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17 julho 2009

Prazo para definir concessão, custo eleitoral e resistência da Infraero adiam projeto

Geralda Doca – O Globo

Mesmo com o apelo da Copa do Mundo de 2014 e a militância do governador do Rio, Sérgio Cabral, o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) deverá continuar nas mãos da Infraero. Apesar do discurso oficial, fontes do governo já admitem que dificilmente tanto o Galeão quanto Viracopos (Campinas) serão privatizados na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal entrave é a falta de tempo para fechar o modelo de concessão diante do calendário eleitoral em 2010. A modelagem teria de estar pronta ao menos seis meses antes do lançamento do edital para atender às exigências do Tribunal de Contas da União (TCU).

Até agora, afirmou um técnico, nada avançou nesse sentido. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda está fechando uma regra geral aplicável a todos os aeroportos que venham a integrar a lista de privatizáveis.

Previsto para ser apreciado pelo Conselho de Aviação Civil (Conac) – que se reúne duas vezes ao ano, em média – a concessão dos aeroportos ficou fora da pauta da reunião da semana passada e não há previsão de quando o assunto será apreciado.

Com a proximidade das eleições e o empenho de Lula em emplacar sua sucessora – a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff – o custo político de privatizar os aeroportos é outra dificuldade apontada pelos técnicos. Embora o governo insista em usar o termo concessão, alegando que a União continuará dona dos aeroportos, na prática o conceito contraria interesses eleitorais – pois o PT tenta emplacar a pecha de privatista no PSDB - e da Infraero e seus 11 mil funcionários. A estatal insiste em continuar à frente dos 67 terminais mais importantes do país.

Funcionários tentam barrar a proposta

Há dez meses, o presidente Lula decidiu que os aeroportos seriam privatizados. O Conselho Nacional de Desestatização (CND), então, encaminhou uma resolução propondo a inclusão de Galeão e Viracopos no plano. Isso seria feito via decreto presidencial, mas até agora não houve decisão, destacou uma fonte do governo. A exceção é o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e será construído pela iniciativa privada.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reuniu-se com representantes dos aeroportuários e da CUT, há duas semanas, para discutir o processo de concessão. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, ele deixou claro que ainda não há disposição do governo em enfrentar a questão.

- O ministro disse que os estudos ainda estão inconsistentes e que o presidente Lula não está disposto a tratar desse assunto no momento – contou Lemos. - Você acha que o presidente vai querer chupar essa manga, querendo emplacar a Dilma?

Além de atuar pelo lançamento de uma frente parlamentar em defesa da Infraero no Congresso, sindicalistas passaram a fazer mobilizações contra a concessão dos aeroportos. Uma associação de funcionários da empresa acionou o TCU e o Ministério Público contra as pretensões do Executivo.

A direção da Infraero, por sua vez, lançou uma campanha na mídia, destacando bons serviços prestados nos aeroportos. Em audiência na Câmara na semana passada, o presidente da estatal, brigadeiro Cleonilson Nicácio, destacou os investimentos do PAC nos aeroportos e insistiu que o governo trabalha pela abertura de capital da empresa, como forma de fortalecê-la.

O modelo de concessão em fase final de elaboração na Anac prevê a adoção de dois modelos: individual e em blocos (quem levar um aeroporto lucrativo fica também com outros deficitários). A concessão poderia ser por outorga – como na telefonia – ou menor preço – como nas rodovias. Também será contemplada a opção de Parceria Público-Privada (PPP).

O texto da Anac não cita a Infraero. Mas, segundo técnicos, a empresa poderá continuar existindo. Também estão previstos critérios para cobrança de tarifas e contratos. A tendência é que haja um índice de preços e revisão de contratos a cada cinco anos.

A proposta prevê ainda que os aeroportos têm que competir e, portanto, nenhuma empresa poderá administrar mais de um por estado. Companhias aéreas não poderão administrar aeroportos. O projeto deverá ficar pronto no fim deste mês, mas técnicos da Anac admitem que são pequenas as chances de o novo marco regulatório ser aplicado neste governo.

Privatização do Galeão perde o prazo para a Copa no Brasil

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16 julho 2009

ANDREZZA TRAJANO – Folha de Boa Vista

Com apenas dois voos diários partindo de Boa Vista em direção a outras cidades brasileiras, o roraimense tornou-se refém das duas únicas companhias aéreas que operam no Estado. E é neste período de férias escolares que os problemas se agravam ainda mais. São rotas alteradas para acomodar as necessidades das empresas em detrimento ao interesse dos passageiros, além de preços exorbitantes das passagens aéreas.

Um exemplo do tratamento que é dispensado à população local foi registrado na madrugada de ontem. Segundo passageiros que estavam no voo Gol 1783, o atraso de duas horas na partida do Boeing foi o suficiente para gerar tumulto. Uma pessoa foi presa por agentes da Polícia Federal (PF), por discordar da alteração de seu itinerário.

A aeronave deveria sair de Boa Vista às 2h15, mas só partiu às 4h10. A rota prevê escala em Manaus (AM) e tem Brasília como destino final, segundo nota enviada pela Gol à Redação.

De acordo com a jornalista Shirley Rodrigues, que estava no avião, a tripulação informou a alguns passageiros que a rota deles fora alterada devido ao atraso. Em seguida, teriam chamado um passageiro e informado que a conexão dele fora cancelada, sendo necessário que ele descesse do avião.

O passageiro teria se negado a deixar a aeronave, ocasião em que foi preso pela Polícia Federal.

A detenção teria deixado os demais passageiros em estado de choque. Mulheres e crianças chegaram a chorar.

“Ele tinha despachado a bagagem, já estava sentado na poltrona, apresentou o bilhete aos policiais e disse que não iria sair do avião. Depois disso, foi algemado com as mãos para trás e levado preso”, relatou a jornalista.

Outro passageiro, que pediu anonimato, contou que o homem teria dito que tinha um compromisso importante pela manhã na Capital Federal e que por isso não poderia ficar em Boa Vista.

“O Ministério Público Estadual tem que se manifestar. Foi um grande constrangimento para todos”, falou o passageiro, revoltado com o que viu.

A Folha apurou extraoficialmente que o passageiro participaria de uma concorrência pública nas primeiras horas da manhã em Brasília. A reportagem conversou por telefone com a mulher dele. Ela disse que naquele momento ele estava viajando e que se houvesse interesse, entraria em contato com o jornal posteriormente.

A reportagem também teve conhecimento que vários passageiros foram distribuídos em outras aeronaves e que chegaram atrasados a seus compromissos.

Gol afirma que fez ‘remanejamento operacional’

Em nota enviada à Folha, a Gol informou que devido a um remanejamento operacional, os passageiros que embarcariam no voo 1783, que partiria de Boa Vista com escala em Manaus e destino a Brasília, com chegada prevista para as 7h50, foram acomodados em outros voos da companhia.

