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29 outubro 2009

Inquérito criminal conclui que uso incorreto de manetes levou às 199 mortes em Congonhas; investigação não afeta processo de indenizações

Bruno Tavares e Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo

O relatório da Polícia Federal sobre a tragédia com o voo 3054 da TAM atribui taxativamente aos pilotos Kleyber Lima e Henrique Stefanini di Sacco as responsabilidades sobre o acidente que deixou 199 mortos, em 17 de julho de 2007. "Não vislumbrou essa autoridade policial responsabilidade outra que não da tripulação na ocorrência do sinistro. Isso porque o acidente não teria ocorrido se não tivessem os manetes sido operados de forma incorreta", diz o documento, de 70 páginas, subscrito pelo delegado Ricardo Sancovich, da Delegacia de Defesa Institucional (Drex).

Sancovich foi escalado para a missão pelo superintendente regional da PF em São Paulo, delegado Leandro Daiello Coimbra, que o orientou a evitar interferências externas no inquérito. Daiello recomendou a seu delegado que mirasse atenção em detalhes de ordem técnica.

As conclusões da PF se baseiam nos depoimentos de 39 testemunhas - entre funcionários e autoridades do setor aéreo - ouvidas ao longo de dois anos e dois meses de investigação. Também tomam por base os cinco laudos produzidos por peritos do Instituto Nacional de Criminalística, que apontaram como fator determinante para a tragédia "a operação incorreta dos manetes por parte da tripulação". Assim como o relatório técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), cujo caráter é exclusivamente preventivo, os peritos federais afastaram a possibilidade de quebra nas engrenagens que compõem as alavancas de aceleração do avião. "Os motivos que ocasionaram o manuseio equivocado dos manetes não puderam ser determinados", diz o relatório. Pilotos ouvidos pela PF foram categóricos ao afirmar que o manuseio simultâneo dos manetes é "procedimento primário na aviação, sendo difícil imaginar a razão pela qual o comandante Kleyber, piloto experiente e bem conceituado entre seus pares, cometeu tão grave equívoco".

O delegado concluiu ainda que os pilotos da TAM sabiam e sabem como pousar modelos A320, mesmo com um dos reversos inoperante. E que, embora as condições da pista de Congonhas estivessem longe da ideal, não foram determinantes para a tragédia. "Ausente o nexo causal, não há como se imputar responsabilidade criminal a quem não deu causa ao evento", diz o texto. A investigação não afeta o processo de indenizações, que corre na esfera cível.

O relatório do inquérito policial foi remetido no mês passado à juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo. O Ministério Público Federal (MPF) aguarda relatório final do Cenipa para decidir se oferecerá denúncia (acusação formal à Justiça) contra eventuais envolvidos.

Para PF, pilotos foram os únicos culpados

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O Estado de S.Paulo
 
As buscas pela caixa-preta do Airbus A330 da Air France, que fazia a rota Rio-Paris em 31 de maio e caiu no Oceano Atlântico, matando 228 pessoas de 32 nacionalidades, serão retomadas em 2010. A informação foi dada ontem, em Brasília, pelo representante da Agência de Investigações e Análises de Acidentes da França (BEA), Paul-Louis Arslanian.

Ele participou de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, e destacou que as autoridades francesas ainda não conseguiram definir as causas da tragédia. De acordo com Arslanian, um relatório deve ser publicado neste ano com informações preliminares.

Ainda segundo Arslanian, o acidente e a dificuldade de recuperar a caixa-preta levaram as autoridades francesas a discutir a possibilidade de o aparelho passar a transmitir as informações de voo em tempo real - e não somente registrá-las.

Na audiência, Yannick Malinge, da Airbus, expôs algumas das providências adotadas após a tragédia, como a substituição dos sensores de velocidade (os chamados pitots) dos modelos A330 e A340. Especialistas apontam problemas nos pitots como possíveis causas da tragédia.

