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31 março 2010

Segundo Iata, dados mostram que aéreas estão saindo da recessão
 
Jornal do Brasil

Apesar de ser um mês tradicionalmente mais fraco para viagens aéreas, fevereiro registrou recorde no uso de capacidade para transporte de passageiros, informou ontem a International Air Transport Association (Iata).

O número de fretes também foi maior. De acordo com a associação do setor, os dados mostram que as companhias aéreas estão saindo da recessão.

– Estamos na direção certa.

Em dois a três meses, a indústria deve voltar aos níveis de tráfego pré-recessão – disse o diretorgerente da Iata, Giovanni Bisignani.

A demanda de passageiros em fevereiro foi 9,5% maior que no ano anterior, e a oferta subiu apenas 1,9%. O resultado foi uma taxa de ocupação das aeronaves de 75,5% no período.

Um recorde sazonalmente de 79,3%, de acordo com a Iata.

A demanda por carga também cresceu. Foi 26,5% maior que em 2009. Na América Latina, o aumento na demanda por carga foi de 41,9%. A Iata estima que cerca de 30% do comércio mundial seja transportado por via aérea.

– Isso ainda não é uma recuperação total. A tarefa à frente é nos ajustar aos dois anos de perda de crescimento – disse Bisignani em comunicado.

As previsões da Iata no início do mês eram que as empresas aéreas perderiam US$ 2,8 bilhões em 2010 depois de amargarem prejuízo de US$ 9,4 bilhões em 2009. A associação agrupa cerca de 230 companhias aéreas do mundo, incluindo a Air China, Lufthansa e British Airways.

Companhias têm recorde de passageiros em fevereiro

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26 março 2010

Uma embarcação norueguesa e outra americana deixam o Porto do Recife no próximo domingo para iniciar a 3ª fase de busca aos equipamentos na região onde o Airbus da Air France matando 228 pessoas

Wagner Sarmento - Jornal do Commércio

O Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA) anunciou ontem, em entrevista coletiva no Porto do Recife, que iniciará na próxima semana a terceira fase de buscas pelas caixas-pretas do Airbus A330 da Air France que fazia o voo 447 quando caiu no Oceano Atlântico, em 31 de maio do ano passado, matando as 228 pessoas a bordo. O navio norueguês SeaBed Worker e a embarcação americana Anne Candies, que estão atracados na capital pernambucana, partirão neste domingo e chegarão na terça-feira à região onde devem estar os destroços. O diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, disse que estudos feitos com a ajuda de cinco institutos oceanográficos permitiram reduzir em dez vezes a área de buscas. Segundo ele, sem as caixas-pretas será impossível definir as causas do maior acidente aéreo da história do Brasil.

A nova etapa terá 32 dias de duração e abrangerá área de dois mil quilômetros quadrados e cerca de quatro mil metros de profundidade. O centro da região a ser vasculhada fica a quase 1.500 quilômetros do Recife. O BEA aposta numa superequipe de cem pessoas – que conta até com geólogos que conhecem o acidentado relevo submarino da região – e nos mais modernos equipamentos para obter êxito. A procura das caixas-pretas será executada por sonares e por três robôs teleguiados. A operação do BEA, bancada pela Air France e pela Airbus, está orçada em 10 milhões. As duas primeiras fases, juntas, custaram 9 milhões, quantia paga pelo governo francês.

"Estamos desde 1930 explorando o mundo oceânico. Estamos familiarizados com o tipo de terreno submarino que iremos encontrar. Não tem nada certo, será preciso trabalhar. Mas acredito que, com o time que montamos, alcançaremos o sucesso esperado", pontuou Dave Gallo, diretor de projetos especiais do Instituto Oceanográfico Woods Hole (Whoi), dos EUA.
 
Jean-Paul Troadec explicou que o mais importante era diminuir a área de buscas. "Por isso, contratamos um grupo internacional só para fazer esse trabalho. Agora, com um campo de procura dez vezes menor que o inicial, temos grandes chances", assegurou. O diretor do BEA destacou que encontrar as caixas-pretas é a "chave" para definir o que provocou a queda do avião. "Caso a gente não encontre os gravadores, a investigação continuará e será concluída, mas não haverá possibilidade de determinar as causas do acidente", frisou.

O chefe de investigação do BEA, Alain Bouillard, salienta que, mesmo se as caixas-pretas forem localizadas, não há uma garantia de que a queda da aeronave será esclarecida, uma vez que o desastre aéreo ocorreu há 299 dias. "Nossa experiência mostra que, mesmo com os gravadores, não é certo chegar a um resultado. As caixas-pretas resistem a uma profundidade de até seis mil metros, mas não temos outro caso de recuperá-las tanto tempo depois. Mesmo assim, temos esperança de encontrar os objetos e ler e interpretar as informações captadas. Hoje, não somos capazes de dizer o que aconteceu", observou. Bouillard explicou que os sonares tentam detectar ecos no fundo do mar e os robôs, equipados com câmeras, mergulham nas zonas apontadas para fazer a verificação. "Se não encontrarmos os gravadores, mas acharmos a carcaça do avião, poderemos avançar um pouco mais", disse.

A primeira fase de buscas pelas caixas-pretas foi iniciada logo depois do acidente e durou 30 dias, tempo de emissão dos sinais acústicos pelos equipamentos. A segunda etapa, empreendida entre 14 de julho e 20 de agosto, consistiu no rastreamento de uma área com 75 quilômetros de raio por equipamentos submarinos.

O tenente-coronel aviador Luís Lupoli, representante do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão brasileiro equivalente ao BEA, declarou que o Brasil tem ofertado todo o apoio à França. "Reconhecemos o esforço do governo francês em esclarecer o acidente", disse.

Parentes torcem por investigação

O diretor-executivo da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Maarten van Sluys, que veio de Minas Gerais para acompanhar o anúncio do reinício das buscas pelas caixaspretas, declarou que a localização dos gravadores é fundamental, pois ajudará os parentes a conseguir indenizações. "Isso facilitaria muito para a gente, pois se as causas do acidente forem desvendadas os níveis de responsabilidade serão mais detalhados. Saberemos que partes serão processadas e o que cabe a cada uma", afirmou ele, que perdeu a irmã Adriana Francisca van Sluys, jornalista de 40 anos, no desastre. A AFVV447 representa 48 famílias, sendo 38 brasileiras.

Maarten, no entanto, ressaltou que um novo fracasso na procura pelas caixas-pretas não afetará a luta dos parentes por justiça. "Isso não quer dizer que, se não acharem os gravadores, não vai haver indenizações. Esse acidente teve 228 vítimas. Logo, teve culpados", enfatizou. "Mas, dependendo do resultado das investigações, pode haver mais ações indenizatórias, sobretudo nos Estados Unidos, onde está a maioria das empresas fornecedoras de peças e equipamentos que podem ter falhado", disse. Ele contou que algumas indenizações a membros da AFVV447 já foram pagas, mas não precisou quantas.

