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16 outubro 2009

TCU constata que instalação de equipamento sofisticado de prevenção de incêndio no Aeroporto nunca foi concluída

Regina Alvarez - O Globo

BRASÍLIA. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga as obras inacabadas de ampliação do Aeroporto Santos Dumont, descobriu que o sistema ultrassofisticado de detecção e alarme de incêndios, adquirido há cerca de cinco anos e à prova de falha humana, está inoperante. Embora já tenha sido atingido por dois grandes incêndios, em 1998 e 2007, o Aeroporto hoje conta apenas com o apoio de brigadas e algumas câmeras de vídeo na prevenção de incêndios. Os auditores constataram que a instalação do equipamento nunca foi concluída, por isso o sistema não funciona.

- O equipamento foi comprado, pago e abandonado. Nunca foi instalado - explicou o titular da 3ª Secretaria de Controle Externo do TCU, Edison Franklin Almeida.

O problema foi detectado numa auditoria que investiga outras irregularidades nas obras de ampliação. A gravidade da descoberta levou o ministro relator do processo, Raimundo Carrero, a determinar uma nova inspeção no Aeroporto, para averiguar especificamente por que o sistema de prevenção de incêndios não funciona.

Infraero: sistema foi contratado por R$5 milhões

O resultado da auditoria pode levar o TCU a adotar medidas mais enérgicas contra a Infraero.
 
- Demos um tratamento emergencial para a questão da prevenção de incêndios. Não dava para esperar o ritmo natural das coisas. Não sabemos o grau de segurança que hoje existe no Aeroporto - disse Almeida.
 
Pelos cálculos do TCU, o sistema de prevenção de incêndios automatizado, de alta tecnologia, que não depende de manuseio humano, custou R$1,8 milhão. A Infraero informou que o sistema completo foi contratado por R$5 milhões e foram pagos R$4,5 milhões do que foi instalado. O TCU destacou que, sem a instalação completa do equipamento, nada funciona.
 
Segundo a Infraero, o Aeroporto tem "um conjunto de mecanismos de proteção contra incêndio, como brigada, hidrantes, extintores, sprinkler (conhecidos como chuveirinhos que detectam calor e emitem água) e detectores, e sistema de monitoramento por câmeras, que garante a prevenção e o combate a qualquer risco de incêndio".

A empresa atribui ao TCU a responsabilidade pela não instalação de todos os equipamentos. "O único dispositivo que falta para ser instalado é uma central eletrônica de detecção, não concluída por ocasião da paralisação das obras de melhorias em 1/11/2007, cujo contrato é hoje analisado pelo Tribunal de Contas da União", diz a Infraero em nota.

A empresa destaca ainda que a segurança é uma prioridade e que o Santos Dumont é inspecionado pelos principais órgãos de fiscalização da aviação civil, seguindo regras internacionais do setor.

Santos Dumont: sistema contra fogo é precário

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15 outubro 2009

Ancelmo Gois - O Globo

A Gol inicia hoje em 37 voos um serviço de venda de lanches e bebidas, o BOB, sigla de "Buy on Board" ("Comprar a Bordo", na língua de Lula). O projeto foi testado três meses em seis voos. A cerveja custará R$ 5. Água e café, R$ 3. Sanduíches, R$ 10. Mas o serviço comum, gratuito, vai continuar

Já a TAM...

A partir de hoje, nos voos nacionais com mais de 40 minutos, depois de 9h30m, a TAM substituirá os sanduíches frios de seu serviço de bordo por quentes

Pinto lá ou Pinto aqui?

Aliás, o português "Diário Econômico" especulou ontem que o brasileiro Fernando Pinto pode trocar a TAP pela TAM. O rumor, recorrente, voltou por causa da saída de David Barioni da presidência da brasileira. Mas executivos da TAM não acreditam muito na hipótese de Pinto vir presidir a empresa.

Comprar a bordo

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14 outubro 2009

Monomotor, que havia sido recém comprado, se chocou com o solo e explodiu logo depois de ter decolado de uma fazenda, em Guapirama
 
Gazeta do Povo
 
Duas pessoas morreram na queda de um avião no fim da tarde de domingo (11), em Guapirama no Norte Pioneiro do Paraná. O monomotor, prefixo PTZAQ, caiu minutos depois de decolar de uma pista de pouso na Fazenda Bom Retiro. O piloto e dono da aeronave, o empresário Renato de Toledo Guimarães Vaz, 47 anos, e o técnico em eletrônica José de Oliveira da Luz, 57 anos, morreram na hora.

De acordo com testemunhas, o acidente aconteceu por volta das 18 horas. Vaz e Luz deixaram a sede da fazenda, também de propriedade de Vaz, para um passeio, mas minutos depois da decolagem o avião colidiu com o solo e explodiu. Os corpos do piloto e do passageiro ficaram carbonizados.

O sargento do Corpo de Bombeiros, Luiz Antônio de Souza, que atendeu a ocorrência, disse que somente a investigação feita pela Aeronáutica vai poder dizer se a causa do acidente foi uma falha mecânica ou do próprio piloto.

Renato Vaz conseguiu a licença para voar há dois anos. A aeronave que ele pilotava havia sido comprada há poucos dias e tinha apenas 10 horas de voo.

Os corpos das duas vítimas foram retirados dos destroços e levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho no final da noite. Uma equipe do Cindacta de Porto Alegre deve chegar hoje ao local do acidente para iniciar as investigações, que não têm data para serém conclu­ídas.

Duas pessoas morrem na queda de avião no Norte Pioneiro

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O de Feira de Santana, 2.ª maior cidade do Estado, é um dos interditados

Tiago Décimo - O Estado de S.Paulo

Dos 81 aeroportos pequenos e médios e aeródromos controlados pelo Estado da Bahia, 17 estão interditados pela Anac. De acordo com a Gerência de Terminais Aeroportuários, do Departamento de Infraestrutura e Transporte da Bahia (Derba), o motivo para a proibição de uso das pistas é a falta de verba para manutenção dos locais.

