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07 agosto 2009

Anac cria espaço para consumidores darem notas em 11 quesitos. Metodologia da agência foi criticada

Nadja Sampaio – O Globo

Os consumidores ganharam um novo espaço para emitir suas opiniões sobre os serviços das companhias aéreas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) criou no seu site (www.anac.gov.br) um ranking onde os passageiros podem dar notas em 11 quesitos. Criado no dia 19 de maio, o “Espaço do Passageiro” já tem 1.200 consumidores cadastrados e 1.860 avaliações. Na parte de voos domésticos, a empresa mias bem avaliada é a OceanAir, com média 7,52, seguida da Azul (7,16) e da Webjet (6,92).

A TAM e a Gol/Varig, que juntas têm 88,5% do mercado nacional, estão com médias 6,09 e 5,68, respectivamente.

Entram no ranking as empresas que já tiveram mais de cem avaliações em cada quesito. Por isso, as empresas que fazem os voos internacionais ainda não estão classificadas.

Paulo Henrique de Noronha, responsável pela área de internet da Anac, explica que o consumidor tem que se cadastrar e só depois pode fazer sua avaliação:

— As notas vão de um a dez e o passageiro pode avaliar os 11 quesitos ou só alguns. E o próprio programa faz uma média aritmética das notas. O passageiro pode dar notas quantas vezes quiser.

Agência diz que espaço não tem objetivo de fiscalização

Noronha afirma que a presidente da Anac, Solange Vieira, se inspirou no site booking.com, onde os consumidores podem dar notas a hotéis, em cinco quesitos:

— Mais tarde vamos ampliar esse espaço, abrindo uma área para fóruns de opinião e ranking de aeroportos. Também pensamos em publicar a ficha técnica de cada empresa aérea, frota e índice de pontualidade.

Solange Vieira afirma que o “espaço do passageiro” não tem a função de fiscalizar as empresas e, sim, abrir um canal de comunicação onde o cliente possa dizer o que o agrada e o que o desagrada nos serviços oferecidos pelas companhias aéreas.

Pretendemos ampliar a divulgação desse espaço e estamos estudando outras medidas de comunicação, como, por exemplo, a distribuição de panfletos nos aeroportos.

DPDC quer informação sobre atraso e cancelamento de voo

O diretor do Departamento Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor, Ricardo Morishita, afirma que o novo espaço é uma ferramenta importante e válida porque tem o consumidor no centro da iniciativa. Para ele, o que importa é a utilidade da informação, que serve para lastrear a escolha do cliente:

— Estamos trabalhando com a Anac para avançar nas informações sobre a ocorrência de cancelamento e atraso de voos. Além do preço, o consumidor precisa saber se aquele vôo costuma sair na hora ou se tem muito cancelamento.

O diretor-geral da OceanAir, José Efromovitch, afirma que a companhia está em primeiro lugar no ranking há mais de duas semanas, o que seria resultado de uma reestruturação, que voltou o foco da empresa para o mercado doméstico e o atendimento ao cliente.

— Oito meses antes de o decreto 6.523, que regulamenta o serviço de atendimento ao cliente, entrar em vigor, já vínhamos focando na melhoria dos serviços, em uma frota com conforto para o cliente, na pontualidade e no atendimento do pós-venda.

O presidente da Azul, Pedro Janot, considera a iniciativa da Anac bemvinda, mas argumenta que a metodologia tem de ser aperfeiçoada:

— Esse espaço traz a Anac para perto do público e permite que se conheça melhor o consumidor. Mas é uma avaliação pontual e não mostra todo o trabalho da empresa.

A TAM considera o ranking popular um espaço democrático, mas observa que é preciso levar em conta que se trata de uma enquete, não de uma pesquisa setorial com metodologias comprovadas, e por isso podem surgir distorções em quesitos que não dependem exclusivamente da atuação da companhia aérea.

A Webjet diz que avalia de forma positiva a criação do espaço, pois, além de ser uma forma de não-clientes conhecerem a opinião de quem realmente usou o serviço, é uma importante fonte de pesquisa para a companhia, que pode captar a percepção do passageiro em relação ao trabalho desenvolvido e serve de guia para o aprimoramento dos serviços.

A Gol acredita que toda a iniciativa que visa a melhorar o canal de comunicação entre os clientes e as companhias é benéfica ao setor aéreo brasileiro. E diz que está atenta às opiniões de seus clientes para aprimorar seus serviços.

Passageiros avaliam companhias aéreas

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Empresa que iniciou atividades em 2005, com um avião, hoje tem mesma taxa de ocupação das grandes do setor

Geralda Doca – O Globo

BRASÍLIA. Desconhecida dos passageiros até recentemente, a companhia aérea Webjet decolou e já incomoda a concorrência.

Com uma frota razoável para quem ainda é pequena — 16 aviões — e atendendo dez cidades, a empresa alcançou o mesmo patamar de ocupação de TAM e Gol (65%), que dominam o setor. Os pacotes turísticos estão entre as principais razões para o seu desempenho, cujo dono é o grupo CVC, a maior operadora de turismo da América Latina. Em junho, a Webjet atingiu 4,2% de participação no mercado, contra 2,1% no mesmo período de 2008. A meta é chegar a pelo menos 5% até dezembro.

Na próxima segunda-feira, a Webjet inaugura quatro vôos diários a partir do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, para Belo Horizonte (Confins). E aguarda, até o fim do ano, a chegada de mais duas aeronaves para reforçar a frota. As aquisições serão essenciais para combater sua maior deficiência: o índice de atraso é o maior entre as cinco principais empresas, 13,4% dos voos em junho. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a novata Azul atrasou 10,9% de seus voos e a OceanAir, 9,7%. A TAM registrou 8,8% e a Gol, 8,3%.

— Temos que olhar com mais cuidado essa empresa, e a concorrência ainda mais. A Webjet já tem uma frota grande e tem os passageiros da CVC, sua controladora, sobretudo nos fins de semana, quando a frota costuma ficar ociosa. Portanto, não precisa sair desesperadamente atrás de clientes — afirmou o especialista em Transporte Aéreo Respício do Espírito Santo Júnior, professor da UFRJ.

— Tarifas atrativas,bom serviço de bordo e maior conforto (poltronas mais largas) estão atraindo os passageiros, saturados de Gol e TAM — reforçou Paulo Sampaio, da Multiplan Consultoria Aeronáutica.

A Webjet iniciou as atividades com um único avião em 2005. Quatro meses depois, a companhia parou de voar e, em janeiro do ano seguinte, foi vendida para uma sociedade entre o grupo Jacoh Barata Filho, dono de uma frota de ônibus do Rio, e o empresário de São Paulo Wagner Abrahão, do ramo de turismo. Mas a virada, segundo fontes do setor, ocorreu em junho de 2007, quando a Webjet foi comprada pelo dono do grupo CVC, Guilherme Paulus.

