Tahiane Stochero - Diário de S.Paulo
Decisão de criar órgão civil surgiu após acidente da TAM
Para os apaixonados pela aviação, suas histórias, aeronaves e personagens.
Tahiane Stochero - Diário de S.Paulo
Decisão de criar órgão civil surgiu após acidente da TAM
Maiores companhias aéreas planejam investir pelo menos R$ 20 bilhões em compra de aviões nos próximos cinco anos, para aproveitar a demanda criada pela Copa do Mundo
Graziela Reis e Geórgea Choucair – Estado de Minas
Os investimentos das companhias aéreas para a Copa de 2014 no Brasil já estão em pleno voo. Juntas, a TAM Linhas Aéreas, a Webjet, a Azul e a Trip planejam investir perto de R$ 20 bilhões nas aquisições de novas aeronaves nos próximos cinco anos. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), José Carlos Vieira, a alta nas rotas tradicionalmente chega a 50% no mês que antecede o início dos jogos e nos 30 dias depois do fim do campeonato. “A alta é inevitável, mas depois tende a voltar ao normal”, afirma. Ele conta que as agências já estão formulando os pacotes. No entanto, as vendas mais fortes devem ser concentradas em 2012.
As passagens aéreas também são oferecidas apenas cerca de 12 meses antes das viagens.
Com isso, as vendas devem ser mais fortes em 2013. “E aqueles que gostam de preços promocionais podem esquecer. As companhias só vão trabalhar com tarifas cheias”, garante Vieira. Com isso, uma passagem aérea entre BH e São Paulo, que hoje pode ser encontrada em promoções por cerca de R$ 120, não vai sair por menos de R$ 600. Para Vieira, as cotações podem chegar até próximas de R$ 1 mil.
Hoje, a TAM opera no país com 132 aeronaves. Para o fim de
A TAM informou que “acredita que o mercado brasileiro de aviação comercial tem potencial para dobrar de tamanho até 2014. Durante os 45 dias da Copa do Mundo, o tráfego aéreo deve antecipar o volume de 2020. São fundamentais, portanto, investimentos na infraestrutura aeroportuária”.
Os planos da novata Azul Linhas Aéreas é de investir US$ 2 bilhões até a Copa, se não houver grandes alterações no mercado. A empresa opera hoje com 12 aeronaves, seis do modelo 190, com capacidade para 106 pessoas, e seis 195, para 118 pessoas. Até
A Trip Linhas Aéreas pretende chegar ao fim de 2014 com 60 aeronaves, mais do que o dobro do volume atual. Para isso, a companhia aérea planeja investir cerca de US$ 1 bilhão e chegar a mais de 110 cidades atendidas nos próximos cinco anos. Atualmente a Trip opera em 73 cidades pelo país e conta com frota de 27 aeronaves, nos modelos EM 120 (Brasília), com 30 assentos, Embraer 175, com 86 assentos, ATR 72, com
“A Copa é um dos fatores que incentivou a aquisição de aeronaves, mas não é o principal. O avião é um investimento de longo prazo e não é possível fazer um grande desembolso para um evento de
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que já possui em seu planejamento investimentos da ordem de R$ 4,87 bilhões, ao longo dos próximos cinco anos, apenas para os aeroportos das cidades-sede da Copa 2014.
RESLEY SAAB – A Gazeta (AC)
Uma aeronave com garimpeiros a bordo e plano de vôo não declarado teria deixado a cidade de Boa Vista (RR) e desaparecido no espaço aéreo amazônico, no final da tarde de terça-feira, 18.
As informações são da Record News
Em comunicado aos produtores do Gazeta Alerta, a Record News afirmou que autoridades aeronáuticas sediadas em Roraima confirmaram a decolagem de uma aeronave ‘clandestina’, desde Boa Vista.
A aeronave dos garimpeiros teria sido observada pela última vez sobrevoando uma área indígena ainda dentro de Roraima, pelos radares do Sistema de Vigilância da Amazônia.
Mas, segundo especialistas, é pouco provável que os dois fatos tenham relação por causa da distância. De acordo com a ferramenta Google Earth, Boa Vista está a cerca de 1,4 mil quilômetros de Boca do Acre, muito distante para um possível vôo direto.