França retomará busca de caixa-preta em 2010

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28 outubro 2009

Simulações indicam posição errada de manetes durante a aterrissagem e revelam falhas no sistema de alerta

Bruno Tavares e Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu que oito fatores contribuíram de maneira decisiva para a tragédia com o voo 3054 da TAM, que deixou 199 mortos, em 17 de julho de 2007. O relatório final sobre o maior acidente aéreo do País, a que o Estado teve acesso, diz que os peritos não encontraram evidências de falha nas engrenagens dos manetes (aceleradores). Como o equipamento se encontrava muito destruído pelo fogo e pelo impacto da queda, não foi possível determinar com 100% de certeza em que posição as alavancas de potência estavam no momento em que o Airbus A320 varou a pista do Aeroporto de Congonhas.

O relatório ainda não foi oficialmente divulgado. O Setor de Comunicação Social da Aeronáutica informou que o texto está em fase final de elaboração e deve ser concluído este ano. Ocorre hoje, em Brasília, a última reunião da comissão de investigação do acidente, com a participação de peritos americanos e franceses que auxiliaram na apuração.

PRINCIPAL HIPÓTESE

Como o único indicativo de que os pilotos deixaram os manetes fora da posição recomendada - um na posição de aceleração e a outro em frenagem - veio da caixa-preta, o Cenipa resolveu estudar as duas hipóteses mais prováveis: falha no sistema de controle de potência do jato, que teria transmitido ao motor informação diferente da que indicava o manete, ou um erro dos pilotos Kleiber Lima e Henrique Stefanini di Sacco. A segunda hipótese, diz o Cenipa, é a mais provável "uma vez que é elevada a improbabilidade estatística de falha no sistema de acionamento" dos manetes.

Para tentar entender o que se passou nos instantes finais do voo 3054, peritos realizaram em simulador 23 procedimentos de aproximação para pouso em Congonhas. "A repetição das ações dos pilotos, da forma como foram registradas pelo FDR (gravador de dados), levou ao mesmo resultado do acidente, até mesmo quanto às posições e velocidades com as quais a aeronave saiu da pista e colidiu com as edificações", diz a página 48. Os ensaios mostraram ainda que, embora não fosse previstas pelo fabricante do jato, as duas tentativas de arremetida (desistência do pouso) foram bem-sucedidas 15 segundos após o toque dos trens de pouso com o solo.

FALHA EM AVISO SONORO

As simulações revelaram um dado preocupante: nem sempre o aviso sonoro "retard", que tem a função de advertir os pilotos sobre os procedimentos a serem adotados no momento do pouso, operou conforme o previsto. "Ficou constatado que, na aeronave A320, é possível, durante o pouso, posicionar um dos manetes de potência na posição reverso (frenagem) e outro na posição de subida (aceleração), sem que nenhum dispositivo alerte de modo eficiente os pilotos", diz a página 102. "Tal situação pode colocar a aeronave em condição crítica e, dependendo do tempo necessário para que a tripulação identifique essa configuração e dos parâmetros da pista de pouso, uma situação catastrófica poderá ocorrer", avisa o Cenipa.

AEROPORTO IRREGULAR

A investigação da Aeronáutica encontrou diversas irregularidades em Congonhas na época do acidente: 1) O aeroporto não era certificado nos termos do Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica 139, que baliza o funcionamento de todos os aeroportos do País. 2) As obras no terminal de passageiros e no pátio de estacionamento, concluídas em 2007, não foram homologadas. 3) Não foi realizada inspeção aeroportuária especial durante nenhuma das obras realizadas em Congonhas e concluídas em 2007. 4) Não foi realizada inspeção aeroportuária especial pós-acidente. 5) Até a data do acidente, o aeroporto não dispunha de aérea de escape.

Ainda no quesito aeroporto, o relatório do Cenipa traz algumas novidades. Diz que, em 2005, o extinto Departamento de Aviação Civil (DAC) realizou inspeção em Congonhas e constatou a inexistência de área de escape, como exigem legislações internacionais. Na ocasião, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) elaborou plano de ações corretivas em que se comprometia a avaliar soluções para o problema. Um ano depois, ao analisar o plano da estatal, o DAC advertiu: "A Infraero será responsabilizada por eventuais danos e/ou prejuízos ocasionados a terceiros, em razão da não correção da referida irregularidade".