"Em todos eles há problemas de isolamento da área de terminais", diz um dos responsáveis técnicos da gerência, que prefere não se identificar. "As obras de reparos já estão todas licitadas, mas não temos a verba para contratar os serviços, orçados em R$ 30 milhões. O montante previsto para este ano é de R$ 8 milhões", afirma o funcionário.

De acordo com fontes do Derba, os problemas de orçamento têm sido frequentes, o que leva o governo a tentar municipalizar a administração dos aeródromos da Bahia. "Quando a administração dos terminais foi transferida do governo federal para os Estados, não foram passados os recursos relativos às operações. A situação desses aeródromos não chama muito a atenção porque a maioria passa um, dois meses sem voos."

Há casos diferentes, porém. O Aeroporto Governador João Durval Carneiro, de Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, está fechado pela Anac desde maio. A agência encontrou problemas no asfalto da pista, crescimento desordenado do matagal em volta do terminal e problemas no controle de animais em torno da pista, além de falhas na sinalização e no sistema de rádio.

A previsão é de que o aeroporto - que recebia, em média, dois voos por dia - só volte a funcionar no próximo mês.

MARANHÃO

Em Alto Alegre do Maranhão, a 350 quilômetros de São Luís, um trecho de asfalto de 700 metros às margens da BR-135 é chamado de "aeroporto" por moradores da região. Não há proteção entre a pista, a estrada e casas ao lado. Até o aeroporto de São Luís tem problemas. Localizado a sete quilômetros do aterro sanitário, sofre com a invasão de urubus na pista. Há dois anos, um Boeing da TAM foi danificado após colidir com uma ave.

Conforme a Anac, existem cadastrados 25 aeroportos ou campos de pousos regulares no Maranhão, mas em apenas cinco há voos regulares.

Falta de verba paralisa 17 terminais na BA

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Há mais interdições e as reaberturas demoram; faltam recursos e interesse dos governos

Edna Simão - O Estado de S.Paulo

Das 748 pistas públicas de pousos e decolagens de aeronaves espalhadas por todo o País, 99 (13,2%) estão fechadas por risco de acidentes. Isso é o que mostra um levantamento feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os motivos mais comuns para interdição são a falta de cerco patrimonial para evitar a entrada de animais na pista, pavimentação ruim e perigo aviário. A situação mais complicada é a da Bahia, onde 17 aeroportos pequenos ou aeródromos estão impedidos de funcionar. Também preocupam os Estados de Mato Grosso, com dez aeródromos fechados, e Tocantins, com nove. São Paulo tem apenas um nessas condições. O Brasil tem 3,5 mil aeródromos, mas os privados normalmente contam com mais recursos e apresentam melhores condições.

Atualmente, 131 aeroportos públicos recebem operações regulares. Mas, segundo o diretor de Infraestrutura da Anac, Alexandre Gomes de Barros, existem pistas públicas fechadas desde 2005, como a de Magalhães de Almeida (MA). "A interdição é uma medida extrema porque priva a cidade do transporte aéreo", frisou.

Apesar de os problemas serem considerados simples, os administradores dessas pistas - governos estaduais e municipais - demoram a fazer as correções necessárias, por conta de orçamentos apertados ou simplesmente por outras prioridades de investimentos. Os aeródromos não recebem voos regulares, mas podem ser utilizados para serviços de táxi aéreo e por aviões particulares e agrícolas. Por isso, muitos governos consideram que é melhor deixar o "pequeno aeroporto" interditado do que gastar dinheiro para fazer a manutenção. "Existem administradores que não têm interesse em manter o aeródromo aberto pelos custos de conservação", diz Barros.

Na avaliação do diretor da Anac, em algum momento será necessário um debate dentro do governo sobre quais as vantagens de se manter aeródromos no País e determinar formas de financiamento. Em Estados do Norte, por exemplo, essas pistas são fundamentais. Em outros locais, onde há maior acesso aos meios de transporte, nem sempre essa premissa é verdadeira. "Ter 13,2% dos aeródromos fechados não chega a ser um problema para o País, mas demonstra a pouca utilidade deles para a sociedade", observa.

DESINTERESSE

A lentidão no cumprimento das normas de segurança, na análise de Barros, só sinaliza o desinteresse dos representantes públicos pelo negócio. A pista só é liberada quando todas as pendências são resolvidas. Segundo a Anac, as interdições somaram 33, em 2007, e 48, em 2008. O ritmo de liberações deixou muito a desejar. Foram apenas nove, em 2007, e dez, no ano passado. Segundo a Anac, no acumulado de janeiro a julho, houve 33 interdições em 2009. No mesmo período, apenas oito aeródromos foram reabertos, após a correção dos problemas. A agência pretende agora intensificar ainda mais a fiscalização. Atualmente, são inspecionados de 50 a 60 pequenos aeroportos por ano. Agora, a fiscalização ocorrerá com base nos indicadores de segurança e de desempenho - por exemplo, nos locais em que se registra maior número de acidentes.

10% das pistas públicas estão fechadas, por risco de acidentes

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Empresa anuncia saída de David Barioni e nomeia vice de Finanças como interino Para analistas, decisão foi desencadeada com a entrada do banco BTG na gestão da holding e com resultado financeiro abaixo do esperado

DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de S.Paulo

O comandante David Barioni Neto não é mais presidente da TAM, a maior companhia aérea do país. Em seu lugar assume interinamente o vice-presidente de Finanças, Líbano Miranda Barroso, que está na diretoria da companhia desde 2004.

No comunicado, a TAM informa que Barioni deixa a presidência, e a empresa, por decisão própria. Analistas consultados pela Folha dizem que ele não tinha outra opção.

Barioni foi tirado da Gol pela família Amaro, controladora da TAM, para assumir a presidência da companhia em novembro de 2007. Seu antecessor, Marco Antonio Bologna, tinha levado a empresa a resultados financeiros consistentes, mas a empresa perdeu em qualidade de serviço e ainda teve de enfrentar o acidente no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em julho de 2007, sem contar a crise dos aeroportos, em 2006. Bologna deixou o comando da TAM, mas continuou no Conselho de Administração.