Para Respício, à medida que a Webjet foi crescendo, a CVC foi migrando seus clientes para a companhia. Para transportar os turistas, a operadora aluga voos charter das companhias aéreas.

Com mais de 100 aviões e oferta maior de destinos e horários, a TAM ainda é a principal parceira para transportar os turistas da operadora. Mas isso deve mudar, avalia o professor.

Fátima Bergamasche estava viajando pela quarta vez, de Brasília para o Rio, pela companhia.

Foi atraída pelo preço e o serviço de bordo “melhor que uma barrinha de cereal”.

— O que realmente importa é tarifa e horário conveniente — afirmou Fátima.

Passageiros de primeira viagem na empresa, o casal Paulo Cesar Birbeire e Conceição estavam curiosos por conhecer os seus serviços. Também disseram terem sido atraídos pelo preço do bilhete, comprado pela filha no valor de R$ 285 cada.

Fontes do mercado dizem que, embora estejam quase empatadas em termos de participação do mercado, a Azul (4,3%), que tem seis meses de operação, cresce de forma menos sustentável que a Webjet. As duas não concorrem entre si, mas a Azul enfrenta uma disputa acirrada com as gigantes a partir de Campinas. Com uma desvantagem: seus aviões são menores, o que aumenta o custo por assento.

Frota, no entanto, ainda é de aviões velhos

Apesar disso, a previsão do mercado é que as duas alcancem participação entre 14% e 15% em dezembro, o que era impensável há um ano, disse um executivo da aviação civil. Estão abocanhando fatias de Gol e TAM, que perdem espaço.

Uma desvantagem da Webjet frente à concorrência, dizem especialistas, é que a companhia opera com uma frota de aviões antiga (o 737-300), com custo operacional elevado, pois consome mais combustível e tem manutenção cara. Para se ter uma ideia, o chamado “Cheque C”, feito a cada cinco mil horas de voo, chega a custar US$ 1 milhão nesse modelo, contra US$ 200 mil a US$ 300 mil em aeronaves modernas.

No comando da Webjet está Wagner Ferreira, ex-funcionário da TAM com mais de 30 anos de experiência. O executivo minimiza a importância dos pacotes da CVC para a expansão da empresa. Mas concorda que o turismo é essencial: a venda de passagens nas agências de viagem puxa o desempenho da aérea. Ele destaca que a empresa se reestruturou, mudou a gestão e ganhou uma nova cara (mudança de logomarca, no padrão interno e na cor das aeronaves).

— O nosso diferencial é preço e serviço. Queremos crescer sem vaidade de forma sustentável — destacou Ferreira.

A Webjet tem 1.280 funcionários e voa para dez destinos, a partir do Santos Dumont e Galeão.

Faz 14 voos diários entre Brasília e Santos Dumont. Ainda não está na ponte aérea (Rio-SP), mas já pediu licença à Anac.

A pequena que incomoda a concorrência

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Companhia segue recomendação do construtor Airbus e determinação da Agência Europeia de Segurança Aérea, e resolve substituir sondas pitot Thales (francesas) por Goodrich (americanas)

Jornal do Commércio

PARIS – A companhia aérea Air France anunciou ontem que vai substituir pelo menos dois dos três sensores de velocidade pitot em seus aviões A330 e A340, conforme recomendado pelo construtor Airbus e determinado pela Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa). As sondas pitot da marca Thales serão trocadas por sensores fabricados pela americana Goodrich. A Aesa havia anunciado antes que ordenaria a substituição dos sensores devido à suspeita de eles terem influenciado no acidente com o voo 447, que caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio e resultou na morte das 228 pessoas.

As aeronaves A330 e A340 deverão ser equipadas com pelo menos dois sensores pitot produzidos pela Goodrich, o terceiro sendo opcional, Goodrich ou Thales, mas este caso deverá ser do tipo BA, mais recente que o AA. “Os três tipos de sensores respeitam os critérios de segurança em vigor”, destacou a Aesa, falando em precaução. Está sendo elaborada uma proposta detalhada do texto para ser publicada até em 14 dias, prossegue a organização com sede em Colônia, Alemanha, e encarregada da certificação dos aviões na Europa.

A Airbus recomendou no mesmo dia que as companhias aéreas realizassem essa substituição que diz respeito a cerca de 200 aviões de uma frota de mil aparelhos dos modelos de longo alcance A330 e A340. As demais aeronaves já estão equipadas com as sondas Goodrich, segundo a Airbus.

“Enviamos uma carta a todos os nossos operadores para recomendar que substituam em sua frota de A330 e A340 as sondas pitot Thales por pitot Goodrich”, afirmou um porta-voz.

Após o acidente com o voo 447 da Air France, que fazia a linha Rio de Janeiro–Paris, “pedimos a nossos cientes que nos informassem sobre os resultados de suas sondas pitot”, comentou. “Por precaução, a Airbus emitiu essa recomendação depois dos informes das companhias aérea”, acrescentou.

Os sensores pitot foram questionados por vários sindicatos após o acidente do voo 447, e a Air France acelerou a substituição dos sensores pelos modelos mais recentes.

O Sindicato dos Pilotos de Linhas Comerciais (SNPL), majoritário na Air France já havia pedido a substituição dos sensores pitot da marca Thales por sensores Goodrich em toda a frota da companhia.

Anteontem um Airbus A330 da Air France que partiu de Paris rumo a Duala, em Camarões, foi obrigado a voltar ao Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, por causa de um defeito no sistema de arcondicionado.

A anomalia provocou o aparecimento de uma leve fumaça na cabine. Por isso, o avião retornou meia hora após decolar, com 184 passageiros.

Air France decide trocar sensores de velocidade

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Depois de idas e vindas por questões ambientais, obras serão retomadas e devem ser concluídas em novembro

Zulmira Furbino – Estado de Minas

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) retirou ontem o embargo que paralisou, por mais de 70 dias, as obras de construção da infraestrutura do aeroporto industrial, que funcionará na região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. O canteiro de obras foi desmobilizado há 21 dias. Cento e trinta empregados contratados pela Simbel Construções e Empreendimentos, que trabalhavam diretamente no projeto, chegaram a ser demitidos e estão cumprindo aviso prévio. Agora, a empresa terá que fazer novo esforço de contratação. Máquinas e equipamentos que estavam sendo usados na construção do entreposto aduaneiro e foram retirados de lá também deverão voltar ao local nos próximos dias. Por causa da paralisação, as obras, que seriam concluídas em setembro, só deverão ser entregues em novembro.

A liberação, assinada pela superintendência mineira do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), atendeu um recurso da Infraero, dona do terreno cedido ao estado para a construção do empreendimento. O órgão cancelou o auto de infração e o termo do embargo que paralisaram a obra em razão da “inexistência de infração ambiental”. O início das obras havia sido amparado por uma autorização ambiental de funcionamento (AAF), concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad). Quando essa autorização foi dada, o ICMBio ainda não existia e o Ibama não se opôs a ela. Depois da obra iniciada, porém, o Ministério Público Federal exigiu um processo de licenciamento completo, o que levaria cerca de quatro meses.