A aeronave é considerada clandestina quando o piloto não declara o plano de vôo, que contém informações de interesse comum para a segurança do espaço aéreo e dos viajantes. Entre elas estão dados como o destino, a altitude e a autonomia de voo.
FAB poderá enviar esquadrão de salvamento à Boca do Acre
O coordenador da Defesa Civil de Boca do Acre, Pedro Jóia, pediu apoio da Força Aérea Brasileira, por meio do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, (EAS), para que as buscas ao suposto avião que caiu próximo ao município, localizado ao sul do Amazonas, a
Em entrevista ao Gazeta Alerta, ele afirmou que a população tem plena convicção dos acontecimentos porque a no momento da queda, por volta das 20 horas, a cidade havia sofrido um apagão.
“A cidade estava sem energia. Estava tudo escuro no momento da queda e deu pra ver o clarão e o estrondo em seguida”, afirmou Pedro Jóia.
As informações dele são quase as mesmas prestadas pelo vereador João Souza (PSC). Ele confirma também que algumas pessoas viram um clarão, seguido de um estrondo forte.
O helicóptero do Ibama fez um sobrevôo de 35 minutos na região apontada pelas pessoas como provável queda do objeto, mas não encontrou qualquer vestígio que levasse a destroços de aeronave.
O próprio coordenador liderou um grupo de voluntários que percorreu a floresta desde as 20 horas até 2 horas de ontem, sem, no entanto, localizar qualquer coisa que pudesse indicar para queda de uma aeronave.
A cidade está localizada a
Se o EAS for para a região poderá localizar os supostos destroços facilmente, porque além do efetivo treinado para incursões na mata, possui equipamentos e aeronaves adequadas para este tipo de missão.
RESLEY SAAB; Paula Amanda – A Gazeta (AC)
A Empresa de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) afirmou, que não tem nenhuma informação sobre a possibilidade de uma aeronave ter caído próximo à cidade amazonense de Boca do Acre (distante
“Por enquanto, não temos qualquer informação técnica, embora nosso pessoal tenha se deslocado para a região, após vários moradores do local terem comunicado à polícia que viram um avião sobrevoando a cidade em baixa altitude e depois terem visto um forte clarão, seguido pelo barulho de explosões”, afirmou um funcionário da Infraero, identificado por Jean.
“Embora não se tenha qualquer confirmação de um acidente com aeronave, o fato é que algo se desprendeu do céu com violência e merece ser verificado”, afirmou um integrante do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado do Acre, que está no lugar.
Segundo as primeiras informações que chegaram do local, a queda aconteceu a quatro horas de barco de Boca do Acre, pelo rio Purus e é confirmada por vários ribeirinhos.
Além da equipe do Corpo de Bombeiros, policiais militares, lideranças comunitárias e dois vereadores de Boca do Acre se deslocaram para o local das buscas.
Uma equipe da TV Gazeta, coordenada pela repórter Lenilda Cavalcante, também está no local desde as primeiras horas de ontem, quando o suposto acidente foi relatado.
Por telefone, ela informou que testemunhas viram quando o que parecia ser um avião sobrevoou baixo as cercanias da cidade e que ouviram um estrondo forte, antes de ele desaparecer na escuridão da mata.
Cindacta não registra qualquer anomalia no tráfego aéreo
O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Manaus, (Cindacta-4), informou à Agência Agazeta.net que não há registro de qualquer incidente envolvendo aeronaves comerciais, nas últimas 12 horas, na região Norte.
O Centro de Controle Amazônico (CCA), responsável pelo monitoramento do tráfego aéreo na Amazônia brasileira, também não registrou nenhuma anomalia desde o início da noite de terça-feira, 18.
A informação foi prestada pelo tenente Oscar, do Cindacta 4. “Nossos controladores não notificaram nenhum incidente no tráfego aéreo, nas últimas horas”, afirmou o militar.
“Também, nenhuma empresa ou familiar de passageiros vieram reclamar o sumiço de pessoas ou de aeronave”, completou ele.
