.

22 abril 2010

Europa retoma voos, mas empresas aéreas têm em 6 dias 60% das perdas esperadas em 2010

LONDRES - O Globo

Após uma semana de caos nos aeroportos, a Eurocontrol, a agência aérea europeia, esperava que hoje pudessem aterrissar e decolar quase todos os voos do continente.

Com milhões de passageiros ainda aguardando uma vaga nos voos, as companhias aéreas começam a contabilizar seus prejuízos, com as cifras alcançando quase US$ 2 bilhões.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) informou que a paralisação no norte e centro da Europa, causada por uma nuvem vulcânica, custará às companhias aéreas US$ 1,7 bilhão.

Isso equivale a mais da metade das perdas esperadas para todo o ano de 2010 — 60,7%. Os prejuízos atingem ainda a indústria turística.

Na Espanha, por exemplo, o setor calcula as perdas em US$ 252 milhões.

No auge da crise, um terço dos voos do mundo foram afetados, prejudicando 1,2 milhão de passageiros por dia. Entre sábado e segunda-feira, as companhias aéreas chegaram a perder US$ 400 milhões por dia.

— Para uma indústria que perdeu US$ 9,4 bilhões no último ano e que prevê perder mais US$ 2,8 bilhões em 2010, essa crise é devastadora — afirmou o presidente da Iata, Giovanni Bisignani.

A Comissão Europeia afirmou que ajudará as companhias aéreas a superar a crise causada pelo fechamento do espaço aéreo. Muitas companhias aéreas criticaram duramente a extensão das restrições aéreos.

Pela primeira vez desde o início da crise, nenhum país apresentava ontem restrição total ao voo — as restrições se limitavam ao espaço aéreo abaixo dos 6 mil metros em áreas da Finlândia e do norte da Escócia. Mas, os transtornos aos passageiros podem se prolongar até maio.

Ao redor do mundo, as companhias aéreas colocaram voos extras, tentando contornar o cancelamento de quase 100 mil voos nos últimos dias. Longas filas se formavam nos maiores aeroportos da Europa, como Londres, Paris, Frankfurt e Madri.

No Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos foi um dia de emoção com a volta dos brasileiros que ficaram retidos na Europa. O choro se misturava ao riso com famílias se reencontrando.

A frequência dos voos vindos da Europa voltava à quase normalidade: das 14 chegadas previstas de manhã, apenas duas foram canceladas, ambas de Londres, uma da British Airways e outra da TAM.

Das 18 partidas previstas para o final da tarde e noite de ontem, apenas uma, às 16h15m, da British Airways, para a capital inglesa, foi cancelada.

Os passageiros lembravam dos apuros que passaram. A farmacêutica Renata Sofredini de Freitas havia viajado para um congresso na França. Ela tentou sair de Paris e embarcar por Zurique, na Suíça.

Mas, ao chegar, a nuvem vulcânica também estava lá.

— Só conseguiram remarcar meu voo para terça-feira, ainda com espera. Se não conseguíssemos embarcar na terça à noite, só teriam disponibilidade para maio, porque tudo estava lotado.

Aí bate o desespero, você quer ir para casa de qualquer jeito — contou.

Vulcão perde intensidade

A reabertura dos aeroportos continua a gerar polêmica.

Os pilotos reclamam que não foram ouvidos e algumas pessoas veem pressões das companhias aéreas. A British Airways teria entrado em contato com as autoridades quando já tinha mais de 20 aviões no ar, querendo pousá-los em Londres, enquanto o espaço aéreo britânico ainda estava fechado na terça-feira. A KLM também enviou aviões a Amsterdã antes da reabertura, informou a associação holandesa de pilotos.

Na Islândia, o causador do problema, o vulcão Eyjafjallajokull, perdeu 80% de sua intensidade, mas a situação ainda é inconstante. Embora ele esteja lançando blocos de magma do tamanho de um carro, a emissão de cinzas diminuiu. Há temores de que a erupção faça o vulcão Katla, vizinho e maior, entrar em atividade.

COLABOROU Donizeti Costa, de São Paulo

Aviões no ar, prejuízos em terra

Read More

20 abril 2010

Folha de SP
 
O investimento que a OceanAir está prestes a anunciar ao mercado é estimado em US$ 200 milhões, só para este ano.

José Efromovich, presidente da empresa, e Renato Pascowitch, diretor-executivo, planejam comunicar, dia 26, um grande projeto de renovação de marca, malha aérea e frota.