Com a decisão comunicada ontem à Infraero, o Ibama aceitou a validade da licença que já tinha sido obtida anteriormente. Segundo nota distribuída pelo governo de Minas, o órgão reconheceu que as obras vinham sendo executadas há sete meses sem provocar nenhum dano ambiental, por se tratar de área já alterada por atividades humanas, e sem infringir qualquer dispositivo da legislação ambiental. A construção da infraestrutura do aeroporto – que, além do entreposto, compreende a urbanização da área, realocação da cabine de medição de energia elétrica e interligação à rede elétrica do Aeroporto Tancredo Neves – tinha sido embargada pelo ICMBio em razão de uma divergência envolvendo o tipo de licenciamento ambiental adequado para tocar adiante o empreendimento.

“Não há nenhuma restrição ambiental nesse local”, garante Luiz Antônio Athayde, subsecretário de assuntos internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (Sede). O recado é endereçado às empresas de alta tecnologia, geralmente avessas a se instalarem em locais onde há danos ao meio ambiente. “O aeroporto industrial está em plenas condições de receber essas empresas.”

A construção visa atrair empresas de alta tecnologia, que têm no modal aéreo o principal meio de transporte de componentes e produtos finais. A infraestrutura do empreendimento vai custar aos cofres públicos R$ 10 milhões. As obras estão sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig). A licitação dos lotes industriais, que serão dotados de toda infraestrutura, compreendendo redes de gás natural, telecomunicações, energia elétrica e água e esgoto, será feita pela Infraero em comum acordo com o governo mineiro.

Aprovado, enfim, o aeroporto industrial

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Recapeamento e alargamento da pista do Salgado Filho suspenderão pousos e decolagens entre 0h e 6h15min até dezembro

Francisco Amorim – Zero Hora

A ampliação e a modernização do Aeroporto Internacional Salgado Filho começam a decolar na próxima terça-feira, dia em que se iniciam as obras de alargamento e recapeamento da pista. Orçada em R$ 15 milhões, a reforma será feita durante as madrugadas, até o fim do ano. Até lá, nenhum avião decolará ou pousará na Capital entre meia-noite e 6h15min.

Como o aumento da pista de 2.280 para 3.200 metros ficou para 2010, uma vez que depende da remoção de moradores da Vila Dique, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) decidiu concentrar esforços em melhorias da pista atual. Além de receber uma nova camada asfáltica que reduzirá imperfeições, ela terá sua largura ampliada de 42 para 45 metros, dimensão idêntica à do novo trecho que será construído no ano que vem.

– Com o alargamento, a pista seguirá padrões internacionais. Assim, o aeroporto poderá receber aviões de grande porte – explica a superintendente do aeroporto, Lia Segaglio de Figueiredo.

Horários de 15 voos serão modificados

Para a reforma ser feita, no entanto, o calendário de pousos e decolagens teve de ser alterado.

Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e companhias aéreas acordaram, no início de abril, que os voos noturnos que saem ou chegam à Capital terão seus horários modificados para evitar que qualquer aeronave pouse ou decole durante a madrugada, período em que os operários estarão na pista.

– Estamos usando um tipo de asfalto próprio para pistas de aeroporto, que seca rápido, permitindo que a pista seja usada na manhã seguinte – revela Lia.

Em torno de 15 voos, entre partidas e chegadas, tiveram seus horários modificados – seis são regulares. Já as decolagens e pousos noturnos que ultrapassarem a barreira da meia-noite serão cancelados.

– Uma aeronave que não puder chegar a tempo em Porto Alegre sequer vai decolar do aeroporto de origem. Se estiver voando, será levada para outro aeroporto. O mesmo ocorre aqui: se passar da meia-noite, o avião não decola – explica.

Além das obras na pista, o sistema de balizamento também será modificado. Até o final de 2009, estará concluída a instalação do novo sistema de instrumentos para pouso, o Instrument Landing System Categoria II (ILS II), que permitirá ao piloto pousar e decolar mesmo sem boas condições de visibilidade.

– Esse novo sistema ficará pronto, instalado, apenas esperando o aumento da pista. Quando ela estiver ampliada, trocaremos o atual sistema de balizamento por este mais moderno.

Pista do Salgado Filho será alargada

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DA REDAÇÃO – Folha de São Paulo

A British Airways teve um prejuízo operacional de 94 milhões de libras (US$ 156 milhões) de abril a junho, o pior resultado para o período desde 1987, quando a empresa aérea britânica foi privatizada.

O resultado negativo da empresa é reflexo da recessão, com as pessoas cortando gastos à medida que o desemprego cresce -o PIB do Reino Unido teve no segundo trimestre a maior queda em ao menos 54 anos. Ela disse que não há sinais visíveis de melhora no mercado, fora a alta já esperada pelo verão no hemisfério Norte.

Buscando cortar gastos, a British Airways afirmou em junho que 6.940 empregados aceitaram a proposta de redução voluntária nos salários.

British tem prejuízo de US$ 156 mi

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Empresa está aposentando os velhos Tupolev, substituídos por jatos dos EUA e Europa

Andrew E. Kramer – O Estado de São Paulo

O símbolo da Aeroflot ainda é o martelo e a foice com asas, mas quanto ao resto, a excompanhia aérea comunista abandonou quase totalmente seu passado soviético. A maior evidência disso é que, até o fim do ano, voará com uma frota quase inteiramente construída nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.

A Aeroflot está vendendo todos os seus jatos Tupolev, o incansável avião de passageiros do antigo Bloco Oriental. Quando se forem, apenas seis dos cerca de 100 jatos da frota da Aeroflot serão de fabricação russa. E esses aviões, os Ilyushin-96, serão usados nas linhas domésticas e para algumas rotas especiais no exterior, como Moscou-Havana e Moscou-Hanói.

O fato de a companhia passar a voar quase exclusivamente com aviões Boeing e Airbus constitui uma reviravolta significativa para uma companhia que já foi dona de praticamente todos os aviões civis da União Soviética. O que acontece agora é que a companhia tentou se reinventar como companhia para homens de negócios, e seus passageiros tendem a preferir aviões ocidentais.

Embora os especialistas afirmem que os aviões russos são bem construídos, sua manutenção deixa a desejar, assim como os reparos, o que lhes trouxe uma péssima fama em matéria de segurança depois do colapso soviético. Além disso, como todos os passageiros afirmam, são também barulhentos e apertados. "Eu fico prestando atenção em cada parafuso, cada porca, e me pergunto se estarão soltos. Fico preocupada", comentou Anastasia A. Tkachova, uma estudante que voava de Aeroflot para Londres, enquanto esperava um voo no Aeroporto Sheremetyevo, de Moscou.