Em seu lugar na presidência, Barioni decidiu turbinar a qualidade do serviço, diferencial da TAM, e promover a expansão da companhia com mais rotas internacionais. A crise financeira, que estourou no segundo semestre do ano passado, atrapalhou seus planos.

O preço do combustível, cotado em dólar, elevou os custos, e os resultados financeiros foram ruins. Em 2008, a TAM teve prejuízo de R$ 1,3 bilhão, após fortes perdas com operações de hedge de combustível e a depreciação do real diante do dólar em razão da crise.

No primeiro trimestre de 2009, o lucro líquido da companhia foi de apenas R$ 56 milhões e no trimestre seguinte o resultado também esteve abaixo das expectativas.

Mudanças no horizonte

Em julho, a família Amaro contratou o BTG, banco de André Esteves, para administrar a TEP (holding que concentra o patrimônio da família) e assessorar a TAM em seu plano futuro de expansão. Desde então, André Esteves e Marco Antônio Bologna passaram a representar a família diante do Conselho de Administração.

Já naquele momento, estava sendo considerada pela família e pelo Conselho a troca de comando da empresa. No centro dessa discussão estava a diferença de gestão entre Bologna, que presidiu a TAM entre 2004 e 2007, e Barioni.

Bologna focou sua gestão em resultados financeiros. Barioni decidiu priorizar aspectos operacionais. Seu plano de gerar receita com os voos internacionais acabou comprometendo sua gestão. O revés derradeiro foi a decisão da Anac (Agência Nacional de aviação Civil) de liberar as tarifas dos voos internacionais. Em seu favor, Barioni contou com a decisão de trocar, antecipadamente, os pitots dos jatos Airbus da frota da TAM. Esse equipamento teria provocado o acidente da Air France, em junho.

A relação da TAM com sócios do BTG vem desde a época em que eles comandavam o banco Pactual -que fez a abertura de capital da empresa, em 2005. Pelo contrato com a TAM, o BTG não participa do capital, mas é remunerado integralmente conforme a performance de suas ações no mercado.

Após menos de dois anos, TAM volta a trocar presidente

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13 outubro 2009

Investimentos no projeto são um dos maiores contenciosos entre Aécio Neves e União

César Felício, de Belo Horizonte - Valor

Um dos principais focos de atrito entre o governador mineiro , Aécio Neves (PSDB), e o governo federal, o aeroporto internacional de Confins poderá finalmente se consolidar como foco de investimentos, 25 anos depois de sua inauguração. Dentro de três meses deverá ser publicado edital de licitação, provavelmente por 15 anos, de nove áreas do aeroporto de Confins para a instalação de empresas que terão um regime tributário diferenciado para importar componentes, montá-los no local e reexportá-los.

O projeto, que usa o nome de "aeroporto indústria", ficará sob gestão da Infraero, mas houve um acordo para que as obras civis, na fase de implantação, fossem tocadas pelo governo mineiro. O início da obra ficou paralisado por três meses este ano, até o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aceitar o licenciamento ambiental anterior, na primeira semana de agosto.

Segundo o subsecretário de Assuntos Internacionais do governo mineiro, Luiz Antônio Athayde, as obras devem estar concluídas até janeiro. De acordo com nota enviada pela Infraero, o embargo ambiental não interrompeu o processo da concessão dos espaços para atividades industriais. Foi concluída a minuta do edital, mas a empresa ainda aguarda a contratação de uma consultoria para a precificação e definição de prazos de amortização dos investimentos.

O projeto do aeroporto indústria, em sua fase inicial, englobaria 50 mil metros quadrados. Os nove lotes a serem licitados para empresas, são de 2,8 mil metros quadrados a 4 mil metros. Poderão se instalar empresas de cinco áreas: tecnologia de informação, produtos farmacêuticos, equipamentos médicos, componentes eletrônicos e peças para aviação. Mas o alcance do projeto é muito maior. Em uma segunda fase, cujo projeto ainda não foi aprovado pela Infraero, o aeroporto industrial operaria em uma área dezesseis vezes superior, contígua ao aeroporto de Confins, que ganharia um novo terminal.

Aécio Neves já busca potenciais investidores no exterior. Na semana passada, o governador mineiro encontrou-se em Londres com executivos na empresa norte-americana Boeing. A Gol, a maior cliente da Boeing no Brasil, instalou este ano o seu centro de manutenção de aeronaves próximo a Confins.

Os investimentos em Confins são um dos maiores contenciosos entre o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governo federal. Desde o início do ano, o governador tenta ao mesmo tempo garantir o apoio de Brasília para os projetos de ampliação do aeroporto que leva oficialmente o nome de seu avô, o presidente Tancredo Neves, e barrar os estudos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o fim das restrições a voos no aeroporto de Pampulha, que está dentro do município de Belo Horizonte.

Em agosto, Aécio teve uma reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para pedir a construção do segundo terminal de passageiros e sugerir a possibilidade uma parceria público privada (PPP) para a obra. Duas semanas depois, há um mês, queixou-se de não ter recebido "nenhum posicionamento da Infraero".

O projeto global do governo mineiro para Confins envolve investimentos até 2034. "O desenvolvimento do aeroporto é um dos componentes mais relevantes de um futuro corredor multimodal de alta tecnologia", disse Athayde, mencionando que o corredor envolverá, entre outros pontos, um rodoanel de 68 quilômetros ligando o porto seco de Betim (MG). Até 2020, seriam R$ 4,3 bilhões em investimentos. A proposta concebe outros dois terminais de passageiros em Confins, que ganharia a capacidade de transportar 40 milhões de passageiros por ano, o equivalente a três aeroportos de Guarulhos.