O representante da associação afirmou que os parentes não terão paz enquanto a investigação do Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA) não for encerrada.

"Cada nova etapa é uma esperança. Existe uma grande ansiedade. É uma emoção muito grande", falou. "A pergunta que não quer calar é o que aconteceu naquela noite. Só as sondas pitot não derrubariam. Só as turbulências não derrubariam. Precisamos saber se nossos entes queridos sofreram", completou, emocionado. Durante a coletiva de imprensa, Maarten elogiou o trabalho do BEA.

CORPOS

O chefe de investigação do BEA, Alain Bouillard, informou que, embora a prioridade seja encontrar as caixas-pretas, "nada impede" que os dois navios mobilizados recolham corpos, caso os encontre. Bouillard, porém, classificou como improvável. Apenas 50 corpos de vítimas foram localizados e identificados no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife – 20 brasileiros e 30 estrangeiros. Entre as 228 pessoas a bordo, havia 72 franceses e 58 brasileiros.

Navios partem do Recife para buscar caixas-pretas

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Infraero contraria a Anac e não vai permitir operações de aeronaves com mais de 50 passageiros no terminal urbano de BH. Convênio garante obra de ampliação em Confins

Ernesto Braga - Estado de Minas

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) garante que, em respeito ao acordo firmado com o governo de Minas e à Portaria 993/07, o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, o aeroporto da Pampulha, inaugurado em 1933, continuará operando apenas com aviões com capacidade para até 50 passageiros. A decisão contraria a Agência Nacional de aviação Civil (Anac), que revogou a resolução reabrindo o terminal para grandes aeronaves. A informação é do presidente da Infraero, Murilo Marques Barboza, depois de reunião ontem com o govenador Aécio Neves (PSDB), na Cidade Administrativa. Eles assinaram convênio para obras no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana, que, até 2014, terá a capacidade quase triplicada.

Ao derrubar a Portaria 993, que proibia voos comerciais com mais de 50 assentos na Pampulha, a Anac feriu um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado em 16 de outubro de 2009, entre a Infraero e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Há um termo de compromisso assinado e a Infraero tem a obrigação de honrá-lo, disse Murilo Barboza.

As palavras do presidente da empresa federal tranquilizaram o governador, que investe na aviação regional, com reformas de aeroportos em todo o estado. O objetivo é criar linhas áreas de várias partes de Minas diretas para a Pampulha. Tanto que foi enviado à Assembleia um projeto de lei que cria a Subsecretaria de Assuntos Aeroportuários do Estado de Minas Gerais. Ela terá a responsabilidade de gerenciar e buscar otimização econômica de 66 terminais. Não obstante à portaria da Anac, há um TAC em vigor com a Infraero, com a área ambiental, que será respeitado. Isso significa que não se pode avançar ou alterar as limitações do aeroporto (da Pampulha) sem que o termo seja implementado. Fico mais tranquilo, pois, na prática, nada vai mudar, disse Aécio Neves.

OBRAS

Por meio do convênio firmado ontem, a Infraero vai investir na ampliação do terminal 1 do aeroporto de Confins. O projeto prevê abertura de mais 600 metros de pista, novas esteiras de bagagem, sistema de ar-condicionado e lojas, ampliação da área de desembarque e conclusão do estacionamento, que também está sendo ampliado. A parceria vai permitir ainda a construção do terminal 2. O estado ficará responsável pelo projeto executivo, que, segundo o secretário de Assuntos Internacionais, Luiz Antônio Athayde, custará cerca de US$ 10 milhões (R$ 18,1 milhões). Se a Infraero nos passar esse recurso em 30 dias, em 12 meses, no máximo, entregamos o projeto executivo, afirmou. O projeto é que vai apontar o montante a ser investido.

Com as obras, a capacidade do aeroporto de Confins subirá de 5,5 milhões de passageiros por ano para 12 milhões. Queremos fazer adaptações no terminal 1, ampliá-lo e conectá-lo corretamente ao terminal 2. O objetivo é aumentar a capacidade do Aeroporto Internacional Tancredo Neves até a Copa de 2014 e proporcionar mais conforto, segurança e tranquilidade às pessoas, disse o governador. O presidente da Infraero informou que em no máximo 60 dias sairão os primeiros blocos de licitação para a construção do Aeroporto Indústria, em área de 46 mil metros quadrados anexa ao terminal de Confins.

Serão obras de urbanização, construção de entreposto aduaneiro e relocação da cabine de medição elétrica.

Quanto ao aeroporto da Pampulha, que desde 2003 espera verba de R$ 140 milhões prometida pela Infraero, Murilo Barboza disse que não há previsão para que seja ampliado. Temos investimentos para a Pampulha, mas a prioridade é Confins. Os últimos recursos aplicados no terminal urbano de BH foram R$ 200 mil na reforma da sala de tráfego aéreo, ampliação da guarita do posto 6, melhorias nos banheiros da área de embarque e recuperação de uma das vias do pátio de aeronaves.

Sinal vermelho para grandes aviões

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Angela Lacerda / RECIFE - O Estadão de S.Paulo

Na noite deste domingo, dois navios, o norueguês Seabed Worker e o americano Anne Candies, equipados com sofisticados sonares e robôs e tendo a bordo técnicos e cientistas altamente especializados de várias partes do mundo, partem do Porto do Recife para dar início à terceira fase de buscas pelas caixas-pretas do voo 447 da Air France.

O Airbus A330 desapareceu no Oceano Atlântico depois de decolar do Rio, com destino a Paris, no dia 31 de maio do ano passado - 228 pessoas de 32 nacionalidades morreram.

O anúncio da retomada das buscas - suspensas em agosto - foi feito na tarde de ontem por Jean-Paul Troadec, diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA, sigla em francês). Cem pessoas vão fazer parte da expedição que vai concentrar as buscas em uma área de 2 mil km² - dez vezes menor que a inicialmente coberta - a 1,5 mil quilômetros da costa.

Os navios devem chegar ao local dos trabalhos na terça-feira, quando toda a atenção se voltará para a recepção de emissões e ecos do fundo do mar. Os desafios e dificuldades são muitos: as caixaspretas devem estar a 4 mil metros de profundidade, em uma área de solo acidentado.

Eventuais ecos de caixa-preta serão investigados pelos robôs, equipados com câmeras. O tempo máximo da expedição é de 32 dias, mas há possibilidade de cobertura da área em 15 dias.
 
