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24 março 2010

Agência libera aeroporto para voos de qualquer porte. Medida favorece Azul

Marcelo Portela - O Globo

BELO HORIZONTE. A decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de liberar voos de qualquer porte no Aeroporto Carlos Drumond de Andrade, na Pampulha, provocou a ira do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), e pôs o tucano em pé de guerra com a presidente do órgão regulador, Solange Vieira.

A medida anula a portaria 993, de 2007, da própria Anac, que limitava a operação no terminal a aeronaves para até 50 passageiros e voos dentro de Minas ou para estados limítrofes, desde que tivessem ao menos uma escala em cidade mineira. A portaria também permitia o uso do local por empresas de táxi aéreo e transferia todos os outros voos para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

Uma fonte do governo afirma que a decisão da Anac seria para atender solicitação da Azul, que tem interesse em operar na Pampulha.

Para Aécio, a medida da Anac soou como uma rasteira no governo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de anteontem, com data de 17 de março. No dia seguinte, uma quintafeira, o governador e Solange Vieira estiveram juntos e Aécio não foi informado sobre a medida.

Pampulha: decisão da Anac irrita Aécio

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23 março 2010

CHICAGO (Reuters) - A Boeing vai acelerar os planos de elevar a produção dos modelos de aviões 777 e 747 para dar conta da demanda em meio à recuperação do mercado de aviação, após dois anos de queda das encomendas pela crise econômica global.

A Boeing vê 2010 como ano de recuperação da economia e disse que as companhias aéreas provavelmente retornarão ao lucro em 2011.

A segunda maior fabricante mundial de aeronaves disse que irá acelerar a cadência de produção do modelo 777 de cinco para sete unidades por mês em meados de 2011, antes da previsão anterior de fazer isso no início de 2012.

Já o aumento do ritmo de produção do modelo 747 de 1,5 avião para duas aeronaves por mês será implementado em meados de 2012, e não em 2013, segundo a fabricante.

"A melhora do mercado e a nossa abordagem conservadora de produção nos colocou em uma posição em que vemos ser necessário aumentar a produção de aeronaves", disse o presidente-executivo da Boeing Commercial Airplanes, Jim Albaugh, em comunicado.

A indústria global de aeronaves tem sido prejudicada por uma desaceleração econômica que diminuiu a demanda por viagens e fez com que algumas companhias aéreas adiassem ou cancelassem seus pedidos de aeronaves.

As ações da Boeing negociadas em Nova York subiam 1,07 por cento às 12h31 (horário de Brasília), para 71,63 dólares.

Boeing vai acelerar produção de dois modelos de aviões

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Para fabricante, tecnologia pode ajudar a manter liderança em até 120 assentos

da Agência Estado

O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse que a empresa não ficará alheia à chegada de motores mais eficientes e que ofereçam economia de combustível. "Nossos E-Jets são novos, mas não podemos ficar indiferentes à disponibilidade de motores mais econômicos", afirmou a analistas, em teleconferência.

Curado reconheceu que está conversando com fabricantes de motores. "Olhamos a motorização como a coisa certa para se manter a liderança no segmento de até 120 assentos", observou. Contudo, Curado ressaltou que, se a Embraer vier a lançar aviões com nova motorização, estes também deverão exibir melhorias tecnológicas.

Além disso, o executivo destacou que a companhia está monitorando o mercado acima do que hoje explora com o modelo 195, de até 122 assentos. Mas para dar esse passo, ponderou Curado, há que ter uma vantagem em relação a seus concorrentes. "Entrar em um segmento superior, com um avião maior, sem ter um diferencial competitivo é excesso de risco, pois a concorrência trabalha com produtos sólidos e com uma base de clientes extraordinária", afirmou.

O presidente da Embraer comemorou a melhora de alguns indicadoras da aviação, como a menor estimativa de prejuízo da companhias aéreas e a desaceleração das vendas de jatos usados.

Porém, ele alertou que a Embraer ainda tem uma "visão cautelosa", principalmente quando o assunto é aviação comercial.

"Embora o problema esteja menor do que antes, a oferta de crédito para o financiamento de novas aeronaves ainda não foi normalizada e a indústria trabalha com grandes volumes de backlog (carteiras de pedidos firmes de aeronaves)", resumiu. Conforme o executivo, "existe a preocupação de a capacidade das companhias aéreas ser maior do que a demanda" dos passageiros por voos, mesmo considerando o ritmo forte de mercados como Brasil e China. "É um cenário bem melhor do que o de 2009, mas não de plena recuperação em que os problemas foram todos ultrapassados", destacou.

Na aviação executiva, de acordo com o executivo, a situação "não é muito diferente". Ele disse que há sinais de melhora, como desaceleração da venda de seminovos, no entanto, a recuperação "é bastante suave" comparada à "exuberância" de 2008. "Mas estamos trazendo produtos novos a cada ano e isso leva a um aumento de participação de mercado", contrapôs.

Na área de defesa e governo, a Embraer quer continuar aproveitando "o bom momento do Brasil", não só pela maior disponibilidade orçamentária do País, mas por seu posicionamento geopolítico fortalecido. "Essa clara ascensão do Brasil no cenário mundial ajuda na exportação de material de defesa. Tivemos sucesso nas vendas do modelo Super Tucano e esperamos ter outros contratos", disse.