O projeto está dentro do esforço do governo mineiro para criar um novo polo de desenvolvimento entre a periferia norte de Belo Horizonte e o aeroporto, que está a 45 quilômetros do centro metropolitano. Dentro dessa mesma perspectiva está sendo erguida a Cidade Administrativa, que vai levar para a divisa entre Belo Horizonte e Vespasiano toda a administração estadual.

A intenção do governo federal em privatizar parte da Infraero e adotar o regime de concessão para os aeroportos joga outra interrogação neste plano. "Se isto vier a se concretizar, certamente este plano do governo mineiro será contemplado na concessão a ser feita", disse esperar Athayde.

O primeiro passo para a vitalização do aeroporto de Confins, inaugurado em 1983, mas subutilizado por mais de 20 anos, em função de ser muito distante da capital, ocorreu em março de 2005, quando o governo federal restringiu os voos em Pampulha para aeronaves turboélices com até 50 passageiros. Nesta mesma época, Aécio construiu uma duplicação da estrada que liga Confins a Belo Horizonte, atravessando três outros municípios (Lagoa Santa, Vespasiano e Santa Luzia).

Sem outra alternativa, as empresas aéreas tiveram que migrar para Confins. Entre 2004 e 2009, o trânsito de aeronaves no aeroporto, aí incluído tanto voos regulares como não regulares, passando por transporte de carga, passou de 7.724 no acumulado entre janeiro a agosto de 2004 para 51.097 no mesmo período neste ano - 560%. Mas nem todo esse crescimento pode ser atribuído ao esvaziamento do aeroporto de Pampulha: mesmo com a retirada dos voos de maior porte, o aeroporto dentro de Belo Horizonte ainda teve este ano um trânsito de 37.896 aeronaves. Em 2004, passaram por ele 50.887 aviões nos nove primeiros meses do ano.

A transferência compulsória dos voos para Confins impulsionou o movimento do aeroporto, sobretudo de frequências internacionais. Hoje, há oito voos, que somam 60 pousos e decolagens por semana. São feitas ligações de Belo Horizonte com Buenos Aires, Lisboa, Panamá, Paris e Miami. Na visão do governo mineiro, esses voos só se tornaram possíveis com o uso de Confins como conexão para frequências nacionais. Aécio usa esse argumento para combater a reabertura de Pampulha para aviões de porte maior. Este ano, o embarque e desembarque de passageiros internacionais atingiu quase 160 mil pessoas, mais do que o transportado nos quatro anos anteriores no mesmo período.

Minas quer acelerar uso de Confins como 'aeroporto industrial'

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Apesar da queda no preço das passagens, oferta das companhias aéreas continua maior que a procura

Paola de Moura, do Rio - Valor

A guerra de tarifas aéreas travada nos últimos cinco meses, após o fim da alta temporada de verão, está fazendo a festa dos passageiros: preços até 25% mais baratos e passagens para voos domésticos por R$ 39 levaram o número de pessoas transportadas por quilômetro no mercado doméstico subir 8,29%, de janeiro a agosto deste ano, se comparado ao mesmo período de 2009. Mas, para as companhias, a briga por quem oferece a tarifa menor não está trazendo um resultado tão positivo, já que, apesar das promoções, o número de assentos por quilômetro cresceu, no mesmo período, 12,12%. Ou seja, a oferta continua maior do que a demanda.

De janeiro a setembro deste ano, os preços das passagens aéreas domésticas e internacionais caíram 13,4%, segundo o IPCA, o índice da inflação oficial, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O acumulado dos últimos 12 meses mostra queda de 10,27% (ver gráficos ao lado). Entre janeiro e agosto de 2008, havia 48,405 milhões de assentos por quilômetro no mercado brasileiros, mostram os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No mesmo período de 2009, a oferta foi de 54,272 milhões por quilômetro. No entanto, a demanda não cresce para suprir esse volume. Nos primeiros oito meses do ano passado, foram 32,276 milhões de passageiros por km, e no mesmo período deste ano 34,950 milhões.

Segundo especialistas, não foi apenas a entrada da Azul ou o crescimento de 137% da WebJet que levou a esse quadro. Tanto Gol como TAM também aumentaram suas ofertas expressivamente. Só para se ter uma ideia, a oferta da Azul hoje é de 1,5 milhão de assentos por quilômetro, a WebJet também acrescentou no mercado outro milhão, expandindo de 957 mil para 2,277 milhões a capacidade das aeronaves. A GOL abriu mais 573 mil e a TAM, quatro vezes mais, 2,3 milhões. Tudo isso num ano de crise econômica, gripe suína e que começou com o petróleo a US$ 100.

Logo no fim da alta temporada, as empresas sentiram a primeira retração. A ocupação média caiu de 71% em janeiro para 61% em fevereiro e 59% em março. Só em julho, foram retomados os patamares de janeiro, chegando a 72,92%.

Wagner Ferreira, presidente da WebJet, observa que a oferta maior que a demanda associada à guerra de tarifas é prejudicial para as empresas do setor. "Se você baixa preços, mas consegue suprir a oferta, é possível empatar. No entanto, quando, apesar da promoção, a oferta continua maior que a demanda, o custo fica muito maior". Ferreira afirma que a margem da companhia aérea é muito pequena: 45% do custo vem do petróleo, 35% de salários, treinamento, suprimentos e impostos. Sobram 20% para a gestão de tarifas.

Mas, apesar deste cenário, Ferreira está otimista. O executivo lembra que o crescimento do setor aéreo é diretamente proporcional à expansão do PIB, numa correlação de 2,5. "Este ano já devemos ter um crescimento positivo. E como em 2010 a economia deve se expandir 5%, o setor aéreo crescerá no mínimo 10%", estima. E esse efeito já está acontecendo neste feriado de 12 de outubro. "O aproveitamento deve chegar a 78%".

Alípio Camanzano, do site Decolar.com, especializado em buscar as promoções para os passageiros, conta que a guerra de tarifas começou em abril, impulsionada pela GOL. Segundo ele, a GOL, tradicionalmente, é a empresa que inicia as promoções e puxa todo o setor. Isto fez não só com que a TAM baixasse o preço, mas que a Azul também iniciasse promoções-relâmpago como a que faz com o próprio site, às terças-feiras, quando oferece uma passagem de graça quando o cliente compra outra.