O espaço aéreo na região Amazônica é monitorado 24 horas por controladores do CCA.
Órgão francês avalia continuidade da procura; família pede à Justiça que apure responsabilidade da Air France
Andrei Netto, PARIS – O Estado de S. Paulo
Responsável pela apuração das causas do acidente do voo Air France 447, entre o Rio de Janeiro e Paris, o Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA) anunciou ontem, em Paris, o término sem sucesso da "segunda fase" de buscas das caixas-pretas da aeronave. O encerramento da operação ocorreu no mesmo dia em que a família de um dos 228 passageiros e tripulantes do Airbus A330 pediu à Justiça que investigue a Air France por responsabilidade sobre a pane das sondas de velocidade do aparelho.
A confirmação de que as buscas dos destroços se encerraram temporariamente no Oceano Atlântico foi feita pelo BEA na tarde de ontem, em Paris, via nota oficial. A segunda fase, iniciada em 1º de julho, chegou ao fim com o retorno do navio científico Pourquoi Pas? a Dacar, no Senegal. "Os trabalhos permitiram completar a exploração da zona de buscas que havia sido determinada após o acidente, num raio de
O presidente executivo da Airbus, Thomas Enders, se comprometeu a "apoiar a extensão da busca", contribuindo até financeiramente, conforme publicou o diário econômico francês
Ao mesmo tempo em que o órgão francês emitia a nota, ele era acusado, em Toulon, no sul do país, de efetuar "comunicação política" que atenderia aos interesses da Air France e da Airbus, empresas das quais o governo - financiador do BEA - é sócio. A suspeita foi levantada pelos familiares da aeromoça Carla Mar Amado, de 31 anos, desaparecida na queda do aparelho.
Jean-Claude Guidicelli, advogado da família, acusou diretamente a companhia aérea de dissimular a verdade sobre as causas da tragédia. "É preciso que a Air France pague pelo que fez e que assuma as responsabilidades pelas sondas pitot", afirmou, referindo-se aos sensores de velocidade do aparelho. "Fazem crer às famílias das vítimas que se está em busca da verdade, quando a verdade é conhecida: as sondas pitot são a causa exclusiva da queda do aparelho." A falha de funcionamento dos tubos é conhecida desde as primeiras horas após o acidente porque constava das mensagens automáticas - relevadas pelo Estado -, enviadas pelo aparelho antes da queda. No entanto, especialistas do BEA consideram-na uma falha não necessariamente determinante para o acidente.
Além da apuração das causas técnicas do desastre, comandada pelo BEA, uma investigação jurídica é realizada pelo Ministério Público de Paris. Até aqui, o inquérito considera a hipótese de "homicídio involuntário".
Selo vai permitir comparar distância entre poltronas de cada companhia
Mariana Barbosa – O Estado de S. Paulo
As poltronas dos aviões das companhias brasileiras terão um selo de conforto para ajudar a identificar quão espremida será a viagem já no ato da compra da passagem. Depois de dois anos de estudo, a Agência Nacional de Aviação Civil abriu ontem uma consulta pública sobre a criação do Selo Dimensional. Sugestões para aprimorar a proposta poderão ser feitas até o dia 18 de setembro.
O selo atende a uma determinação do ministro da Defesa Nelson Jobim que, com seus
Sem poder regular sobre o espaço entre as poltronas, a solução encontrada pela Anac foi criar um selo de livre adesão. A decisão de afixar ou não as etiquetas nas aeronaves, ou de publicá-las nos sites de venda de bilhetes, será da própria companhia.
"Esse é um selo inédito no mundo e é mais uma ferramenta para ajudar o consumidor a exercer seu direito de conhecer como vai ser seu transporte", afirma Carlos Eduardo Pellegrino, superintendente de segurança operacional da Anac.
Foram criadas cinco categorias de distância entre poltronas. Elas vão da letra A (
Para estabelecer as cinco categorias, a Anac estudou as medidas dos passageiros brasileiros.