O primeiro Airbus da companhia já está no Brasil e começa a operar no dia 27. A segunda aeronave do modelo vai chegar em maio. Outras duas devem vir ao longo deste ano.

O investimento na renovação da frota é promessa antiga de German Efromovich, dono da empresa, que desde que começou a operar só voa com velhos jatos modelo Fokker.

A malha será ampliada, aproveitando o reforço que a empresa obteve no último leilão de vagas para pouso e decolagem no Aeroporto de Congonhas. A OceanAir tinha 132 slots e ganhou mais 38, alta de oferta de quase 30%. A companhia pretende aumentar frequências em rotas já existentes, especialmente na ponte aérea aos finais de semana.

A empresa deve ainda anunciar que será rebatizada com o nome da companhia colombiana Avianca, também controlada por Efromovich. A mudança do nome estava prevista para o início deste ano, mas, com a fusão da Avianca com a companhia aérea Taca, de El Salvador, a Avianca deixou de ser controlada em mais de 80% por um brasileiro.

Foi preciso fazer um novo rearranjo societário para enquadrar a Avianca na legislação brasileira, permitindo que ela controle a OceanAir. A empresa detém 2,4% de participação no mercado doméstico, segundo o ranking de março da Anac.

OceanAir vai investir US$ 200 milhões

Read More

O Globo
 
A Virtualy, da incubadora de empresas da Coppe/UFRJ, criou um simulador de voo para treinamento de pilotos do Let 410, avião da tcheca Let Aviation. O equipamento, projeto de dois anos, é o primeiro para aeronaves de médio e pequeno porte inteiramente desenvolvido no país, afirma o sócio Gerson Cunha: "Daremos início ao pedido de certificação na Anac no fim do mês que vem". Fabricante de simuladores para setores como o portuário, a Virtualy tem outros três equipamentos para aviação em preparação. O Brasil já soma 12 aviões Let 410 em operação, a maior parte com a Team Linhas Aéreas. A frota da fabricante tcheca no país cresce a reboque da aviação regional. "A Team, que faz a manutenção da Let na América Latina, vai usar o equipamento para treinar seus pilotos. O simulador ficará no centro de simulação, na Coppe. E poderá ser usado por outras empresas", diz Cunha. O custo, continua ele, fica abaixo do praticado por concorrentes internacionais.

Simulador de voo ‘made in Brazil’

Read More

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A maior preocupação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro é com os aeroportos do país. Foi o que disse hoje (19) o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, à Comissão de Infraestrutura do Senado, durante audiência pública para debater os preparativos necessários ao evento.

"É uma preocupação que o Comitê Olímpico Internacional já nos transmitiu. Ela é enorme, inclusive temos uma Copa do Mundo antes. Para os Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro e São Paulo são vitais. Como estão hoje, eles [os aeroportos das duas cidades] dificilmente vão atender às necessidades.
 
Nós temos ainda alguns anos pela frente, mas esses anos nos preocupam e apertam o coração", disse.
 
O presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), respondeu ao presidente do COB que a última audiência na Comissão de Infraestrutura vai justamente para tratar da estrutura aeroviária do país visando ao atendimento, entre outros eventos, da Olimpíada de 2016.

Nuzman informou à comissão que representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) estarão no Brasil no próximo mês para saber como estão indo os preparativos para os Jogos. "O Comitê Olímpico Internacional, que virá em maio ao Brasil, vai nos questionar e nós vamos trabalhar em conjunto. E eu quero dar ao Comitê Olímpico Internacional o resultado do que aqui foi tratado".

De acordo com o presidente do COB, a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional virá ao Brasil entre os dias 18 e 20 de maio, para inspecionar os preparativos das Olimpíadas de 2016, e a questão dos aeroportos é vital.

"Acho que os aeroportos necessitam de uma melhoria grande. De uma maneira geral, devem ser reestruturados e modernizados. Não existe nenhum segredo, ninguém quer fazer nada diferente daquilo que foi feito em aeroportos de cidades que organizaram a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos", disse.

Nuzman também falou sobre a preocupação com os problemas causados pelas recentes chuvas no Rio de Janeiro. Segundo ele, os grandes eventos como as Olimpíadas acontecem extraordinariamente. E lembrou que a Europa, agora "vive um clima de dificuldade por causa do vulcão na Islândia. Um prejuízo enorme. Isso são coisas extraordinárias, que ninguém pode prever nem lutar contra a natureza".