O Cenipa salienta que o prazo dado à Infraero para a correção do problema expirou em 30 de agosto de 2006, quando a fiscalização do setor já era de responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

TREINAMENTO FALHO

O relatório aponta falhas no treinamento e instrução fornecidos pela TAM. Segundo o Cenipa, a formação teórica dos pilotos usava apenas cursos interativos em computador, "o que permitia a formação massiva, mas não garantia a qualidade da instrução recebida". Além disso, a formação de Stefanini, o copiloto, contemplou apenas um tipo de certificação, o que se mostrou insuficiente para enfrentar aquela situação. Por fim, havia a percepção, entre os tripulantes, de que o treinamento vinha sendo abreviado, por causa da grande demanda advinda do crescimento da empresa.

OS OITO FATORES CONTRIBUINTES

Instrução: A formação teórica dos pilotos usava exclusivamente simulações em computador, o que não garantia a boa formação individual de cada um. Além disso, a formação do copiloto, Henrique Stefanini di Sacco, contemplou apenas um determinado tipo de certificação, que se mostrou insuficiente para enfrentar a situação. Havia a percepção entre os tripulantes, aliás, que o treinamento vinha sendo abreviado

Coordenação de cabine: O monitoramento do voo não se mostrou adequado, uma vez que a tripulação não percebia o que acontecia, o que impediu correções.

Pouca experiência do piloto: Apesar de sua larga experiência em grandes jatos comerciais, Di Sacco tinha apenas 200 horas de voo em jatos A320

Supervisão gerencial: A companhia aérea permitiu que a tripulação fosse composta por dois comandantes, mas Di Sacco havia realizado só um treinamento específico. A falta de coordenação entre os setores da empresa - especialmente Operações e Treinamento - levou a falhas na formação dos pilotos

Falta de percepção: A configuração e o funcionamento dos manetes não ajudaram os pilotos na identificação de dificuldades. E essa situação foi agravada pela falta de um alarme para indicar o erro na posição do instrumento

Perda de consciência situacional: Surgiu como consequência da falta de percepção dos pilotos. A automação da aeronave também não ofereceu aos tripulantes sinais de perigo

Regulação: Embora a Anac proibisse a operação com
reverso (freio aerodinâmico) inoperante, a exigência só foi normatizada em 2008. Isso impediria o pouso com pista molhada

Projeto: Ficou constatado que é possível possível pousar com os manetes do A320 em posições distintas, sem que nenhum dispositivo alerte os pilotos

Aeronáutica aponta que 8 fatores contribuíram para acidente da TAM

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Relatório aponta que acidente ocorrido em 2007 foi provocado pela posição incorreta do manete

ELIANE CANTANHÊDE, COLUNISTA DA FOLHA
ALAN GRIPP, DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório da Aeronáutica sobre o voo 3054 da TAM, que se chocou com um prédio nos arredores de Congonhas, em 17 de julho de 2007, matando 199 pessoas, aponta como fator decisivo da tragédia a posição incorreta do manete direito (alavanca que controla a potência do motor), mas é inconclusivo quanto aos motivos desse erro.

Ou seja: não conseguiu esclarecer se o manete direito (que controla a turbina direita) estava na posição errada por falha humana ou mecânica.


Conforme a Folha apurou, o documento confirma que o manete estava em posição "climb" (de aceleração), quando o correto era que estivesse em "idle" (ponto morto). Por isso, o computador do avião recebeu o comando de acelerar, e não o de parar, após o pouso na pista úmida do aeroporto.

O documento não trará explicações nem deduções para o erro. Só dirá que ele foi decisivo para impedir que os pilotos conseguissem frear o avião.

O objetivo do relatório não é apontar culpados -por convenção internacional, a investigação Aeronáutica serve apenas para prevenir acidentes.

Essa atribuição é da Polícia Federal que, contudo, também não chegou a culpados em seu inquérito. Baseada em dados da FAB, a investigação esbarrou na mesma dificuldade da apuração Aeronáutica: não há como dizer, tecnicamente, se houve falha humana ou se o computador fez "uma leitura equivocada" do comando.

O relatório final será apresentado a representantes de órgãos internacionais de acidentes aeronáuticos, das empresas envolvidas, como a Airbus, e dos fabricantes de peças e componentes, inclusive dos manetes e do reverso, e dos controladores de tráfego aéreo.