“Após ter sido comunicado sobre o novo horário previsto para chegada à Capital Federal, um dos passageiros ficou inconformado. A equipe da companhia, não conseguindo convencê-lo a prosseguir viagem normalmente ou alterar sua data de embarque, teve de pedir auxílio à Polícia Federal, que optou por retirar o passageiro da aeronave”, disse a empresa no documento.

Infraero diz que chamou Polícia Federal em cumprimento à obrigação legal

O superintendente regional da Infraero, Reginaldo Peixoto, disse que a instituição que administra os aeroportos não tem autonomia para tratar de mudança em rota de voos. “Este tema é de inteira responsabilidade das companhias aéreas”, explica.

Conforme ele, o tumulto foi registrado em boletim. No documento consta que o passageiro não aceitou a mudança de rota imposta pela empresa e se recusou a descer da aeronave, sendo necessário o emprego da força policial.

“A Infraero agiu conforme prevê a legislação: ao ser informada pela Gol de que um passageiro estava colocando em risco a segurança operacional e que seria necessário chamar a Polícia Federal, nós a acionamos”, explicou.

A reportagem tentou ontem à tarde ouvir o representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em Roraima, mas no momento em que a equipe se dirigiu ao Aeroporto Internacional de Boa Vista, a sala estava fechada.

Foram feitas tentativas para o telefone da agência, mas ele chamava e ninguém atendia. Um aviso afixado na porta informava que a sala seria aberta ao público às 22h.

PF – De acordo com o superintendente em exercício da Polícia Federal, Herbert Gasparini, quando o passageiro foi informado que a aeronave teria um itinerário diferente, “ele teve um comportamento incompatível, começou a ofender os tripulantes e causou distúrbio dentro da aeronave”.

“Como a competência para apurar os distúrbios e crimes a bordo de aeronaves é nossa, fomos chamado e o passageiro foi convidado a deixar a aeronave. Mas ele desobedeceu à ordem dos agentes e foi preso por crime de desobediência, além da injúria cometida contra os funcionários da empresa”, disse o superintendente.

Segundo ele, foi instaurado um Termo Circunstanciado, de nº 07/09, para apurar os crimes, e o passageiro foi liberado após de comprometer a comparecer em juízo.

Avião atrasa e passageiro é preso pela PF

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Funcionários de lojas em Confins reclamam que patrões não permitem uso de máscaras no atendimento a estrangeiros, porque temem espantar clientes

Luciane Evans – Estado de Minas

Funcionárias de cooperativa de táxi no terminal aéreo tiveram autorização para usar as máscaras de proteção, ao contrário das atendentes de outras empresas.

Abrir todas as janelas do carro, prender a respiração, lavar as mãos sempre que puder e contar com a sorte. Essas são as medidas tomadas por funcionários de empresas instaladas no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, para não serem contaminados pelo influenza A (H1N1), que já matou mais de 430 pessoas no mundo. O grande fluxo de pessoas de países com índices de contaminação elevados, que desembarca diariamente no aeroporto, causa temor a esses trabalhadores, que, por decisão das empresas, não podem usar máscaras, o que pode deixá-los expostos ao vírus.

Ontem, dia em que centenas de torcedores do Estudiantes de La Plata vieram assistir ao jogo final da Copa Libertadores, contra o Cruzeiro, quem temeu mais a presença dos argentinos do que os próprios cruzeirenses foi o taxista Fabrício Gomes. Sem máscara, ele levou ao Mineirão quatro torcedores da Argentina – país em que o número de mortes causadas pela doença já ultrapassou o México, chegando a 137. Mesmo os quatro homens assegurando que não estavam com sintoma da gripe, ele não se sentiu seguro: “Vou deixar as janelas abertas. O ideal seria o uso de máscara, mas, infelizmente, não podemos”, lamentou.

Grávida, uma funcionária de uma das lojas do aeroporto diz que pediu autorização para usar máscara, mas não foi atendida, sob a alegação de que isso assustaria os clientes. “É muito perigoso. Se sou contaminada pela gripe meu bebê correrá risco. O certo seria se todos os funcionários se protegessem. Só nos resta contar com a sorte.”

Uma cooperativa de táxi é a única que permite a seus funcionários usar a proteção no aeroporto.

As atendentes contam que se sentem mais seguras e protegidas. “Se alguém for contaminado, todos os outros serão. Todas as empresas deveriam ter essa consciência”, sugere Tatiana Oliveira Rocha. “Antes de usar máscaras, prendia a respiração ao atender pessoas que chegavam do exterior. Além de constatarmos que não há fiscalização rígida no desembarque, muitos empresários parecem não estar tão preocupados com a saúde de seus funcionários”, acrescenta.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MG) informou que não pode obrigar ninguém a usar máscaras e que a proteção de trabalhadores é responsabilidade das empresas. A falta de prevenção é um contrassenso diante dos número cada vez mais alto em Minas, que, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, já tem 141 pessoas contaminadas. Sete pacientes estão em isolamento hospitalar, sendo quatro no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e três no Hospital Eduardo de Menezes. O caso mais grave ainda é o do homem de 27 anos internado desde o dia 29 com diagnóstico confirmado para influenza A. Ele está no HC e respira com a ajuda de aparelhos, assim como um bebê, de 6 meses, isolado na ala de pediatria, mas em situação estável.

LIMINAR

A Defensoria Pública da União obteve, ontem à noite, na Justiça do Trabalho, liminar que obriga bares e restaurantes permitir que seus funcionários usem equipamentos de proteção contra a gripe suína. Na ação civil pública, a defensora pública federal Giêdra Cristina Pinto Moreira argumentou que a presença em BH de um grande número de argentinos exigia a adoção da medida.

Medo ronda o aeroporto

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VIRGÍNIA SILVEIRa, para o Valor, de São José dos Campos

A SK10, do grupo espanhol Alestis Aerospace, inaugura hoje, em São José dos Campos, a segunda unidade da empresa no Brasil e as únicas da companhia fora da Espanha. Na primeira, inaugurada em outubro de 2007, o grupo espanhol investiu US$ 50 milhões e contratou 150 funcionários para a montagem de estruturas metálicas da fuselagem dos jatos da família Embraer 170/190.

A nova unidade, localizada ao lado da fábrica principal da Embraer, produzirá peças e componentes estruturais em material composto, utilizando principalmente fibra de carbono e fibra de vidro. O grupo Alestis é 70% controlado pelo governo de Andaluzia, na Espanha, e o restante é dos bancos Cajasol, Unicaja e o Banco Europeu de Finanças (BEF).

A empresa não revelou o valor do investimento, mas segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura de São José dos Campos, José de Mello Correa, a expansão das instalações já teve como resultado a contratação de 150 funcionários. Além de fornecer para a Embraer, segundo Correa, a SK10 também será uma plataforma de exportação para empresas do setor aeronáutico mundial, como Airbus, e EADS-CASA, da Espanha, que já são clientes do grupo Alestis.