Motores econômicos no radar da Embraer

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Michelly Chaves Teixeira - O Estadão de S.Paulo

A Embraer vê em 2010 um cenário mais favorável para novas vendas em relação a 2009, quando o mercado de aviação sofreu um duro golpe da crise financeira global. Mesmo assim, o vicepresidente executivo de Finanças e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos Aguiar, avalia que ainda não é possível saber se essa recuperação é sustentável.

"Venderemos mais do que no ano passado, mas ainda não nos níveis de 2006, 2007", disse o executivo. Para ele, a retomada e a melhoria "significativa" desse mercado virão somente em meados de 2011.

Segundo o vice-presidente de Finanças, a Embraer não tem presenciado postergações ou cancelamentos na entrega de aeronaves como em 2009. A empresa, segundo ele, continua dependendo de sua carteira de pedidos firmes (backlog) para gerar receitas. O backlog da Embraer somava, ao fim de 2009, US$ 16,6 bilhões, volume suficiente para 3,3 anos. Embora tenha destacado que a empresa já trabalhou com mais folga em seu backlog (em 2008, a carteira de US$ 20,9 bilhões supria 3,8 anos), Aguiar destacou que o prazo de 3,3 anos é "razoável".

A Embraer está com boas expectativas em relação à venda de jatos executivos. Aguiar disse que a empresa conseguiu vender bem esses produtos em 2009, ao contrário de seus pares, porque seus lançamentos tinham sido vendidos antes da crise.

Ontem, ao divulgar suas demonstrações financeiras referente ao quarto trimestre e ano de 2009, a fabricante anunciou que espera entregar 90 aeronaves comerciais e 137 jatos executivos em 2010. Do total de aviões executivos, 120 unidades devem ser da família Phenom e os outros 17 serão Legacy e Lineage.

A empresa não fez menção sobre os aparelhos do segmento de defesa e governo. A Embraer não informa sua meta porque a maior parte das receitas deste nicho tem origem nos programas de desenvolvimento de aeronaves e prestação de serviços de engenharia.

Embraer vê melhora do mercado este ano

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Investimento do grupo Eurocopter, controlador da Helibrás, será de US$ 420 milhões em nova base em Itajubá

Ivana Moreira / ITAJUBÁ - O Estadão de S.Paulo

A Eurocopter quer fazer do Brasil sua terceira base completa de produção de helicópteros no mundo. As outras duas ficam na França e na Alemanha. A meta é que a Helibrás, empresa brasileira da qual a Eurocopter detém 75% do capital, esteja em condições de desenvolver uma aeronave inteiramente no Brasil na próxima década. Segundo o presidente mundial, Lutz Bertling, a construção da segunda fábrica da Helibras em Itajubá, para a produção do modelo EC 725, é só o primeiro de grandes investimentos previstos para o País.

O grupo francês lançou ontem a pedra fundamental das obras da fábrica, na qual serão investidos US$ 420 milhões. "Estamos começando um capítulo novo hoje na história da Helibrás", afirmou Bertling. Embora veja perspectivas positivas no mercado brasileiro, sobretudo para os setores de petróleo e gás, o presidente mundial da Eurocopter reconheceu que a decisão de reforçar os investimentos no Brasil só foi possível por causa do contrato de R$ 5,2 bilhões com o Ministério da Defesa para a venda de 50 helicópteros EC 725 para o Brasil até 2016.
 
"Foi um empurrão, sem ele não seria possível fazer um investimento de longo prazo." Os primeiros três helicópteros da encomenda serão produzidos na França e entregues no fim deste ano. Os primeiros equipamentos produzidos no Brasil só serão entregues a partir de 2013, depois que a construção da nova fábrica estiver concluída. O acordo do governo brasileiro com a Eurocopter prevê que a indústria chegue a um índice de 50% de nacionalização.

A ampliação elevará a área ocupada pela Helibrás dos atuais 11 mil m² para 24 mil m². A previsão é de que o número de funcionários pule de 300 para 600.

Além da versão EC 725, para uso militar, a Helibrás produzirá o modelo 225, de uso civil.

Segundo o presidente do conselho de administração da Helibrás, Jorge Viana, a Petrobrás é uma das empresas que já demonstraram interesse de compra por causa da características técnicas do equipamento, com autonomia de voo de até 1,2 mil km.

Dos 50 helicópteros encomendados pelo Ministério da Defesa, 16 serão destinados ao Exército, 16 para a Marinha e outros 16 para as Forças Aéreas. Dois equipamentos serão destinados para uso "VIP", no transporte de autoridades. A produção de um único helicóptero pode levar até um ano e meio.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que a expansão da Helibrás representa um importante avanço para o Brasil, que passa a ser um fabricante de helicópteros com perspectivas reais de atender não apenas ao mercado interno mas também à África e outros países com os quais mantém fortes relações comerciais.

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), destacou a importância da parceria entre Estado e governo federal para acordos que beneficiam o País. O governo de Minas detém 20% das ações da Helibrás, fundada há 30 anos. O Estado assumiu a responsabilidade de construir um aeroporto em Itajubá, infraestrutura essencial para os planos de expansão da empresa.

A Helibrás é a única fabricante de helicópteros na América Latina e produz hoje um dos modelos de maior comercialização, o Esquilo, hoje com 43% de nacionalização. A Eurocopter é uma das seis maiores fabricantes de helicópteros do mundo.

