, a empresa vai usar aviões maiores, visando transportar mais passageiros. Uma funcionária da Gol, que trabalha no Aeroporto Santos Dumont, afirmou que os tripulantes da companhia reclamam da sobrecarga de trabalho, e que uma gerente da empresa teria dito que o problema seria resolvido até amanhã. Ainda segundo a atendente, que pediu anonimato, a situação torna bastante difícil o trabalho no saguão do aeroporto: É uma situação complicada e constrangedora para nós, até porque, não podemos dizer aos passageiros que os atrasos nos voos ocorrem por causa de falta de tripulantes.

Num blog mantido por funcionários da empresa, os tripulantes reivindicam melhores condições de trabalho, plano de previdência privada, escalas funcionais e 25% de aumento nos salários. Existe a possibilidade de uma greve na sexta-feira, dia 13.

Duopólio é criticado Especialistas criticam a formatação do mercado brasileiro das companhias aéreas, consolidado pelo duopólio formado por Gol e TAM que responde por quase 90% dos voos no país e afirmam que isto pode estar por trás dos efeitos em cascata nos aeroportos. O economista Gustavo Cunha Mello, sócio da Correcta, uma das maiores empresas de seguros aéreos no Brasil, também se preocupa com a pouca opção de trabalho dos pilotos, o que poderia proporcionar a aceitação de condições desfavoráveis, comprometendo a segurança de voo. Ele lembra que cerca de 80% dos acidentes aéreos teriam envolvimento dos pilotos.

Mesmo quem está descontente com a situação de trabalho numa empresa acaba se submetendo às condições apresentadas explica Mello. Gol e TAM não trabalham com prejuízo, mas reduzem drasticamente seu lucro para impedir a livre competição das pequenas empresas.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou inspetores para acompanhar o planejamento da escala na empresa, e diz fiscalizar a assistência devida pela companhia a seus passageiros. Também exigiu um plano de ação para remediar os atrasos e cancelamentos. A ouvidoria da agência analisa uma reclamação do Sindicato Nacional dos Aeronautas com 520 denúncias trabalhistas.

A Gol se comprometeu a colocar em operação cinco Boeings 767, usados normalmente para fretamento, e a apresentar relatório semanal sobre as quantidades de horas voadas pelos tripulantes. A administradora de empresas Ana Paula Tozzi, que voou 88 vezes no ano passado, acredita que a população é refém das duas companhias aéreas. Em outubro de 2009, quando a TAM trocou o sistema, foi a mesma coisa. Houve atrasos violentos, e até check in manual teve que ser feito lembra a passageira.

Funcionários da Gol falam em sobrecarga

Read More

02 agosto 2010

Andrezza Trajano - Folha de Boa Vista

A 1ª Brigada de Infantaria de Selva realizará na próxima quinta-feira (4), um estágio de adaptação de vida na selva com tripulantes de aeronaves comerciais. O curso é uma exigência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com o tenente-coronel José Guerra, que dirigirá o estágio, os alunos passarão por uma simulação de acidente aéreo, onde terão que sobreviver por 24h na selva.

O estágio será realizada em uma área do 7º Batalhão de Infantaria de Selva, em Boa Vista.

Nesta primeira etapa , 15 pessoas, entre pilotos e comissários de bordo participarão do curso. Outros 15 já estão inscritos para uma próxima turma.

"Será uma espécie de teste de conhecimento", explica Guerra.

Exército realiza estágio de adaptação para tripulantes

Read More

Folha de Boa Vista

Diretores, gerentes, responsáveis técnicos e demais representantes de empresas de manutenção e de táxi aéreo estão convidados para o Seminário de Aeronavegabilidade e Operações que será realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), em Manaus (AM). O evento acontece no dia 11 de agosto, das 9h às 18h, no hotel Mercure Apartments (rua Recife, nº 1000, bairro Adrianópolis).

As inscrições são gratuitas, mas o auditório está limitado a 40 vagas. Os interessados devem responder ao convite encaminhado pela ANAC para as empresas, ou entrar em contato pelo e-mail marcos.lima@anac.gov.br

A ANAC vem realizando uma série de seminários em várias localidades do Brasil, com o objetivo de orientar os usuários sobre os principais procedimentos da Agência, informar sobre as facilidades de processos que podem ser encaminhados por correio eletrônico e esclarecer dúvidas. Com os encontros, a ANAC busca aproximar o relacionamento com os usuários e agilizar o andamento dos processos.