A SK10 é a sétima fornecedora estrangeira da Embraer a se instalar na região do Vale do Paraíba nos últimos cinco anos. "As empresas de São José exportaram 116% a mais no mês de junho em comparação com maio, mantendo a cidade no segundo lugar no ranking dos maiores municípios exportadores do país. Isso mostra que, apesar da crise, as empresas da região estão numa boa direção", disse o secretário.

Outra empresa estrangeira que já tem planos avançados para a instalação de uma unidade em São José é a francesa Daher-Socata, que já fornece peças estruturais para os jatos executivos da Embraer. Segundo um executivo que participa das negociações com a Embraer, só os cerca de 800 pedidos firmes dos jatos Phenom já suportam o início das atividades da empresa no Brasil. "A proximidade com o cliente, que reduz os ciclos de fornecimento de materiais, e os custos competitivos do país também justificam o investimento", afirma.

Além de duas instalações da SK10, São José dos Campos também abriga unidades da espanhola Aernnova, antiga Gamesa (fuselagem); Sopeçaero, da empresa belga Sobraer (componentes usinados); a JetStar, controlada por capital americano (interiores); e a Eviation, dos Estados Unidos (projetos de engenharia). Juntas, elas geraram 642 empregos diretos e investiram mais de R$ 150 milhões nos últimos três anos.

Esse valor não inclui o novo investimento da SK10. No município de Jacareí, a 20 quilômetros de São José dos Campos estão as empresas Latecoére (fuselagem) e as americanas C&D Interiors, e a Parker Hannifin (sistemas hidráulicos, comandos de voo e de combustível).

SK10 inaugura segunda unidade no país para atender a Embraer

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Empresas aprovam aumento para 49% no limite de participação do capital estrangeiro no setor

Daniel Rittner, de Brasília – Valor

Governo, parlamentares e empresas aéreas demonstraram ontem consenso sobre o aumento do limite, de 20% para 49%, de capital estrangeiro no setor. Mas as companhias pedem que esse aumento seja acompanhado de outras medidas, como facilitação do crédito para a compra de aeronaves e desoneração de tributos. O Ministério da Defesa informou que não há estudos em andamento para dar alívio fiscal, em âmbito federal, às empresas.

Na semana passada, o Conselho de Aviação Civil (Conac) deu sinal verde para o envio ao Congresso de um projeto de lei elevando o teto de participação estrangeira no capital votante das aéreas. O projeto também muda o regime de outorga pelo qual elas exploram o serviço de transporte regular de passageiros.

"Somos totalmente favoráveis à ampliação", afirmou o diretor de relações institucionais da Gol, Alberto Fajerman. Outros executivos do setor declararam apoio à iniciativa do governo, mas fizeram questão de pontuar que esperam mais. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), José Márcio Mollo, advertiu que o limite de 49% "não é suficiente para assegurar o controle nacional". Ele defendeu a inclusão, no projeto de lei, da exigência de que as companhias sejam sociedades anônimas, garantindo que todos saibam quem são os investidores.

Mollo lembro do caso VarigLog, que esteve no centro de polêmica sobre seu verdadeiro controlador, supostamente o empresário chinês Lap Chan. Para o Snea, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não tem instrumentos para verificar adequadamente de onde vêm os recursos investidos.

O diretor de relações institucionais da Trip, Victor Celestino, destacou que as linhas de financiamento do BNDES e os mecanismos disponíveis de garantia para empréstimos podem ser facilitados. "Simplesmente aumentar a participação do capital estrangeiro não vai resolver o problema do crédito", afirmou o executivo. "A medida mais efetiva seria a revisão das questões de crédito para a compra de aviões."

Um dos principais argumentos do governo para elevar o teto de capital estrangeiro é a ampliação das possibilidades de financiamento às companhias. Adalberto Febeliano, diretor da Azul, elogiou a iniciativa, mas ponderou que ela "tem mais efeito psicológico do que real". Como a limitação é válida apenas para as ações ordinárias (com direito a voto), os estrangeiros já podem ter mais de 70% do capital total, na prática.

Febeliano também ressaltou a importância do crédito para o setor. Lembrou que a Azul nasceu com uma capitalização de US$ 200 milhões, a maior de toda a história da aviação para uma nova empresa, e hoje tem uma frota de 12 jatos da Embraer , avaliada em cerca de US$ 520 milhões. "Nem a empresa mais capitalizada do mundo consegue comprar aviões sem crédito", assinalou o executivo.

O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), autor do requerimento que levou à criação da CPI do Apagão Aéreo, em 2007, quis saber se não é o caso de imitar o "modelo australiano". Na Austrália e na Nova Zelândia, o teto para a participação estrangeira é de 49%, mas empresas que operam nesses países podem ter até 100% do capital proveniente do exterior, desde que façam apenas vôos domésticos. Elas ficam proibidas de operar rotas internacionais.

O projeto de lei que tramita no Senado, recém-aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), incluiu esse dispositivo. O Snea é contra. "É importante que cada país tenha a sua empresa de bandeira nacional", disse Mollo. Segundo o secretário de Aviação Civil do Ministério da Defesa, Jorge Godinho Nery, o governo defende somente o aumento do limite de 20% a 49%.

Aéreas pedem mais crédito e alívio fiscal

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Tupolev que ia para a Armênia cai após decolar; testemunhas dizem que ele estava em chamas

AP E REUTERS

Um avião Tupolev-154, de fabricação russa, caiu ontem no Irã 15 minutos após a decolagem e se desintegrou com o impacto, matando todas as 168 pessoas a bordo. Testemunhas disseram que a parte traseira da aeronave estava pegando fogo no momento do desastre.

Veja especial com cronologia dos piores acidentes aéreos do mundo O Tupolev da companhia aérea iraniana Caspian Airlines, decolou do aeroporto internacional de Teerã às 11h30 (4 horas em Brasília) com destino a Erivan, capital da Armênia. Após 15 minutos no ar, o avião caiu próximo da cidade de Qazvin, a cerca de 130 quilômetros de Teerã.

"Vi o avião caindo com o nariz para baixo. Ele bateu no solo, causando uma grande explosão. O impacto fez o chão tremer, como um terremoto. Em seguida, vi peças do avião por toda a parte", disse o operário Ali Akbar Hashemi.

Autoridades estão investigando as causas do acidente, mas a principal suspeita é de falha técnica. Segundo Sirous Saberi, vice-prefeito de Qazvin, o piloto havia informado a torre de controle sobre um problema técnico e solicitado permissão para um pouso de emergência.

A força do impacto foi tão intensa que abriu uma cratera no solo e espalhou pedaços do avião em uma área de 200 metros. Seguranças isolaram o local e barraram a entrada de parentes das vítimas.