O presidente da Azul, Pedro Janot, no entanto, diz que não entra em guerra de tarifas e que seu objetivo é fazer com que pessoas que nunca voaram comecem a viajar de avião. Hoje, o Brasil tem 12 milhões de pessoas que já embarcaram pelo menos uma vez de avião - 135 milhões fazem viagens interestaduais de ônibus. "O problema é que a companhia aérea não consegue ainda falar com esse público, mostrar que já vende passagens até mais baratas que as de ônibus se ele conseguir se programar", explica Janot. Além disso, ele diz que a malha aérea como um todo tem um excesso de conexões. "Precisamos de mais rotas diretas e é o que a Azul está começando a fazer", afirma.

Renato Pascowitch, diretor-executivo da Ocean Air, acrescenta que o cartão de crédito também está fazendo com que mais pessoas comprem passagens aéreas. "Hoje uma pessoa compra uma passagem a R$ 200 e divide em dez de R$ 20. Com isso, consegue visitar a família no Nordeste, pelo menos uma vez por ano, outras vezes até mais", lembra Pascowitch. Tudo isso, segundo os empresários, deve levar o setor a se recuperar.

Promoções não atraem demanda suficiente

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Fabricante já produz no país boa parte do interior das suas aeronaves

Virgínia Silveira, para o Valor, de São José dos Campos

A Embraer decidiu se especializar na produção do interior dos seus aviões. Atualmente, 100% do interior dos jatos executivos Phenom é produzido no Brasil, na fábrica de móveis da empresa, em Gavião Peixoto (SP). O Legacy 600, que até pouco tempo era totalmente feito nos Estados Unidos, teve 70% do seu interior transferido para a Embraer, dentro da estratégia da empresa de desenvolvimento desse know how no país.

O envolvimento crescente da Embraer no desenvolvimento do interior de suas aeronaves tem uma explicação: trata-se de uma atividade estratégica, especialmente no segmento executivo, onde tudo é feito de maneira personalizada, de acordo com o gosto do cliente. "Esse conhecimento de como projetar o interior da aeronave é crucial para o sucesso de uma empresa na Aviação executiva", disse o diretor Inteligência de Mercado da Aviação Executiva da Embraer, Cláudio Galdo Camelier .

"A primeira coisa que o cliente quer ver no avião, não é o seu alcance ou o seu custo de operação, itens que logicamente são levados em conta no processo de compra, mas o seu interior e detalhes como cores e decoração interna, significam muito pra ele", explica um executivo da Embraer.

Em Gavião Peixoto, a Embraer centralizou a fabricação de móveis e a montagem do interior dos jatos da linha executiva. Para 2009, segundo Camelier, a expectativa é produzir 110 conjuntos de interiores de jatos executivos. Em 2008 foram produzidos 100. A Embraer conta com um total de 800 pedidos firmes dos jatos Phenom 100 e Phenom 300. A previsão da empresa é a entregar este ano em torno de 117 jatos executivos, sendo 17 dos modelos Legacy 600 e Lineage 1000.

A Embraer também conta com a ajuda de parceiros para fazer o interior dos seus aviões. A BMW Group DesignworksUSA faz a parte de design do interior dos jatos executivos e a C&D Interiors, que tem fábrica em São José dos Campos, fornece as divisórias, painéis laterais, revestimento e piso da linha de jatos comerciais. O grupo americano The Nordam fornece parte do interior do Legacy 600.
 
Além da montagem final dos interiores, a Embraer também produz mesas, divãs, sofás e Galley em sua fábrica de móveis de Gavião Peixoto. Teto e revestimento são contratados de fora, assim como os assentos, fornecidos por empresas estrangeiras.

Os novos jatos Legacy 500 e Legacy 450, que entram em operação comercial em 2012 e 2013 respectivamente, também já estão programados para serem montados nessa fábrica. Para fazer o interior dos dois jatos 190 presidencial, porém, a Embraer contratou a empresa americana De Crane, a mesma que faz o interior do jato Lineage 1000.

A montagem das duas aeronaves aconteceu na fábrica de São José dos Campos. A configuração interna das aeronaves foi acertada conjuntamente entre a presidência e a Força Aérea Brasileira (FAB), segundo informou a Embraer. O interior do 190 presidencial, perto do sofisticado Airbus-A319, utilizado nas rotas intercontinentais do presidente Lula, é bastante simples, mas funcional. Possui 36 assentos, do mesmo tipo oferecido na classe executiva, todos nas cores azul, da FAB.

A assessoria direta do presidente conta com 11 poltronas. Na cabine reservada fica o gabinete de trabalho, uma suíte com cama de casal, chuveiro e saleta com terminal de vídeo.

Embraer monta uma fábrica de móveis para seus aviões

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Mais de dois anos após a tragédia, parentes de vítimas são proibidos pela Justiça de ter acesso à investigação criminal

Já os processos de acidentes da Gol e da Air France são públicos; na França, as famílias podem até opinar sobre os rumos da apuração

ROGÉRIO PAGNAN DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de S.Paulo

Mais de dois anos depois do acidente aéreo que matou 199 pessoas no voo 3054 da TAM, as famílias ainda são proibidas pela Justiça Federal de ter acesso ao processo criminal. Já os principais suspeitos de responsabilidade no desastre, como os representantes da TAM e da Infraero, puderam acessá-lo. Com isso, familiares não sabem por que a Polícia Federal concluiu inquérito no último dia 5 sem apontar culpados.

Segundo o Ministério Público Federal e as famílias das vítimas, esse sigilo foi decretado pela juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo, para "não atrapalhar as investigações".

"Os réus [investigados] tiveram acesso ao inquérito. Mas nós, as partes interessadas em que a verdade venha a público, não tivemos", disse Dário Scott, da associação de familiares.
 