Eventos semelhantes já foram realizados em Santarém e Belém (PA). Após o evento em Manaus, o próximo seminário será realizado em Porto Velho (RO), em outubro.

Empresas de manutenção e táxi-aéreo participam de seminário em Manaus

Read More

Folha de Boa Vista

A empresa Roraima Táxi Aéreo recebeu ontem da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorização para realizar voos em atendimento a situações de emergência e risco de vida, em aeródromos não homologados em áreas indígenas no Estado de Roraima. Com isso, a empresa poderá realizar o transporte de passageiros e carga (como medicamentos e alimentos) desde que cumpra as exigências de segurança da ANAC. O objetivo da ANAC é garantir que a população indígena possa ser atendida, sem colocar em risco a operação aérea.

As exigências informadas para a Roraima Táxi Aéreo são: preparar e divulgar aos funcionários um manual contendo orientações sobre a operação e informações sobre as pistas; estudo técnico sobre a performance, peso e balanceamento de cada aeronave a ser utilizada em cada localidade; além de uma análise de gerenciamento de risco da operação e dificuldades que podem ser encontradas. A empresa também terá de apresentar um relatório trimestral à ANAC sobre essas operações.

Os 34 aeródromos estão em processo de registro por parte dos administradores, Funai e Funasa, que já administram outros 71 aeródromos em áreas indígenas. Assim que for concluído o registro, não haverá mais necessidade da autorização específica concedida para a Roraima Táxi Aéreo.

ANAC autoriza voos para atender emergências em áreas indígenas de Roraima

Read More

Daniel Michaels, The Wall Street Journal, de Holzkirchen, Alemanha - Valor

Alguns cientistas daqui estão usando um jato cortado para estudar o gosto ruim. O objetivo deles é entender o declínio da alta cozinha em altas altitudes. Os resultados dos testes iniciais: a percepção do sabor doce ou salgado cai em 30%. O azedo, o amargo e o picante quase não são afetados. A turbulência culinária que resulta disso pode estragar os pratos mais atraentes.

Medir algo tão subjetivo quanto o gosto não é fácil. É por isso que os chefes de cozinha da LSG Sky Chefs, a maior empresa de alimentação para voos do mundo, que pertence à Deutsche Lufthansa AG, vieram a uma das maiores câmaras de baixa pressão do planeta. O laboratório tubular no Instituto Fraunhofer para Física de Construção, que fica meio submerso num pasto nesta região da Alemanha, comporta a frente, sem asas, de um Airbus A310.

Técnicos do Fraunhofer podem reduzir a pressão do ar no laboratório, fazendo com que os ouvidos estalem, para imitar um voo a 10.600 metros. Eles podem retirar a umidade do ar, do jeito que os aviões fazem. Também colocam o barulho do motor e fazem vibrar os assentos, para reproduzir a verdadeiramente desconfortável experiência de comer em um avião.

"Dá para esquecer que se está em um simulador, a não ser pelo fato de que o cenário de nuvens não muda", disse Florian Mayer, chefe do Departamento de Química, Biologia e Higiene do Fraunhofer, apontando para a fotografia do céu pregada fora das janelas da cabine.

Nos surrados assentos azuis do A310, dezenas de cobaias humanas estão este ano ruminando sobre sopas de tomate, vinhos e pratos principais servidos em aviões em voos falsos, depois de experimentar os mesmos itens em condições normais. Eles preenchem questionários detalhados com perguntas, por exemplo, sobre quais dos vários temperos de endro têm um sabor melhor em peixe servido com arroz.

Tais julgamentos, embora úteis para os chefes de cozinha, não podem ser quantificados. A Lufthansa queria mastigar números. "Como alemães, adoramos ciência", disse o sommelier da Lufthansa, Markus Del Monego, que participou de uma degustação.

Um problema com a comida de avião é que o ar seco da cabine evapora rapidamente o múcus nasal, que ajuda os receptores de odor a funcionar. Até 80% do que consideramos sabor é de fato cheiro, disse Andrea Burdack-Freitag, uma colega de Mayer, que realizou os testes para a Lufthansa.