"É mais confortável voar com um Airbus", observou outro passageiro, Mikhail A. Kotlyarov. Mas acrescentou logo depois, quase se lamentando: "A Rússia ficará sem seus próprios aviões." Não exatamente. Na realidade, apesar da decisão da Aeroflot, parece que a indústria nacional de jatos da Rússia voltará a operar, embora seja pouco provável.

Foi o enorme consumo de combustível dos aviões de fabricação russa que os condenou, juntamente com a Aeroflot, principalmente por causa da crise global no setor. O diretor executivo da Aeroflot, Vitaly Savelyev, disse que a companhia está perdendo dinheiro em cerca de 40% de suas rotas e que terá de demitir perto de 6 mil trabalhadores nos próximos dois ou três anos, segundo noticiou o jornal econômico Vedomosti, na segunda-feira.

Evidentemente, ao longo de sua existência, a Aeroflot enfrentou inúmeros problemas. As histórias de horror são numerosas, embora estatisticamente voar fosse tão seguro na Rússia quanto no Ocidente, até a série de acidentes ocorrida nos últimos tempos, com jatos de fabricação ocidental e russa. Os problemas foram atribuídos, na maior parte, a erros dos pilotos. Segundo Irina Danenberg, porta-voz da companhia aérea, a Aeroflot, no entanto, está vendendo seus jatos Tu-154 porque gastam muito combustível em comparação com os aviões ocidentais, e não por razões de segurança.

O legado soviético é "completamente irrelevante" hoje, afirmou Nikolai Kovarsky, um consultor de negócios, falando da Aeroflot. "A companhia é extremamente afável, extremamente profissional. Os serviços são impecáveis. E é russa."

A Aeroflot opera atualmente 26 Tu-154, que está aos poucos retirando do serviço e vendendo, e demitindo ao mesmo tempo as tripulações para reduzir seu número de empregados. A reformulação da frota é considerada uma vitória para a companhia, que está listada na Bolsa de Londres e tem lutado para livrar-se da imagem de fonte de subsídios para as fábricas de aviões russas.

Essa é uma tendência da aviação russa. Por enquanto, o Tu-154 e uma variante menor, o Tu-134, permanece o avião de passageiros mais comum na Rússia, com cerca de 600 em serviço. As linhas aéreas russas encomendaram aproximadamente 100 novos aviões da fábrica da Tupolev, os Tu-205.

Mas essas companhias fizeram o mesmo número de pedidos para a Boeing e a Airbus, segundo a Airclaims CIS, uma consultoria do setor aéreo.

A indústria aeroespacial russa é um dos poucos setores competitivos da economia do país, além do petrolífero. Na realidade, a ausência de aviões modernos agora não é um reflexo da situação atual do setor, mas da crise depois do colapso, nos anos 90 - o tempo que leva do projeto para a construção de um novo avião é muito longo. Depois da reestruturação das fabricantes de aviões, em 2005, está sendo esperada no mercado, no fim da próxima década, uma nova safra de aeronaves russas. A Aeroflot encomendou 30 novos jatos regionais construídos por uma associação da Sukhoi com a Boeing. E o superjato Sukhoi também é comercializado em todo o mundo como concorrente dos jatos regionais fabricados pela Bombardier, do Canadá, e pela Embraer, do Brasil.

O Il-96, o último modelo russo da frota da Aeroflot, ainda serve como jato presidencial russo, embora sua fama tenha sido bastante abalada em 2005, quando Vladimir Putin, então presidente, teve de tomar um avião de reserva regressando de uma viagem à Finlândia, porque os freios do Ilyushin apresentaram um defeito. Em todo o mundo, há apenas 14 Il-96 em operação, incluindo um modelo fabricado para a companhia Cubana de Aviación, com uma cabine de passageiros flex, que se converte numa cabine VIP para as viagens presidenciais.

Para Boris Bychkov, diretor geral do escritório da Airclaims em Moscou, porém, o desaparecimento dos Tupolev da frota da Aeroflot não deve ser considerado um "golpe para a imagem" dos fabricantes russos de aviões. "Ainda temos excelentes aviões de combate."

Russa Aeroflot tenta se livrar da herança soviética

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da Folha Online

O avião particular de Ashton Kutcher precisou fazer um pouso de emergência em Las Vegas nesta quinta-feira (6), informou o ator por meio de seu perfil no Twitter.

Kutcher e sua mulher, a também atriz Demi Moore, estavam voltando para Nova York depois de participarem da pré-estreia em Las Vegas do novo filme do ator, "Spread".

O avião apresentou problemas no motor minutos após decolar do aeroporto Mccarran. Os pilotos então tiveram que fazer um pouso de emergência cerca de seis minutos após a decolagem.

"Meu avião precisou fazer um pouso de emergência", escreveu o ator na internet. "Motor superaquecido. Há caminhões de bombeiro por todos os lados", completou.

Demi Moore também escreveu sobre o incidente em seu perfil no microblog. "

"Sim, é sempre uma aventura um pouso de emergência em Vegas", escreveu a atriz.

Avião com Ashton Kutcher e Demi Moore faz pouso de emergência

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06 agosto 2009

O Salão Internacional de Aviação e Aeroespacial (MAKS) ocupa o lugar principal de uma série de grandes exposições mundiais de altas tecnologias. Este ano, no evento, serão exibidas as mais novas soluções de projetos de aviões de todo o mundo. E os visitantes terão uma intensa programação de vôo

ALEKSANDER ZELENKOV

RÚSSIA HOJE

O atual MAKS, que se realiza uma vez a cada dois anos, é o nono evento do gênero. Sua história teve início em 1992, quando na nova Rússia realizou-se a primeira exposição aeroespacial MosAeroShow92. Vieram para a mostra mais de 200 expositores de todo o mundo, apresentando 114 aeronaves. Já na oportunidade, a quantidade de visitantes superou os 300 mil.

O prestígio do evento vem aumentando a cada ano, e, em 2007, em Jukóvski, se reuniram 800 empresas, cujos projetos de engenharia foram vistos por mais de meio milhão de amantes da aviação.

Agora, os organizadores já prevêem uma pequena queda, em razão da crise.

No aeroporto do Instituto de Testes em Voo Grómov exporão as suas amostras de cerca de 700 empresas.

Entretanto, devido à difícil situação financeira, as companhias, principalmente, reduzem os gastos com as atividades promocionais da exposição. Mas essa não é a única causa para a redução do número de expositores. Integração da indústria aeronáutica russa “A redução está relacionada com o fato de que, transcorridos dois anos da realização do salão anterior, o processo de integração da indústria aeronáutica russa levou à formação de holdings. Em decorrência disso, as empresas participantes dessas holdings estão ocupando significativamente menos espaço, e a sua quantidade diminuiu”, explica Nikolai Zaniéguin, vice-principal executivo do MAKS para atividades relativas à exposição. Entre 65% e 70% das amostras são de empresas russas.

Mas, ao se falar sobre a situação em geral, todos os principais participantes sejam russos ou estrangeiros que estiveram presentes no MAKS vão participar assim mesmo. E vários deles não reduziram a sua participação na exposição.