Procurada, a juíza mandou dizer que só "se manifesta nos autos" (que estão sob sigilo), "o que impede a divulgação/informação a respeito do caso".

Em outra investigação, comandada pela Polícia Civil paulista sobre o mesmo acidente, concluída em 2008, 11 pessoas (entre dirigentes da TAM, Infraero e Anac) foram apontadas como responsáveis. Neste caso, a apuração foi pública.

Também são públicos os processos que investigam os outros dois grandes acidentes aéreos, como o da Gol, de 2006, e o da Air France, deste ano.

Pela Constituição, "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem".

Assim seguiu o juiz federal Murilo Mendes, de Sinop (MT), responsável pelas investigações do acidente da Gol que deixou 154 mortos. "Não tem motivo para ter sigilo. O que está se discutindo não é matéria sigilosa", afirmou o juiz.

Na França, as famílias podem até opinar sobre os rumos da apuração. O acesso aos detalhes da investigação é total e se estende aos estrangeiros.

No caso da TAM, as únicas informações que as famílias recebem são repassadas pelo procurador Rodrigo de Grandis, que tem sido uma espécie de "informante". Para isso, precisou da autorização da juíza para falar do processo "exclusivamente aos familiares".

Com essa autorização, as famílias puderam pelo menos saber, por exemplo, que o inquérito policial ficou parado na Justiça por mais de cinco meses aguardando resposta ao pedido de mais prazo.

O Ministério Público diz ser contra o sigilo, mas a juíza vem indeferindo os pedidos de tornar o processo público.

Para o professor de ética e filosofia política da Universidade Federal de Pernambuco, Inácio Strieder, 69, o que ocorre é uma demonstração da "deficiência da Justiça democrática". "Ao menos essas pessoas deveriam ser absolutamente informadas de toda a tramitação. A transparência evita que haja acordos escusos, que haja privilégios para alguns, que eventualmente façam acordos particulares."

Colaboraram FÁBIO AMATO, da Agência Folha e CINTIA CARDOSO, Colaboração para a Folha, de Paris

Famílias de vítimas fazem apuração paralela

CÍNTIA CARDOSO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Sem novas informações das autoridades francesas, as famílias das vítimas do acidente com o voo AF 447 organizam-se para conduzir apuração própria sobre a queda da aeronave.

A recém-criada associação "Ajuda Mútua e Solidariedade" pediu à Justiça francesa acesso à investigação conduzida pelo Ministério Público Francês. "Essa autorização é importante, pois, com ela, as famílias poderão opinar sobre os rumos da investigação e solicitar que um ou outro aspecto seja privilegiado pelos investigadores", disse Stéphane Gicquel, presidente da Federação Nacional de Vítimas de Acidentes Coletivos.

A associação criou quatro grupos de trabalho formados por familiares dos mortos no acidente.

Eles vão procurar técnicos para avaliar relatórios do BEA (Escritório de Investigação e Análise, responsável pela investigação).

O acidente com o Airbus-A 330/200 da Air France foi em 31 de maio; 228 pessoas morreram.

Segundo relatório de pilotos franceses enviado à Justiça local, uma das causas foi um defeito nas sondas pitot, sensores externos que medem a velocidade do avião.

Voo da TAM segue sob sigilo para famílias

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O Estado de S.Paulo
 
Duas pessoas morreram na queda de um monomotor, na tarde de domingo, em Guapirama, a 350 km de Curitiba. O acidente ocorreu logo após a decolagem da Fazenda Bom Retiro. Segundo testemunhas, o monomotor havia desviado de eucaliptos quando bateu com as hélices no chão e explodiu. O empresário Renato de Toledo Guimarães Vaz, de 47 anos, pilotava o aparelho, que comprara na sexta-feira. Com ele estava o amigo José de Oliveira da Luz, de 57 anos. As razões da queda serão analisadas pela Aeronáutica.

Queda de monomotor mata dois no Paraná

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08 outubro 2009

Companhia estava operando aviões para até 68 passageiros à revelia das normas de segurança

ANELIZE MORENO
Da Editoria/Rondonópolis - Diário de Cuiabá
 
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu a Trip Linhas Aéreas de manter voos utilizando aeronaves do modelo ATR 72, com capacidade para até 68 passageiros. A empresa introduziu o uso dos aviões sem a autorização da Anac. Em Mato Grosso, a Trip utilizava as aeronaves em voos para Alta Floresta, Rondonópolis e Sinop, trechos onde o emprego do modelo também foi suspenso.
 
A Anac informou, via assessoria de imprensa, que nestes destinos a Trip tinha autorização para operar somente com aviões menores, modelo ATR 42, que comportam no máximo 48 passageiros. A proibição ocorreu por motivos de segurança, uma vez que tanto em Rondonópolis como nas outras duas cidades o sistema de proteção contra incêndios não atende o número de passageiros transportados por uma aeronave maior.

Ninguém da Trip foi localizado na sede da companhia, em Campinas (SP), para comentar se a empresa vai suspender temporariamente os voos nestas cidades ou se vai colocar aeronaves menores, conforme determinação da Anac, para operar os trechos. Ontem, a companhia estava vendendo normalmente passagens para as três cidades mato-grossenses.

O voo das 17 horas também decolou, sem problemas, de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). Até a tarde de ontem, a agência da Trip em Rondonópolis não havia sido notificada sobre a suspensão. A mesma informação foi passada pelo representante comercial da companhia na cidade, Marcelo Augusto Camargo, que afirmou que se houvesse qualquer restrição aos voos ele seria comunicado.

Informações disponibilizadas no site da Trip na internet são de que a companhia possui, para operar em todo o País, dez aeronaves maiores (ART 72) e 12 menores (ART 42), além de quatro aviões modelo Embraer 175, que são ainda maiores e não operam em nenhuma das três cidades matogrossenses onde houve problemas.