Para medir isso, os passageiros receberam copos de água com sete diferentes concentrações de sabores artificiais e tiveram que responder em que nível registraram uma sensação. Testes parecidos foram feitos com odores. Aí, Mayer e seus colegas compararam os resultados com graus conhecidos de reação para os mesmos sabores no nível do mar. Mas como você transforma os números em receitas?

"Não existe uma regra simples, do tipo 'apenas adicione 20% mais ervas e temperos' - realmente depende", disse Mayer. Um tempero de limão, por exemplo, precisa de menos limão e mais condimentos. Os molhos de tomate se seguram bem, mas os delicados molhos cremosos parecem mais insossos.

Mayer aprendeu a fazer análise de sabor no curso de doutorado de química dos alimentos, mas hoje em dia ele normalmente analisa a qualidade interna do ar e emissões químicas de materiais usados em prédios e carros. O prédio do instituto de física de Fraunhofer estuda principalmente questões como de que maneira o mofo cresce nas paredes e como o concreto resiste. Dez anos atrás, ele começou a analisar o ar dentro do avião.

Em 2002, o centro construiu o laboratório de aço tubular ao custo de 5 milhões de euros (US$ 6,4 milhões). Com quase 30 metros de comprimento, ele abriga o pedaço de um jato. Ele tem bombas gigantes, freezers que podem resfriar o revestimento do avião para 30 graus abaixo de zero e filtros de ar para remover odores bovinos dos pastos que cercam a unidade.

No começo, alguns dos funcionários olharam com desprezo para a análise culinária. "Nosso colegas disseram que deveríamos estar fazendo física de construção e não culinária", disse o porta-voz de Fraunhofer Janis Eitner. Mas o rigor científico os conquistou, completa ele.

Comida de avião - um eterno motivo de piada - é mesmo assim uma área na qual as empresas aéreas tentam superar as rivais que usam essencialmente os mesmos aviões nos mesmos aeroportos. A divisão de serviços de alimentação da Singapore Airlines investiu US$ 1 milhão, em 2002, para construir a primeira cozinha de testes do mundo onde os pratos podem ser preparados e testados em condições de baixa pressão.


As sessões da Lufthansa no Fraunhofer incluíram a oferta aos passageiros de pratos como são servidos e duas variações feitas para compensar a altitude. "Os testes mostraram que é possível lidar com os efeitos do voo", disse Ingo Bülow, diretor de serviços de bordo da Lufthansa.

Condimentos como cardamomo, capim-limão e caril (ou curry) sobreviveram melhor que sal e açúcar. Os chefes pensaram em oferecer apenas pratos com caril, "mas nossos passageiros não iam deixar", disse o gerente da LSG Ernst Derenthal.

Del Monego, o sommelier, está usando a análise para ajudá-lo a selecionar vinhos como o italiano Amarone, com composição forte de 15% de álcool. "Em terra, é um vinho poderoso e opulento, mas no ar tem um sabor suave - é o vinho ideal para uma empresa aérea", disse durante uma recente sessão de degustação. "Duas pessoas não conseguiriam dividir uma garrafa em terra, mas isso poderia acontecer facilmente em um avião."

Mayer lembra que um pequeno consolo para as pessoas amontoadas na classe econômica é que todos esses passageiros emitem muita umidade, o que mantém a umidade do ar em torno de 15%.

Nas cabines suntuosas da primeira classe, a umidade pode cair para 5%, roubando o buquê de um champanhe e do caviar. O caviar foi um dos alimentos que desafiaram os testes. A Lufthansa queria
 saber que ovas de peixe mantinham sabor na estratosfera. Eles abandonaram esses esforços depois de perceber que, mesmo em terra, os sabores variam amplamente de tipo para tipo e marca para marca.

"Talvez eles venham a tentar o teste de novo, mas eu não sei", disse Mayer. "Foi muito caro."

Lufthansa tenta devolver sabor aos ares

Read More

Para definir os preços das passagens, empresas aéreas usam fórmulas complexas e a lógica de uma Bolsa de Valores


Melina Costa - O Estado de S.Paulo

Para um consumidor, poucos universos são tão enigmáticos como o dos sites de companhias aéreas. Como é possível que o mesmo produto - o mesmo voo, ligando o mesmo par de cidades - apresente uma profusão de preços distintos dependendo de mínimas diferenças de horário? E o que faz o valor das tarifas mudar em questão de horas?