"Infelizmente, os corpos foram totalmente destruídos", disse Hossein Behzadpour, diretor de serviços emergenciais de Qazvin. "Estamos recolhendo apenas pedaços de corpos", relatou um integrante da equipe de resgate que não quis se identificar.

A maioria dos passageiros era de iranianos - apenas seis eram da Armênia e outros dois, da Geórgia. Entre as vítimas estavam dez membros da equipe iraniana de judô.

O Irã foi palco de diversos desastres aéreos nos últimos anos e suas companhias são conhecidas pela manutenção precária das aeronaves. Teerã responsabiliza os EUA, já que o Irã não pode comprar peças novas para os aviões americanos adquiridos antes do embargo, imposto na Revolução Islâmica, em 1979. As sanções também dificultariam a compra de peças e aeronaves na Europa.

Por causa disso, as companhias aéreas e a Aeronáutica iranianas utilizam aviões russos, principalmente os modelos Tupolev e Antonov. Dois outros Tupolevs caíram no Irã nesta década, matando 140 pessoas. O acidente de ontem foi o pior no Irã desde 2003, quando outro avião russo (um Ilyushin 76) caiu no sudoeste do país, matando as 302 pessoas que estavam a bordo.

ACIDENTES COM TUPOLEVS

01/09/2006: Choque no pouso, no Irã, mata 28 passageiros

22/08/2006: Tempestade durante voo interno na Rússia derruba avião, matando 170

24/08/2004: Atentados destroem dois Tupolevs na Rússia na mesma noite, matando 90

01/07/2002: Colisão com avião de carga sobre Alemanha mata 69

12/02/2002: Colisão com montanha no Irã mata 119

04/09/2001: Avião é atingido por míssil durante treinamento militar da Ucrânia

04/07/2001: 145 morrem em colisão na Rússia após erro na aterrissagem

Queda de avião mata 168 no Irã

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Os impostos e taxas representam hoje 40% do custo das passagens

Tânia Monteiro – O Estado de São Paulo

O governo quer fazer uma revisão nas onze tarifas que incidem sobre as passagens aéreas para tentar unificá-las e, possivelmente, reduzi-las, o que poderia levar a uma diminuição do preço da passagem de avião para o consumidor. O estudo foi determinado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que considera exagerada essa variedade de tributos. De acordo com as companhias aéreas, em média, 40% do custo de uma passagem representa o pagamento de taxas aeroportuárias e impostos. Jobim disse que tem pressa em finalizar o estudo, mas não fixou prazos.

O dinheiro arrecadado com as onze tarifas hoje incidentes no custo das passagens aéreas é distribuído entre a Infraero, que administra os aeroportos, o Comando da Aeronáutica, que recebe recursos para o Fundo Aeronáutico e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), a Secretaria de Finanças da Aeronáutica e o Tesouro Nacional. Somente este ano, até maio, o faturamento com tarifas aeroportuárias e de navegação aérea somou R$ 1,432 bilhão.

A tarifa que mais rendeu recursos ao governo foi a de embarque doméstico, pago pelos passageiros quando compram suas passagens: R$ 328,8 milhões. As taxas de embarque em vôos internacionais renderam outros R$ 185,6 milhões.

As taxas de embarque doméstico e internacional são as únicas devidamente identificadas para os passageiros nos seus tíquetes de passagens. As demais são embutidas no preço do bilhete aéreo.

As taxas de embarque variam de acordo com o aeroporto em que o passageiro embarca. As mais caras, de aeroportos como Guarulhos, Congonhas, Brasília, Confins e Galeão, são de R$ 19,62.

Como segunda categoria, no valor de R$ 15,42, estão as taxas cobradas nos aeroportos Santos Dumont e Pampulha. As mais baratas são de pequenos aeroportos no interior do País e podem chegar a R$ 8,01.

As taxas de embarque internacional variam de US$ 12 a US$ 36. Os valores das taxas de embarque não são reajustadas desde fevereiro de 2005, no caso das domésticas, e de fevereiro de 1994, no caso das internacionais, segundo a Infraero.

A segunda fonte de arrecadação de tarifas é a de armazenagem e capatazia, que somou R$ 316 milhões nos cinco primeiros meses deste ano. Além dessas três taxas, existem ainda outras embutidas no preço dos bilhetes, como a tarifa de pouso e permanência de aeronaves.

Durante a crise aérea, o governo tentou aumentar essas tarifas para descongestionar aeroportos que funcionavam como entroncamento de linhas aéreas (hubs), mas acabou apenas introduzindo outras formas de cobrança. As tarifas de pouso e permanência não são reajustadas desde agosto de 1997 e fevereiro de 1994, respectivamente. Há ainda a Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios à Navegação aérea em Rota (TAN) doméstica e internacional, e a Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios Rádio e Visuais em Área Terminal de Tráfego Aéreo (PAT) nacional e internacional.

Governo pode reduzir taxas para a aviação

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Dotado de câmeras, Vant vai vigiar divisas na região de Foz do Iguaçu

Vannildo Mendes e Evandro Fadel – O Estado de São Paulo

A Polícia Federal iniciou nesta semana os testes com um veículo Aéreo não tripulado (Vant) dotado de câmeras para a vigilância da fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina, na região de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Com autonomia de voo para 20 horas e mais de 10 metros de envergadura, o equipamento é controlado remotamente por terra e deverá auxiliar nos trabalhos de repressão a atos ilícitos ao longo da faixa de fronteira.

Segundo a PF, este é o primeiro aparelho de uma série de três a serem adquiridos pela corporação, a primeira polícia do mundo a operá-lo. O equipamento, de fabricação israelense, já é utilizado em escala militar em algumas regiões do mundo. Com binóculos de visão noturna, será operado durante o período de testes, que não tem prazo para terminar, em uma base montada no município de São Miguel do Iguaçu.

Em uma nota, a PF acentuou que a região da tríplice fronteira foi definida como prioridade para a instalação e operação do equipamento. A polícia registrou, ainda, que ali já vem acontecendo reforço de recursos humanos e materiais visando um enfrentamento mais efetivo do crime organizado.

Israel tem usado Vants para espionar - sem risco para seus soldados - as áreas de guerra e aquelas mais expostas a conflitos com os palestinos. No Brasil, o aparelho já tem algumas utilidades bem definidas, uma delas é o monitoramento de fronteira do Brasil com os vizinhos, sobretudo áreas estratégicas como a da tríplice fronteira, no Sul e as divisas com a Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai, território livre para o tráfico de drogas e de armas, contrabando e a criminalidade em geral. A outra utilidade estratégica será o monitoramento de áreas indígenas e o combate a crimes ambientais.