As únicas companhias que não conseguiram expor os seus produtos são pequenas empresas, que antes iam ao MAKS com a intenção de marcar presença e prospectar o mercado. Além disso, reduziu-se o segmento da aviação executiva – em tempos de crise, o mercado caiu e a demanda por jatos executivos despencou.

Novidades da aviação

Os organizadores prepararam várias novidades para os visitantes do salão. A exposição da corporação estatal russa Rostekhnologuii pela primeira vez estará ocupando um pavilhão separado.

A Corporação Unida de Construção Aeronáutica (“Obiedinniónnaia Aviastroítelnaia Korporatsia”) ocuparão dois imensos pavilhões e 12 chalés. E as empresas que dela fazem parte vão apresentar uma série de novidades. Pela primeira vez os visitantes do salão aeroespacial poderão ver em voo o Sukhoi Superjet 100.

Está sendo planejado que os seus primeiros vôos no MAKS sejam realizados pelo caçabombardeiro SU-35 e pelo primeiro exemplar construído na Rússia do An-148. Além disso, pela primeira vez participará do salão a orporação Unida de Construção de Motores (“Obiedinionnaia Dvigatielestroítielnaia Korporatsia (ODK)”). Certamente os motores renovados OS-90 encontrarão seu lugar na exposição da ODK. A Corporação Irkut apresentará a sua versão do avião de passageiros para curto trajeto, o MS-21.

Complementarmente, no salão aeronáutico haverá também nove pavilhões nacionais – de Alemanha, França, Estados Unidos, Tchékhia, Ucrânia, Belarus, Canadá e da Suíça. “Isto quer dizer que não serão apenas algumas empresas desses países, mas os próprios estados, de forma sistêmica, encaram a apresentação de suas conquistas no MAKS. Eles sentem que a Rússia é um mercado promissor e imenso”, ressalta Zaniéguin. Mostraram interesse em participar da exposição russa as principais corporações da China – Avic, China Creat Wall Industry Corporation e a Casc. A Índia será representada pelas companhias Bramos e Nal. Estarão também representados em Jukóvski os principais fabricantes mundiais de equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais, como EADS, Airbus, Safran, Rolls-Royce, Boeing, a Agência Espacial Européia e outros.

“O Brasil participará ativamente da exposição", diz Nikolai Zaniéguin. "O país apresentará produtos de sua companhia mais conhecida, a Embraer. Ressalto que as empresas russas e instituições científicas têm uma série de temas cujo desenvolvimento seria vantajoso Organizadores prevêem uma pequena queda por causa da crise: 700 empresas estarão na exposição O centro das atenções para os visitantes será a programação de voos, um show para os amantes da aviação Números São esperados mais de 500 mil visitantes no Salão Aeroespacial de Moscou MAKS, deste ano. Cerca de 700 empresas exibirão seus produtos no próximo salão aeroespacial MAKS-2009 Mais de 100 aviões e outras novidades da indústria aeronáutica e aeroespacial de diferentes países se apresentarão aos olhos dos amantes da aviação para ambos os países. Aliás, não apenas na área de cooperação técnico militar, mas também, e principalmente, na área científica”. Vem realizando conversações ativas com a Embraer, sobre um trabalho em conjunto, a mais prestigiosa instituição científi ca da área de aviação da Rússia: o Instituto Central de Aero-hidrodinâmica (TSAGI, na sigla em russo).

“Existe uma série de outros projetos relacionados com a área aeroespacial, que estão sendo tocados sob responsabilidade da Roscosmos. Em uma palavra, o Brasil é um país que tem chances reais de conseguir o seu nicho no imenso mercado russo, em pesquisas científicas, tecnologias e em cooperação aeroespacial. Mas também, naturalmente, no fornecimento de aviões regionais, pois a Embraer é uma das líderes mundiais na criação de aviões a jato para passageiros em linhas aéreas locais”, salienta Zaniéguin.

Protótipos e projetos de engenharia

Uma peculiaridade importante do MAKS é que, nele, ao contrário de outras exposições, que propõem o produto acabado, os visitantes podem ter contato com enorme quantidade de projetos de desenvolvimento tecnológicos.

No fórum russo do salão de aviação será implementado o programa científico – conferências e simpósios que serão realizados no TSAGI instalado em Jukóvski. Neste ano, na exposição será realizado o 2º Congresso Europeu de Transporte Aéreo.

Entretanto, o centro das atenções do salão de aviação para os visitantes será a programação de voos, um verdadeiro show para os amantes da aviação. “Nossa programação de voos é a mais intensa do mundo”, afirma, com orgulho, Nikolai Zaniéguin. “Os presentes verão um balé celeste a ser executado por vários grupos de pilotagem de uma vez – o francês Patrulha da França, o italiano Flechas Tricolores e três russos: Gaviões, Guerreiros Valentes (Vitiazes) e Falcões da Rússia.

Na pauta dos voos também está programada uma série de estreias. O caça francês Rafale e o avião de transporte italiano S-27 voarão pela primeira vez em céus russos.

Além de alta pilotagem em máquinas modernas, subirão aos céus aviões dos tempos da Segunda Guerra Mundial. E em terra será possível ver o legendário avião a jato para passageiros Tu-144. “É possível que o maior presente para os organizadores sejam os olhos brilhantes das crianças que vierem para o campo de aviação. Ao vê-las, entende-se que se fez uma festa para todos os que amam a aviação”, diz Zaniéguin, sorrindo ao se despedir.

Encontro reúne protótipos e asas inéditas

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05 agosto 2009

Ministro afirma que transação tem ?potencial dano ao erário?; Infraero informou que vai cumprir decisão

Eduardo Reina

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão do pagamento de R$ 70,9 milhões ao consórcio Queiroz Galvão/Constran/Serveng, responsável pela realização de obras de melhoria e ampliação do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. A decisão suspende cautelarmente pagamentos derivados de um acordo judicial resultante da rescisão do contrato celebrado entre o consórcio e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

No lugar do consórcio está sendo contratado o Exército para a complementação das obras de Cumbica. São intervenções em serviços de engenharia de implantação, adequação, ampliação e revitalização do sistema de pátios e pistas do aeroporto. De acordo com o ministro-relator do processo no TCU, Raimundo Carreiro, há "iminência de potencial dano ao erário advinda de ajuste a ser firmado entre a Infraero e o consórcio Queiroz Galvão/Constran/Serveng, resultante do cumprimento da referida rescisão contratual, resta configurado o periculum in mora".

Carreiro destacou ainda em sua decisão que o dano é originado pelo fato de as empreiteiras não terem aceitado a redução dos preços contratados, "cujos valores foram questionados" pelo TCU. A decisão não impede que novas licitações sejam feitas para dar continuidade às obras. O convênio com o Exército está em formatação, segundo a Assessoria de Imprensa da Infraero. O novo valor também não está definido.