Aeroportos são a maior preocupação do COB para os Jogos de 2016

Read More

Alberto Komatsu, de São Paulo - Valor

O fechamento e as restrições em parte do espaço aéreo europeu tiveram forte impacto no Brasil. De acordo com a Infraero, 125 voos provenientes ou com destino em países da Europa foram cancelados desde o dia 15 de abril até ontem. Deste total, 95 voos foram cancelados no aeroporto Internacional de Guarulhos e 30 frequências deixaram de ser operadas no aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão).

A TAM, única empresa aérea brasileira que opera voos regulares para a Europa, teve de cancelar 54 voos nos últimos cinco dias, informou ontem a Infraero. A empresa, porém, contabiliza 51 cancelamentos. Foram afetados os voos para Paris, Milão, Londres e Frankfurt. As frequências para Madri não tiveram alteração. Na sexta-feira, as ações preferenciais da companhia, que gera cerca de 30% de sua receita com os voos ao exterior, recuaram 4,2%, a maior queda do índice Ibovespa. Ontem, os papéis da TAM registraram recuo de 2,8%, o quarto pior desempenho da bolsa.

A TAM informou, por meio de comunicado, que vai operar voos extras assim que a operação aérea na Europa for normalizada, com o objetivo de transportar os passageiros que não puderem embarcar. Segundo a empresa, caso a previsão de reabertura de aeroportos se concretizar a partir de hoje, sua operação estará regularizada em uma semana. A TAM acrescenta que os passageiros com bilhetes para Paris, Milão, Londres e Frankfurt podem remarcar a viagem sem custo adicional.

O presidente da Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais no Brasil (Jurcaib), Robson Bertolossi, confirma que o impacto para as empresas aéreas estrangeiras que operam voos entre o Brasil e a Europa é grande, mas não soube estimar um prejuízo com os cancelamentos.

" Todas as empresas aéreas europeias e as que operam rotas para a Europa estão sentindo na pele o impacto dos cancelamentos " , afirma ele.

Bertolossi concorda com as reivindicações das companhias na Europa, que pedem a redução das restrições no espaço aéreo europeu. " Algumas empresas estão operando voos teste para medir a real extensão do problema " , diz o presidente da Jurcaib. Ele, no entanto, preferiu não comentar as iniciativas de empresas como a British, que cogita pedir compensação financeira por causa dos prejuízos.

TAM teve de cancelar 54 voos nos últimos cinco dias

Read More

Companhias comparam situação atual à de 11 de setembro
Valor - Agências internacionais

As perdas das companhias aéreas provocadas desde a semana passada pela fumaça do vulcão na Islândia que paralisa o norte da Europa ultrapassam US$ 1 bilhão e estão levando as empresas a pedir compensações financeiras por terem sido forçadas a cancelar voos.

O executivo-chefe da British Airways, Willie Walsh, lembrou ontem que esse tipo de compensação foi paga após o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Segundo ele, empresas aéreas pediram indenizações à União Europeia e a governos de países cujos aeroportos foram fechados.

" Essa é uma situação sem precedentes que está provocando um grande impacto tanto sobre os passageiros quanto para as companhias " , disse Walsh. " Nós continuamos oferecendo a ajuda que podemos a nossos clientes, no entanto, essas são circunstâncias extraordinárias que estão além do controle das empresas aéreas. "

A BA afirma ter perdas de US$ 30 milhões por dia. Os aeroportos europeus começaram a ser fechados na quarta-feira. Pierre-Henri Gourgeon, o número 2 da Air France-KLM, disse que a empresa está perdendo US$ 47 milhões por dia.

Segundo o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), " a escala do impacto econômico [na aviação] é agora maior do que o do 11 de setembro, quando o espaço aéreo dos EUA foi fechado por três dias " . As empresas estão perdendo juntas US$ 250 milhões por dia, disse ele.

Ontem, a agência de controle aéreo da União Europeia anunciou que a partir de hoje suspenderia algumas das restrições. Os voos numa área no entorno do vulcão permanecem proibidos.

Numa área mais distante, onde há menor concentração de cinza, os voos dependerão de avaliações de autoridades locais e do aconselhamento de cientistas.