O Vant evitará o contato com índios de etnias não aculturadas ou arredias, que preferem distância dos não-índio, embora precisem de proteção contra os frequentes ataques de madeireiros, caçadores, garimpeiros e toda sorte de devastadores. Até 2014, com novas compras, o objetivo é cobrir todo o território nacional com a atuação desse equipamento.

Voando sem tripulação, a aeronave é controlada remotamente desde bases em terra, levando potentes câmeras que permitem visualizar de grande altitude o movimento de veículos e pedestres. A importância estratégica do Vant é tão significativa para a PF como foi na década de 90 o Guardião, um software de interceptação telefônica que permite grampear até 400 ligações simultâneas. "Poderemos chegar a lugares que hoje não chegamos e ver os alvos de cima sem risco de sermos atingidos", explicou o delegado Alessandro Moretti, coordenador do Cintepol.

Do inglês UAV (Unmanned Aerial Vehicle), os Vants são conhecidos pela denominação 3D, referência às missões impensáveis para aviões tripulados: dull (enfadonhas), dangerous (perigosas) e durty (sujas).

ESPIÃO

- É controlado à distância;

- É mais maleável, silencioso e tem autonomia de 40 horas;

- Gera imagens de alta qualidade, transmitidas em tempo real;

- Permite voos longos, sem restrição, facilitando o acesso a locais com alta contaminação, zonas de guerra e locais de alto risco;

- Possui equipamentos úteis no levantamento de recursos florestais e controle de pragas e grandes queimadas;

- Aplicação planejada pela PF de combate ao tráfico de drogas, tanto prevenção como repressão, e crimes ambientais.

PF testa avião sem piloto para fronteira

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Hélcio Consolino – O Estado de São Paulo

Uma equipe do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) de São José dos Campos retomou ontem as buscas pelo helicóptero desaparecido no ano passado com o presidente da Avibrás, João Verdi Carvalho Leite, e sua mulher, Sônia Verdi. Com apoio da Polícia Militar do litoral norte e moradores da região, o grupo iniciou a caminhada a partir de Sertão da Quina, na Praia de Maranduba, em Ubatuba, onde a aeronave teria caído.

As buscas foram determinadas depois que o morador e mateiro Heraldo dos Santos disse ter encontrado parte dos destroços, documentos e ossadas, no último fim de semana, na área.

O próprio empresário, de 72 anos, pilotava o helicóptero, que decolou em 23 de janeiro de 2008 de Angra dos Reis (RJ) para São José dos Campos. Não houve mais contato e as primeiras buscas foram suspensas em 23 de fevereiro de 2008. Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica de Brasília, desta vez há fotos com fortes indícios de que os destroços sejam do helicóptero. As equipes caminhariam cerca de sete horas e pernoitariam na mata para retomar o trabalho hoje.

A Avibrás, com sede em São José, produz equipamentos aeronáuticos e bélicos desde 1961 e está atualmente em processo de concordata.

Equipe da Aeronáutica segue trilha em busca de helicóptero que caiu

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15 julho 2009

Família argentina que mora o Panamá se perde na volta para casa e vive há duas semanas da solidariedade no aeroporto internacional

Carlos Braga e Vasconcelo Quadros – Jornal do Brasil

O endereço da família Sava, na maior parte dos 34 últimos dias, tem sido o Aeroporto Internacional Tom Jobim. Lá eles dormem, banham-se, almoçam, jantam e tomam café da manhã. À noite, Liliana Edith Sava, 43 anos, lava a roupa das filhas Elizabeth Guadalupe Sava, 6 anos, Bianca Carolina Sava, 4 e Johana Elena Sava, 2, na pia dos banheiros, e as pendura debaixo das mesas da praça de alimentação. As maiores, ela estica sobre os carrinhos usados para carregar malas. Tudo é feito com muita discrição, para não interferir no dia a dia do lugar.

– De manhã já estão secas – garante Liliana.

Elas, Carlos Ignacio Chavez, 49 anos, o pai das crianças, e Edith Noemi Villanueva, 49 anos, irmã dele, esperam uma solução, que não fazem ideia de onde poderá vir, para voltar para casa, no Panamá.

Chegaram ao Rio no dia 11 de junho, dia de Corpus Christi, vindos de uma atribuladíssima viagem de ônibus de Buenos Aires. Quatro dias após a decolagem do voo. Não adiantaria nada se tivessem sido pontuais. No Galeão, descobriram que a passagem reservada por uma amiga não havia sido paga. E o dinheiro que tinham havia sido gasto no trajeto até o Rio.

– Chegamos por volta de 11h. Tivemos que esperar até as 2h para o guichê da companhia aérea abrir – lembra Carlos.

Ligaram para todos que conheciam para pedir ajuda em dinheiro. Enquanto o auxílio não vinha, um amigo panamenho pagou, com cartão de crédito, quatro dias de hospedagem e alimentação em um hotel da Praça Tiradentes, no Centro. Foi providencial. Neste período puderam tratar da gripe da caçula. Terminada a estada por falta de dinheiro, ligaram para o consulado da Argentina. Foram informados de que só poderiam receber passagens de ônibus para retornar a Buenos Aires.

– Não temos casa nem emprego em Buenos Aires. O consulado nos deu R$ 50 e um saco com pacotes de fraldas – contou Carlos.

Com o dinheiro, a família foi a um supermercado da Ilha do Governador comprar leite, pão e queijo.

Liliana achou tudo muito caro no Galeão. Na mesma quadra do supermercado, havia uma igreja evangélica.

Resolveram bater à porta e pedir ajuda. Os fiéis condoeram-se da situação dos Savas. Principalmente Buchecha (que compunha com o morto Claudinho uma dupla de funk melody), que lhes comprou sacolas e mais sacolas de alimentos e ainda pagou quatro dias de hospedagem em um hotel da Praia da Bica, na Ilha.

– Ficamos esperando para ver se nossos amigos conseguiam reunir dinheiro para nossa volta. Mas não deu e tivemos que voltar para o Galeão – lamentou Liliana. – Procuramos ser discretos pra não incomodar ninguém. Não queremos ser expulsos para rua. Aqui pelo menos é seguro.

Mas a situação dos Savas era tão difícil, que permitiram que usassem as dependências do aeroporto enquanto não a resolviam. Usavam o berçário para dar banho nas crianças com uma ducha de mão. Quando terminavam, os adultos se viravam como podiam para se lavar. Em uma das vezes que entrou no banheiro para lavar o rosto, Carlos teve o celular, que deixara em cima do cesto de lixo, roubado.

– Fomos a um departamento de assistência social da prefeitura, no Centro. Encontramos Jaime e Cida, duas pessoas de coração muito grande – relatou Liliana. – Eles fizeram contato com consulados e conseguiram um abrigo para nós na Praça da Bandeira. Mas achamos perigoso ficar lá com as crianças.