Foram coletados dados de 5.305 homens, de
O maior espaço entre as poltronas já é usado como marketing pelas companhias menores. Azul, WebJet e Oceanair possuem distância entre assentos acima do padrão A - de, respectivamente, 31, 32 e
José Romildo
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
Brasília, 19/08/2009 – Frente Parlamentar, formada por 290 integrantes, em apoio à aviação civil regional, será lançada no Congresso Nacional na próxima semana, informou o deputado Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB), após reunir-se nesta quarta-feira (19/08) com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Também participaram da reunião o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), Apostole Lazaro, o presidente da NHT Linhas Aéreas, Pedro Antonio Teixeira e o diretor da Trip Linhas Aéreas, Victor Rafael Celestino.
Durante a reunião, o ministro da Defesa foi convidado pelo deputado para participar da cerimônia de lançamento da Frente. “Os parlamentares estão engajados no apoio às medidas em estudo no Ministério da Defesa em favor da aviação regional, entre elas a subvenção das empresas que operam em rotas de pouco interesse comercial”, afirmou Vital do Rêgo. Ele disse que deputados e senadores que compõem a Frente apoiam ainda medidas que venham a ser formuladas pelo Ministério da Defesa para a concessão de financiamento, em taxas favorecidas, às companhias aéreas que operam no interior do Brasil.
Jobim, que confirmou a presença na solenidade, enumerou as providências que considera essenciais para o fortalecimento do setor, entre elas a adoção de linhas sistemáticas de táxi aéreo, exclusividades de linhas, regime diferenciado de benefícios para as pequenas empresas e simplificação tributária. “A idéia é fixar linhas rentáveis de aviação regional”, disse o ministro.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), Apostole Lazaro, afirmou que o crescente apoio de parlamentares às empresas aéreas regionais se deve ao interesse dos Estados brasileiros pela criação de linhas aéreas entre cidades de pequeno porte. “O aumento de disponibilidade de voos entre as cidades do interior brasileiro é uma antiga reivindicação das populações que vivem em locais distantes do Brasil”, acrescentou.
Já o diretor da Trip, Victor Celestino, afirmou que solicitou ao ministro que reivindique junto BNDES que apoie a concessão de financiamentos para a expansão da frota da empresa. “A Trip tem planos para adquirir 25 aeronaves fabricadas pela Embraer, modelo 175, de 86 assentos, por meio desse tipo de financiamento”, afirmou.
POR LUARLINDO ERNESTO, RIO DE JANEIRO – O Dia
Rio - Um helicóptero de escola de pilotagem fez pouso de emergência no Aeroporto de Jacarepaguá, Zona Oeste, na manhã desta sexta-feira. O aparelho, um Robson 22, fazia voo de treinamento, com instrutor e aluno. O piloto fez manobra de alta rotação e bateu na pista. Os dois ocupantes não sofreram ferimentos, mas a aeronave ficou parcialmente destruída. As operações de pouso e decolagem estão interrompidas para que se faça perícia no local.
Paris, 20 ago (EFE).- A França colocou fim às buscas pelas caixas-pretas do voo AF447 da companhia aérea Air France, acidentado com 228 pessoas a bordo quando fazia o trajeto entre Rio de Janeiro e Paris em 1º de junho, informou hoje o Escritório de Investigações e Análises (BEA).
"As buscas não permitiram localizar os destroços do avião", informou o BEA, em comunicado, no qual indicou que, "ao longo das próximas semanas, reunirá uma equipe internacional de investigadores e especialistas para analisar os dados recolhidos".
DA REUTERS
A queda no número de passageiros que viajam a negócios e na primeira classe, os setores mais lucrativos para as companhias Aéreas, está mostrando sinais de estabilização, segundo informações da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
"Os números de passageiros em junho estão agora indicando alguma estabilização na demanda.
Notadamente, o declínio apresentou moderação tanto nas classes premium quanto econômica em junho", afirmou a Iata em relatório mensal.
A Iata informou que o número total de passageiros em junho foi 7,1% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, ante uma queda de 9,2% cento em maio.
A queda no número de viajantes da classes premium desacelerou para 21,3% em junho contra recuo de 23,6% em maio, de acordo com a Iata.