A supersegmentação de preços é um reflexo do momento vivido pelas empresas aéreas. "As companhias tornaram-se mais eficientes e já não têm muito onde cortar custos. Nesse cenário, tornou-se mais importante maximizar a receita", diz Vanessa Ferraz, analista do HSBC.

A grande arma das companhias para encher seus aviões cobrando o máximo possível de cada passageiro é o chamado revenue management (gerenciamento de receita). "Testamos a elasticidade para saber o quanto os consumidores estão dispostos a pagar", diz Maurício Oliveira, diretor estratégico de receita da TAM.

Obviamente, a "elasticidade" pode ser maior ou menor dependendo do passageiro. A dificuldade está exatamente em atrair todos os perfis, sem cobrar pouco de quem poderia desembolsar mais e sem deixar de fora os que, mesmo pagando menos, ajudam na rentabilidade.

"A maioria dos custos de um voo é fixa, independentemente do número de passageiros transportados. Portanto, é melhor para a rentabilidade que entrem R$ 20 do que deixar um assento vazio", diz Trey Urbahn, vice-presidente Comercial e de Planejamento da Azul.

Na TAM, a definição dos preços é feita com a ajuda de 20 sistemas de computador. Alguns de seus aviões decolam com até 50 tarifas diferentes incluindo, entre outras variáveis, a antecedência de compra e os vários canais de vendas, de agências de viagens à internet.

Inteligência. Os softwares usam sistemas de modelagem estatística que analisam um histórico de 331 dias para a procura daquele voo e dão sugestões de preços. Ao mesmo tempo, os 80 analistas da TAM fazem, manualmente, cerca de 800 mudanças de preços por dia dependendo da movimentação de concorrentes e mudanças na demanda. Na ponte aérea Rio-São Paulo, o preço das tarifas é acompanhado de meia em meia hora. A flutuação, determinada pela oferta e demanda, lembra o ambiente de uma bolsa de valores. "É um exercício de ameaça, oportunidade, força e fraqueza", diz Oliveira.

Recentemente a TAM criou uma área de pesquisa para estudar fórmulas matemáticas que possam aprimorar os modelos estatísticos. Trata-se de um campo de pesquisa global, que envolve tanto as companhias aéreas como pesquisadores de instituições como o aclamado MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.

O revenue management tem algumas regras gerais. A primeira diz respeito aos horários de pico. As passagens mais caras se concentram entre às 7h e 9h e entre às 17h e 19h. Tratam-se dos períodos de preferência dos passageiros de negócios, que têm mais urgência para viajar e se dispõem a pagar mais caro.

A segunda regra diz respeito à antecedência da compra. A Azul, por exemplo, tem seis níveis básicos de preço assim divididos de acordo com o número de dias de antecedência: 30, 21, 14, 7, 4 e no dia na viagem. Entre os extremos dessa lista, o valor da tarifa pode multiplicar por quatro.

Para a Azul, o revenue management também é uma ferramenta de marketing. Em vez de investir em propaganda, a companhia procura atrair o máximo de novos consumidores possível e gerar o boca a boca.

"TAM e Gol não vão nos deixar ter grandes vantagens de preço. Então, procuramos ter nos nossos aviões mais gente pagando tarifas baixas na comparação com os concorrentes", diz Urbahn. "Focamos mais na ocupação das aeronaves que no preço." No primeiro semestre, os aviões da Azul decolaram com 86% de seus assentos ocupados, em média. A taxa das concorrentes Gol e TAM não passou de 66%.

Em busca da fórmula para encher aviões e cobrar o máximo possível


Peter Belobaba, pesquisador do MIT e criador de uma teoria para calcular a otimização do uso de
assentos das aeronaves

Quando o gerenciamento de receitas das companhias aéreas começou a se sofisticar?

Foi há uns dez anos, com o surgimento das companhias de baixo custo e baixa tarifa, que começaram a oferecer novas estruturas de preço. Antes a regra era: passagens mais caras para homens de negócios e mais baratas para viajantes a lazer. As low cost começaram a oferecer mais barato para todo mundo.

Quão importante é a precificação para as companhias?

O drama das empresas é: como teremos mais receita? Se conseguimos demanda com tarifas de U$100, fechamos o avião por esse preço ou será que conseguiríamos vender por U$150? Esse tipo de decisão é crucial, já que a maioria das companhias aéreas passou a maior parte da década perdendo dinheiro. São poucas as indústrias que consideram boa uma margem de 3%.