Se houver discordâncias, elas poderão ser formalizadas e anexadas ao documento posteriormente. Mas a expectativa é que o texto seja enviado hoje ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.
A etapa seguinte é convocar as famílias, que devem ter acesso prioritário aos resultados.

A confirmação de que não é possível atestar se houve falha humana ou mecânica veio de um sofisticado exame feito na França no quadrante de manetes do Airbus, achado nos destroços da aeronave.
Além da FAB, a Polícia Civil paulista apurou o caso e apontou 11 pessoas (entre dirigentes da TAM, Infraero e Anac) como responsáveis. O processo ainda não foi concluído.

O acidente com o TAM 3054 foi o maior da história brasileira, batendo a queda do Boeing da Gol, após colisão com um jato Legacy, em setembro de 2006, deixando 154 mortos.

Investigação da FAB sobre caso TAM não conclui quem errou

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Segundo relatório da Aeronáutica, aceleradores estavam em posição errada; acidente matou 199 em 2007

Bruno Tavares e Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do voo TAM JJ 3054 (Afavitam) se mostrou surpresa com a conclusão do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o acidente, revelada pelo Estado nesta terça-feira, 27. Segundo o documento, oito fatores contribuíram para a tragédia. Simulações do maior desastre aéreo do País feita pelo órgão indicaram posição errada de manetes (aceleradores) durante a aterrissagem e revelam falhas no sistema de alerta da aeronave. "Não acreditamos na culpabilidade dos pilotos, porque não há provas (...) e os outros fatores do acidente?", indagou Roberto Gomes, assessor de imprensa da Afavitam, ao estadao.com.br.

Veja também:

Cronologia das tragédias da aviação brasileira

"Os pilotos fazem parte das 199 estrelas que estavam no voo. Eles eram dois profissionais", acrescenta ele, que teve seu irmão morto na tragédia. Como os manetes se encontrava muito destruído pelo fogo e pelo impacto da queda, não foi possível determinar com 100% de certeza em que posição as alavancas de potência estavam no momento em que o Airbus A320 varou a pista do Aeroporto de Congonhas.

O relatório ainda não foi oficialmente divulgado. O Setor de Comunicação Social da Aeronáutica informou que o texto está em fase final de elaboração e deve ser concluído este ano. "A coisa que os familiares mais querem agora é o resultado do relatório da Cenipa", finalizou Gomes.

PRINCIPAL HIPÓTESE

Como o único indicativo de que os pilotos deixaram os manetes fora da posição recomendada - um na posição de aceleração e a outro em frenagem - veio da caixa-preta, o Cenipa resolveu estudar as duas hipóteses mais prováveis: falha no sistema de controle de potência do jato, que teria transmitido ao motor informação diferente da que indicava o manete, ou um erro dos pilotos Kleiber Lima e Henrique Stefanini di Sacco. A segunda hipótese, diz o Cenipa, é a mais provável "uma vez que é elevada a improbabilidade estatística de falha no sistema de acionamento" dos manetes.

OS OITO FATORES CONTRIBUINTES

Instrução: A formação teórica dos pilotos usava exclusivamente simulações em computador, o que não garantia a boa formação individual de cada um. Além disso, a formação do copiloto, Henrique Stefanini di Sacco, contemplou apenas um determinado tipo de certificação, que se mostrou insuficiente para enfrentar a situação. Havia a percepção entre os tripulantes, aliás, que o treinamento vinha sendo abreviado.

Coordenação de cabine: O monitoramento do voo não se mostrou adequado, uma vez que a tripulação não percebia o que acontecia, o que impediu correções.

Pouca experiência do piloto: Apesar de sua larga experiência em grandes jatos comerciais, Di Sacco tinha apenas 200 horas de voo em jatos A320.

Supervisão gerencial: A companhia aérea permitiu que a tripulação fosse composta por dois comandantes, mas Di Sacco havia realizado só um treinamento específico. A falta de coordenação entre os setores da empresa - especialmente Operações e Treinamento - levou a falhas na formação dos pilotos.

Falta de percepção: A configuração e o funcionamento dos manetes não ajudaram os pilotos na identificação de dificuldades. E essa situação foi agravada pela falta de um alarme para indicar o erro na posição do instrumento.