O grande objetivo é encontrar as caixas-pretas, cujas gravações poderão elucidar as causas do acidente e ajudar na segurança do transporte aéreo. Se forem encontradas e com material preservado, será um fato inédito, pois nunca caixas-pretas foram localizadas depois de meses. Elas emitem sons durante 30 dias depois de um acidente.

Embora esta não seja a prioridade da operação, caso sejam achados destroços do avião ou corpos, há condição de resgate.

Nesta terceira etapa de buscas, foram investidos 10 milhões, bancados pela Airbus e Air France.

As duas primeiras etapas - no valor de 9 milhões - foram patrocinadas pelo governo francês. Troadec observou que esses custos não envolvem os gastos das Marinhas.

Familiares

. O diretor da Associação dos Familiares das Vítimas do AF 447, Maarten Van Sluys, que representa 48 das 228 famílias, destacou que um eventual sucesso da nova busca, além de por fim à angústia dos familiares, vai facilitar os processos judiciais visando a indenizações.

"Se achadas as caixas-pretas, se poderá saber quem foram os responsáveis pela tragédia e as ações poderão ser direcionadas para os culpados", afirmou. Sluys concorda com o BEA em relação à manutenção do desconhecimento da causa do acidente sem as caixas-pretas.

"Somente turbulência ou apenas eventuais problemas nos sensores pitot AA que equipavam o Airbus A330 não são suficientes para provocar a queda."

Segundo Sluys, os familiares continuam se reunindo e, independente do resultado desta nova tentativa, os processos judiciais continuarão sendo movidos. "Os passageiros foram vítimas." Das 48 famílias, 38 são brasileiras e dez de outras nacionalidades. Ele disse não nutrir ilusão quanto à localização de corpos "298 dias depois do acidente". Sluys perdeu a irmã Adriana.

PASSO A PASSO

1. Como foi a primeira etapa de buscas?

Iniciada logo após a tragédia, pela parte brasileira se concentrou na procura dos corpos das vítimas. Coube à França buscar, sem sucesso, as caixas-pretas de forma mais específica. No total, dez aviões, dois helicópteros e quatro navios participaram da busca inicial, na tentativa de cobrir uma distância estimada em 1.230 km de Oceano Atlântico, entre Natal (RN) e o início do espaço aéreo de Dacar, no Senegal

2. E a segunda fase?

De 16 de julho a 21 de agosto, foi realizada pelo navio "Pourquoi pas ?", com sonares e robô submarino com capacidade de mergulho em altas profundidades. Não obteve pistas das caixas

3. Como será agora?

Dois navios, o norueguês Seabed Worker e o norte-americano Anne Candies, equipados com sofisticados sonares e robôs e tendo a bordo técnicos e cientistas de várias partes do mundo, vão varrer 2 mil km² - área 10 vezes menor que a inicialmente coberta - a 1,5 mil km da costa pernambucana.

Busca por caixas-pretas do AF 447 é retomada

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25 março 2010

Para agência, Brasília, Viracopos (SP), Cuiabá, Confins (MG), Fortaleza e Salvador têm estrutura saturada

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO E MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de SP

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) prepara novo pacote de restrições que vai congelar ou reduzir o movimento em seis dos principais aeroportos do país -Brasília, Confins (MG), Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Viracopos (SP).

A medida implica manter ou cortar o número de voos e já foi aplicada em Congonhas e Cumbica, na Grande SP. Segundo a Folha apurou, deve ser estendida a outros aeroportos, como os de Santos Dumont (Rio), Curitiba e Porto Alegre.

Todos os aeroportos da lista têm ou terão a capacidade esgotada -tanto na pista e no pátio de aviões quanto no terminal de passageiros - até o final do ano caso se confirmem as projeções de fluxo de passageiros.

Em janeiro deste ano, passaram pelos aeroportos da Infraero 13,2 milhões de passageiros - no mesmo período de 2009, foram 10,7 milhões.

Para a agência, o fluxo pode subir 17% até o final do ano.

A causa do problema é o descompasso entre a demanda e a falta de investimentos. Houve atraso nas obras da Infraero, que em 2009 gastou 43% de seu plano de investimentos.

Passagem mais cara

A contenção de voos vai causar desequilíbrio entre oferta reduzida e demanda crescente e deve haver pressão sobre os preços das passagens, diz Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional de Empresas Aéreas. "Essa política de cerceamento da oferta vai aumentar o custo para as empresas."

A presidente da Anac, Solange Vieira, confirma que a saturação da infraestrutura deve provocar alta nas passagens, mas apenas a longo prazo, a partir do final de 2011.

Segundo a Anac, o pior caso é o do aeroporto de Brasília.

Já o caso de Viracopos é emblemático -passou de 48.195 passageiros em janeiro de 2005 para 441.730, no mesmo mês deste ano. O aeroporto sofre com o estrangulamento de Congonhas, que desde julho de 2007 ficou restrito a 34 pousos e decolagens por hora, e Cumbica, com limite de 45 operações desde o final de 2009.

As empresas passaram a operar em Viracopos.

Aécio

O governador de MG, Aécio Neves (PSDB), criticou ontem a decisão da Anac de liberar o aeroporto da Pampulha para qualquer tipo de voo. Desde 2007, ele era restrito a voos regionais.

Segundo a Anac, o tráfego não será alterado antes de estudos de capacidade operacional.

Colaborou a Sucursal do Rio

Anac prepara restrição ao tráfego em 6 aeroportos

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GUSTAVO NICOLETTA E CLARISSA MANGUEIRA
Agencia Estado - SANTIAGO

As vendas da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o setor de defesa atingiram US$ 500 milhões em 2008-2009, um nível recorde para a companhia, afirmaram dois executivos da empresa ligados a este setor durante a Feira Aeroespacial Internacional (Fidae), no Chile. Segundo Orlando Ferreira Neto e Fernando Ikedo, respectivamente o vice-presidente do segmento de Defesa e o vice-presidente de Inteligência de Mercado de Defesa da Embraer, a unidade de sistemas de defesa da companhia atualmente detém uma parcela de 9% das encomendas totais, embora originalmente a empresa tivesse como objetivo fornecer equipamentos de defesa para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Mesmo assim, nos dias de hoje, a Embraer "é maior no segmento de defesa em termos absolutos de receita", afirmou Neto. Segundo ele, o crescimento da companhia no segmento de aviação comercial foi decorrente de cortes no orçamento militar de países da América Latina entre as décadas de 1980 e 1990 e também devido à redução na regulação comercial nos EUA desde 1978, que fomentou a criação das companhias aéreas com operações regionais.