Jobim mantém suspense sobre compra de caças

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, manteve ontem o suspense sobre a decisão de qual país vai fornecer caças ao Brasil. Mas deu indícios de que a escolha pelos franceses não tem volta. A decisão do governo será anunciada após a Semana Santa, disse. Em Itajubá, no lançamento da pedra fundamental da nova fábrica da Helibrás, o ministro destacou a importância do acordo firmado entre o Brasil e a França.

País terá fábrica completa de helicópteros

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ANDREZZA TRAJANO - Folha de Boa Vista

Um chefe do Serviço Regional de Investigação da Aeronáutica, que fica sediado em Manaus (AM), está em Roraima para investigar o incidente aeronáutico envolvendo um avião do governo, que levava o governador Anchieta Júnior e outros integrantes do primeiro escalão de Boa Vista a Uiramutã.
 
Segundo a Base Aérea de Boa Vista, o profissional, cujo nome não foi informado, dará entrevista hoje para fornecer detalhes da investigação.

O incidente ocorreu na sexta-feira passada, durante pouso do bimotor Baron, prefixo PT-JTM. A informação dada pelo chefe do Transporte Aéreo do governo, comandante Hélio Alves, é de que uma rajada de vento forte tirou o avião da reta da pista no momento do pouso. A aeronave só tocou o solo no meio da pista, que é feita de chão batido, mas tem boa qualidade. Como a pista 'acabou', o avião dobrou à direita, pegando uma estrada esburacada, o que fez com que a bequilha (roda) quebrasse. Ainda bateu uma das asas em árvores próximas, amassando a lataria onde fica a luminária, na ponta da asa.

O bimotor Baron continua no Uairamutã. Hoje o comandante Hélio Alves irá a Uiramutã acompanhar a avaliação que será feita na aeronave por técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O avião já estaria consertado, conforme ele.

Se a aeronave estiver em condições de voo, será trazida para Boa Vista. Chegando a capital, passará por nova avaliação e, em caso de precisar fazer novos reparos, será levada para uma oficina homologada em Manaus (AM).

"A investigação dirá o que aconteceu, e até lá, se a aeronave não oferecer nenhum risco, poderá entrar em linha de voo", afirmou.

POLÊMICA

- Este foi o assunto mais comentando durante o fim de semana. Inclusive, ventilou-se a notícia de que o chefe do Executivo estaria de copiloto na aeronave. O Palácio Senador Hélio Campos nega a informação.

A notícia surgiu a partir do fato de Anchieta estar sentado no banco reservado ao copiloto, ao lado do piloto Francisco Francimar, que conduzia o bimotor. Ele não possui a licença para pilotar, conhecida como brevê.

"Este avião, quando está voando por instrumento [quando não há visibilidade], tem que ter dois pilotos. Mas quando está na regra visual [quando existe visibilidade do solo] pode ter um piloto só, como ocorreu naquele dia. E este avião é homologado apenas para um piloto utilizando as regras de voo visual, podendo qualquer pessoa sentar na cadeira ao lado", reforçou Alves.

Ainda que o comandante Alves diga que apenas Francimar comandava a aeronave, pessoas que estavam no Município e viram todo o incidente asseguram que Anchieta auxiliava o piloto na navegação.

O governador estaria, inclusive, utilizando acessórios de navegação e teria ficado em estado de choque com o incidente.

O piloto particular Amadeu Triani contesta que uma rajada de vento seja o motivo do incidente aeronáutico. Segundo ele, "a forte ventania não atrapalharia um piloto experiente. Ele saberia julgar se um pouso naquela ocasião seria seguro ou não".

Com o ocorrido, Triani acredita que não se tratava de um piloto experiente no comando da aeronave. "Um piloto não toca no meio da pista. No caso de não ser possível tocar no início da pista, o mais seguro é arremeter e fazer novo procedimento de pouso. Pousar no meio da pista é coisa de manicaca [piloto inexperiente]", afirma.

O comandante Alves assegura que o piloto do bimotor, Francisco Francimar, hoje com 61 anos, pilota desde os 18 anos. "Se ele não fosse experiente, teria acontecido algo pior", observa.
 
BREVÊ - A licença para pilotar não pode ser obtida em Roraima desde 2004, quando o aeroclube local fechou. O lugar mais próximo é no aeroclube de Manaus. Uma carteira de piloto custa, em média, R$ 15 mil.

FROTA

- Além do bimotor Baron, o governo possui outro bimotor Asteca, um monomotor FFR, um Cessna 206, um helicóptero esquilo e dois Learjets, o 55 e o 35 (que será levado a leilão).

Aeronáutica investiga acidente aéreo

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Companhias aéreas de porte menor, como Azul, Webjet, Trip e Passaredo, focam rotas para o interior, conquistam passageiros e começam a incomodar as gigantes Gol e TAM

Geórgea Choucair - Estado de Minas

Pouco a pouco, as companhias aéreas de menor porte começam a ganhar mercado. Juntas, a Azul, a Webjet, a Trip e a Passaredo detêm hoje 13,70% do total de passageiros no mercado doméstico de transporte aéreo regular. Os números são de fevereiro e representam o dobro da participação no mercado em relação ao mesmo mês de 2009, quando tinham 6,94% do total, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Atualmente, a cada 100 passageiros de voos domésticos, 16 voam em companhias menores, revela o levantamento da Anac.