Perda de consciência situacional: Surgiu como consequência da falta de percepção dos pilotos. A automação da aeronave também não ofereceu aos tripulantes sinais de perigo.

Regulação: Embora a Anac proibisse a operação com reverso (freio aerodinâmico) inoperante, a exigência só foi normatizada em 2008. Isso impediria o pouso com pista molhada.

Projeto: Ficou constatado que é possível possível pousar com os manetes do A320 em posições distintas, sem que nenhum dispositivo alerte os pilotos.

Associação de vítimas de voo da TAM descarta culpa de pilotos

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Conclusão consta do relatório final do Cenipa sobre acidente em Congonhas que matou 199

Bruno Tavares e Fausto Macedo - O Estado de S.Paulo

As dificuldades de operação em Congonhas, a pressão silenciosa da companhia aérea para que se evitasse pousar em aeroportos alternativos, as condições meteorológicas adversas e até a conjuntura da crise aérea tiveram influência negativa sobre os pilotos do voo 3054 da TAM. A conclusão consta do relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a maior tragédia da aviação brasileira, que deixou 199 mortos em julho de 2007. A hipótese mais provável para o acidente, segundo o Cenipa, é de que a tripulação do Airbus A320 tenha deixado de seguir o procedimento recomendado e deixado um dos manetes (aceleradores) na posição de subida e outro em "marcha lenta".

Ao longo de quatro páginas do relatório, peritos do Cenipa analisam cada um dos aspectos técnicos e operacionais do voo 3054. O texto lembra que, na época do acidente, o setor aéreo atravessava um período de constantes atrasos em voos, filas nos balcões de check-in e falta de acomodações nas salas de embarque. O Aeroporto de Congonhas, até então o mais movimentado do País, era um dos mais criticados. Desde 2005, as pistas apresentavam baixos coeficientes de atrito e acúmulo de água. Só em 2007, meses antes da tragédia, é que os problemas foram corrigidos. Ainda assim, o Cenipa constatou que essa operação resultava em "percepção de insegurança por parte das tripulações".

A apuração dos militares revelou ainda "desestruturação organizacional" na TAM, ocasionada pelo rápido crescimento da empresa. O setor de segurança de voo (safety, no jargão em inglês) dispunha de 27 pessoas para um total de 19 mil funcionários, dos quais 5 mil eram tripulantes. "Essa relação acabou por comprometer o desempenho do setor (de safety) e, consequentemente, sua credibilidade diante dos tripulantes", diz o relatório. Os investigadores do Cenipa notaram ainda "pressão psicológica sobre os tripulantes no sentido de evitar os desvios para (aeroportos) alternativos, por causarem transtornos aos passageiros e prejuízos à companhia".

A mudança no procedimento de pouso do Airbus A320 com reverso (freio aerodinâmico) inoperante, instituída pouco antes da tragédia, também foi analisada. Embora mais simples do que o anterior, tinha como efeito colateral um acréscimo de 55 metros na distância necessária para o pouso. "A própria simplificação do procedimento (...) indica certa vulnerabilidade no procedimento antigo", assinala o Cenipa. Os militares concluem o item "Análise" afirmando que "é possível supor que (o cenário do acidente) tenha contribuído, de alguma forma, para sua consumação, notadamente sob a forma de uma permanente pressão psicológica sobre os tripulantes".

O presidente da Associação dos Familiares e Amigos das vítimas do voo 3054 (Afavitam), Dário Scott, disse que as conclusões do Cenipa mostram o que já se esperava. "Está claro que houve responsabilidades por parte da TAM, Anac e Infraero. E que o fator humano foi inconclusivo", assinalou.

Procuradas ontem, a TAM, a Anac, a Infraero e a Airbus não quiseram se pronunciar, alegando que o relatório ainda não foi oficialmente divulgado.

COLABOROU ANDREI NETTO

Pista e até crise aérea influenciaram pilotos

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27 outubro 2009

Exposição começa hoje em Dumont (SP), onde ele viveu dos 7 aos 12 anos

Brás Henrique, RIBEIRÃO PRETO - O Estado de S.Paulo

Para comemorar o Dia do Aviador, hoje, será aberta oficialmente, em Dumont, na região de Ribeirão Preto, a mostra do projeto cultural Santos-Dumont, de próprio punho, com entrada gratuita. A mostra, que termina em 20 de dezembro, foi montada no Museu Histórico e Pedagógico Alberto Santos-Dumont, instalado no prédio da prefeitura, onde o aviador passou a infância, dos 7 aos 12 anos.