E qual a maior dificuldade desse processo?

É estimar quanto os consumidores estão dispostos a pagar, calcular a probabilidade de conseguir esses consumidores por U$150. A maioria das previsões funciona melhor em ambientes estáveis - e esse nunca é o caso das companhias aéreas. Os sistemas também não levam em consideração fatores externos, como a escolha da cidade da Copa do Mundo, por exemplo. Hoje, os modelos de cálculo consideram o histórico de reservas. Os novos estudos levam em conta as informações de competidores. Afinal, é difícil vender a U$150 quando o concorrente vende a U$100.

Um avião, 50 tarifas e muita matemática

Read More

30 julho 2010

Wendy Leung e Chan Ling Sue, Bloomberg

Xin Jing gasta cerca de 200 yuans (US$ 30) em sashimi japonês a cada vez em que visita o supermercado City ' super, em Xangai. Seu apetite está ajudando a encher os aviões cargueiros com destino à China, melhorando os lucros da Cathay Pacific Airways.

"Sashimi é o meu prato favorito", disse Xin, de 29 anos, que dirige uma pequena empresa de negócios com commodities. "Eu costumo comprar muitas coisas frescas uma vez por semana."

À medida que consumidores chineses cada vez mais ricos comem mais peixe fresco, lagosta e queijos importados, eles estão ajudando na recuperação das receitas mundiais do transporte aéreo de cargas, que no ano passado registrou o pior declínio em cinco décadas. Alimentada pela crescente demanda por produtos de luxo e alimentos perecíveis estrangeiros, o país liderará uma recuperação de 18,5% nos embarques de cargas aéreas neste ano, segundo estimativa de junho divulgada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

"A China tem atraído mais investimentos e marcas de luxo, à medida que o poder de compra vai ficando bem maior", afirmou Kelvin Lau, analista do mercado de ações do Instituto de Pesquisa Daiwa, em Hong Kong. Na Cathay Pacific, o transporte de de cargas, que representa cerca de um terço das receitas da empresa, "proporcionaria um impulso muito bom para uma recuperação dos lucros", disse ele.

O crescente consumo interno fez as importações da China crescerem 53% no primeiro semestre deste ano, reduzindo o desequilíbrio de seu comércio exterior, que fazia as companhias aéreas de carga operar aviões vazios até a China, para lá carregar mercadorias destinadas à exportação.

A classe média chinesa, definida como uma família com renda anual disponível entre US$ 5 mil e US$ 15 mil, poderá crescer para 46% dos domicílios do país em 2020, dos 32% neste ano, disse em março a Euromonitor International, de Londres. A economia que mais cresce no mundo deverá crescer 9,5% neste ano, disse o Citigroup neste mês.

Para atender à crescente demanda chinesa, o City ' super, em Hong Kong, e a grife italiana Salvatore Ferragamo estão inaugurando mais pontos de venda, ao passo que a Cathay Pacific está recolocando em operação aviões cargueiros que estavam estacionados.

A United Parcel Service (UPS), maior empresa mundial de entrega de encomendas, acrescentou dois aviões de carga em Hong Kong e um em Xangai neste ano. A FedEx, a maior transportadora de cargas aéreas do mundo, está planejando comprar mais cargueiros para suas principais rotas até a Ásia.

Ambas as empresas aumentaram neste mês as suas previsões de lucro, citando o crescimento da demanda na Ásia.

Os volumes mundiais de carga aérea caíram 10% no ano passado, quando a pior recessão mundial em seis décadas prejudicou o comércio mundial. Para este ano, a Korean Air Lines, maior transportadora internacional de cargas aéreas no mundo, prevê volumes de carga que ultrapassarão o recorde estabelecido em 2007.

O volume de carga aérea da América do Norte para a China pode aumentar 7,8% anualmente nos próximos dez anos, segundo o site da Air Cargo World. Os embarques de cargas aéreas da Europa Ocidental para a China poderão crescer 8,3% ao ano. As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico atendem a 45% da demanda de transporte internacional regular.

A Cathay Pacific, maior companhia de transportes de carga aérea em Hong Kong, começou a obter um equilíbrio melhor entre cargas chegando e partindo da China no quarto trimestre de 2009, disse seu principal executivo operacional, John Slosar.

"Tradicionalmente, os voos de partida estariam absolutamente cheios, devido às exportações da China, mas os voos de retorno não estariam tão cheios", disse.