O aumento de renda da população brasileira, as tarifas mais competitivas das novatas e a entrada dessas companhias em mercados pouco explorados elevaram a demanda de passageiros nos voos. Mesmo que de leve, a participação maior de mercado das companhias menores afetou as gigantes do setor, Gol e TAM. Em fevereiro, as duas tinham juntas 84,03% do mercado doméstico de aviação, contra 90,02% em fevereiro de 2009. A participação de mercado da TAM no número de passageiros transportados despencou em fevereiro, passando de 49,82% no mês em 2009 para 42,42% este ano.

Mas isso não significa que o número de passageiros da empresa caiu no período. Ao contrário, cresceu 21,66%. O resultado da fatia menor do mercado é explicado pelo salto no tráfego aéreo nos voos domésticos no mês passado, que registrou crescimento de 43% sobre fevereiro de 2009. Foi o maior crescimento percentual já registrado desde setembro de 2003, quando os dados começaram a ser computados. Já a Gol apresentou alta na participação do mercado em fevereiro: 41,61%, contra 40,20% no mesmo mês de 2009. O número de passageiros transportados no período aumentou 47,91%.
 
NOVATA
 
A novata Azul, que iniciou as operações em dezembro de 2008, conecta hoje 17 cidades com cerca de 100 voos por dia. A frota da empresa é composta por 15 jatos – e mais seis aeronaves vão chegar até dezembro. Para este ano, a companhia aérea pretende conectar 25 cidades em todo o país.
 
"A Azul trouxe diferenciais importantes. Primeiro, usamos um aeroporto que estava abandonado, que é o de Viracopos (SP). Depois, passamos a atuar em cidades que não estavam sendo atendidas", afirma Pedro Janot, presidente da Azul.

O baixo custo do bilhete aéreo é outro atrativo da companhia. "Quem compra com 30 dias de antecedência, paga o preço da passagem de ônibus na Azul. Dessa forma, trouxemos mais pessoas para o transporte aéreo. O passageiro largou o sofá de casa e foi voar. Os pequenos empresários também passaram a viajar de avião com mais frequência", diz Janot. A companhia aérea transportou 2,2 milhões de passageiros em 2009 e este ano quer dobrar o número, para 4 milhões. "O mercado aéreo cresce como um todo, mas acredito que as companhias aéreas menores devem crescer mais. A tendência é que os grandes percam mercado", observa Janot. Segundo ele, de 15% a 20% dos passageiros da Azul são pessoas que nunca viajaram de avião.

A Trip Linhas Aéreas também tem metas ambiciosas para 2010. Em 2009, a empresa aérea transportou 1,5 milhão de passageiros e, este ano, pretende transportar 2,4 milhões nas 78 cidades em que opera no país. Em Minas Gerais, são 11 municípios. "O nosso crescimento acontece pelo aumento de renda do brasileiro e da demanda maior de passageiros no interior", ressalta Evaristo Mascarenhas de Paula, diretor de Marketing e Vendas da Trip. Até o fim do ano, a companhia espera estar presente em 86 cidades no país e 14 em Minas. "Apesar das obras nos aeroportos, nem todos estão prontos para decolar", observa Mascarenhas. Nos próximos meses, a empresa pretende inaugurar voos em mais três cidades mineiras: Varginha, Manhuaçu e Paracatu.

O presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino de Oliveira Júnior, afirma que a entrada de novatas no segmento aéreo traz uma nova dinâmica à competição nos ares. "As iniciativas das companhias menores estimulam a demanda. A nossa política é de preços baixos. Os passageiros que estreiam nas menores, em uma nova oportunidade vão escolher a Gol", diz.

MERCADO

O engenheiro Cristiano Silva da Fonseca viaja de duas a três vezes por semana para o interior de Minas com a Trip. Ele também já usou os serviços da Azul. "Acredito que algumas novatas estão focando um mercado que as grandes ainda não atingiram, que é o interior", afirma Fonseca.

A médica Maria de La Gracias estreou na semana passada com um voo de Confins para Viracopos (Campinas/MG) pela Azul. Ela comprou a passagem com apenas um dia de antecedência e pagou R$ 600, ida e volta. "O valor foi alto, mas comprei em cima da hora", diz. A justificativa é válida.

Ela foi se encontrar com o filho que acabou de passar no vestibular.

O médico carioca Leandro Duarte usou a Webjet pela primeira vez para a viagem do Rio de Janeiro a Belo Horizonte, em um congresso. "O preço estava melhor e achei que, para uma viagem doméstica, o voo não deixa nada a desejar. Só o espaço entre as poltronas que é pequeno. Em uma viagem mais longa pode ser desconfortável", diz. O voo foi de Confins para Santos Dumont (RJ). "E ainda vou ter a vantagem de chegar no Santos Dumont, que é mais central do que o Galeão", diz.

Comendo pelas beiradas

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Zero Hora
 
Foi concluída a tramitação da segunda denúncia do Ministério Público Federal de Mato Grosso contra os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino, que comandavam o jato Legacy no momento em que ele se chocou com o Boeing da Gol em setembro de 2006. Agora, o juiz federal Murilo Mendes, da vara de Sinop, a 505 quilômetros de Cuiabá (MS), deverá decidir se absolve os pilotos ou se o processo segue.

A segunda denúncia do MPF contra os pilotos, por atentado contra a segurança do transporte aéreo nacional, foi apresentada em maio de 2009, com base em laudos que identificaram mais duas condutas que também poderiam ter sido causa do acidente: os pilotos omitiram a informação de que o jato não tinha autorização para voar em uma área tida como espaço aéreo especial e não ligaram em nenhum momento do voo o sistema anticolisão (TCAS).