Voltaram, então, para as mesas da praça de alimentação, vizinhas a um salão de beleza, cujas funcionárias se encantaram pelas três despachadíssimas crianças. Contaram a história para uma cliente do salão, que trabalha no aeroporto. Ela decidiu que levaria todos para casa.

Ontem a família Sava ainda não sabia onde iria passar a noite. Tinham uma promessa de abrigo na casa de alguém, na Ilha do Governador. Agora esperam por uma resposta para ver se podem viajar em um avião da FAB para Boa Vista. De lá, um amigo os levaria de carro à Venezuela. Depois? Não sabem.

– Não conhecemos o Corcovado, o Pão de Açúcar nem as praias – conta Liliana. – Mas deu para conhecer o coração do carioca. E ele é muito bom.

Jornada começou com doença de avô, em Buenos Aires

Se não fosse a solidariedade, talvez a família Sava nem tivesse chegado ao Rio. Desembarcaram em Buenos Aires, em outubro de 2008, para visitar o pai de Carlos, que estava doente. Ficariam 15 dias, mas para ajudar os pais, idosos e sozinhos, ficaram até 14 de maio. Não tinham mais dinheiro. Conseguiram algum emprestado para vir para o Rio, onde a passagem aérea é mais barata. Viajaram, na parte argentina, até Concórdia, de lá para Passo de los Libres, que faz fronteira com Uruguaiana (RS). Um problema com visto das meninas lhes custou uma multa que esgotou o dinheiro que tinham.

– Ficamos três semanas em Passo de los Libres esperando ajuda dos amigos.

Obtido, foram de Uruguaiana para Porto Alegre. Desceram o país em busca de passagens mais baratas para o Rio. Da capital do Rio Grande do Sul, rumaram para Coritiba e, de lá, para o Rio. Sempre buscando as tarifas mais baixas.

– Viajávamos à noite para não termos que pagar hotel para dormir. Quando chegamos na rodoviária do Rio, achamos tudo muito caro. Achamos uma senhora que vendia sanduíche e cafezinho do lado de fora – lembra Carlos.

Os Savas também encontram boa vontade entre os funcionários do Galeão. Um dos restaurantes, dá os leites que as crianças bebem. Quando soube da história, o dono de outro restaurante, passou a fornecer café da manhã e almoço para todos. Como não tinham mais dinheiro, empregados de uma lanchonete fizeram uma vaquinha para conseguir o valor necessário para que eles retirassem uma mala retida no guarda-volumes.

– As meninas do salão de beleza sempre nos dão cafezinho quando fica pronto – comove-se Liliana.

– Uma delas deu R$ 10 para a Bianca no dia do aniversário dela, segunda-feira.

Não foi o único presente que Bianca recebeu. A família de Walber fez uma festa com bolo, cachorroquente, docinhos e um monte de presentes para a menina, que fez cinco anos.

– Nossa! Encheram-na de presentes – conta Carlos. – Ficamos todos muito felizes.

Antes da comemoração de Bianca, a família de Walber fez um churrasco com violão e cantoria para descontrair os novos amigos. Carlos, que segundo Walber é um exelente violonista, soltou a voz.

– Tinha churrasco, frango, linguiça, vinho, cerveja e costela, muita costela – lembra, Carlos, salivando.

Adotados pelo Tom Jobim

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Do UOL Notícias*
Em São Paulo


Um avião iraniano com 168 pessoas a bordo caiu na manhã desta quarta-feira (15) quando fazia a rota entre Teerã e Yerevan, capital da Armênia. A polícia local confirmou que todos os ocupantes da aeronave morreram e disse que estão procurando a caixa-preta.

 

"No avião, viajavam 153 passageiros e 15 membros da tripulação. Todos morreram", afirmou o comandante Massoud Jafari Nasab, chefe da Polícia de Qazvin, cidade próxima ao local do acidente. Um representante da Caspian Airlines disse à agência "AP" que a maioria dos passageiros é de origem armênia, mas havia também cidadãos georgianos à bordo.

No voo estavam oito membros da equipe nacional de judô juvenil do Irã, dois treinadores e um chefe da delegação. Eles iam treinar com a equipe armênia antes de ir a uma competição na Hungria, em 6 de agosto.

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad divulgou na manhã de hoje uma nota manifestando condolências pela morte dos passageiros e cobrando uma rápida investigação das causas da queda.

Falha técnica


O alto-oficial da província Sirous Saberi disse à agência de notícias semi-oficial Fars News que o voo 7908 teria apresentado problemas técnicos e tentado fazer um pouso de emergência. "Infelizmente a aeronave pegou fogo no ar e caiu... Diferentes pequenos pedaços do avião podem ser vistos no solo", declarou. Uma testemunha não-identificada teria dito à imprensa local que viu a cauda da aeronave pegando fogo ainda no ar e o avião voando em círculos, como se procurasse um lugar para pousar.

 

Segundo a agência de notícias estatal do Irã, IRNA, o acidente ocorreu quando o avião, um Tupolev de fabricação russa operado pela companhia Caspian Airlines, sobrevoava a província de Qazvin, no noroeste do país. A aeronave caiu por volta de 11h30 (4h30 de Brasília) perto da aldeia de Janat Abad, aproximadamente 15 minutos após decolar do aeroporto internacional da capital iraniana.

Citado pela IRNA, o chefe do Corpo de Bombeiros de Qazvin, Hossein Bahzadpour, afirmou não ter informações sobre o que teria provocado o acidente, mas ressaltou que o avião se partiu em pedaços e está completamente destruído pelas chamas.

Imagens do local mostram os destroços em uma profunda vala em um campo agrícola, que teria sido provocada pelo impacto da queda.

Histórico de problemas


Embora as causas do acidente ainda não sejam claras, há suspeita de que a falta de manutenção possa ter provocado a queda. Nos últimos dez anos, o Irã, que favorece a indústria de avião russa após anos de sanções internacionais, registrou vários desastres aéreos.

A Caspian Airlines é uma companhia iraniana fundada em 1992, que opera voos para Hungria, Emirados Árabes Unidos, Síria, Ucrânia, Armênia, Belarus e Turquia, e também para as principais cidades iranianas.

* com agências internacionais.

Avião iraniano cai com 168 pessoas a bordo; não há sobreviventes

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14 julho 2009

Passageiros da TAM enfrentaram ontem fila grande no saguão do aeroporto e desinformação.

Empresa não explicou as causas do problema. Das partidas com origem em Brasília, 25,8% saíram com atraso, índice maior que no Rio de Janeiro e em São Paulo

Elisa Tecles – Correio Braziliense

As férias começaram com dor de cabeça para dezenas de passageiros da TAM em Brasília.

Quem embarcou em voos da companhia desde as 9h de ontem enfrentou filas de mais de uma hora no saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Antes do meio-dia, a fila principal tinha início no balcão da companhia e seguia até a pista de carros. Por volta das 11h30, funcionários da TAM ainda realizavam o check in de voos marcados para partir às 11h.