De acordo com Neto, "o setor de defesa agora mostra um cenário sustentável e favorável". Ele acrescentou que isso permitirá à divisão de defesa da Embraer aumentar sua participação nas vendas de uma taxa média de 3% para uma taxa média de 15% no longo prazo. "A Embraer está entre as 100 maiores empresas de defesa do mundo e certamente é a maior da América Latina", disse Ikedo.
 
O principal produto da Embraer no setor de defesa é o Super Tucano, um avião com turboélice utilizado em treinamentos avançados e em combates. A aeronave é responsável por 40% da receita da companhia com o segmento de defesa. As primeiras vendas do modelo foram feitas para a FAB, mas a partir deste ano cerca de 45% das vendas serão destinadas à exportação. O Super Tucano já foi exportado para Colômbia, Equador, Chile e República Dominicana, além de dois outros clientes que não foram revelados.

Ranking mundial

A Embraer, quarta maior fabricante de jatos do mundo, espera se tornar um dos maiores fabricantes do mercado mundial de jatos executivos até 2015, disse Breno Corrêa, vice-presidente de marketing e vendas de jatos executivos da empresa para a América Latina. A Embraer entrou nesse mercado em 2002, transformando jatos comerciais regionais em jatos executivos, e, em 2005, a companhia decidiu se tornar um grande player global na área, afirmou o executivo.

Durante os anos de 2008 e 2009, "nós vimos um importante crescimento na participação do mercado e nas vendas de unidades", destacou Corrêa. Ao longo de 2008, a Embraer conquistou 4,1% de participação no mercado mundial de jatos executivos e, em 2009, esse número cresceu para 6,4%. A companhia vendeu 3,3% das unidades do mercado em 2008 e 14% em 2009. O executivo atribuiu o crescimento acentuado das vendas da empresa ao novo modelo Phenom 100. As informações são da Dow Jones.

Vendas da Embraer para setor de defesa foram recorde

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Infraero quer Aeroporto Tom Jobim com 20 milhões de passageiros/ano

Flávio Dilascio - Jornal do Brasil

Rio- Cidade-sede da final da Copa do Mundo de 2014 e da disputa dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio montou um planejamento ambicioso num dos quesitos mais deficientes na avaliação dos observadores internacionais: a estrutura aeroportuária. Principal porta de entrada da cidade, o aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão) passará por reformas nos próximos dois anos para permitir a circulação anual de 20 milhões de passageiros até o fim de 2012. No ano passado, o aeroporto internacional do Rio recebeu cerca de 11 milhões de usuários, um pouco mais da metade do previsto no plano de expansão, que irá aumentar a sua área construída em cerca de 63 mil metros quadrados.

Atualmente, o terminal que recebe mais pessoas no país é o de Guarulhos, na Grande São Paulo, que, em 2009, foi via de passagem para 22 milhões de pessoas. O Tom Jobim é apenas o quarto da lista.

Estamos trabalhando, não só para esses dois eventos (Copa e Olimpíada), como para a demanda da sociedade. O Galeão é um aeroporto privilegiado, com uma planta capaz de receber até 50 milhões de passageiros por ano, se fosse usado plenamente, o que no momento não é possível afirmou o superintendente regional da Infraero no Rio, Willer Furtado, que apresentou dossiê sobre a administração dos aeroportos do estado quarta-feira, na Associação Comercial do Rio de Janeiro).
 
O Brasil não está cabendo mais dentro do próprio Brasil e isso tem demandado demais dos aeroportos reforçou o 2º vice-presidente da Associação Comercial do Rio, Joaquim Falcão.

Hotel no Tom Jobim

As melhorias não devem parar no crescimento do campo de aviação. Segundo Willer, a Infraero também dará início a um processo de licitatório para a construção de um novo hotel no Tom Jobim, que hoje conta apenas comum um pequeno estabelecimento de 62 cômodos. A previsão é de que fique pronto até a Copa de 2014.

Vamos acelerar o processo para que as obras comecem em até seis meses. O hotel seria na entrada do aeroporto, mas ainda não posso determinar o tamanho e o número de quartos disse o superintendente.

Sobre os recorrentes problemas operacionais, Willer garantiu que a Infraero vem fazendo de tudo para melhorar as coisas no Tom Jobim. E frisou que isso também depende de outras entidades e governos.

Garagem subterrânea

Segundo maior terminal do Rio, o Santos Dumont também ganhará melhorias. Segundo Willer Furtado, está em estudo a ideia de construir uma garagem subterrânea no local, que opera a ponte aérea Rio-São Paulo. O projeto está em fase de estudos de impacto ambiental.

Promessa para o Rio decolar

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Proposta de retirar do traçado estação no aeroporto é alvo de críticas. Deputado pede esclarecimento à ANTT

Cássia Almeida, Fabiana Ribeiro e Geralda Doca - O Globo

RIO e BRASÍLIA. O pleito de investidores interessados no projeto de trem-bala entre Rio e São Paulo, de retirar do projeto a estação do aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), fará o terminal e a região em seu entorno perderem valor e demanda de passageiros, segundo Paulo Resende, doutor em planejamento de transporte da Fundação Dom Cabral.

A questão ainda está em análise na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), mas, se a proposta for aceita, será mais um fator de esvaziamento do aeroporto, que já perdeu para o Santos Dumont os voos domésticos de outros estados. Antes, no Santos Dumont só havia a ponte aérea para São Paulo.

Num primeiro momento, haverá uma queda de demanda importante no Galeão. A longo prazo, esse investimento é recuperado. Se não fizer agora, a chance de a estação ser construída mais tarde é muito pequena.

O entorno do aeroporto também perderia valor, lembra o especialista: O Rio perde muito, principalmente no turismo. Há pacotes vendidos no mundo inteiro.

E a ligação direta por trem-bala ao centro da cidade é mais um atrativo.

O aeroporto hoje opera abaixo de sua capacidade

A retirada da estação Galeão do traçado do trem-bala baratearia o projeto, e esse seria o argumento dos investidores para pedir a mudança. O governo do estado evitou comentar esse pedido, expresso na consulta pública aberta pela ANTT sobre o trem-bala. Disse apenas que a solução é técnica e não política. Já o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) avisou que enviará requerimento à ANTT solicitando informações sobre esse pedido, com cópia para o governo do estado.

O aeroporto de Guarulhos está operando acima da capacidade.

O do Galeão, abaixo. É evidente que é preciso uma estação do trem-bala no Galeão.

A ANTT garantiu, porém, que, se houver alguma mudança no projeto, o aeroporto será contemplado com uma ligação ao trem-bala, mesmo que seja via um meio alternativo, como um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), por exemplo.

Fontes do governo avaliam que a retirada da estação trará grandes prejuízos para o aeroporto, diante das dificuldades de acesso ao terminal.