O contrato com o consórcio, de R$ 270 milhões, teve início em janeiro de 2005, com previsão de término em junho do ano passado. "A obra foi paralisada, por iniciativa do consórcio, em março de 2008, em função das medidas cautelares aplicadas pela Infraero, conforme orientações do TCU, que implicaram retenções financeiras. Em maio de 2008, a Infraero encaminhou proposta de repactuação ao TCU para análise, em atendimento às suas orientações, sem alcançar êxito. Das obras, 53% do escopo geral já foi realizado. Mas o que foi feito e o quanto foi feito são objetos de uma ação cautelar em que a Infraero requer à Justiça que seja feita uma perícia na obra", diz a estatal, em nota.

A Infraero alega que ainda não foi notificada judicialmente sobre a decisão. Entretanto, a ordem do TCU deverá ser seguida, informa a assessoria.

O consórcio Queiroz Galvão/Constran/Serveng foi procurado, mas não se pronunciou a respeito do assunto.

TCU suspende pagamento de obras em Cumbica

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Para especialistas, mudança climática favorece formação de nuvens carregadas e aumenta instabilidade aérea

Mônica Cardoso

As turbulências enfrentadas por aeronaves estão cada vez mais frequentes. E essa freqüência tende a aumentar com o aquecimento global. "A turbulência nos voos sempre existiu, mas pode ser agravada pelo aumento de temperatura", explica o professor de Climatologia João Lima de Sant?anna, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). "O aquecimento global tende a provocar o aumento da instabilidade aérea, uma vez que aumenta a temperatura e, consequentemente, a evaporação e a formação de nuvens de grande extensão, as chamadas cumulus nimbus, que são áreas de turbulência."

Segundo Sant?anna, essas nuvens se formam a uma altitude em torno de 1 mil metros e apresentam quilômetros de espessura. Os aviões, que voam a cerca de 10 mil metros de altura, podem atravessar uma parte da nuvem.

Outro fenômeno climático, o El Niño, também tem contribuído para o aumento de turbulências.

"Com o El Niño, as águas da parte leste do Oceano Pacífico, na região do Peru e do Equador, estão mais quentes que o habitual. Isso provoca modificações nos ventos alísios da região equatorial e no Oceano Atlântico", explica o professor de Meteorologia da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Leite da Silva Dias.

No caso do voo 128 da Continental Airlines, entre o Rio e Houston, que enfrentou forte turbulência na manhã de segunda-feira, há a influência de outro fator. A região do Trópico de Câncer, que compreende o sul da Flórida, nos Estados Unidos, e o Caribe, é uma Zona de Convergência Intertropical. Nesta época do ano, verão no Hemisfério Norte, duas massas de ar quente convergem, uma vinda dos Estados Unidos e outra da região amazônica. O avião pode ter passado por uma região com nuvens carregadas, as chamadas cumulus nimbus, que estão cheias de água e gelo. Ou então pode ter sofrido uma turbulência de céu claro, que é bem mais difícil de prever.

"Pelo radar meteorológico, equipamento que detecta o mau tempo e está presente em todos os modelos de aeronaves, o comandante vê as nuvens e pode associá-las a uma turbulência. No caso do céu claro, ele é pego de surpresa. É como uma correnteza no mar. Está ali, mas não é possível detectar", avalia o especialista em Segurança Aérea Ronaldo Jenkins. Segundo ele, não existe uma estatística mundial que possibilite comprovar se o número de turbulências aéreas aumentou. "Todo modelo de aeronave está sujeito a turbulências, que podem fazer o avião ganhar ou perder altitude."

O site Avherald.com registrou um aumento no número de casos de turbulências em 2009.

Durante todo o ano passado, 28 incidentes do tipo foram registrados. Neste ano, até ontem, já são 35 casos. O site traz notícias diárias sobre inúmeros tipos de ocorrências em voos no mundo, de pousos forçados a problemas mecânicos.

Para evitar ser pego de surpresa numa turbulência, os especialistas recomendam deixar o cinto afivelado durante todo o voo. "Isso evita que o passageiro seja pego desprevenido. Quando ele está dormindo, um sono pesado, dificilmente vai ouvir o aviso sonoro nem terá uma reação rápida", diz Daniel David Horsky, especialista em Segurança e coordenador do Centro Educacional de Aviação do Brasil (CEAB).

Calor global intensifica turbulência

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Secretaria estadual do Ambiente só renovará licença de aeroporto se aviões não passarem por áreas residenciais

Gustavo Goulart

Moradores de pelo menos sete bairros estão prestes a se ver livres de uma dor de cabeça que há anos os atormenta e que vem do céu. A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, afirmou ontem que a renovação da licença da Infraero para o funcionamento do Aeroporto Santos Dumont, após a reforma, só será concedida caso a Agência Nacional de Aviação (Anac) cancele a Rota Dois de aproximação para o pouso. A rota passa sobre regiões residenciais, numa altitude que amedronta os moradores.

Além disso, o barulho dos jatos, que cruzam o céu até de madrugada, ultrapassa os limites de decibéis permitidos.

— Há cerca de dois meses, nós pedimos à Anac que estudasse a alteração da Rota Dois. A resposta foi evasiva.

Disseram que a rota já era usada antes da reforma. A obra aumentou o fluxo de pousos e decolagens nitidamente.

A licença só será dada se a rota for alterada — garantiu Marilene.

Pousos e decolagens apenas entre 6h e 22h Marilene e o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino Martins Pereira, se reuniram ontem com presidentes de associações de moradores e representantes dos bairros de Cosme Velho, Laranjeiras, Santa Teresa, Flamengo, Catete, Botafogo e Urca. Eles reclamaram do barulho dos aviões, do risco de acidentes graves e do aumento do fluxo após a reforma. Outras duas restrições ficaram decididas: pousos e decolagens só serão permitidos das 6h às 22h e o fluxo será limitado a 5 milhões de usuários por ano. A Infraero havia requisitado a liberação de 8 milhões de usuários.

— É uma questão econômica.

Não usam outra rota, que passa sobre a Baía, para não gastar mais combustível. E infernizam a nossa vida. Você fica surdo de dois em dois minutos, é forçado a interromper ligações telefônicas e não consegue ouvir a televisão — reclama o presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa, Paulo Saad.

A Infraero diz que ainda não recebeu qualquer comunicado oficial do Inea. A Anac informou que a alteração da rota ainda está em estudo e que quem determina a mudança é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, da Aeronáutica. Na sextafeira, Marilene e Firmino se reunirão com procuradores e promotores dos ministérios públicos Federal e Estadual para colherem opiniões a respeito. E na segunda-feira, o Conselho Diretor do Inea se reunirá para decidir sobre a liberação da licença.

Segundo o presidente do Inea, o aeroporto opera sem licença desde 2007: — Eles não solicitaram a licença ainda porque não pagaram a compensação ambiental, de 0,5% do valor da obra de reforma. Nesse caso, como a obra custou R$ 300 milhões, a compensação é de R$ 1,5 milhão.