A procuradora da República, Analícia Ortega Hartz Trindade, explicou que a denúncia dependia da citação dos réus e da apresentação da defesa por escrito.

Primeira sentença de absolvição foi suspensa

Em dezembro de 2008, o juiz federal Murilo Mendes absolveu os dois pilotos de algumas condutas, como negligência na adoção de procedimentos de emergência e eventual falha de comunicação com o Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta).

O Ministério Público Federal recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contra a decisão. A absolvição foi cassada, e o processo voltou à Justiça Federal de Sinop.

Juiz avalia nova denúncia contra pilotos do jato Legacy

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Jamil Anderlini e Justine Lau, Financial Times, de Pequim e Hong Kong

A companhia aérea estatal Air China anunciou ontem a aquisição da Shenzhen Airlines, numa iniciativa que equivaleu a uma reestatização da companhia privada atualmente em dificuldades, cujo proprietário e altos executivos estão sob investigação por crimes econômicos não especificados.

A Air China disse que vai injetar 682 milhões de yuans (US$ 100 milhões) na Shenzhen Airlines visando dobrar sua participação atual para 51%, ao passo que um braço de investimentos do governo da cidade de Shenzhen também investirá 348 milhões de yuans para aumentar sua participação na companhia aérea de 10% para 25%.

Analistas disseram esperar que a Air China amplie sua participação ainda mais, na esteira do processo falimentar da Huirun, holding privada com participação de 65% na Shenzhen Airlines. A participação da Huirun deverá cair para 24% depois que o acordo for concluído, anunciou a Air China.

Li Zeyuan, um ex-oficial militar que controla Huirun, venceu a Air China numa guerra de lances, num leilão em 2005, e comprou cerca de 65% da Shenzhen Airlines por 2,7 bilhões de yuans, na prática privatizando a companhia aérea antes estatal.

Mas Li foi detido em dezembro, e duas semanas atrás seu mais alto executivo na companhia, Li Kun, foi também envolvido na investigação, deixando a gestão da empresa nas mãos de pessoas que são, simultaneamente, executivos da Air China.

Após anos de prejuízos e uma proliferação de pequenas companhias privadas, o setor de aviação chinês está passando por uma reformulação conduzida pelo governo cuja finalidade é consolidar o setor em torno das três grandes empresas aéreas estatais: Air China, China Southern e China Eastern.

A China Eastern absorveu a Shanghai Airlines, sua rival menor, no ano passado, e uma série de pequenas companhias privadas cessaram suas operações ou foram engolidas por concorrentes estatais a partir do fim de 2008.

Muitos observadores no setor privado chinês, e até mesmo alguns funcionários estatais, têm questionado se a nacionalização é um sinal de que Pequim está revertendo 30 anos de liberalização econômica em favor de maior controle estatal em setores chave.

A Air China anunciou ontem que a Shenzhen Airlines passará a ser sua subsidiária após a transação, prevista para ser concluída em meados de abril. O preço que pago foi muito inferior ao estimado 1,8 bilhão de yuan s que propôs em troca de 65% de participação em 2005.

Air China compra Shenzhen Airlines

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Veículo com menos de um quilo foi concebido pela Gyrofly, instalada na Incubaero

Virgínia Silveira, para o Valor, de São José dos Campos

A Gyrofly Innovations, uma das dez empresas da Incubaero, incubadora de projetos no setor aeroespacial que funciona dentro das instalações do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), desenvolveu o primeiro quadrirrotor brasileiro de voo pairado, um tipo de helicóptero cuja propulsão é feita por quatro rotores, geralmente dispostos em formato de cruz.
 
O veículo pode ser usado para registro de imagens e captação de informações nas áreas de segurança, energia e agronegócios, entre outras. O Gyro 500, como foi batizado, tem um metro de diâmetro. Classificado como um mini-helicóptero ou mini-Vant (veículo aéreo não tripulado), pesa menos de um quilo e voa a uma altura máxima de 600 metros. Pode ser utilizado, por exemplo, na vigilância de estádios e em operações da Polícia Militar contra o tráfico de drogas, já que tem como características ser silencioso e quase invisível.

A Gyrofly já recebeu cartas de intenção de compra do Exército e da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. "Movido a bateria, o Gyro 500 tem uma autonomia de 20 a 30 minutos. Em uma missão de reconhecimento, consegue fazer uma abordagem anterior à ação da polícia, antecipando o cenário para os policiais de forma segura e com imagens em alta resolução", diz o sócio fundador da Gyrofly, Alexandre Penedo.

O Gyro 500 fez seu primeiro voo em dezembro. Segundo projeção da empresa, o veículo tem um potencial de vendas de mais de 15 mil unidades, em um prazo de cinco anos. "Nosso plano de negócios prevê vendas brutas de R$ 5 milhões em 2011, podendo atingir o patamar de R$ 32 milhões em 2015". A empresa pretende atingir uma participação expressiva em mercados estratégicos como o de segurança privada, agronegócio, usinas hidrelétricas, refinarias e usinas de etanol.

O preço do veículo pode variar entre US$ 10 mil e US$ 30 mil, dependendo da configuração, e o seu custo de operação é 20 vezes menor que o de um helicóptero, segundo Penedo. No mundo, apenas duas empresas tem esse tipo de equipamento: a canadense Dragan Fly e a alemã Microdrones.