Para Johannes Braun, analista do Commerzbank em Frankfurt, embora baseada em especulações, as perdas são incontestáveis. " É claro que isso está custando para as empresas e para os aeroportos muito dinheiro todos os dias, não há dúvidas a esse respeito " , disse ele. " Para as empresas aéreas, o impacto nos custos é mais ou menos comparável ao de uma greve. "

O pedido por recursos públicos tornou-se algo quase rotineiro para as empresas do setor, que acumularam US$ 50 bilhões em perdas nos últimos dez anos. Os ataques de 11 de setembro e as epidemia de Sars e de gripe suína provocaram um aumento nas medidas de segurança nos aeroportos.

Depois de tudo isso, veio a crise financeira internacional. Todos esses fatores contribuíram para a queda na receita das aéreas.

Depois de 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovou ajuda de US$ 15 bilhões às suas aéreas domésticas - reação que pode ser invocada como exemplo a ser seguido por governos europeus.

Para outra analista do setor aéreo, Helane Becker, da Jesup & Lamont, já é possível imaginar que algumas aéreas europeias venham a pedir falência por causa da nuvem de fumaça do vulcão Eyjafjallajökull. Segundo ela, a BA é a uma das companhias em situação financeira mais difícil.

No caso das aéreas americanas, as perdas devem ser semelhantes às registradas em fevereiro, durante as tempestades de neve.

Caos aéreo leva empresas a pedir indenização à UE

Read More

Clientes podem exigir meios alternativos de transporte

Adriana Diniz - Jornal do Brasil

A quem não conseguiu viajar para a Europa por conta do caos aéreo causado pelas cinzas do vulcão na Islândia, as agências de viagem e companhias aéreas devem oferecer a troca do pacote ou passagem aérea para outra data ou local, ou a opção de cancelamento do contrato com direito a restituição. As empresas também têm a obrigação de manter o consumidor informado sobre qualquer alteração, e não é permitida a cobrança de taxa de remarcação ou multa por cancelamento.

O consultor jurídico do Institui Brasileiro de Estudos e Defesa das Relações de consumo (Ibedec), Rodrigo Daniel dos Santos, lembra que a companhia aérea deve ressarcir o consumidor de forma rápida, caso ele prefira desistir da viagem.

– A empresa fica desobrigada a cumprir o contrato, por se tratar de desastre natural, mas se não devolver o dinheiro ou não passar informações corretas e imediatas, é passível de indenização por danos morais – explica.

O advogado ressalta ainda que a companhia aérea é obrigada a dar alternativas, como endossar a passagem para um país próximo e providenciar ônibus, carro ou trem para completar o percurso do passageiro que tiver uma urgência. "Se o consumidor comprovar que a empresa tinha meios alternativos para resolver a questão e não os disponibilizou, é possível pedir ressarcimento na Justiça", destaca.

O brasileiro Rodrigo Maya, que vive em Londres, voltaria para casa no domingo, mas teve a passagem remarcada pela TAM para 5 de maio. O intérprete, que tem um trabalho marcado para o dia 26 de abril, calcula que terá R$ 7 mil de prejuízo com o cancelamento do voo. "Assim que o espaço aéreo reabrir vou tentar antecipar minha volta" diz.

A TAM informou, por meio de sua assessoria, que está remarcando as passagens de voos cancelados sem a cobrança de taxas, apenas de acordo com a disponibilidade de assentos sem prioridade para casos de urgência.

A advogada Maria Inês Dolci, da Pro Teste, lembra que a melhor alternativa é negociar com a empresa. "A troca de passagens e o endosso para outras empresas dependerá da disponibilidade de assentos", observa Maria Inês.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa é obrigada a dar assistência a passageiros em trânsito, de voos cancelados. É preciso remarcar a data imediatamente e, caso não seja possível, o passageiro deve ter alimentação, transporte e hospedagem.

Pelas regras vigentes, o reembolso deve ser feito em até 30 dias. A partir de junho, quando entram mudam as regras, o reembolso será imediato. A Anac é responsável pela fiscalização das companhias, que podem ser multadas. Para ressarcimento ou indenização, é preciso recorrer ao Procon ou à Justiça.

Passageiro tem direito à remarcação ou dinheiro

Read More

Jornal do Brasil
 
A decisão de fechar quase por completo o espaço aéreo europeu em consequência da nuvem de cinzas vulcânicas gerou críticas de companhias aéreas e especialistas, que questionam se os governos não levaram longe demais o princípio de precaução, como com a gripe H1N1.