Para embaixador do Brasil na China, empresa terá de fabricar modelos maiores no país para ganhar mercado
Raquel Landim, PEQUIM – O Estado de S. Paulo
Se quiser manter sua operação em Harbin, no norte da China, a Embraer terá de fabricar novos modelos de aviões na unidade chinesa, avalia o governo brasileiro. A empresa enfrenta problemas no país asiático, como cancelamento de pedidos e restrições para obter licenças de importação, e já estuda até fechar as portas da fábrica.
"Com esse modelo de avião, a fábrica não tem futuro. É um modelo que não tem mercado. Está ultrapassado", disse ao Estado o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney. "A Embraer sabe disso. Mas essa é uma decisão da empresa", completou. Procurada, a Embraer não se pronunciou até o fechamento desta edição.
A Embraer produz em Harbin os aviões do modelo ERJ 145, em parceria com sua sócia, a China Aviation Industry Corporation (Avic). As duas empresas investiram US$ 25 milhões no negócio. A empresa brasileira possui 51% da joint venture. Pelos contratos em vigor, a Embraer tem serviço para manter a unidade funcionando até a metade de
Para o embaixador, o ERJ 145, com 50 lugares, é um avião pequeno, enquanto outras companhias já fabricam aeronaves maiores na China. No fim de junho, a Airbus entregou o primeiro A320 montado no país asiático, na cidade de Tianjian, próxima a Pequim. É uma parceria da companhia americana com a Avic e com a Tianjian Free Trade Zone.
A Commercial Aircraft Corporation of China (CACC), uma estatal chinesa que funciona como um braço da Avic, também se prepara para colocar no mercado o ARJ 21, um avião desenvolvido em parceria tecnológica com a canadense Bombardier, rival da Embraer.
Segundo fontes do setor privado, os chineses estão pressionando a companhia brasileira para produzir em Harbin aviões da família Embraer 170/190, que possuem entre 70 e 122 lugares. Mas a hipótese é descartada pela empresa, que prefere fabricar essas aeronaves no Brasil e exportar para a China.
LICENÇAS
A crise prejudicou as entregas dos aviões Embraer 170/190 já vendidos na China. Das 50 unidades previstas pela empresa, foram exportadas apenas sete, porque o governo chinês não liberou as licenças de importação. Em sua visita a China, em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou resolver o problema, mas não conseguiu. As encomendas do ERJ 145, feitos em Harbin, também foram cortadas pela metade, para 25 aeronaves.
Para Hugueney, os aviões da Embraer são competitivos e a empresa pode seguir no mercado chinês, exportando do Brasil, mas enfrentará problemas. "O mercado na China é muito controlado. Ao deixar de produzir aqui, a empresa perde os benefícios dados pelo Estado e concorre com outras empresas que estão no país."
CARNES
O embaixador brasileiro na China espera que o governo chinês libere a exportação de carne bovina brasileira para o país no final de novembro, quando deve ocorrer a reunião da comissão bilateral de alto nível Brasil-China em Brasília. "Estou otimista. Avançamos muito na condução do processo de análise", disse. Ele acredita que os chineses devem aceitar o critério de regionalização da febre aftosa no Brasil.
Em maio, durante sua visita, o presidente Lula conseguiu que a China cumprisse sua promessa de liberar a exportação de carne de frango. Desde então, já foram autorizados os embarques de 40 mil toneladas do Brasil para a China. Para a carne suína, a abertura do mercado chinês deve demorar pelo menos até 2010. De acordo com o embaixador, o processo é bastante complicado e o Brasil já respondeu a 60 quilos de papel de questionamentos dos chineses.
O Globo
A TAM recebe nos próximos dias, em Hamburgo, Alemanha, o avião número 4.000 da família A-320 da Airbus.
Será um A-319 para 144 pessoas já com o tubo “pitot” modificado, como se exige agora. É o tal tubo que teria causado a queda do Airbus da Air France.