O Gyro 500 é um equipamento 100% nacional e seu projeto foi contemplado duas vezes pelo programa de subvenção da Finep, que destinou um total de R$ 1,6 milhão para seu desenvolvimento.

"É o primeiro mini-Vant que tem winglet, componente aerodinâmico localizado na ponta das hélices e que serve para reduzir a vibração do veículo", explica Penedo. Feito de uma estrutura em fibra de carbono, o Gyro 500 é movido à bateria recarregável e pode ser programado para sobrevoar determinados percursos ou ser comandado por controle remoto.

"Como é muito leve e fácil de manobrar, o Gyro 500 permite a realização de imagens tanto em ambientes internos quanto externos, sendo mais uma ferramenta de monitoramento para grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada."

Além do setor de segurança, o veículo pode ser usado em várias outras áreas, diz Penedo. Os exemplos incluem a inspeção de estruturas de pontes e torres de transmissão; missões de reconhecimento, estudo e monitoramento ambiental; tráfego urbano e auxílio em tarefas de busca e salvamento em situações de calamidade pública.

O diretor da Gyrofly comenta que uma das vantagens do Gyro 500 em relação ao helicóptero convencional é que ele não possui engrenagens de redução de velocidade, evitando desgaste e perda de confiabilidade. "O sistema de controle do Gyro 500 permite que todos os quatro motores gerem sustentação, garantindo um voo equilibrado, maior transporte de carga e menos manutenção."

Segundo o fabricante, o Gyro 500 não interfere no ambiente a ser pesquisado com barulho e deslocamento de ar, pois utiliza motores elétricos, com transmissão silenciosa. Uma segunda versão do mini-helicóptero, que já está sendo desenvolvida pela empresa, vai incorporar uma eletrônica mais avançada e um sistema de voo autônomo, sem a atuação do usuário. "Em uma terceira etapa vamos produzir versões de maior porte e mais potentes, com capacidade para levar até um quilo de carga útil".

O modelo atual é capaz de transportar até 350 gramas de carga.

Mini-helicóptero tem versão nacional

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Ano eleitoral prejudica votação de mudanças no setor

Caio Junqueira, de Brasília - Valor

O ano eleitoral e a avançada tramitação de outros projetos do Ministério da Defesa devem impedir que o Congresso aprove, neste ano, a legislação que eleva o limite da participação do capital estrangeiro nas empresas aéreas dos atuais 20% para 49% do capital social.

O projeto foi encaminhado neste mês pelo ministro Nelson Jobim (Defesa), em um pacote que propõe várias mudanças no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), de 1986. Sua apreciação inicial se dará na Câmara, em uma comissão especial destinada a atualizar o código criada a partir de recomendações da CPI do Apagão Aéreo. Muitas das propostas enviadas pelo ministério foram discutidas na CPI.

Há poucas chances, porém, de aprovação neste ano em que o período legislativo é mais curto por causa das eleições de outubro. O que poderia acelerar a tramitação é o fato de os parlamentares, em sua maioria, concordarem com a proposta do governo, de abertura do capital para até 49%, e já haver um projeto nesse sentido aprovado no Senado que pode ter sua votação final na Câmara.
 
Duas dificuldades, no entanto, se colocam. O projeto do Senado foi proposto pelo ex-senador Paulo Octávio, que neste ano se desfiliou do DEM e renunciou ao cargo de governador do Distrito Federal por suspeitas de corrupção. Em ano de poucas votações, o Congresso não quer avançar com projetos de lei de iniciativa políticos em má situação entre os eleitores.

Outra questão é que a comissão especial quer apresentar um novo texto para o Código, no qual a alteração na participação acionária é apenas um entre outros tantos pontos que ganhariam força para ser levada à sanção presidencial se aprovados em bloco.

O relator da comissão especial, deputado Rocha Loures (PMDB-PR), afirma que até o fim de maio divulgará seu relatório, que precisa ser votado na comissão, no plenário da Câmara e, depois, seguir para o Senado. "Temos que dar uma resposta rápida à CPI. A consequência prática dela será preparar o marco legal para o setor. Há um senso de responsabilidade que impede que esse assunto fique sem conclusão", afirmou.

O Ministério da Defesa não é tão otimista. "Se olhar a dinâmica do Congresso, ainda mais em ano eleitoral, pode ser que dificulte. E o ministro, nesse primeiro momento, está empenhado em votar a lei complementar de reestruturação dos cargos da Pasta", disse Fernando Soares, do Departamento de Política de Aviação Civil do ministério.

Segundo ele as propostas que já estão no Congresso são boas, mas o Executivo resolveu encampar o limite de 49% como estratégia para que ela fosse aprovada. O próximo passo, depois de conquistados esse índice e analisada sua repercussão no mercado, será elevar a participação para 100%. "Quando o atual projeto for aprovado, imediatamente haverá a entrada de companhias neste mercado. Até aceitaríamos abrir mais a participação estrangeira, mas preferimos dar um primeiro passo para no futuro avançarmos", afirmou. A expectativa com a aprovação é de que as empresas menores cresçam a partir da injeção de recursos por parte de empresas estrangeiras.