O lobby das companhias aéreas foi o estopim das críticas, questionando ainda os argumentos científicos sobre o perigo das partículas que fundamentaram a decisão de manter em terra os aviões e, com isso, centenas de milhares de passageiros.

– Os europeus ainda utilizam um sistema baseado em um modelo teórico, ao invés de adotar uma decisão baseada em fatos e em uma análise dos riscos – declarou em Paris o diretor da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), Giovanni Bisignani, que manifestou a insatisfação das companhias com a gestão dos governos ante a crise.

As dúvidas sobre as medidas rígidas europeias surgiram no fim de semana, depois que duas companhias aéreas alemãs realizaram voos domésticos sem passageiros e afirmaram que as aeronaves não apresentaram nenhum dano.

Aos questionamentos sobre a pertinência de fechar o espaço aéreo europeu, com um alcance sem precedentes desde os atentados de 11 de setembro de 2001, se somaram outros sobre a falta de coordenação na resposta dos países europeus, que mantêm a soberania na área de gestão aérea.

– É um problema para a Europa.

É um caos europeu. Foram necessários cinco dias para organizar uma teleconferência entre os ministros dos Transportes da União Europeia (UE) – reclamou um indignado Bisignani à BBC.

O presidente da Fundação Schuman, um centro de pesquisas sobre assuntos europeus, Jean Dominique Giuliani, falou de uma "decisão mais motivada pelo medo do que pela ciência".

– O verdadeiro culpado seria este famoso princípio de precaução, este símbolo do medo que aterroriza os que tomam decisões e transfere toda a responsabilidade a uma potência pública – questionou.

No caso do vulcão islandês, as autoridades justificam a decisão.

Segundo um oficial americano, foram encontrados restos de vidro na turbina de um avião de combate F-16 da Otan durante um voo na Europa ao ser indagado sobre o impacto da nuvem na aviação militar.

– Não acredito que as precauções sejam demasiadas. Aplicamos um método regulamentar, mas antes de mais nada de segurança – concordou Patrick Gandil, da Direção Geral de Aviação Civil da França.

Empresas aéreas criticam precaução exagerada

Read More

Miriam Leitão - O Globo

Nas cinzas do vulcão islandês é preciso ler as lições. O tráfego aéreo começava a voltar ao normal, depois de US$ 2 bilhões de prejuízos, e a erupção piorou novamente. Vulcões e terremotos são parte da atividade sísmica que sempre existiu na Terra. Os prejuízos de eventos sísmicos e climáticos entre 2004 e 2009 foram de US$ 753 bilhões, segundo a resseguradora Munich Re.

Num mundo mais complexo e interligado, as repercussões econômicas de qualquer evento são grandes e ocorrem em cadeia. Na crise financeira recente, a quebra de bancos islandeses provocou uma crise em vários órgãos ou empresas de outros países. Agora, o vulcão islandês paralisa o tráfego aéreo por cinco dias.

Por isso, a grande lição que as cinzas estão deixando é que é preciso ter planos de contingência.

As atividades sísmicas são até certo ponto imprevisíveis e parte da natureza do planeta. Já os eventos climáticos extremos são em parte agravados ou provocados pelo aquecimento global. O que o mundo claramente precisa é se preparar, ter planos alternativos, para eventualidade de eventos que provoquem fatos em cadeia, como agora.

Ontem, a empresa de tráfego aéreo da Inglaterra, a Nats, divulgou às 15h30m uma nota dizendo que tudo estava caminhando para a normalidade, apesar de afirmar que a situação era "dinâmica e mutável." Mais à noite, divulgou outro boletim, avisando que infelizmente a erupção do vulcão tinha piorado.

O pano de fundo em que esse inesperado ocorre é o de uma economia europeia começando a se recuperar da crise financeira e bancária de 2008 e 2009, no início de uma crise fiscal que atingiu a Grécia, mas com risco de se espalhar. Está também neste pano de fundo o fato de que há muito tempo as empresas aéreas do mundo estão em dificuldades financeiras, mas não podemos viver sem elas.

A economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria, diz que a Alemanha é altamente dependente do fluxo de comércio, e ainda que uma pequena parte se faça por avião, ela é afetada.

A Grécia é a maior prejudicada porque precisa do turismo como uma esperança de se reerguer.

O mesmo acontece com a Espanha.