No fim dos anos 60, só 2,3% da população brasileira viajavam de avião
Erica Ribeiro – O Globo
Viajar de avião no final dos anos 60, início dos anos 70 era bem mais glamouroso, comparado aos dias de hoje. Mas se o serviço de bordo deixa saudades, a regulação rigorosa sobre tarifas, frequências, destinos e horários limitava o crescimento da aviação comercial. Voar era para poucos, precisamente 2,3% dos 90 milhões de habitantes que o país tinha no início dos anos 70. Hoje, tecnologia, gestão de custos, aviões modernos e concorrência mudaram o perfil do setor, que transportou 56,2 milhões de pessoas em 2008, segundo dados preliminares da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em 1970, eram pouco mais de três milhões de pessoas transportadas.
O superintendente de Estudos, Pesquisas e Capacitação para Aviação Civil da Anac, Paulo Sérgio Braga Tafner, lembra que a aviação brasileira do fim dos anos 60 servia apenas à parcela mais rica da população.
— Viajar de avião era privilégio da elite do país. O serviço de bordo era luxuoso, com talheres de prata, toalhas de linho, pratos especiais.
Uma viagem da ponte aérea Rio-São Paulo custava, na época, somente um trecho, o equivalente a US$ 380, US$ 400 — relembra Tafner.
Embraer começou estatal há 40 anos. Hoje é exportadora Hoje, o mesmo trecho é encontrado ao preço médio de R$ 350 (US$ 180) mas pode custar menos, com as tarifas promocionais.
A aviação civil da época era tutelada, diz Tafner, com o governo impedindo que as empresas competissem entre si. E cabia ao Estado cuidar da saúde financeira das empresas.
— Em todo o mundo havia uma concorrência tutelada. Nos anos 70, países como os EUA iniciaram uma abertura. No Brasil, isso só começa na década de 90 e mais intensamente a partir dos anos 2000 — explica.
Com a concorrência e o fim da tutela do Estado, o glamour acaba e entra a gestão de custos.
— Somente na última década, as tarifas caíram 30% a 40%,
— Os novos aviões, mesmo os menores, são mais confortáveis que nos anos 70 e 80.
Agora, os passageiros têm mais opções, com tarifas mais baratas — diz.
Para o professor e especialista
— Hoje, 70% das viagens são para negócios e 30%, para o lazer. O ideal é 50% para cada lado. Mas depende do impulso da economia e do acesso da classe média à aviação — diz.
A indústria aeronáutica no Brasil também tem seu início há 40 anos. Hoje, a Embraer comemora quatro décadas com a produção de mais de cinco mil aviões que operam em 78 países.
Criada em 19 de agosto de 1969, pelo então presidente Costa e Silva, com a assinatura do decreto 770, foi destinada a fabricar aviões Bandeirante, modelo que ainda hoje é visto no país. Tinha 500 empregados.
Seu primeiro presidente foi o engenheiro aeronáutico Ozires Silva, que permaneceu na empresa até 1986, retornou em 1991 e participou do processo de privatização, em dezembro de 1994.
O consórcio formado pelos fundos de pensão Previ e Sistel e o banco Bozano, Simonsen arrematou 60% da Embraer na época. Hoje, as ações são pulverizadas.
Previ e Bozano ainda detêm participações de 14,2% e 7,7%, respectivamente. Cerca de 17 mil pessoas trabalham na Embraer em todo mundo, 85% no Brasil. A empresa é uma das maiores exportadoras brasileiras.
Valor
O vice-presidente de Aviação Comercial da Embraer, Mauro Kern, confirmou que houve dois episódios em que as portas dos jatos 170/190 foram fechadas, mas não travadas. Desde 2008, os jatos estão saindo de linha com as modificações indicadas. Na terça-feira, a Administração Federal da Aviação dos EUA propôs a exigência de inspeções nos jatos por problemas nas portas dos compartimentos de cargas.