Santos Dumont: vôos terão que mudar de rota

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28 julho 2009

Um dos advogados mais experientes do mundo na briga por indenizações a vítimas de desastres aéreos diz que investigações oficiais são conduzidas por potenciais culpados

Lucila Soares

O advogado americano Steven Marks defendeu os direitos de famílias de vítimas de quase 100 acidentes aéreos, incluindo algumas das maiores tragédias da aviação civil dos últimos vinte anos. Ao longo desse tempo, especializou-se na investigação das causas desses desastres, e desenvolveu uma convicção: para identificar responsáveis e conseguir indenizações justas, é fundamental não depender exclusivamente das investigações oficiais. Marks é sócio da Podhurst Orseck, importante firma de advocacia sediada em Miami. Ele esteve no Rio de Janeiro no último dia 15. No escritório Leoni Siqueira Advogados, ao qual está associado na assistência a doze famílias brasileiras de vítimas do acidente com o Airbus da Air France que caiu no fim de maio, ele deu a seguinte entrevista a VEJA.

Qual foi o caso mais difícil de sua carreira?

O mais difícil, desafiador e recompensador, emocional e legalmente, foi a tragédia do voo da SilkAir, com um Boeing 737 que ia de Jacarta, capital da Indonésia, para Cingapura, em 1997, e caiu, matando as 104 pessoas a bordo. Representamos 33 famílias. Alguns acidentes anteriores haviam apontado problemas com uma válvula do sistema de controle do leme, cuja falha podia provocar a perda do controle pelo piloto. Mas, quando o acidente da SilkAir aconteceu, a primeira hipótese que prevaleceu foi a de suicídio do piloto, porque o gravador de voz da cabine e o gravador de dados do voo estavam desligados. Eu nunca acreditei nessa teoria, e insisti em buscar a causa real pelos seis anos seguintes.

O julgamento durou dois meses, e todos os jurados se manifestaram a nosso favor. As famílias de três passageiros do voo receberam um total de 43,6 milhões de dólares. Pela repercussão que teve, esse caso contribuiu para que todos os 4 000 Boeings 737 então em operação no mundo tivessem a válvula defeituosa trocada. Dessa forma, o sistema de controle do leme tornou-se mais seguro. O irônico nisso tudo é que o fabricante dessa peça ainda faturou muito com o próprio erro. Cada válvula nova custou 950 000 dólares. O fabricante ganhou quase 4 bilhões de dólares.

O que a tragédia do voo 447 da Air France tem de diferente em relação aos demais acidentes nos quais o senhor defendeu as famílias das vítimas?

Esse desastre será um dos pouquíssimos acontecidos com aviões comerciais nos quais não se poderá contar com as informações da caixa-preta. Isso é comum nos acidentes com aviões pequenos e não inviabiliza a reconstituição do acidente e suas causas. Mas é raríssimo em aeronaves comerciais do porte do Airbus.

Por que o senhor defende as investigações independentes para apurar as causas dos acidentes aéreos?

As oficiais não são confiáveis? Não se trata disso. Meu ponto é que os fabricantes acabam tendo um papel excessivamente importante nas investigações das causas. No caso que acabo de relatar, a caixa-preta foi retirada do avião pelo governo da Indonésia e enviada ao fabricante, a americana Honeywell. O relatório feito pela Honeywell deu a entender que o piloto voluntariamente desligara o registro de voz, abrindo caminho para a especulação de que ele havia cometido suicídio e levado consigo toda a tripulação e os passageiros. Isso mostra que, mesmo quando se recupera a caixa-preta intacta, a leitura e a interpretação das informações não são inteiramente fora de questionamento. Por isso, quando estamos defendendo os interesses das famílias de vítimas, não podemos confiar apenas nas investigações oficiais, porque elas são conduzidas por representantes de empresas potencialmente responsáveis pelo acidente. No caso do AF-447, o fato de as investigações estarem sendo coordenadas por um organismo oficial da França (o BEA, escritório de investigações e análises, na sigla em francês) torna ainda mais vital que exista uma investigação independente. Os interesses que o governo francês tem na Air France e na Airbus não podem ser desconsiderados.

Como é conduzida a investigação privada?

É uma operação que custa muitos milhões de dólares e envolve a contratação de especialistas em diversos campos – pilotos, controladores de voo, meteorologistas, interpretação de dados, mecânica.

Essa equipe acompanha e questiona cada conclusão da investigação oficial, reúne documentos, constrói e checa as próprias hipóteses. O objetivo é descobrir a verdade e conseguir provas que sustentem essa verdade. É disso que dependem as famílias que recorrem a nós para brigar na Justiça pelas indenizações a que têm direito.

"O cálculo do valor econômico da indenização não é perfeito. Ninguém pode saber o futuro. Mas deve-se considerar que a vítima faria tudo o que havia planejado na vida"

Quais são as indenizações a que as famílias têm direito?

Cada caso é um caso. Uma viúva sem filhos, sem pais e que não trabalhe é um caso muito diferente de um homem de 45 anos com quatro filhos e uma boa situação profissional. Na maioria dos países, a legislação garante reparação econômica por morte, levando em conta os ganhos atuais, por quanto tempo a pessoa continuaria trabalhando, e calcula quanto seria necessário para manter o padrão de vida da família. Esse é o cálculo econômico. Evidentemente, ele não é perfeito, porque ninguém tem como saber como seria a trajetória profissional de alguém, se ela seria bem-sucedida ou não. Mas por que o responsável pela morte dessa pessoa deveria levar em conta a possibilidade de que ela não fosse bem-sucedida profissionalmente? É o contrário. Deve-se partir do princípio de que ela faria tudo o que havia planejado na vida.

É possível reparar com indenização a dor e o sofrimento de quem perde uma pessoa da família?

Esse é um dano intangível, imensurável, que não é regido por fatores objetivos como os levados em conta no cálculo de uma compensação por perda financeira. Nesse ponto, os Estados Unidos têm um sistema tremendamente favorável às famílias: os casos são julgados por um júri formado por pessoas comuns, leigas, que valorizam a vida humana e consideram que as empresas culpadas pela morte de alguém têm de pagar também pelo sofrimento que provocam em sua família. Com isso, é possível conseguir 10 ou 20 milhões de dólares por dor e sofrimento na Justiça americana. Nos Estados Unidos, nós sempre acreditamos que o sistema de júri é a melhor ferramenta de controle das empresas, porque são os cidadãos que decidem o que é e o que não é aceitável no comportamento delas. É por isso que sempre queremos levar as ações para os Estados Unidos. Não existe nenhum lugar melhor para dar início a uma ação de indenização. Além do sistema de júri, existe uma tradição de obrigação de produção de provas e de convocação de testemunhas única no mundo. Os procedimentos são rápidos, e as indenizações são altas, assim como as punições são severas.

No caso do voo 447 da Air France, é possível acionar os responsáveis nos Estados Unidos?