O professor Istvan Kasznar, da FGV, calcula que numa média de 65% de ocupação, a rede hoteleira europeia está perdendo US$ 380 milhões por dia. Mas há quem ganhe, como o transporte marítimo e as telecomunicações. Já que não se pode viajar, haverá mais reuniões telefônicas.

O professor Respício do Espírito Santo, da UFRJ, lembra que 40% do tráfego aéreo mundial ocorre na Europa, o que torna o setor altamente vulnerável. A Emirates diz que está perdendo US$ 10 milhões por dia.

No Brasil, só 5% das nossas exportações acontecem por aviões, segundo a AEB.

Pode afetar apenas importações de alto valor como chips e software. A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) informou que ainda não há relatos de perdas porque, em sua maioria, as importações são feitas de países asiáticos, que não foram afetados.

Mas o professor Paulo Fleury, do Instituto Ilos, explica que não se pode pensar de forma estática quando o assunto é logística. A Europa é o centro de escala do tráfego aéreo internacional, isso significa que os voos que vem da Ásia podem não conseguir chegar ao Brasil.

— O impacto não é restrito à Europa porque temos um efeito cascata já que o sistema é interligado. Um voo que sai do Brasil e vai para Nova York pode não acontecer porque a aeronave viria da Europa — explicou.

O problema é mais grave mundialmente porque os modais alternativos de transporte estão todos lotados, segundo Fleury. Ou seja, não é possível desviar o fluxo de cargas e de pessoas para navios, trens e caminhões. Além disso, haveria perda de produtividade porque os prazos de entrega seriam maiores.

Segundo relatório do Royal Bank of Scotland (RBS), na Europa, só 1% das mercadorias é transportada por aviões. Apesar da pequena participação, Fleury lembra que os aviões são usados para o transporte de itens essenciais, como remédios e frutas, bens de alto valor e de tamanho menor.

O diretor-executivo da Fieam (Federação das Indústrias do Amazonas), Flávio Dutra, diz que os problemas na Zona Franca podem começar a aparecer se o caos aéreo durar mais uma semana.

O reflexo aconteceria daqui a 60 a 90 dias, que é o período entre o pedido e a entrega da encomenda.

— As fábricas de televisores estão operando em três turnos para atender à forte demanda deste ano de Copa do Mundo. O volume de importações aéreas é muito grande de componentes eletrônicos de pequeno porte e de alto valor agregado — disse Dutra.

A empresa de seguros Munich Re levantou dados mostrando que os eventos climáticos extremos e os eventos geofísicos produziram de 2004 a 2009 um total de 543 mil mortes, US$ 753 bilhões de perdas financeiras e US$ 256 bilhões de perdas seguradas.

Num mundo em que eventos climáticos extremos serão mais frequentes, em que os vulcões e terremotos continuam tão imprevisíveis como sempre foram, e em que a interdependência é cada vez maior, fatos espantosos como os dessas cinzas podem acontecer mais vezes. Inesperados farão mais surpresas.

Com Alvaro Gribel e Valéria Maniero

Custo do inesperado

Read More

Sob pressão, UE cria zonas de voo para aliviar restrições. Mas nova nuvem assusta os britânicos

LONDRES - O Globo

Sob intensa pressão das companhias aéreas, os ministros de Transportes dos países da União Europeia chegaram a um acordo para diminuir as restrições de voo e aliviar a crise aérea que afeta o continente desde que uma gigantesca nuvem vulcânica comprometeu o seu espaço aéreo na quarta-feira passada.

Hoje, quase a metade dos voos deve ser retomada. Mas a normalização da situação, que já afeta quase 7 milhões de passageiros e gera prejuízos de mais de US$ 1 bilhão, não é garantida, pois uma nova nuvem vulcânica pode alcançar o Reino Unido.

Impossibilitados de voar, os ministros chegaram a um acordo por videoconferência.
 
A proposta da Eurocontrol, a agência de aviação europeia, estabelece três zonas de voo, num modelo mais parecido com o americano: uma zona proibida, estabelecida pelas autoridades e com base na previsão do Centro de Alerta de Cinzas Vulcânicas; uma zona de controle, na qual os aviões podem voar, mas ficam sujeitos a checagem após o pouso; e uma terceira zona, livre das cinzas.

Para garantir a segurança, serão feitos testes e fornecidas previsões meteorológicas a cada seis horas.