Entre a meia noite de sábado e as 17h de ontem, 25,8% dos voos com origem em Brasília estavam atrasados — 23 das 89 partidas previstas. O índice é alto se comparado ao movimento de outros aeroportos no mesmo período do dia. Congonhas, em São Paulo, teve 4,5% de atraso, e o Galeão, no Rio de Janeiro, 8,3%.

A psicóloga Aline Ribeiro, 30 anos, entrou em três filas antes de conseguir embarcar para Fortaleza. Ela chegou ao aeroporto às 10h10 e tinha a intenção de pousar na capital cearense a tempo do almoço com a família. Às 11h, quando ela deveria estar dentro do avião, não havia nem feito o check in. “Está uma desordem. Além de passar um tempão esperando, ainda te chamam para outra fila. Isso não é tão raro aqui, na semana passada estava do mesmo jeito”, frisou a psicóloga.

À espera do mesmo voo que Aline, a servidora pública Vera Lúcia Pedrosa, 46 anos, comparou a fila enfrentada na manhã de domingo ao caos aéreo, que lotou os aeroportos em 2007. “Só passei por isso em São Paulo, no apagão. Está muito parecido, eles não dão nenhuma explicação”, afirmou. Vera estava em Brasília a passeio e aproveitaria a tarde livre em Fortaleza para descansar. “Eu ia chegar às 13h30, agora devo estar lá umas 16h”, disse. O painel de chegadas e partidas informava que três vôos para Rio Branco (AC), Fortaleza (CE) e Curitiba (PR) saíram com atraso de meia hora pela manhã.

Aviões com destino a São Luís (MA) e Maceió (AL) e saída prevista para 10h15 deixaram o aeroporto às 11h30.

Passageiros também relataram remarcações em voos para Manaus (AM) e Natal (RN). A psicóloga Jacqueline Balduíno, 48, comprou há 20 dias uma passagem para Manaus pela TAM. O vôo sairia às 10h40 de ontem. Ela chegou no aeroporto às 9h. O marido de Jacqueline, Eduardo Balduíno, 56, pegou um lugar na fila, que começava a fazer a curva perto da rua de desembarque de passageiros.

Um funcionário da empresa percorreu a fila anunciando o voo e o casal entrou em uma nova fila.

Chegando no balcão, receberam a notícia de que Jacqueline só sairia de Brasília no voo das 11h50.

Funcionários da TAM procurados pelo Correio informaram que não houve nenhum caso de overbooking registrado na manhã de ontem. Ninguém da empresa, no entanto, falou sobre as causas do problema.

No balcão da Infraero, não havia informações sobre o número de partidas da TAM atrasadas ou a quantidade de passageiros remarcados.

O gerente Deurival Santos, 56 anos, comprou um bilhete da empresa para as 13h15 de ontem, rumo a Natal. Na sexta-feira, ele ligou para confirmar o horário e soube que estava incluído em um vôo diferente, previsto para as 12h10. Ao chegar ao aeroporto, outra surpresa: o avião não sairia do solo antes das 12h30. “Está cheio por causa das férias, acho que vai atrasar mais”, comentou Deurival.

O que fazer

O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) prevê direitos e deveres da companhia e do passageiro em caso de atraso, overbooking e cancelamento de voos. Queixas podem ser registradas no site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac): www.anac.gov.br.

Atraso

Se o voo atrasar mais de quatro horas, a partir do horário estabelecido na passagem, o passageiro tem direito a reacomodação em um avião da mesma empresa ou em outra companhia. O prazo de quatro horas é o limite para a empresa providenciar a acomodação da pessoa.

Cancelamento ou overbooking

Nesses casos, o passageiro pode exigir uma vaga em outro voo no prazo de quatro horas contadas a partir do horário marcado na passagem aérea. A regra não afasta a possibilidade de o passageiro solicitar na Justiça ou em órgãos de defesa do consumidor uma reparação por eventuais danos morais e materiais. A reclamação por overbooking só é aceita se o passageiro comparecer ao check-in no horário estabelecido pela companhia ou, no mínimo, com 30 minutos de antecedência (vôos nacionais) ou uma hora (voos internacionais).

Reembolso

O passageiro pode pedir o reembolso em caso de atraso, cancelamento de voo e overbooking, desde que ele não tenha sido acomodado em outro voo no período de quatro horas contadas a partir do horário marcado no bilhete. Se o pagamento foi à vista, a restituição é imediata, por dinheiro ou transferência bancária.

Longa espera para embarcar

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Aeronave com diretor da Magnesita, que saiu sábado de Miami com destino a BH, some na fronteira do Brasil com a Venezuela

Landercy Hemerson – Estado de Minas

Equipes das forças aéreas do Brasil (FAB) e da Venezuela realizaram ontem operações de buscas ao avião monomotor Beechcraft, modelo BE-36 A Bonanza, prefixo N354RA, em que viajavam o executivo mineiro Maurício Lustosa de Castro, de 40 anos, diretor da Magnesita Refratários, e o piloto Alessandro Traugott Ninder Morais. A viagem teve início na manhã de sábado, em Miami, nos Estados Unidos, e o último contato do piloto foi às 18h com controladores de vôo venezuelanos.

A aeronave, que pertence ao executivo, seguia das Antilhas Francesas para o aeroporto de Boa Vista (Roraima), quando desapareceu. No começo da madrugada do domingo, o Centro de Coordenação de Salvamento (RCC), do Aeroporto Internacional de Maiquetia, na Venezuela, captou um pedido de socorro, transmitido automaticamente pelos equipamentos do monomotor.

Ontem o comando da Força Aérea Brasileira informou que deu início às buscas pela manhã, depois de acertos com o Centro de Controle de Área da Venezuela, em Maiquetia. Um avião SC-95 Bandeirante da FAB, matrícula SAR (Search And Recue) 6543, cobriu o território do Brasil, que tem como característica áreas descampadas e de planícies.

O Bandeirantes é equipado com receptores próprios para captar os sinais do Transmissor de Localização de Emergência (TLE), equipamento que emitiu o pedido de socorro no país vizinho às 0h30 (1h30 no Brasil) de domingo. A tripulação é composta de piloto, copiloto, mecânico de vôo e seis observadores. Eles sobrevoaram a rota estabelecida no plano de vôo do piloto Alessandro Morais no espaço aéreo brasileiro.

Equipes do Centro de Salvamento (RCC) de Maiquetia também realizaram buscas ontem no território venezuelano, que é de mata densa e de montanhas. Foram usados um avião de salvamento e dois helicópteros, segundo informaram autoridades daquele país, que estão na base aérea de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil. Devido ao mau tempo na região, as buscas foram encerradas mais cedo, já que estavam previstas para até as 19h30 (20h no Brasil). Porém, serão retomadas hoje pela manhã. A aeronave Bandeirante SAR da FAB permanecerá de sobreaviso na cidade de Boa Vista à disposição do Salvaero Manaus e em coordenação com o órgão de busca venezuelano.