Limite de estrangeiros na aviação fica para 2011

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Folha de SP
 
Nos meses que se seguiram ao acidente com o Airbus da TAM, ocorrido em Congonhas, no dia 17 de julho de 2007, autoridades federais acenaram com uma série de medidas e estudos para aumentar a segurança e aliviar os gargalos do transporte aéreo no país.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o aeroporto paulistano deixaria de ser um centro nacional de distribuição de voos e teria suas operações redimensionadas para adequar-se ao perfil regional.

Por sua vez, a ministra Dilma Rousseff anunciou a construção de um novo aeroporto nas proximidades da cidade de São Paulo e declarou que o governo pensava em ampliar a participação da iniciativa privada no setor. Mencionou concessões e a abertura de capital da Infraero.

De lá para cá houve mais recuos do que avanços - embora o Brasil tenha assumido compromissos internacionais, como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. O projeto anunciado pela Casa Civil foi abandonado, as privatizações não prosperaram e Congonhas foi aos poucos retornando ao que era antes.

Na semana passada, reportagem da Folha mostrou que o aeroporto paulistano não observa o limite de 30 pousos e decolagens por hora fixado por norma federal após o acidente de 2007.

Além disso, a Infraero ignorou determinação da prefeitura que previa a redução, até início deste mês, dos horários de funcionamento. As operações passariam a ocorrer das 7h às 22h durante a semana -e das 9h às 23h aos domingos e feriados. Atualmente o aeroporto funciona todos os dias das 6h às 23h.

Diante do descompromisso da empresa estatal que administra Congonhas, o prefeito Gilberto Kassab decidiu conceder novo prazo. Agora a Infraero terá de se adequar até 1º de abril.

Resta esperar que a data não tenha sido escolhida por seu simbolismo.

Aeroporto fora da lei

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Além da British Airways, sindicatos anunciam paralisações em Lufthansa, TAP e Air France

Do New York Times

PARIS. A greve de tripulantes da British Airways, que completou o terceiro dia ontem, não é a única preocupação dos passageiros europeus. Os sindicatos de trabalhadores de outras companhias do continente anunciam novas paralisações a partir do próximo fim de semana. Os empregados reclamam de salários e condições de trabalho.

A British Airways disse ontem que conseguiu manter o voo de mais de 60% de seus passageiros, apesar da greve. Mas vários voos de longa duração, inclusive intercontinentais, foram cancelados. A greve acabou ontem à noite, mas uma nova paralisação de quatro dias está marcada para começar no próximo sábado. A tripulação da Air France deve cruzar os braços também por quatro dias, começando no domingo. O sindicato dos pilotos da Lufthansa disse que as negociações não avançaram e que a categoria prepara uma paralisação de quatro dias a partir de 13 de abril. Já os da TAP, param a partir do dia 31.

A British Airways não disse quantos voos foram cancelados ontem. O site da empresa mostrou um total de seis voos suspensos entre Nova York e Londres, um na rota Hong KongLondres, e três entre Londres e Los Angeles.

British previu cancelar mil de 1.950 voos

A companhia disse na sextafeira passada que esperava embarcar 65% de seus passageiros nos três dias de greve. Também calculava o cancelamento de mil dos 1.950 voos programados para o período. O sindicato que representa a tripulação da British, disse que, dos 77 voos previstos, 37 estavam vazios e que a maior parte dos embarques para os EUA foi suspensa. Apenas três rotas funcionaram: Hong Kong, Bancoq e Vancouver.

A Alitalia cancelou quatro voos ontem em todo o país por causa de uma paralisação de quatro horas dos pilotos.

Greve no setor aéreo se espalha na Europa

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22 março 2010

O Estado de SP
 
São profundas as mudanças no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) propostas pelo governo no projeto que acaba de enviar ao Congresso. Elas reduzem acentuadamente o poder de intervenção do Estado na operação das companhias aéreas,inclusive assegurando-lhes formalmente a liberdade tarifária - que hoje depende muito do humor das autoridades -, elevam para até 49% o limite da participação de capital estrangeiro no capital total das empresas e praticamente acabam com o regime de concessão em vigor, mantendo-o em raríssimas situações e substituindo-o, nas demais, pelo regime de autorização, bem mais simples e menos sujeito ao controle estatal.
 
O projeto moderniza o CBA, para estimular os investimentos nacionais e estrangeiros no setor, de modo a aumentar a oferta de serviços e a competição entre as empresas, o que pode resultar em melhora de qualidade e até em redução de tarifas. No entanto, dada a sua extensão e a sua profundidade, ele precisa ser discutido com a necessária cautela pelo Congresso, razão pela qual não parece adequada sua tramitação em regime de urgência, recomendado pelo ministro da Defesa,Nelson Jobim, na exposição de motivos que apresentou ao presidente Lula.
 
Nesse documento, Jobim argumenta que muitas regras inscritas no CBA precisam de atualização para acompanhar a evolução do quadro jurídico e institucional do País e o avanço técnico do setor aéreo.
 
Em março de2008, ao examinar o modelo de concessão definido pelo CBA, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia determinado ao Conselho de Aviação Civil- órgão de assessoramento do presidente da República, que tem a função de formular a política para a aviação civil - que o revisse, pois não estava sendo inteiramente obedecido. O TCU indagava se seria o regime mais adequado para o País ou se deveria ser mudado.

O Ministério da Defesa entende que a autorização, não mais a concessão, é o melhor regime, pois reduz as barreiras à entrada de empresas interessadas em operar no setor de transporte aéreo de passageiros, cargas e mala postal e, por isso, tende a estimular a competição, o que, pelo menos em tese, deve aumentar a oferta e melhorar a qualidade de serviços aos usuários.