— A partir da manhã (de hoje), vamos ver progressivamente mais aviões voando — disse o comissário da UE para Transportes, Siim Kallas.

Alguns países, no entanto, mantinham uma atitude cautelosa, com a Holanda dizendo que seu espaço aéreo pode voltar a ser fechado se as cinzas aumentarem. Segundo um diplomata em Bruxelas, vários caças F16 da Otan voltaram ontem de um voo na Europa com depósitos de cinzas nos motores. O Reino Unido, por sua vez, vivia um clima de expectativa. "A erupção vulcânica na Islândia aumentou e uma nova nuvem de cinzas está vindo em direção ao Reino Unido", informou o Serviço de Tráfego Aéreo britânico.

A nuvem ontem chegou à costa canadense.

Mas acredita-se que os ventos mudem de direção e que ela não avance na América do Norte.

Mesmo antes do acordo, países como Reino Unido, Alemanha e França anunciaram que começariam a reabrir seu espaço aéreo hoje. A França, por exemplo, anunciou corredores aéreos entre Paris e o sul do país. Outros liberaram o espaço aéreo para voos a partir de determinada altitude, como Dinamarca, Suíça e Turquia. A Espanha, onde o espaço aéreo está aberto, ofereceu seus aeroportos como parada para que os passageiros consigam entrar e sair da Europa. A maior parte dos voos da Ásia para o continente, no entanto, continua cancelada.

Aviões começam a partir de Guarulhos

A tensão era grande. No aeroporto de Incheon, na Coreia do Sul, passageiros revoltados bloquearam o balcão da Korean Air, exigindo um voo para qualquer país da Europa.

— Precisamos de um voo — disse o francês Thierry Loison, preso no aeroporto desde sextafeira.

Outros, na Europa, queixavam-se dos preços das passagens de trem, que triplicaram. Graham Wishart, retido em Londres depois que o voo para Toronto foi cancelado, disse que a diária de seu hotel saltou de US$ 104 para US$ 289.

A situação se torna mais difícil à medida que passam os dias. Filas gigantescas são vistas em estações rodoviárias, ferroviárias e de barcas. O canadense Mark Bokenfohr enfrentou uma odisseia para ir da Itália para a Noruega.

Ele passou quatro horas na fila de uma estação ferroviária, trocou cinco vezes de trem para chegar a um porto na Dinamarca, pegou uma barca para a Noruega e alugou um carro para chegar à cidade de Bergen.

— Viajamos no trem como sardinhas em lata — disse à BBC.

Menos de um terço dos voos previstos para ontem decolou. E, para hoje, a previsão é que 40% a 45% deles fossem retomados. Segundo as companhias aéreas, o impacto econômico é pior do que o causado pelo atentado de 11 de setembro de 2001, quando o espaço aéreo americano ficou fechado por três dias. Diante dos prejuízos, a Comissão Europeia estuda uma compensação para as empresas.

O vulcão Eyjafjallajokull lançou menos fumaça ontem, mas cientistas advertem que a erupção ainda não acabou e que outros vulcões da região podem entrar em atividade.

Ontem, os primeiros voos da KLM começaram a partir de Amsterdã. Os aeroportos da Escócia reabririam hoje de manhã e que no fim do dia, Heathrow, em Londres, poderia voltar a operar. A Air France, por sua vez, deve retomar os voos de longa distância para os aeroportos Charles de Gaulle e Orly, em Paris, hoje.

Alguns voos voltaram a partir ontem à tarde de São Paulo para a Europa.

Apesar disso, 13 partidas e oito chegadas deixaram de acontecer no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

Às 18h30m, partiu um voo da Swiss para Zurique, na Suíça.

Às 19h, estava prevista a saída de um avião da Lufthansa para Munique, na Alemanha.

Um avião da KLM com destino a Amsterdã, na Holanda, partiria às 19h15m. A expectativa é que hoje voltem os voos da Air France para Paris. A TAM informou que assim que a situação for normalizada serão colocados voos extras.

No Rio, cinco partidas do Galeão com destino à Europa foram canceladas ontem.

O mesmo aconteceu com os voos que deveriam ter chegado de Paris e Londres.

COLABORARAM: Sergio Ramalho (Rio), Marcelle Ribeiro e Sérgio Roxo (São Paulo)

Acordo para voar

Read More

19 abril 2010

Globo News

O espaço aéreo de 20 países permanece total ou parcialmente fechado. Ministros dos Transportes vão se reunir nesta segunda-feira para discutir medidas que amenizem a crise provocada pela paralisação.