"O aeroporto é um termômetro do comportamento da economia"
Geórgea Choucair – Estado de Minas
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) se prepara para entrar para o ranking dos principais do país. Nos próximos dois anos, vai dobrar a capacidade do estacionamento, aumentar o pátio das aeronaves e há ainda um projeto para a construção de novo terminal de passageiros. Os investimentos vão deixar Confins mais forte para receber o aumento de demanda previsto com a transferência do centro administrativo do governo para a região e com a Copa de 2014. A previsão é de que só o centro administrativo movimente diariamente cerca de 25 mil servidores públicos e mais 10 mil visitantes. “Todo o nosso planejamento acontece exatamente para essas situações”, afirmou ao Estado de Minas o engenheiro Silvério Gonçalves, que assumiu na semana passada a superintendência do aeroporto. Gonçalves atua há 23 anos na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Na entrevista, afirmou que Confins está hoje longe da saturação. Mas reconhece que há necessidade de novas obras para atender o aumento de demanda. O aeroporto emprega 5,1 mil funcionários diretos e cerca de 15 mil indiretos.
O senhor assume o cargo em momento delicado para o setor aéreo. Depois da crise mundial, vieram os desastres aéreos e a gripe suína. Que balanço o senhor faz?
Em 2008 foram transportados 5,18 milhões de passageiros no aeroporto. Nos primeiros sete meses deste ano, foram 2,91 milhões de pessoas, número praticamente igual ao do mesmo período de 2008, pois o movimento do terminal reflete o comportamento da economia. Somos um termômetro direto.
A crise recente teve impacto direto no nosso movimento. As pessoas viajam menos e os negócios acontecem em menor intensidade. Mas estamos observando uma recuperação. Acreditamos que neste semestre o comportamento será melhor. Recentemente, duas novas companhias aéreas começaram a operar no aeroporto, a Trip Linhas Aéreas (em julho) e a Azul Linhas Aéreas (em agosto). Isso também faz crescer o movimento.
Como o aeroporto está se preparando para o aumento da demanda? Quais os investimentos previstos para Confins?
Este ano estão previstos investimentos de R$ 20 milhões no aeroporto. Entre as obras, está a ampliação do estacionamento. Hoje temos 1,5 mil vagas de veículos e queremos dobrar a capacidade.
Além disso, estamos ampliando as salas de embarque doméstico e embarque e desembarque internacional. São obras que devem ser finalizadas este ano. Nossas esteiras de bagagem vão ser substituídas. Para 2010, estamos com projeto de ampliação da nossa pista de 3 mil para 3,6 mil metros, revitalização dos sistemas de balizamento e sinalização vertical. Está prevista também a construção de um novo pátio de aeronaves. Queremos elevar a capacidade atual de 15 aeronaves de grande porte para cerca de 35. Devemos fazer ainda um novo ponto de alimentação ao lado da sala de embarque.
Em um futuro próximo, com a ida do centro administrativo para a região e chegada de novas companhias aéreas, quais são os planos da Infraero para evitar uma possível saturação de Confins?
Ainda temos muito espaço ocioso, até no horário de pico. A capacidade atual é de 1.750 passageiros por hora. Nossa demanda não chega nem à metade desse número. Além dos investimentos em pátio, estacionamento e pista, estamos trabalhando em um projeto de adequação do atual terminal. O check-in, admitimos, é um ponto frágil do terminal. Se aparecerem quatro novas empresas de aviação no aeroporto, por exemplo, vamos ter dificuldades para receber. Não vamos deixar de receber, mas teremos que trabalhar mais apertados. Todos esses projetos vão fazer frente a esse acréscimo de demanda. Há ainda um outro projeto mais ousado que estamos trabalhando, que é a construção do novo terminal de passageiros, que pode até dobrar a capacidade do atual. O novo terminal seria uma obra para ser iniciada no ano quem vem, com duração média de dois anos.
O aeroporto está preparado para receber os turistas na Copa de 2014?
A Copa de 2014 vai dar um salto no movimento de passageiros. Nosso planejamento acontece exatamente para essa situação.
Se a Agência Nacional de aviação Civil (Anac) decidir que vai abrir o aeroporto da Pampulha para aeronaves maiores, Confins seria prejudicado?
Só para se ter ideia, no ano anterior à transferência dos voos, em 2004, o movimento anual de passageiros aqui era de 388,5 mil. Em 2008, fechou com 5,18 milhões de passageiros transportados.
Certamente, não podemos desconsiderar essa hipótese.