Centenas de fotos, vídeos, documentos, cartas, livros, jornais de época e objetos pessoais estão em exposição, além de maquetes de dirigíveis e aviões.

O destaque fica para a réplica do 14-Bis. A vice-prefeita Rosiane Marin Fernandez Dias (PMDB) destaca que a réplica é acompanhada de uma plataforma multimídia, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer, de maneira interativa, os vários aspectos da vida de Santos-Dumont.

O museu também exibe a tela do pintor belga George Wambach, que retrata o contorno da Torre Eiffel, em Paris, do dirigível número 6. No lado externo estão expostas uma das locomotivas a vapor Baldwin que o garoto Santos-Dumont dirigia, e um avião cedido pela Força Aérea Brasileira (FAB), usado na 2ª Grande Guerra.

O projeto foi idealizado pelo jornalista Douglas Cavallari. A mostra já passou por São José dos Campos e seguirá para Santos-Dumont (MG), antiga Palmira, onde o inventor nasceu, e para Petrópolis, além de outras cidades onde ele morou.

Pelo projeto, foram reeditados os dois livros autobiográficos do aviador: Dans L"Air - No Ar (1904) e O que eu Vi - O que nós veremos (1918). As obras custam R$ 35 e os recursos serão destinados à manutenção do museu. O museu fica aberto das 9 às 12 horas e das 13 às 16 horas, de segunda a sexta.

Mostra lembra a vida de Santos-Dumont

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O Estado de S.Paulo
 
O Superior Tribunal de Justiça mais do que dobrou o valor da indenização que a Gol terá de pagar à família de Quézia Moreira, vítima da queda do Boeing da empresa em 2006, após choque com um jato Legacy, matando 154 pessoas. O valor da indenização a ser paga à família foi aumentado de R$ 240 mil para R$ 570 mil.

STJ dobra indenização devida pela Gol

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21 outubro 2009

Maria Cristina Frias - Folha de S.Paulo

Os usuários do sistema de transporte aéreo brasileiro terão um espaço na internet para avaliar os serviços dos aeroportos. A iniciativa será divulgada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) amanhã, mas ainda não há definição sobre quando ela será implementada.

A partir da percepção dos passageiros sobre uma série de indicadores, como acesso a embarque e entrega de bagagens, a Anac vai elaborar um ranking de qualidade entre os aeroportos do país.

Desde 19 de maio, a Anac possui um sistema semelhante para avaliar as companhias aéreas, o Espaço do Passageiro, que fica hospedado no site www.anac.gov.br/passageiro. O portal recebeu 14.440 visitas até ontem.

A decisão de avaliar os aeroportos agrada à Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), que defende o sistema de concessões nos aeroportos brasileiros e a definição de critérios de qualidade dos serviços.

"No sistema de concessões, a prestação de serviços passa a ser regida por um contrato, com critérios de qualidade, metas de investimentos e realismo tarifário, tudo fiscalizado por uma agência reguladora, com penalidades previstas e sem distinção entre empresas públicas e privadas", diz Paulo Godoy, presidente da Abdib.

Um modelo de concessão para o setor já foi elaborado pela Anac, mas o projeto está em avaliação em outras instâncias do governo. Depois de receber as contribuições, o texto será encaminhado ao

Ministério da Defesa, que o submeterá à avaliação do presidente Lula.

Passageiros poderão avaliar aeroportos

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O Globo
 
A Webjet quer pôr as classes C e D para voar. Hoje, na Abav 2009, lança plano de parcelamento sem análise de crédito. Funciona como um consórcio. O passageiro paga pelo trecho escolhido em até 12 parcelas fixas, mas só viaja depois de quitar a dívida.

Pode também usar parte do total para voar em outra rota.