Vulcão na Islândia: 19 mil voos são cancelados na Europa

Read More

Bom Dia São Paulo

Mais de 60 mil voos já foram cancelados. O caos aéreo já entra no quinto dia. E muita gente espera no aeroporto de Guarulhos para embarcar para fora do país.

Erupção de vulcão na Islândia causa transtorno para turistas brasileiros

Read More

Globo News

Um vulcão que estava inativo há dois séculos soltou uma fumaça que atingiu a Grã-Bretanha e quase toda a Europa. Os voos foram cancelados porque turbinas e outros equipamentos podem ser danificados.

Vulcão da Islândia lança fumaça que prejudica voos na Europa

Read More

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os efeitos do caos aéreo na Europa, provocado pela erupção de um vulcão na Islândia, começam a se intensificar no Brasil. Hoje (18) foram cancelados 23 voos do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), que chegariam ou partiriam para aquele continente, e cinco do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A informação é da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

As companhias aéreas que atuam em Cumbica cancelaram 12 chegadas e 11 partidas previstas para hoje. Entre as chegadas, quatro eram de Paris, duas de Londres, duas de Frankfurt, uma de Milão, uma de Munique, uma de Zurique e uma de Buenos Aires (o voo tinha escala prevista na Argentina após sair de Londres). Também foram canceladas quatro partidas para Paris, duas para Londres, duas para Frankfurt, uma para Zurique, uma para Munique e uma para Amsterdã.

A erupção do Vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, que lançou uma nuvem de partículas na atmosfera, vem levando ao cancelamento de voos há quatro dias, e não há previsão para a retomada da normalidade nos aeroportos europeus. Segundo a Infraero, com os números de hoje, chegam a 72 os cancelamentos de Cumbica, aeroporto brasileiro com maior número de voos internacionais, sendo 31 chegadas e 41 partidas.

Ainda há seis voos previstos para sair hoje de Cumbica: dois para Lisboa, dois para Madri, um para Milão e um para Roma. Os cinco voos cancelados no aeroporto do Galeão eram três partidas e duas chegadas de Paris.

Segundo a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol), a expectativa é de que sejam realizados aproximadamente 4 mil voos no continente hoje. Num domingo normal, seriam 24 mil. De acordo com a Eurocontrol, até o fim do dia, o número de voos cancelados desde o dia 15 de abril deve ultrapassar 63 mil.

Cresce cancelamento de voos no Brasil devido à erupção vulcânica

Read More

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Mais de 50% dos voos programados para hoje (16) na Europa foram cancelados por causa de uma nuvem de cinzas expelidas pelo vulcão da geleira de Eyjafjallajoekull, na Islândia, segundo informações da BBC Brasil. Desde ontem (15), os aeroportos de várias cidades europeias estão fechados por causa dessa nuvem. A Europa tem, diariamente, cerca de 28 mil voos programados.

O temor dos especialistas é de que cinzas contidas na fumaça entrem nos motores do avião entupindo as turbinas o que pode provocar a parada do motor em pleno voo.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) orienta os brasileiros que têm voos para essas cidades a procurarem a companhia aérea para saber quais medidas devem tomar. A TAM pede aos passageiros que têm voos para Londres, na Inglaterra; Frankfurt, na Alemanha; e para Paris, na França que remarquem os voos. O mesmo procedimento deve ser feito por aqueles que estão nessas cidades.

Segundo a companhia aérea, não haverá custos adicionais para a remarcação.

Segundo a agência que controla o tráfego aéreo na região europeia, a Eurocontrol, os problemas devem durar até sábado, porque a nuvem de fumaça está se movendo para sul e para o leste.

A República da Irlanda, Grã-Bretanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Bélgica e Holanda fecharam seu espaço aéreo. Na França, 24 aeroportos foram fechados, inclusive o de Paris. As restrições aéreas foram ampliadas hoje para os aeroportos da Alemanha, Polônia, Lituânia e Áustria. Os últimos países a anunciarem o fechamento de aeroportos foram Hungria, Suíça e Romênia.

Metade dos voos na Europa foi cancelada por causa de fumaça de

Read More

Header Ads

Copyright © Aeronauta | Designed With By Blogger Templates
Scroll To Top