Pela proposta, a exploração de serviços aéreos será realizada em regime privado. As empresas autorizadas deverão observar princípios como eficiência, regularidade, pontualidade, responsabilidade e segurança das operações, e estarão sujeitas à fiscalização. Elas devem também garantir diversidade de serviços, aumento da oferta e da qualidade dos serviços, competição livre e justa e respeito aos direitos dos usuários, entre outras obrigações.

A autorização não tem prazo de validade, mas pode ser cassada em casos como a falência da empresa autorizada ou a suspensão dos serviços por prazo superior a seis meses, entre outros. A autorização também perderá validade em caso de renúncia ou anulação.

É um conjunto de normas que aparentemente assegura a prestação de serviços adequados aos usuários, em termos de qualidade e segurança, e em condições de livre competição, inclusive com maior participação de capital estrangeiro, sem interferência excessiva do Estado que possa afetar os resultados operacionais das empresas autorizadas.

Cabe, porém, indagar se a liberdade adicional de que passarão a dispor as empresas autorizadas a operar no setor aéreo não poderá resultar em concorrência predatória que leve uma ou mais delas a uma situação de desequilíbrio financeiro, conjuntural ou estrutural, e as force a, na busca do reequilíbrio, adotar práticas que piorem os serviços ou impliquem até a inobservância de regras e normas de segurança de voo.

Pelas regras em vigor, os serviços aéreos de transporte regular"estão sujeitos às normas que o governo estabelecer para impedir a competição ruinosa e assegurar o seu melhor rendimento econômico". O projeto retira esse poder do governo.

Essa é apenas uma das questões que precisam ser examinadas com cuidado, sem pressa, pelo Congresso.

Mudanças no setor aéreo

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Marcelo Ambrosio - Jornal do Brasil

As novas regulamentações, do governo e da Anac, em respeito aos direitos dos passageiros da aviação comercial, são um caminho interessante para a reflexão. E mostram que pelo menos nesse ponto os nossos reguladores são mais rápidos que os americanos. Lá, o chamado Passengers Bill of Rights (Carta dos direitos dos passageiros) encontra feroz resistência no Capitólio para ser aprovado. E contém as mesmas penalidades que as normas emitidas aqui embutem.

A diferença está no fato de o lobby das empresas dos EUA agir em um cenário muito mais favorável a elas do que assistimos comumente aqui.

Domingo mesmo acompanhei um bom balão de ensaio dessa nova normatização no Brasil. Se estivesse em vigor, teria deixado TAM e Gol, as duas maiores empresas aéreas nacionais, em uma encrenca considerável.

O temporal diluviano que se abateu sobre a cidade no fim da tarde representou a parcela imponderável de um negócio que implica riscos – os quais os passageiros muitas vezes não levam em consideração.

Assim que a primeira ventania e os raios começaram a riscar o céu – cor de chumbo – na horizontal, já comecei a desconfiar que as coisas no Santos Dumont também ficariam confusas. Ia levar a namorada para embarcar no voo 3959, às 20h45, para Congonhas. Desabou a chuva, o mundo caiu, chovia a cântaros. Mas não durou muito. Animados fomos para o terminal.

Antes, vi que os dois aeroportos estavam fechados, mas como a pancada tinha passado, considerei que as perspectivas eram boas. No saguão do aeroporto, o movimento nem era tão grande.

Assim que encerramos o check-in, o SDU foi reaberto para pouso e decolagem.

O problema é que, hoje em dia, tendo malhas aéreas com ocupação alta, isso não quer dizer muita coisa. Basta um jato não pousar que tudo degringola.

Em resumo, o voo 3959 foi cancelado e os passageiros alocados no 3961, que partiria às 21h20.

Às 23h05, recebi um telefonema dela, me informando que depois de ter embarcado todos os passageiros para voar até Guarulhos, a companhia estava determinando o desembarque em função de o horário de funcionamento do aeroporto ter se encerrado. A Infraero, nesse ponto, foi bastante pontual, deixando um voo lotado no gate e dois no taxiway rumo à cabeceira, pelo que soube.

É difícil para quem não está acostumado a compreender a decisão de suspender a operação de um aeroporto devido ao mau tempo. Temos tecnologias capazes de superar adversidades, mas os riscos inerentes à atividade continuam como sempre. O que não se compreende é a falta de um plano de contingência para algo que não é, nem nunca foi, exceção no Santos Dumont.

No saguão, guichês da Gol e da TAM reuniam mais de 300 pessoas estressadas, frustradas, com planos indo por água abaixo.

A chuva pode ter atrapalhado, mas o problema era a falta de informação. Uma supervisora da TAM informava monocordicamente aos passageiros que a empresa "estava tentando criar um voo do Galeão para Guarulhos de madrugada". Mas não sabia se haveria o voo nem quando sairia.

Nem se os passageiros seriam levados ao outro terminal, em que momento, ou que haveria acomodação em hotéis para os que não pudessem ir. Na Gol, o procedimento foi igual.
 
Se valessem as regras, as duas empresas teriam, por exemplo de reembolsar quem não teria mais razão em seguir viagem depois do horário. Haveria ainda distribuição de cartão telefônico, acesso à internet, alimentação e acomodação, dada a dimensão do atraso. Ia doer no bolso.

Um bom exemplo para a Anac começar a agir

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