Voo pré-pago

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20 outubro 2009

Bezerra terá o terminal ampliado. O atual não suporta a demanda de passageiros

ELIZÂNGELA SANTOS,

Juazeiro do Norte - Diário do Nordeste
O Cariri passará a ter mais um voo a partir de dezembro. Será o quinto diário, desta vez direto para São Paulo. Segundo a gerência do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, a OceanAir começa a operar com a nova linha a partir do dia 17 do último mês do ano. Os voos sairão de Juazeiro a partir das 8h30. Atualmente esta empresa opera com dois voos para Fortaleza e Brasília, com conexões nos principais aeroportos do Sudeste do País. A Gol, com dois voos, também para a Capital do Estado.
 
Um dos principais problemas enfrentados pelo aeroporto está relacionado, principalmente, com a atual estrutura de quase quatro décadas, não suportando o volume de passageiros. Normalmente, nos voos que chegam e saem à tarde, o terminal fica praticamente intransitável, lotado. A demora na entrega das bagagens tem sido outro agravante, por conta da esteira ser menor pela dificuldade de espaço. Isso acaba ocasionando um congestionamento de pessoas na área do terminal.

Mesmo com vários problemas a serem observados em nível de estrutura, está marcada, para o dia 6 de novembro, uma visita do presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Murilo Barbosa, ao Cariri. Ele virá conhecer o aeroporto regional. Somente este ano, o aeroporto fechou, até setembro, com 181. 376 usuários que passaram pelo local. Até o fim do ano, a meta é fechar com 230 mil. A capacidade oficial do terminal em número de passageiros por ano é de 50 mil. Com a reforma, segundo Fernando Carneiro, gerente de operações da Infraero, a ideia é dar suporte para os 200 mil.

Esse número tem sido a base para construção de um novo terminal, que ainda não será o definitivo, mas que deverá ser iniciado, segundo a gerência do aeroporto, no segundo semestre do próximo ano, com investimentos de, pelo menos, R$ 5 milhões. Fernando explica que o crescimento diz respeito também ao aumento no número de voos registrados ano passado. Em 2008, eram três voos diários e este ano passou a ter mais um, chegando a quatro, fechando o ano com a conquista do quinto.
 
Segundo o gerente do aeroporto, Roberto Germano Araújo, a maior parte dos voos, não está relacionada ao turismo, mas a quem vem realizar negócios. "O crescimento das universidades na região também possibilitou esse aumento, além dos preços competitivos das passagens aéreas", diz Fernando.
 
Germano afirma que, com a reforma, irá desafogar um pouco o terminal, com ampliação da sala de embarque e desembarque e novos banheiros. O estacionamento é outro ponto crítico, por já estar saturado. O atual terminal possui uma área de 840m. Com a ampliação passará a ter 2 mil m². Já o definitivo, passará a ter 9 mil m².

PASSAGEIROS

230 mil passageiros até o fim do ano. Esta é a meta de 2009 para o Aeroporto Regional do Cariri.

Até setembro, 181. 376 pessoas já passaram pelo local.

Aeroporto amplia número de voos

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O Estado de S.Paulo

A Embraer apresentou ontem o novo jato Legacy 650, cujas primeiras entregas estão programadas para o segundo semestre de 2010. Segundo a empresa, dois jatos estão realizando atualmente voos de teste. O Legacy 650 foi apresentado durante a Convenção e Encontro Anual da Associação Nacional de Aviação Executiva (NBAA), em Orlando.

Embraer apresenta jato Legacy 650 nos EUA

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Clientes também poderão usar programas de milhagens das empresas

Carter Anderson
Enviado especial* - O Globo

MADRI. A Gol firmou ontem com a Iberia seu quarto acordo este ano de code share (compartilhamento de voo) com empresas internacionais de aviação.

Em cerca de duas semanas, as duas companhias também deverão fechar uma nova parceria, que beneficiará os participantes dos programas de milhagem da Gol (Smiles) e da Iberia (Iberia Plus). Eles poderão acumular e resgatar seus bônus para voar nos aviões das duas empresas.

O vice-presidente da Gol, Wilson Maciel Ramos — que anunciou o acordo ao lado da diretora de Vendas Internacionais da empresa espanhola, Silvia Cairó, em Madri — informou que a previsão é que o compartilhamento de voos comece a valer a partir de janeiro ou fevereiro de 2010.