Maurício Castro nasceu em Belo Horizonte, é casado e tem uma filha de 3 anos. Ele é diretor financeiro e de Relações com Investidores da Magnesita desde outubro de 2007. É pós-graduado em ciências contábeis, com nove anos de experiência na indústria de aço, com destaque para finanças e Merger & Acquisitions – M&A (fusões e aquisições). Em seu currículo constam passagens também por empresas como ArcelorMittal Brasil e Votorantim Cimentos. Trabalhou por dez anos como consultor e auditor na KPMG e Arthur Andersen, em vários segmentos da indústria: aço, cimento, bens de consumo, mercado financeiro e automóvel.

Aeronáutica procura avião desaparecido

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Largura do encosto do banco é mais estreita que os ombros de 70% dos passageiros Levantamento é um dos passos para que agência crie selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre assentos

LARISSA GUIMARÃES

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA – Folha de São Paulo

As poltronas dos aviões não atendem às necessidades de parte dos passageiros de vôos domésticos no Brasil, mostra estudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Um dos pontos de maior desconforto é o encosto dos assentos. Os encostos têm, em média, 45 cm de largura, mas cerca de 70% dos passageiros pesquisados têm mais de 45 cm de largura entre os ombros.

A distância entre as cadeiras mostrou menos diferença em relação às necessidades dos passageiros. Dos 22 tipos de poltronas avaliadas, 17 têm distância entre as poltronas maior ou igual a 73,6 cm. Esse comprimento atende a 95% dos passageiros. No entanto, se a distância fosse de 76,2 cm, todos os passageiros seriam atendidos, segundo o estudo.

A pesquisa avaliou aeronaves da TAM e da Gol, as duas maiores empresas aéreas do país.

Foram analisadas as medidas de 5.305 homens nos 20 principais aeroportos do Brasil. Mulheres não entraram na pesquisa porque elas são 20% dos passageiros da aviação civil.

O estudo é um dos passos para a Anac criar um selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre as poltronas. O aumento do espaço foi uma das primeiras promessas do ministro Nelson Jobim (Defesa), quando assumiu o cargo, em 2007.

No Brasil, só há regras relativas à segurança -o espaço deve ser o suficiente para que, numa situação de emergência, os passageiros consigam deixar a aeronave em 90 segundos. O mesmo padrão seguido nos EUA.

Exercícios

Uma poltrona adequada pode se tornar incômoda dependendo da duração do voo.

Outro ponto é o peso do passageiro. Segundo a pesquisa, quase 73% dos usuários estão acima do peso. A estatura também conta: quanto mais alto passageiro, maior a possibilidade de desconforto.

A Anac estuda a possibilidade de oferecer folhetos ou vídeos de exercícios nos voos de mais de quatro horas. Isso pode reduzir o risco de trombose durante a viagem para passageiros com fatores preexistentes (obesidade, por exemplo).

"Ninguém vai correr dentro da aeronave, mas há pequenos movimentos que fazem com que a circulação fique ativa", disse Carlos Eduardo Pellegrino, superintendente de segurança operacional da Anac.

A Gol informou que a configuração interna de suas aeronaves acompanha os padrões internacionais.

A TAM não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

Estudo da Anac indica que poltrona de avião é pequena

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Em 2 anos, pretende-se ter controle por satélite da área em que desapareceu, há 45 dias, o avião da Air France

Andrei Netto – O Estado de São Paulo

Em dois anos, o governo brasileiro espera monitorar totalmente o trânsito sobre o Atlântico de aviões comerciais, no trajeto América do Sul-Europa - a mesma região em que aconteceu o desastre do voo 447 da Air France, há 45 dias. A revelação foi feita ontem, em Paris, pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que visitará na quinta-feira as instalações de uma fabricante de satélites e veículos lançadores em Toulouse.

O novo sistema de radares, com transmissão de dados via satélite, completaria o monitoramento do espaço aéreo que hoje - como nos anos 40 - ainda é feito de forma precária, apenas por rádio.

"A FAB (Força Aérea Brasileira) está trabalhando para que essa região fique sob controle de radar", confirmou Jobim, lembrando que se trata de um consórcio internacional. Em lugar do vazio, o corredor de aviação civil entre Natal e Salvador, no Brasil, e a Europa será feito por meio do sistema CNS/ATN (Comunicação, Navegação e Vigilância/ Gestão do Tráfego Aéreo), já adotado em rotas entre os Estados Unidos e a Europa.

O ministro da Defesa visitará as instalações da Astrium, a fábrica de satélites e de foguetes lançadores da holding EADS - proprietária da Airbus e da Eurocopter. O interesse brasileiro é contar com satélites de visibilidade simples, mas geoestacionários e de controle de espaço aéreo. "Não temos condições de caminhar para uma solução por satélites porque não temos satélites próprios. É um dos projetos que estamos vendo aqui", disse Jobim.

Outra estratégia é não depender apenas do GPS, cujos dados são fornecidos pelo governo dos Estados Unidos. "Poderíamos alugar um espaço em um satélite, mas qualquer mudança na altitude cegaria o País", justifica Jobim. Em lugar de um único sistema de navegação, seria usado um pool formado pelo GPS, pelo europeu Galileu e pelo russo Glonass. "Poderíamos variar no uso destes três.

Mas ao mesmo tempo precisamos desenvolver a base de Alcântara, para termos condições de lançar satélites."

A carência de monitoramento do tráfego aéreo na fatia sul do Oceano Atlântico ficou clara com o acidente do voo Air France 447, em 31 de maio. O Airbus com 228 passageiros e tripulantes desapareceu, sem deixar rastros, na faixa "cega" entre a América do Sul e a Europa. Potencializada pela falta do monitoramento por radares, a falta de informações dificultou os trabalhos de busca dos destroços e de resgate dos corpos.

CAIXA-PRETA

Em reunião com o diretor-geral executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, ontem, em Paris, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi informado sobre os trabalhos de buscas às caixas-pretas do Airbus, que seguem sendo feitas por robôs submarinos franceses. "A área é brutalmente escarpada, onde se dá o corte da Região Mezoatlântica. Eles dizem que estão tendo dificuldades", relatou. "É importante encontrar as caixas-pretas, que são elementos essenciais para descobrir as causas do acidente."

Sobre a demora do governo brasileiro para enviar os exames de autópsia à Justiça e ao Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) da França, o ministro afirmou não ter ingerência sobre o assunto, empurrando o problema para outras esferas do governo. "Esse é um assunto do Ministério da Justiça, da Polícia Civil (de Pernambuco) e da Polícia Federal."

País quer monitorar ''faixa cega'' de radar

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