A companhia está transportando cerca de 100 toneladas de lagostas e 150 toneladas de garoupas para a China e Hong Kong por mês, provenientes da Austrália e da Indonésia. Nos primeiros quatro meses, a companhia aumentou em 60%, para 80 toneladas, o transporte de peixes com qualidade para sashimi provenientes de Tóquio, disse Vivian Lo, gerente de vendas e marketing da transportadora.

"A ascensão da China à condição de maior consumidora do mundo solucionará o problema do desequilíbrio das cargas nos voos de ida e volta das companhias aéreas", disse Chi Chang Hoon, presidente da Korean Air. "A demanda de importação de mercadorias pelos consumidores chineses deverá estimular o transporte de cargas originado na Europa e nos EUA, no longo prazo."


K. Ajith, analista da UOB-Kay Hian Research, de Cingapura, disse que o atual aumento na importação de bens de luxo poderá não perdurar, pois a China está revertendo as medidas de estímulo econômico para evitar o superaquecimento da economia.

"O ritmo será moderado no segundo semestre", afirmou Ajith. "Com a retirada do pacote de estímulo, então veremos se esse crescimento pode ser sustentado."

"Se o yuan continuar a se valorizar frente ao dólar e ao euro, a classe média chinesa terá mais condições de pagar pelas importações vindas do Ocidente", disse Steven Wong, vice-presidente de operações da cadeia de suprimento da unidade UPS na China.

O volume de carga aérea transportado para a China pela empresa, que tem sede em Atlanta, teve um crescimento percentual na "faixa superior dos dois dígitos" no primeiro trimestre, exibindo uma recuperação ao patamar anterior à recessão, afirmou Wong, sem fornecer números detalhados.

A Fabergé, joalheria que fazia os grandes ovos incrustados de joias para os czares russos, pode ganhar clientes na China graças à tendência de valorização do yuan e da queda do euro, além da crescente atração dos chineses por artes e serviços exclusivos, afirmou o executivo-chefe da empresa, Mark Dunhill.

A Salvatore Ferragamo está abrindo lojas na China e despachando mais produtos para o país por meio de transporte aéreo do que por via marítima neste ano, segundo o executivo-chefe da empresa, Michele Norsa. A companhia poderá abrir até oito novos pontos de venda no país no próximo ano. Entre 2008 e o fim deste ano, o total de lojas inauguradas chegará a 35. A City ' super abriu sua primeira loja em Xangai em maio.

"Os consumidores em Xangai têm muita curiosidade de experimentar novos alimentos importados", afirmou Thomas Woo, presidente da filial local da rede de supermercados. "Eles estão se acostumando a comprar, frutas, azeites de oliva, vinhos tintos e saquês para dar como presente."

Transporte aéreo lucra com consumo de luxo chinês

Read More

Jornal do Commércio


A Agência Nacional de aviação Civil (Anac) determinou que as operações de transporte de valores no Aeroporto Oscar Laranjeiras, em Caruaru, no Agreste, sejam suspensas temporariamente. A medida é preventiva e ficará em vigor até que o administrador do aeroporto comprove as condições de segurança para realizar esse tipo de transporte. A Anac fará também inspeção no aeroporto para verificar o cumprimento dos requisitos legais. Na noite de segunda-feira, bandidos invadiram o aeroporto, dispararam contra aeronave e levaram malotes com cheques e documentos.

Anac limita operações

Read More

O Estado de SP

A desvalorização do dólar frente ao real e o maior poder aquisitivo da classe C, que facilitaram o acesso de um grande número de consumidores a viagens internacionais, além da inauguração de novas rotas no sul do País, estão turbinando o desempenho de pequenina Pluna, a companhia aérea uruguaia.

No primeiro semestre, a empresa transportou 59 mil passageiros, um crescimento de 63% sobre o mesmo período do ano anterior.O ritmo continuou acelerado nas férias de julho: na primeira quinzena do mês, as 6 mil passagens emitidas para seus quatro destinos na América do Sul – Montevidéu, Assunção, Buenos Aires e Santiago do Chile, representaram um crescimento de 97% .