Politicamente, também seria ruim que só aeroportos paulistas sejam integrados.

Segundo a ANTT, o relatório das 418 sugestões da consulta pública está sendo concluído. A intenção é lançar o edital até o início de abril. A única sugestão aceita até agora foi adaptar as condições do financiamento à demanda pelo transporte.

Willer Furtado, superintendente regional da Infraero no Rio, defende a construção da estação no Galeão.

O aeroporto tem de estar interligado a trem ou metrô. O aeroporto é hoje um transporte de massa. Sou a favor disse Furtado, durante reunião na Associação Comercial do Rio.

Até 2012, serão investidos R$ 667 milhões no Galeão. Desse total, cerca de R$ 40 milhões já foram aplicados. Hoje, de acordo com Furtado, o Galeão opera com ociosidade. Foram 12 milhões de passageiros em 2009, para uma capacidade 15 milhões. Com a conclusão das obras, o terminal estaria apto a receber 20 milhões de passageiros por ano.

Para analista, Galeão perde valor sem trem-bala

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Voo para Miami tem atraso de 48 horas; Reginaldo Faria passa mal esperando decolagem para Porto Alegre

Cláudio Motta - O Globo

Cancelamento de reunião de negócios, atraso na viagem de lua de mel, perda de diárias pagas em hotéis e locadoras de automóveis, calor e falta de informações foram as principais reclamações de passageiros que tiveram o voo ( 904 da American Airlines, do Rio para Miami) cancelado por dois dias consecutivos, segundafeira e anteontem, por problemas técnicos. O avião finalmente seguiu para Miami ontem à noite.

Anteontem, outra aeronave também apresentou defeito no Aeroporto Internacional Tom Jobim: um vôo da Gol com destino a Porto Alegre. Os passageiros tiveram que esperar embarcados, com as portas fechadas e sem ar-condicionado, como noticiou ontem a coluna Gente Boa. Alguns chegaram a passar mal, como o ator Reginaldo Faria.

O voo para Miami chegou a decolar na segunda-feira mas, cerca de meia hora depois, foi detectado um problema hidráulico. O piloto, por medida de segurança, retornou ao Tom Jobim. Segundo a Anac, a aeronave foi inspecionada e decidiu-se pelo cancelamento da viagem. Os passageiros tiveram que esperar cerca de duas horas até serem comunicados do adiamento. Além do atraso, quem precisou ficar em hotéis teve que ir até Teresópolis, já que a companhia alegara não haver disponibilidade de quartos no Rio.

Anteontem, depois de atrasos sucessivos na hora do embarque, os passageiros finalmente entraram no avião, que chegou a se movimentar para decolar, mas o voo foi novamente abortado por problemas técnicos. Dois cancelamentos consecutivos não estavam nos planos do advogado Tiago Azevedo, em lua de mel:

— O avião estava veloz quando freou. Mais uma vez o voo foi adiado. Perdi duas diárias: de hotel e de carro. Tenho cruzeiro marcado para o meio-dia de amanhã (hoje). É muita frustração, decepção e cansaço.

Com o atraso do voo, o veterinário Luiz Carlos da Silva Pereira perdeu oportunidades de negócios, já que ele viaja para participar de uma feira de produtos para animais:

— As pessoas estão perdendo compromissos. Uma criança que vai para Disney ficou chorando. Ver o sofrimento das pessoas é revoltante. Cada um tem uma história: susto, desgaste, prejuízo financeiro e emocional — reclamou.

Ator é atendido em ambulatório no Galeão

No voo para Porto Alegre, o ator Reginaldo Faria reclamou da forma como a Gol conduziu o problema, dizendo que os passageiros foram tratados como animais:

— Os passageiros ficaram trancados, revoltados, sem arcondicionado, no maior calor. Comecei a passar mal. Várias pessoas também, inclusive uma cadeirante. Queríamos oxigênio. Foi um tremendo descaso da empresa, desconsideração muito grande, como se fôssemos gado, cachorro, porco.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse estar acompanhando o caso. As empresas poderão ser autuadas e até multadas. Reclamações podem ser feitas nos principais aeroportos, pelo telefone. Já a Infraero informou que a responsabilidade pelos horários de embarque e desembarque são das companhias.

Para o subsecretário do Procon do Rio, José Fernandes, os passageiros têm que reclamar formalmente na Anac, procurar o órgão de defesa do consumidor e ainda ir à Justiça. Para isso, é importante guardar todos os documentos que comprovem as perdas:

— Está virando rotina. É um deboche das companhias aéreas. Não podemos aceitar mais isso — disse.

A American Airlines informou que ainda está apurando o que aconteceu para dar uma informação correta. Já a Gol explicou que a aeronave que faria o voo 1954 anteontem precisou passar por uma manutenção não programada. A companhia trocou o avião e os passageiros, que aguardaram no salão, foram direcionados para novo embarque. A Gol disse lamentar o desconforto provocado aos passageiros.

Defeito em dois aviões irrita passageiros

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24 março 2010

Agência Câmara
 
A Câmara analisa o Projeto de Lei 6961/10, do Executivo, que permite a exploração de serviços aéreos por meio de autorização. Atualmente, o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86) exige o regime de concessão. De acordo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a mudança é necessária porque a modalidade de autorização diminui as barreiras de entrada no setor e cria maior competitividade. "Assim, aumentam a eficiência, a oferta e a qualidade dos serviços e diminuem os custos regulatórios", sustenta.

Jobim argumenta que o modelo atual não atende à demanda crescente por transporte aéreo no Brasil. Segundo ele, em 2008 foram transportados 63 milhões de passageiros, e para os próximos anos espera-se um crescimento de 6,8% na procura.

Capital estrangeiro

A proposta aumenta o limite do capital estrangeiro votante nas empresas que operam no País. Pela proposta, poderá receber autorização empresa que possua, no mínimo, 51% de capital social votante em poder de brasileiros. Pela lei atual, são exigidos 4/5 (80%) em poder de nacionais. O texto permite também que acordos celebrados pelo Brasil prevejam limites inferiores de capital votante em poder de brasileiros, se houver reciprocidade.

De acordo com Jobim, essa mudança tem a finalidade de atrair investimentos. "Haverá, em curto prazo, aumento da competição e da qualidade", afirma.

Classificação

O projeto não prevê um término para a autorização de serviço aéreo, mas ela poderá ser extinta por meio de cassação, caducidade, decaimento, renúncia ou anulação. E as prestadoras não terão direito adquirido à permanência das condições vigentes no momento da autorização ou do início da atividade.

O texto faz mudanças na classificação e na organização dos serviços aéreos. Por exemplo, o táxi aéreo fica enquadrado entre os serviços privados, mas essa atividade, ao contrário daquelas realizadas sem remuneração em benefício próprio, dependerá de aprovação da autoridade competente.