A Anac informou também, via assessoria de imprensa, que foi comunicada de que a Trip tentará negociar com as administrações dos aeródromos (aeroportos de pequeno porte) das três cidades a adequação do sistema de proteção contra incêndios para poder usar aeronaves maiores. A Anac não sabe desde quando a Trip usava os modelos ART 72 irregularmente.
 
A administração do aeródromo de Rondonópolis foi procurada para falar sobre o assunto, mas não atendeu à reportagem. O administrador do local chegou a atender à ligação feita no telefone celular, mas pediu que um novo contato fosse feito mais tarde. Nas tentativas posteriores, o celular estava desligado.

Aeronaves ‘grandes’ da Trip são proibidas em Mato Grosso

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A maior companhia aérea do planeta, a Delta Air Line, começa a operar, em dezembro, voo sem escala para os Estados Unidos

Mariana Flores - Correio Braziliense

Brasília terá ligação direta com os Estados Unidos em dezembro, o que promete estimular o turismo na capital federal e facilitar a vida de quem quer viajar para o exterior. A Delta Air Lines(1), maior companhia aérea do mundo, começa a operar a partir de 17 de dezembro três voos semanais entre Brasília e Atlanta, cidade norte-americana considerada atualmente o maior hub (centro de distribuição de voos) do planeta. Um boeing 757, com 170 assentos — sendo 15 de classe executiva — sairá do Aeroporto Internacional de Brasília—Presidente Juscelino Kubitschek às terças, sextas e domingos com destino aos Estados Unidos e retornará às segundas, quintas e sábados. Os brasilienses pagarão, em média, US$ 900 (R$ 1.615,50, pela cotação de ontem) por trecho. De acordo com os executivos da companhia, a viagem terá duração de pouco mais de oito horas entre uma cidade e outra. "Três vezes por semana é o mínimo que queremos fazer. Se tivermos demanda, vamos ampliar para mais dias na semana ou utilizar um avião maior. Precisamos sentir o mercado brasiliense primeiro. É melhor do que começar com voos diários e depois voltar atrás", disse ontem o vice-presiente para  América Latina e Caribe, Christophe Didier, durante o durante o lançamento da futura rota.

A novidade anima os agentes do turismo local. Hoje, é bem restrito o número de voos internacionais que têm origem e destino na capital brasileira. Atualmente, o aeroporto brasiliense conta apenas com um voo diário da TAP para Lisboa e outro da Gol para Rosário, na Argentina, com escala em Porto Alegre, que sai três vezes por semana.

No fim de setembro, a TAM cancelou um voo direto de Brasília para Buenos Aires, segundo a Infraero. De acordo com os agentes de turismo local, o motivo foi a queda da demanda causada pela epidemia da gripe H1N1. A companhia não confirma que essa tenha sido a razão. Apesar da suspensão, a TAM negocia uma autorização para operar voos entre Brasília e um destino norte-americano, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal, o vice-governador Paulo Octávio. "Antes da crise, a TAM queria operar voos diretos para Nova York e Miami. Agora, quando a demanda voltou, pensam em retomar os planos", disse.

Ranking

A pequena quantidade de voos internacionais faz com que o Aeroporto Internacional de Brasília, o terceiro mais movimentado do país em números gerais, despenque para o oitavo lugar quando o ranking é feito apenas para voos internacionais. Apenas os dois aeroportos de São Paulo — Congonhas e Guarulhos — operam um volume superior de voos domésticos. Mas, em se tratando de viagens internacionais, superam os aeroportos de Belo Horizonte, Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza e de Guarulhos. De janeiro a agosto deste ano, embarcaram e desembarcaram de voos internacionais na capital federal 113.422 pessoas — apenas 1,4% do total de turistas que saíram ou chegaram a Brasília e 1,3% do total de passageiros de voos internacionais de todos os aeroportos brasileiros. "Este voo da Delta é um passo que a gente dá para que Brasília seja uma cidade turisticamente mais importante e a mais visitada, movimentando a nossa economia", disse o governador do DF, José Roberto Arruda, durante o evento de lançamento do voo.

Grande portão

Os agentes de turismo apostam que Brasília passe a virar um centro de distribuição, sendo ponto de partida de moradores de outros estados que queiram viajar para o exterior. "Brasília é um grande portão de entrada para o Brasil e a capilaridade que Atlanta oferece é enorme. Podemos distribuir turistas que queiram ir ou vir. Para moradores de alguns estados das regiões Norte e Nordeste, de Minas Gerais e da Região Centro-Oeste é melhor utilizar o aeroporto de Brasília do que Guarulhos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem do DF (Abav-DF), João Zisman.

Apesar de pequeno, o número de passageiros em voos internacionais que passam por Brasília cresceu 5,6% em relação ao mesmo período de 2008 — de janeiro a agosto —, apesar da crise econômica que atingiu o mercado internacional. Atuando no trecho Brasília-Lisboa desde julho de 2008, a portuguesa TAP comemorou um aumento de 6% no número de passageiros transportados. A rota é operada em uma aeronave Airbus A330, com capacidade para 259 passageiros. Mais de 50% dos passageiros transportados são europeus que vêm ao Brasil, de acordo com a companhia.

1- Gigante

A Delta Air Lines é a empresa aérea que mais voa do mundo. A companhia tem 1,4 mil aeronaves, que operam 355 destinos em todos os continentes, e transporta, anualmente, mais de 170 milhões de passageiros. Há 12 anos atua no Brasil. Atualmente possui sete voos entre o Brasil e os Estados Unidos — incluindo o Brasília-Atlanta —, e mais de mil voos tendo como destino ou origem o aeroporto de Atlanta, o que facilita o trânsito dos turistas para outras cidades do mundo.

O NÚMERO

113.422

Total de passageiros transportados em voos internacionais com origem ou destino em Brasília nos primeiros oito meses do ano.

7,5 milhões

Número de pessoas que embarcaram ou desembarcaram na capital federal em viagens domésticas.

Do DF direto para Atlanta

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LUCIANA COELHO - FOLHA DE S.PAULO
DE GENEBRA

A Ibéria, uma das líderes no transporte de brasileiros para a Europa, passará a cobrar tarifas para despachar bagagem, seguindo movimento iniciado pelas empresas de baixo custo e imitado pelas aéreas americanas.