Antes, precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

(*) O jornalista viajou a convite da Iberia e da Gol.

Gol e Iberia passarão a compartilhar voos internacionais e

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19 outubro 2009

Jornal da Câmara
 
Paes Landim (PTB-PI) defendeu a restauração da aviação regional no Brasil e lembrou que o alcance desse meio de transporte já chegou a 403 municípios brasileiros, e hoje atinge apenas 126. Entre os aspectos positivos da aviação regional, Landim citou o fortalecimento da Embraer, que, junto com a canadense Bombardier, possui os aviões mais apropriados para esses voos. O deputado ressaltou que empresas internacionais, como a TAP e a Air Canadian, utilizam aviões da Embraer para os voos regionais. Na avaliação do parlamentar, o duopólio hoje do mercado nacional tem exercido um grande lobby contra a aviação regional. O Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), citou Landim, recebe 10 mil turistas por ano "e terá um fluxo espetacular com o restabelecimento da aviação regional".

Aviação regional

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Aeronautas readmitidos após greve de 88 recebiam até R$3,4 milhões da Comissão de Anistia

Evandro Éboli - O Globo

BRASÍLIA. Em decisão inédita e unânime, a Comissão de Anistia anulou o pagamento de indenizações milionárias a 27 aeronautas (oito pilotos e copilotos e 19 comissários) da extinta Vasp, e reduziu a alta prestação mensal que vinham recebendo desde 2004: cerca de R$23 mil por mês, mais retroativo que chega a R$3,4 milhões, as maiores já aprovadas. A comissão suspendeu, ao todo, o pagamento de R$37,2 milhões de atrasados ao grupo. A revisão, na última sexta-feira, foi recomendada pelo Tribunal de Contas da União, que considerou abusivo e ilegal o montante pago.

O grupo foi anistiado em 1994 pelo Ministério do Trabalho por ter sido demitido em 1988, após greve. Um ano depois foram readmitidos pela Vasp, o que descaracteriza perseguição política. Portanto, não teriam direito a indenização. Até hoje, os 27 profissionais acumulam salários ou aposentadoria da empresa com a prestação de anistiado, o que é proibido.

"Não se pode permitir que a anistia se torne mecanismo de enriquecimento sem causa. Se voltaram ao trabalho, não poderiam receber aposentadoria de anistiado", disse o conselheiro Narciso Barbosa em seu relatório.

Mas a Comissão de Anistia, no fim de 2004, aprovou as indenizações milionárias ao converter as aposentadorias excepcionais que os 27 recebiam desde 94 em prestação mensal e continuada, como prevê a lei. Na mudança de regime, as prestações subiram muito. O TCU alertou a comissão, mas a revisão dos valores não foi feita. À época, presidia a comissão o advogado Marcelo Lavenère.

- Foi a correção de um erro flagrante da comissão. É desconfortante, mas preciso fazer a revisão e trazer os valores a patamares razoáveis - diz o atual presidente, Paulo Abrão.

Abrão afirmou que o adequado seria não diminuir as prestações, mas anular o direito dos aeronautas à indenização de anistiado. Mas, pela lei, nenhum ato administrativo pode ser revisto após cinco anos.

Advogados de aeronautas reagem: "A comissão vai cair em descrédito"
 
Entre as indenizações astronômicas está a do comandante Sérgio da Silva Del Nero: cerca de R$23 mil mensais, mais retroativo de R$3,4 milhões, o maior de todos. Os 19 comissários recebem indenizações menores e mensalidades de cerca de R$7 mil.

Em 2004, a comissão aprovou mensalidade de R$18,4 mil para pilotos. Com as correções, os oito recebem de R$22 mil a R$23 mil. O valor cairá para R$8,2 mil para os pilotos.

No julgamento, advogados dos aeronautas se revoltaram. O advogado André Neves da Cunha afirmou:

- A comissão vai cair em descrédito. Será desmoralizada. É a falência da máquina pública.
 
Entre as anistias a serem revistas está a de Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, que recebe cerca de R$7 mil mensais e retroativo de R$648 mil. Segundo seu advogado, Luiz José, ela não aceitou ser readmitida após a greve.

Anulada indenização de grevistas da Vasp

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