Tramitação

A proposta, que tem regime de prioridadeDispensa das exigências regimentais para que determinada proposição seja incluída na Ordem do Dia da sessão seguinte, logo após as que tramitam em regime de urgência , será analisada em caráter conclusivoRito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário.

nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Viação e Transportes; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Projeto facilita a exploração de serviços aéreos

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Geórgea Choucair - Estado de Minas

O aeroporto da Pampulha é cobiçado pelas companhias aéreas com rotas interestaduais regulares, que manifestam interesse em operar no terminal, mas querem saber como será feita a distribuição dos voos. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) reitera que, para suportar aeronaves com mais de 50 assentos, vai ser preciso investimento pesado na infraestrutura. "O espaço de estacionamento de aeronaves, check-in, embarque e desembarque de passageiros é muito pequeno na Pampulha", afirma Ronaldo Jenkins, diretor-técnico do Snea.

A novata Azul comemorou a decisão da Anac de ampliar a capacidade da Pampulha, mas faz ressalvas em relação à seleção dos voos. "É uma tragédia ter aeroportos como o de Santos Dumont (RJ), Congonhas (SP) e Pampulha fechados por razões políticas. Mas é preciso que sejam abertos com reais condições de competição. Não queremos que ocorra com a Pampulha o mesmo que foi registrado em Congonhas, onde 80% dos novos voos foram oferecidos às companhias que já estavam lá", diz Gianfranco Beting, diretor de marketing da Azul. A companhia, que tem quatro voos diários de Confins para Viracopos (Campinas) tem planos ambiciosos de crescimento em Minas.

A Gol informou que já foi notificada pela Anac da revogação da portaria que limitava a capacidade das aeronaves no terminal e que tem interesse em operar voos na Pampulha, mas vai aguardar as instruções dos órgãos regulatórios antes de entrar com pedidos de rotas.
 
No início deste ano, o Snea fez um levantamento dos principais problemas de 16 aeroportos das 12 cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014. O aeroporto da Pampulha não foi incluído na pesquisa. Segundo o sindicato, o terminal não conta com todas as exigências das normas internacionais da aviação para operar por instrumentos (sistema que permite aos pilotos pousar orientados por aparelhos e não só por visualização).

O aeroporto da Pampulha está voltado basicamente para voos regionais. Grande parte deles está a cargo das companhias Trip e Air Minas. "Temos mais indefinições do que definições. Ainda não sabemos os reflexos das medidas, pois não foram fixadas as regras de distribuição de voos", diz Evaristo Mascarenhas de Paula, diretor de marketing da Trip. O presidente da Air Minas, Urabatan Helou, é a favor de preservar o aeroporto da Pampulha para companhias regionais. "As dimensões do terminal são pequenas. A entrada de mais companhias aéreas traria desconforto para os passageiros", diz.

Companhias aéreas aguardam definição

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Especialistas e passageiros são unânimes em apontar precariedade da estrutura para suportar aumento na demanda de passageiros, como prevê agência reguladora

Daniel Antunes e Ernesto Braga - Estado de Minas

Para que o aeroporto da Pampulha opere com maior número de voos e aeronaves com capacidade para transportar mais de 50 pessoas, como prevê a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a estrutura do terminal terá que sofrer profundas mudanças. Especialistas apontam a necessidade de intervenções que garantam mais segurança a tripulantes, passageiros e moradores da região, enquanto usuários se queixam da precariedade dos banheiros, ineficiência do sistema de arcondicionado na acanhada sala de embarque e falta de esteira rolante para bagagens. Quando chove forte, os alagamentos no hall de entrada são comuns. O impacto no trânsito é outro problema que demandará correções: vagas de estacionamento precisarão ser criadas, assim como soluções viárias para evitar retenções em pontos como encontro das avenidas Antônio Carlos e Pedro I, entre a Lagoa da Pampulha e a cabeceira da pista.

Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o aeroporto da Pampulha tem capacidade para receber 1,5 milhão de passageiros por ano, o equivalente a 125 mil por mês. Em fevereiro, passaram pelo terminal 102.334 pessoas, em 9.437 aeronaves, média de 58 voos por dia, de segunda a sexta-feira. Para o especialista em segurança de voo Carlos Conrado Pinto Coelho, a atual estrutura não é adequada para pousos e decolagens de aviões maiores. Ele ressalta que faltam equipamentos de segurança, como o moderno ILS, instrumento que permite aos pilotos verificar a direção da pista e o ângulo de descida. "Esse aparelho é instalado nas cabeceiras das pistas e, no caso da Pampulha, a barragem impossibilita seu uso", observa.

O especialista afirma que o aparelho de aproximação por instrumento usado no aeroporto, chamado VOR, é insuficiente para garantir segurança. "Não bastasse a falta do instrumento, a pista para taxiamento das aeronaves é limitada. Outro problema é o local para estacionamento de aviões, que não comportaria, por exemplo, mais de seis aeronaves maiores", alerta.

A professora Edna Helenice Almeida, de 43 anos, destaca que a segurança deve ser prioridade. "Chegar à capital pela Pampulha é muito mais cômodo. Porém, o aeroporto é cercado de áreas residenciais. Se for para colocar a vida das pessoas em risco, é melhor manter como está", disse, enquanto aguardava para embarcar para Montes Claros, no Norte de Minas.

Outro problema apontado por Carlos Conrado diz respeito à falta de conforto dos passageiros. As salas de embarque e desembarque, ressalta, não comportariam um volume maior de pessoas. "Desde que foram transferidos voos para o aeroporto de Confins, há mais de quatro anos, o terminal da Pampulha não recebeu nenhuma obra de ampliação por parte da Infraero." A mesma reclamação foi feita pelo gerente comercial Waldemar Sattin, de 56, que desembarca na Pampulha quando vem à capital.

"Se querem aumentar o número de voos e colocar aviões maiores, é preciso melhorar as dependências do aeroporto. Os banheiros são ruins e o ar-condicionado da sala de embarque não funciona", critica.

TRÂNSITO

Em nota, a BHTrans informou que está preparada para promover as adequações para melhor atender as necessidades de deslocamento até o aeroporto da Pampulha. "Contudo, é necessário saber qual será o percentual de usuários a mais que o terminal vai receber para elaboração de um estudo de impacto na Avenida Antônio Carlos e nas vias que dão acesso ao aeroporto", diz o texto. Ainda segundo a empresa municipal, com o aumento da demanda será necessário reestudar a área disponível no terminal para os táxis.