A notícia foi confirmada à Folha por uma porta-voz, segundo a qual a decisão está sendo estudada. Não foram ainda definidos nem valores nem prazo para que a cobrança passe a vigorar.
 
Mas a expectativa, segundo adiantou a porta-voz, é a de que, no caso de voos transatlânticos, a cobrança recaia somente sobre a segunda mala (hoje o passageiro da classe econômica que vai do Brasil à Europa pode levar duas peças de 23 kg).
 
Em voos domésticos e continentais, entretanto, a taxa será cobrada já na primeira mala.
 
A Ibéria afirma se tratar de "tendência do mercado". Empresas de baixo custo, como a EasyJet, permitem ao passageiro uma mala de mão e cobram pelos despachos.

As aéreas foram alvo de golpes sucessivos. Os atentados do 11 de Setembro lhes tiraram passageiros, e, quando a indústria começava a consolidar a retomada, veio a crise econômica. Em agosto, o transporte de passageiros caiu 1,1%, e o de carga, 9,6% sobre 2008, segundo a Iata, entidade máxima do setor.

Os preços das passagens estão deprimidos 18% na classe econômica e 22% nas demais. Ante o quadro, taxas extras, como a cobrança de lanches a bordo e adicional para marcar assentos passaram a se disseminar no setor.

A RyanAir, outra empresa de baixo custo, extinguiu o balcão de check-in e só mantém o check-in eletrônico, pelo qual cobra. Tornou-se comum ainda vender créditos de carbono aos passageiros, como faz a KLM. Entre os vilões do aquecimento global, as aéreas lutam para mitigar suas emissões.

A Ibéria transportou 470 mil pessoas do Brasil para a Europa e vice-versa em 2008, o que tornou o país seu segundo mercado latino-americano. Neste ano, deve ser o primeiro, à frente da Argentina. Em 2007, a espanhola era a quarta mais usada no Brasil para viajar à Europa, com 250 mil passageiros, atrás da portuguesa TAP, da brasileira TAM e da Air France.

Ibéria passará a cobrar por bagagens de passageiros

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Relatório da Controladoria Geral indica que estatal tem a receber quase R$10 milhões de consórcio

Bernardo Mello Franco - O Globo

BRASÍLIA. Um relatório inédito da Controladoria Geral da União (CGU) indica um rombo de quase R$10 milhões em contrato da Infraero com o Consórcio CDN, responsável pelos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto no Aeroporto Antonio Carlos Jobim. O documento, a que O GLOBO teve acesso, lista novas irregularidades em contratos de aluguel de áreas comerciais e prestação de serviços nos aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont. A auditoria cobra "medidas enérgicas" da estatal e conclui que os problemas "implicaram prejuízo ao Erário".

Contrato de água e esgoto teve sucessivos reajustes

Para a CGU, sucessivos reajustes no contrato de água e esgoto do Galeão levaram a estatal a fazer pagamentos indevidos entre 2005 e 2008. A cada aumento, o consórcio teria recebido indenizações em valores retroativos, o que os auditores consideraram ilegal. Apesar dos problemas, o contrato continua em vigor. "Em virtude de diversas irregularidades na formulação dos termos aditivos, constatouse que a Infraero é na verdade credora do Consórcio CDN", diz o relatório. "O contrato em questão causou um dano aos cofres públicos de R$9,93 milhões".

No Aeroporto Santos Dumont, a CGU encontrou indícios de favorecimento a empresas que ocupariam áreas comerciais sem ter disputado licitação. São citadas a joalheria H.Stern e a livraria Laselva. "Essas concessões são bastante antigas, algumas com mais de 50 anos, e esses concessionários têm se mantido em áreas administradas pela Infraero mediante sucessivos termos aditivos (...) sem nenhum amparo legal". A H.Stern também é acusada de ocupar indevidamente uma área restrita do terminal novo do Santos Dumont, apesar de o seu contrato só prever o uso de uma área no terminal antigo.

A auditoria sugere que alguns estabelecimentos emitiriam notas fiscais com endereços de fora dos aeroportos para não pagar participação sobre as vendas. É citada como exemplo a loja de roupas Aqualung no Santos Dumont. Lá, os auditores descobriram que as compras com cartão de crédito eram registradas em outro endereço, reduzindo os repasses devidos à Infraero.
 
Em nota, a Infraero informou que o contrato com o Consórcio CDN no Galeão "está em vigor, no aguardo de conclusões sobre as análises em curso, a fim de que sejam adotadas as medidas pertinentes saneadoras e reparadoras, se for o caso". A estatal também afirma que pretende rescindir os contratos com a H.Stern e a Laselva e que "eventuais indicações de irregularidades nos contratos ou licitações em curso são prontamente apuradas".

O diretor do CDN, Marcelo Pizzatto, disse que o consórcio não foi notificado sobre a auditoria e negou ter recebido pagamentos indevidos da Infraero. A Laselva reconheceu que "alguns poucos contratos antigos tiveram início sem licitação", mas negou ser favorecida pela estatal. A H. Stern se declarou vítima de "atos de total desrespeito à lei e ao contrato por parte da Infraero" e informou que recorreu à Justiça para permanecer no Santos Dumont. Luca Padovano, da Aqualung, também negou irregularidades no contrato da loja no Santos Dumont.

A auditoria da CGU foi iniciada a pedido do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O relatório foi encaminhado à Infraero no fim do ano passado, mas as conclusões permaneceram em sigilo, e a maior parte das empresas continuou nos aeroportos. São coitados outros casos de irregularidades nos aeroportos de Brasília, São Paulo, Salvador e Curitiba. Na segunda-feira, O GLOBO revelou a criação de uma força-tarefa da Procuradoria Geral da República para investigar suspeitas de favorecimento e dispensa irregular de licitação nos aeroportos.

União encontra rombo em contrato da Infraero

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