Essa é uma possibilidade bastante clara. Além da companhia aérea, que é a primeira a ser acionada quando ocorre um acidente, é possível ir à Justiça contra o fabricante da aeronave ou qualquer fornecedor que tenha contribuído para o desastre. No caso específico, a Airbus, a Honeywell e outros fornecedores de peças podem ser acionados nos Estados Unidos. A Air France também pode ser acionada na Justiça americana.

Os aviões com sistemas muito automatizados como os Airbus A330-200 estão mais sujeitos a acidentes?

Essa discussão me faz lembrar de meu avô, que tinha uma máquina de escrever mecânica e vivia batendo naquelas teclas. Por melhores que fossem, as máquinas mecânicas não poderiam sobreviver ao avanço da tecnologia. Combinado a um sistema mecânico de redundância, o fly-by-wire (sistema digital de acionamento remoto das partes móveis externas do avião como os freios aerodinâmicos e o leme) é o futuro. O problema em relação à automação e aos computadores em geral é que, quando funcionam bem, são fantásticos. Quando algo dá errado, eles viram os grandes vilões. Essa ideia é movida pela ilusão de que é possível ter um sistema à prova de queda, e infelizmente nós não teremos um sistema à prova de queda. Todos têm falhas, e a segurança é fortalecida a partir da constatação de falhas. É um erro concluir que é necessário descartar o fly-by-wire por ser perigoso.

Podemos estar diante de um caso parecido com o do Boeing 737, em que se teve de substituir uma determinada peça em todas as aeronaves?

Sim. Isso já ficou claro em relação ao pitot (tubo externo de captação do vento que fornece dados sobre a velocidade do avião). Mas as conclusões das investigações podem apontar outras mudanças necessárias. Estamos diante de um fato relevante: o fabricante ocupa uma posição única, em que é capaz de gerenciar os problemas causados por seus produtos. Isso lhe dá responsabilidades dentro das regras da aviação. Eles têm de monitorar e rastrear suas aeronaves e os problemas ocorridos com elas de uma maneira impossível para as operadoras. Nesta situação específica, claramente o produto falhou.

Não há dúvida para mim de que o Airbus falhou. Este não foi um problema causado pelo piloto. Foi um problema do Airbus.

A Airbus havia alertado para o problema com o pitot. Isso pode ser usado como evidência?

Se uma empresa fabrica um produto defeituoso, ela é responsável por isso. Alertar sobre a existência do defeito não a exime de responsabilidade. Dependendo do caso, é preciso haver uma recomendação expressa para substituir as peças potencialmente defeituosas. Comunicados como os feitos pela Airbus não obrigam o usuá-rio a fazer a troca de produto algum. Eles nunca disseram a ninguém: "Nós temos um problema de segurança de voo, recomendamos a substituição imediata da peça X devido a A, B, C e, porque o erro é nosso, estamos fazendo a troca sem nada cobrar". Acidentes não são atos de Deus. Eles acontecem porque alguém cometeu um erro. Frequentemente são produto não de um, mas de uma série de problemas que se sucedem porque as providências para evitá-los não foram tomadas. Isso tem de ser apontado, é preciso mostrar que aquilo não deveria ter acontecido daquele jeito, para que se possam mudar e melhorar as condições de segurança.

Conhecendo tão bem pilotos, aviões e falhas em geral, o senhor não tem medo de voar?

Eu fico atento a todos os ruídos do avião, inclusive aqueles que são imperceptíveis para quem não tem o ouvido acostumado. Mas aprendi a tirar da cabeça toda e qualquer preocupação nessa área.

A maior parte das viagens é muito segura, estatisticamente os aviões continuam sendo o meio de transporte mais seguro. Quando acontece um desastre, evidentemente isso provoca grande comoção, porque morre muita gente ao mesmo tempo, mas a verdade é que viajar em um dos milhares de vôos que decolam todos os dias é mais seguro do que viajar no seu carro. Por isso eu realmente não tenho medo de voar.

Nem vendo tão de perto o sofrimento das famílias que contratam seus serviços?

Isso não me faz ter medo, mas conviver com esse sofrimento é algo cada vez mais difícil para mim. Talvez porque esteja ficando mais velho. A gente vê os próprios filhos, a família, e é inevitável imaginar-se nessa situação.

Mas o senhor parou de pilotar.

Sim, porque tenho dois filhos e já vi muitos acidentes com pilotos muito melhores do que eu. Mas tenho saudade. Pilotar é uma grande experiência. Eu adorava. Fazia até acrobacia aérea.

Como o senhor escolhe uma companhia aérea para viajar?

Tento não voar por companhias aéreas regionais low cost. Além disso, não voo mais de helicóptero. Porque só existem dois tipos de helicóptero: os que já caíram e os que vão cair.

A falha foi do Airbus

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Um avião da companhia iraniana Mahan Airlines teve de fazer um pouso de emergência ontem em Teerã depois do incêndio de um de seus motores pouco após a decolagem. O aparelho, que voaria de Teerã a Mahshahr, no sul do país, teve de voltar apenas um minuto depois de ter decolado do aeroporto de Mehrabad. O incidente aconteceu três depois depois do acidente envolvendo um Ilyushin-62 da companhia iraniana Aria Airlines que deixou 17 mortos em Mashhad, e 12 dias depois da queda de Tupolev-154 da Caspian Airlines que fazia a ligação entre Teerã e Erevan e deixou 168 mortos.

Avião faz pouso de emergência

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Vanessa Beltrão

Um avião da empresa aérea Gol, que veio de Brasília para o Recife, teve que ser esvaziado, na tarde de ontem, após uma passageira de 26 anos apresentar sintomas da gripe A (H1N1).

Segundo a coordenadora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Pernambuco, Milca Adegas, a jovem estava tossindo muito e foi encaminhada ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, referência na área de infectologia no Estado. “Isso é um protocolo normal da Anvisa.

Foi feita a limpeza e a desinfecção do avião”, explica.

De acordo com a infectologista do HUOC, Polyana Monteiro, a jovem foi atendida no hospital e liberada. “O estado de saúde dela não era grave e ela não tinha nenhuma doença crônica”, explicou.

A aeronave pousou no Recife às 11h54 de ontem e os 120 passageiros foram retirados da aeronave, que passou por um procedimento de desinfecção. Ainda de acordo com Milca, o avião só pôde decolar novamente após um período de duas horas, tempo necessário para o produto utilizado na desinfecção agir.

Todas as pessoas que estavam no avião tiveram que preencher o Cadastro da Vigilância Sanitária, onde constam os dados pessoais dos passageiros. "As pessoas que estavam sentadas mais próximas a jovem que apresentou os sintomas serão monitoradas pelo Estado e todos estão orientados a procurar um hospital ao sentir algum sintoma", completa Milca.

Parte dos passageiros seguiu viagem. O avião voltou a decolar às 15h29 com destino ao Rio de Janeiro. Pernambuco tem 26 casos confirmados da doença.

Aeronave é desinfectada no Recife

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