A Infraero informou que só vai se pronunciar sobre as intervenções necessárias após analisar o impacto gerado pela portaria da Anac. Em setembro, o Estado de Minas mostrou que o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), que funciona num terreno de 258 mil metros quadrados, anexo ao aeroporto, será transferido, em meados de 2011, para Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte.

De acordo com o Ciaar, o espaço será incorporado pela Infraero, que vai aumentar a pista de taxiamento aéreo e o espaço para aeronaves.

Terminal exige investimentos

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Decisão da Anac de revogar portaria que proibia pousos e decolagens de aviões com capacidade acima de 50 passageiros reabre velhas feridas do terminal

Daniel Antunes, Ernesto Braga e Luciane Evans - Estado de Minas

A decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de ampliar a oferta de voos no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, ou aeroporto da Pampulha, causou turbulência em Belo Horizonte.

Especialistas afirmam que, para a retomada de viagens comerciais com aeronaves de médio e grande portes, todo o complexo do terminal precisa ser reestruturado para absorver a maior demanda de passageiros. Serão necessários investimentos em equipamentos de segurança para pousos e decolagens, melhorias em toda a estrutura aeroportuária e intervenções viárias para evitar problemas no trânsito do entorno. Mas, enquanto essas mudanças não decolam, a Anac, cuja decisão causou mal-estar no governo de Minas, ainda não sinalizou os investimentos necessários para que a medida se torne viável.

A turbulência chegou à capital segunda-feira, quando a agência derrubou a Portaria 993, de 2007, que proibia voos comerciais com aeronaves acima de 50 assentos no aeroporto da Pampulha, por considerá-la inválida. O argumento é de que a determinação contrariava a lei de criação da Anac (11.182), de 2005, que assegura o direito de uso da infraestrutura de operação de voos de acordo com a sua realidade. Por enquanto, a agência garante que o movimento na Pampulha não sofrerá alteração até que sejam feitos estudos sobre a capacidade operacional do terminal, considerando pista, pátio e questões de segurança. "Não há prazo definido para que o estudo seja concluído e não há nenhum novo pedido de voo para aquele aeroporto", informa o órgão regulador.

Indignado com a decisão, o governador Aécio Neves afirmou ontem que a portaria derrubada pela Anac limitava os voos em razão de questões de operacionalidade técnica das pistas, questões ambientais, de segurança e da própria incapacidade do terminal de receber um número maior de passageiros. Segundo ele, por esses motivos a decisão da agência não será acatada em Minas Gerais.

"Foi a partir dessa incapacidade que o estado vem planejando o seu desenvolvimento econômico. Transferimos, há alguns anos, para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, os voos de jatos diretos de Minas para outros estados e demos ao terminal da Pampulha um perfil de aeroporto regional. A mudança proposta não poderá ser implementada. E não será."

Temendo que essas intervenções pudessem se concretizar há algumas semanas , Aécio Neves conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. "Ele me garantiu que haveria apenas uma extensão para voos de aviões de até 90 passageiros." No entanto, a Anac, ao derrubar a Portaria 933 não estipulou limites para operações na Pampulha.

"O primeiro desafio será a segurança para aeronaves a jato naquele sítio aeroportuário. Depois, questões ambientais, que são extremamente graves. No momento em que esses voos regionais passam a ter a concorrência, vamos desorganizar todo esse processo de crescimento e desenvolvimento da aviação regional que, na verdade, é um discurso da própria Anac", alertou o governador.

Para o engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transporte e professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Faculdade Fumec, faltam estacionamentos e a estrutura viária no entorno do aeroporto, que teve alívio de demanda com a transferência de voos para Confins. "A área voltará a ser degradada com o surgimento de gargalos no trânsito."

Outro agravante que pesa sobre a decisão da agência é o descumprimento de um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado no ano passado entre Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária ( Infraero), que permitia no aeroporto da Pampulha apenas a operação de aeronaves a jato com capacidade para até 75 passageiros. Ontem, a empresa foi notificada pela Semad para não descumprir as determinações acordadas. O termo prevê multa de R$ 20 mil a 50 mil caso as exigências sejam desobedecidas. Entre elas, está o compromisso de "não dar início a nenhuma ampliação e/ou modificação do empreendimento, seja em seu terminal, pátio de aeronaves, pistas, hangares etc., sem consulta prévia ao órgão ambiental".

Da janela, a dona de casa Maria das Dores Oliveira, de 68 anos, que mora no Bairro São Luiz, na Região da Pampulha, observa o sobe e desce das aeronaves. O movimento também desperta a atenção do neto, Carlos Henrique Morais, de 5, que sonha em ser piloto. O barulho ensurdecedor dos motores já a levou a ficar internada por quase uma semana. "Não conseguia dormir, pois tinha medo de um avião cair. Fiquei paranóica. É bonito ver como essas aeronaves cortam o céu, mas isso deveria ocorrer longe da área urbana."

CONFINS

Enquanto a polêmica movimenta a Região da Pampulha, a ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, prometida pela Infraero, continua no papel. Ontem, o governador cobrou da empresa as obras para atender 10 milhões de passageiros por ano, praticamente o dobro de seu potencial atual.

"A Infraero tem que definir com clareza qual o cronograma de investimentos para Confins. O governo de Minas fez sua parte, construiu com recursos próprios a Linha Verde, mas ainda não houve a assinatura do convênio com a Infraero." A agência informou que seu presidente, Murilo Marques Barbosa, estará amanhã na Cidade Administrativa para assinar o convênio.

Volta turbulenta

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EDUARDO KATTAH Agencia Estado
BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reagiu hoje à disposição da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de autorizar a retomada de voos de jatos partindo do Aeroporto da Pampulha, na zona norte de Belo Horizonte, com destino a outras capitais. O governador acusou a Anac de "desorganizar o processo de crescimento e desenvolvimento da aviação regional" em Minas e de atender apenas à demanda de companhias aéreas.

A Anac publicou ontem, no Diário Oficial da União (DOU), a decisão da diretoria colegiada que torna nula uma portaria (nº 993), de 17 de setembro de 2007, que limitava a operação na Pampulha de aeronaves com capacidade para até 50 passageiros e autorizava voos dentro do Estado ou até Estados limítrofes desde que com escalas em pelo menos uma cidade do interior mineiro.
 
O governo de Minas tem se posicionado contra a retomada dos chamados voos nacionais e cobra investimentos para a ampliação do terminal em Confins. "Demos ao Aeroporto da Pampulha um perfil de aeroporto regional, de aviação particular, mas também de aeroporto regional com essas restrições. Voam de lá aviões turboélices para todos os Estados, mas com escalas no interior de Minas, ou mesmo apenas para o interior de Minas Gerais. Quero dizer de forma clara que essa decisão da Anac não poderá ser implementada. E não será", desafiou Aécio, que ameaça ir à Justiça contra a nova portaria.