Real forte e emergentes vitaminam a Pluna

Read More

Sem posto da Vara da Infância no aeroporto, passageiros que precisam de autorização têm de seguir até o centro de Guarulhos


Ana Bizzotto - O Estado de S.Paulo

Quem precisa de autorização de viagem para os filhos e chega ao Aeroporto Internacional de Cumbica desprevenido pode se preparar para enfrentar transtornos. O aeroporto mais movimentado do País não tem posto da Vara da Infância e da Juventude, o que obriga os passageiros a ir até a Vara de Guarulhos, no centro da cidade. Cerca de 15 pedidos são atendidos por dia no local. Neste mês, até segunda-feira, foram 244 - 47% do total de processos da Vara no período.

Além dos funcionários que atendem ao público, há um servidor que trabalha especificamente com autorizações de viagem, o que corresponde a 80% de seu trabalho. Segundo a juiza auxiliar da Vara, Andrea Trigo, a demanda aumentou muito desde que a Resolução 74 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entrou em vigor, em abril de 2009.

Ela obriga o pai ou mãe que viajar sozinho com os filhos a assinar a autorização na frente de um tabelião, para que a autenticidade seja reconhecida.

A Vara funciona de 12h30 às 19 horas, em dias úteis. Ontem, já na primeira meia hora de funcionamento, várias pessoas aguardavam na fila. A doméstica Delfina Oliveira, de 38 anos, foi uma das primeiras a ser atendidas e conseguiu autorização às 15h30 para viajar com o filho de 17 anos e o atual marido. Ela mora na Bélgica e veio passar férias em Marabá, onde o adolescente mora com o pai.

Após embarcar para Paris na terça, fizeram escala em Guarulhos, onde a imigração os impediu de seguir viagem. Por causa das diferenças de horário entre as Varas de Guarulhos e de Marabá, não conseguiram resolver o problema em um dia.

"Como a companhia aérea não informou da necessidade de autorização do pai, eles acabaram pagando todas as despesas", conta Delfina, que ficou hospedada duas noites com a família em um hotel de Guarulhos.

"Agora deu certo. Mas seria bom se tivesse a Vara no aeroporto. Resolveria mais rápido."

Já a vendedora autônoma Ligia Batista, de 43 anos, teve de encarar despesas de hotel no aeroporto e táxi até a Vara. Ela, que mora há 20 anos em Miami, veio passar férias com o filho de 8 anos, cujo pai está desaparecido. Na hora de voltar, foi barrada.

"Tenho a guarda provisória dele, e com essa mesma documentação consegui viajar em agosto, quando já havia a nova resolução. Dá vontade de chorar", diz Ligia, que calcula ter gastado R$ 500.

"Acho absurdo. Se fosse um estranho, mas sou a mãe. Já perdi o voo das 3h45. Se fosse no aeroporto, talvez conseguiria pegar o de meio-dia."

Estrutura. Até 1996, havia um posto da Vara da Infância no aeroporto, onde trabalhavam voluntários. Segundo Daniel Issler, juiz titular da Vara de Guarulhos que atualmente é juiz auxiliar da presidência do CNJ, o posto foi fechado por não ter juiz. O Estatuto da Criança e Adolescente determina que autorizações só podem ser assinadas por ele.

"A comarca de Guarulhos, com 1,5 milhão de pessoas, tem uma Vara com um juiz. Já é uma situação-limite pelo volume de serviço e quantidade de servidores. Se fosse ter mais Varas, a prioridade seria criar uma segunda e até uma terceira. Teria de ter um aporte maior de recursos humanos e materiais, especialmente de juízes, que, infelizmente, não tem."

Segundo Issler, a demanda é maior nas férias e cresceu com a resolução, mas "não justifica deslocar um juiz para o aeroporto diante das necessidades da população". "Situações de risco, crianças privadas dos direitos, abandonadas e intimidadas são prioridade", destaca o juiz.

Lá tem

No aeroporto de Brasília há um posto da Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal. Em 2009, de 5.964 autorizações de viagem concedidas pela Vara, 3.857 foram no aeroporto.

QUANDO PROCURAR A VARA DA INFÂNCIA


Autorização judicial

Necessária quando o menor de 12 anos viajar desacompanhado em território nacional; um dos genitores ou responsáveis legais pelo menor de 18 anos não puder autorizar a viagem ao exterior; quando o menor viajar para outro país acompanhado somente de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. A Vara da Infância e Juventude fica na Rua João Gonçalves, 208/212, centro de Guarulhos. O telefone é (11) 2409-3851.