A alegação é que não há segurança para voos de jatos no terminal e está em vigor um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Infraero e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado que proíbe qualquer alteração no limite de aeronaves na Pampulha. O governo e a prefeitura da capital mineira até admitem aumentar o limite para 70 a 75 passageiros, pois, segundo o prefeito Márcio Lacerda (PSB), existem turboélices modernos com essa capacidade.

Os voos nacionais foram retirados da Pampulha e transferidos para o Aeroporto Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, por determinação da portaria 1891/DGAC - de março de 2005 - do então Departamento de Aviação Civil (DAC), com apoio da Infraero, do governo estadual e da prefeitura da capital mineira. Com capacidade para 1,6 milhão de usuários ao ano, o terminal atendia em 2005 praticamente o dobro desse número, gerando um quadro de superlotação, problemas de acomodação e conforto para seus passageiros, além de denúncias de falta de segurança nas operações de voo. O Aeroporto de Confins tem capacidade para 5 milhões de usuários ao ano e está perto de seu limite de passageiros.

Para Aécio a portaria da Anac serve para evitar a "legítima pressão" por investimentos no aeroporto internacional. "Confins está já saturado", disse. "Na hora que se desafoga Confins com a permissão de voos de jato direto a partir do aeroporto da Pampulha, por mais que isso possa interessar no primeiro momento a uma empresa aérea, no segundo momento vai interessar a toda concorrência".

De acordo com o governador, não há demanda da população em relação à Pampulha. "Não há demanda técnica. Há apenas um pedido de empresas. Mas não é suficiente para jogarmos no lixo todo o planejamento que construímos". Aécio reclamou da postura da presidente da Anac, Solange Vieira, e prometeu recorrer ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, "que é o superior" à agência.

Estudos

A Anac informou que a portaria revogada foi considerada inválida com base num parecer jurídico, pois contraria a lei de criação da agência. Conforme a Anac, o movimento na Pampulha não sofrerá qualquer alteração até que a agência realize estudos sobre a capacidade operacional do aeroporto, "considerando o terminal, pista, pátio e questões de segurança". "Não há prazo definido para que o estudo seja concluído e não há nenhum novo pedido de voo para aquele aeroporto", ressaltou.

Aécio acusa Anac de 'desorganizar' aviação regional

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Decisão em processo aberto pela Boeing pode estabelecer os novos limites sobre o que será permitido de incentivos às fabricantes

Jamil Chade, CORRESPONDENTE, GENEBRA - O Estadão de S.Paulo

A Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou ontem a fabricante de aviões europeia Airbus por subsidiar de forma ilegal o lançamento de novas aeronaves, em uma disputa que pode colocar um limite às pretensões de fabricantes na China, Brasil e outros países na utilização de recursos estatais para a fabricação de novos modelos.

O caso - conhecido como o maior da história da OMC - havia sido aberto pela concorrente americana Boeing e o relatório final continua sendo mantido em sigilo. Ontem, a Airbus afirmou, em um comunicado de imprensa, que venceu 70% da disputa, não se dando, portanto, por derrotada. A empresa europeia ainda alegou que a OMC rejeitou a denúncia da Boeing de que a companhia americana teria sofrido prejuízos diante dos subsídios europeus.

A versão da Airbus é de que a Boeing não conseguiu provar que a ajuda estatal em alguns modelos teria gerado perda de contratos para a empresa americana. Isso representaria uma vitória importante para os europeus, já que poderia evitar retaliações no futuro.

A Airbus, que é uma unidade da European Aeronautic Defence & Space (EADS), também afirmou que possíveis futuros financiamentos para o projeto do jato A350 não serão afetados pelo relatório da Organização.

A OMC, entretanto, condenou a Airbus em alguns dos pontos principais da disputa aberta pela Boeing. Empréstimos, pacotes de apoio para financiar pesquisas e apoio de infraestrutura foram condenados. O ponto-chave, porém, é a condenação dos programas que financiam novos lançamentos de modelos de aviões, sem que a empresa tenha de pagar a dívida de forma integral depois que os jatos estão no mercado. A decisão se refere basicamente ao superjumbo A380.

A Boeing classificou a decisão da OMC como uma "boa notícia" para a indústria aeronáutica americana. Segundo a empresa, a decisão valida a posição americana em "todos os temas principais".

Novos limites

. Seja qual for a avaliação final do processo, a constatação de observadores é de que a disputa entre Boeing e Airbus está estabelecendo os novos limites do que poderá ser possível ou não em termos de subsídios. O foco, nesse caso, é usar os tribunais para criar, na prática, regras que impeçam no futuro que novas empresas e países emergentes ameacem a posição dos gigantes por meio de subsídios a seus projetos nacionais.

Nos últimos anos, a grande novidade no setor aéreo é o surgimento do interesse de países emergentes no cada vez mais concorrido mercado mundial de jatos.

Analistas do setor indicam que, em 20 anos, o mercado de jatos deve movimentar cerca de US$ 3 trilhões no mundo. Nos últimos anos, a brasileira Embraer foi a primeira empresa de um país emergente a surgir como uma competidora real no mercado de jatos. Mas manteve sua atuação principalmente no mercado de aviões regionais.

Agora, a China começa a desenvolver novas tecnologias para tentar quebrar o controle de décadas das duas gigantes do setor aeronáutico. Mas o temor das duas empresas dos países ricos é de que o governo chinês use a máquina estatal para financiar os projetos e apresentar modelos mais competitivos.

Além do caso da Boeing contra a Airbus, a empresa americana será julgada até junho sobre os subsídios que recebeu nos últimos anos do governo americano. Uma condenação colocará as duas empresas em pé de igualdade para voltar à mesa e negociar um novo armistício.

No início da década, tanto a Boeing como a Airbus foram condenadas já por dar subsídios ilegais. A Embraer e a canadense Bombardier também já foram condenadas por dar subsídios ilegais.

BRIGA NO AR

Disputa

A Boeing entrou na Organização Mundial do Comércio contra a rival Airbus, alegando que a empresa recebia subsídios ilegais para o lançamento de novos aviões

Decisão

A OMC decidiu que a Airbus realmente usou subsídios ilegais, e condenou os programas que financiam novos aviões da empresa sem que ela tenha de pagar a dívida integralmente depois que os aviões estão no mercado

Vitória parcial

Apesar de a Boeing ter comemorado vitória no processo, a Airbus afirmou que 70% dos pontos levantados pela companhia americana não foram aceitos

Julgamento

Em junho, será a vez de a Boeing ser julgada na OMC por supostos subsídios recebidos do governo americano

OMC condena subsídio à Airbus

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