Viagens nacionais

Adolescentes de 12 a 18 anos não precisam de autorização para viajar desacompanhados.

Menores de 12 anos necessitam de documento original com foto para circular com responsável que comprove parentesco

Viagens internacionais

Quando o menor de 18 anos viajar acompanhado de apenas um genitor, o outro deve assinar autorização com foto atual do filho e reconhecer firma

Pais sofrem para embarcar filhos em Cumbica

Read More

Para executar sua parte e aplicar R$ 3,14 bi dos R$ 5,15 bi prometidos para obras em 13 terminais das cidades-sedes, a empresa terá de dobrar o desembolso em apenas um ano


Geralda Doca - O Globo
BRASÍLIA

Mantido o ritmo de investimentos realizados pela Infraero, a estatal pode ter dificuldades para tocar as obras necessárias e deixar os aeroportos prontos até a Copa em 2014. Para conseguir executar a sua parte e aplicar R$ 3,14 bilhões de um total de R$ 5,15 bilhões prometidos pelo governo para obras em 13 terminais das cidades-sedes a empresa terá de se desdobrar e, em apenas um ano, dobrar os desembolsos.

O cumprimento da meta, anunciada pelo governo em sessão solene na semana passada, exigirá que a Infraero invista em média R$ 897,57 milhões durante três anos e meio. O valor aplicado anualmente está muito abaixo disso, segundo análise de dados da própria estatal. Em 2009, foram desembolsados R$ 425,5 milhões; em 2008, R$ 398,9 milhões. Até junho deste ano, foram gastos R$ 179 milhões apenas.

TCU manda parar obras

O presidente da Infraero, Murilo Barboza, reconhece que houve desaceleração. Segundo ele, um dos principais motivos foi a paralisação das obras em cinco aeroportos por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), devido a irregularidades nos contratos:

- Se não fosse isso, obras importantes como Guarulhos, Goiânia e Vitória estariam sendo concluídas.

Para o professor da CoppeUFRJ Elton Fernandes, a meta imposta à Infraero é factível, desde que a empresa tenha uma gestão mais profissional, menos sujeita a ingerências políticas.


- Não se mede eficiência só pelo metro quadrado construído, mas também pela forma como se trabalha disse o professor, acrescentando que não há uma sinalização clara do governo sobre o destino da Infraero, diante da necessidade de aumentar a capacidade dos aeroportos brasileiros.

O presidente da Infraero lembrou que, durante a crise do setor aéreo, foi preciso arrumar a casa, que se transformara num cabide de empregos. De 2007 para cá, a estatal teve quatro presidentes, substituições seguidas por trocas nas diretorias e o fim das contratações especiais (indicações políticas com salários acima de R$ 10 mil).

Ele garante que a Infraero tem recursos em caixa para tocar as obras importantes para a Copa, mas admite que enfrenta dificuldades por ser uma empresa pública, sujeita às amarras da lei de licitações. Barboza é um dos defensores da autorização especial (sem licitação), a mesma concedida à Petrobras, para realização das obras.

Há cerca de dois meses, o governo incluiu no meio da Medida Provisória que cria a Autoridade Pública Olímpica (APO) um artigo dando à estatal autorização na compra de equipamentos e contratação de serviços de engenharia. No entanto, faltou elaborar um regulamento específico, com o detalhamento do que pode ser contratado fora do processo tradicional.

Falta de planejamento

Até agora, a minuta de decreto com essas definições está a cargo do Ministério do Planejamento.

Segundo a assessoria, as discussões estão incipientes e não há prazo para que o texto seja concluído. A falta de planejamento governamental para os aeroportos é um dos agravantes, além da falta de articulação entre os órgãos que cuidam do setor aéreo. Essas foram constatações de estudos divulgados recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o BNDES, em parceria com a consultoria McKinsey.

O estudo do BNDES aponta gargalos em 13 dos 20 aeroportos mais movimentados do país e alerta que a Copa do Mundo e as Olimpíadas vão aumentar a pressão sobre a infraestrutura. Segundo o relatório, apesar de a Infraero ter lucrado R$ 400 milhões em 2008, a empresa precisará de transferência do Tesouro para realizar seus investimentos, planejados em R$ 2 bilhões ao ano, nos próximos cinco anos.

Infraero: dificuldades à vista

Read More

Header Ads

Copyright © Aeronauta | Designed With By Blogger Templates
Scroll To Top