Pular para o conteúdo principal

Rússia apresenta novos hidroaviões em salão aeronáutico

A Gazeta Russa escolheu os três melhores modelos de hidroaviões produzidos no país.


Dmítri Litóvkin, especial para Gazeta Russa

Durante o Salão Aeronáutico Hidroaviasalon 2014, realizado na cidade de Gelendzhik, a Rússia mostrou ao público novas aeronaves que possuem capacidade anfíbia e não têm modelos análogos no mundo.

O Hidroaviasalon é bem peculiar: poucos salões aeronáuticos oferecem aos expectadores a oportunidade de assistir enormes hidroaviões saírem de pavilhões e mergulharem diretamente no Mar Negro para alçar um voo eletrizante.

A Rússia é líder inconsteste na produção de aviões anfíbios, e a Gazeta Russa escolheu os três melhores exemplares de uma ampla gama de aeronaves apresentadas no evento.

Beriev Be-200



Foto: RIA Nóvosti

As aparências deste verdadeiro navio voador enganam: o Be-200 é capaz de decolar e pousar tanto na água como em pistas terrestres com a mesma desenvoltura. Isso se deve principalmente à parte inferior de sua fuselagem, que utiliza conceitos hidrodinâmicos iguais aos de embarcações de alto desempenho, e à posição elevada de seus motores, para que a operação aquática não interfira no funcionamento das turbinas. O projeto do Be-200 remonta a era soviética, quando a Marinha buscava uma aeronave anfíbia de resgate. Hoje, ele é usado principalmente pelos bombeiros para combater vários tipos de incêndios. A aeronave é capaz de captar em alguns segundos, durante a corrida do pouso, 12 mil litros de água para serem despejados em incêndios.

O Be-200 é utilizado principalmente pelo Ministério para Situações de Emergência da Rússia. Sua aquisição se deu durante a administração de Serguêi Shoigu, que agora é ministro da Defesa. Tendo em vista a simpatia do ministro, a empresa KB Beriev, desenvolvedora da aeronave, espera que ela seja também adotada pelas Forças Armadas. Desde o início do projeto, as capacidades militares foram levadas em conta, principalmente a de transporte e antisubmarina.

Ekranoplano Orion -14



Foto: RIA Nóvosti

Os ekranoplanos são sem dúvida um dos destaques da indústria aeronáutica russa. De definição difícil, são veículos híbridos que possuem características tanto de navios quanto de aviões. Das embarcações navais, os ekranoplanos herdaram a enorme capacidade de transporte e dos aviões herdaram a capacidade de voar. O voo dos ekranoplanos é baseado nos estudos desenvolvidos há 50 anos pelo acadêmico russo Rotislav Alekseev. A fuselagem dos ekranoplanos, que parecem com grandes aviões de passageiro, utilizam o “efeito solo” para criar um bolsão de ar debaixo da embarcação, elevando-a a altitudes de três a quatro metros durante o voo. Com isso, um ekranoplano de várias toneladas consegue atingir uma velocidade de centenas de quilômetros por hora. Devido às suas peculiaridades, a utilização dos ekranoplanos é menos danosa ao meio-ambiente. Diferentemente dos navios, os ekranoplanos na maior parte do tempo não tocam na água e, portanto, não criam distúrbios à vida marinha. Além disso, são capazes de voar sobre o gelo ou a tundra.

Os soviéticos usaram tais aeronaves exclusivamente para propósitos militares. O Alto Comando da Marinha russa pretendia quebrar o tempo de reação da utilização dos grandes porta-aviões da Marinha norte-americana. Os principais projetos da época eram o Orlenok, desenvolvido para transporte de fuzileiros, e o Lun, para ataque antinavio, capazes de alcançar velocidades de até 500 km/h. Para efeito de comparação, os super porta-aviões americanos são capazes de alcançar picos de velocidades de no máximo 70 km/h. Atualmente, no entanto, os ekranoplanos são usados para finalidades civis.

O Orion-14 foi mostrado ao público pela primeira vez durante o Hidroaviasalon. Seu projeto ocorreu no âmbito do programa Desenvolvimento da Construção Naval Civil, no período 2009-2016. Seu design levou em consideração as mais modernas tecnologias, modernos elementos de transmissão e equipamentos de aviação de última geração. As capacidades de operação do Orion-14 foram ampliadas e agora o ekranoplano pode voar no inverno (com condições de gelo de até 50 cm) e durante o verão, sobre a lama gelada da taiga. Dessa forma, há um mercado promissor nas áreas remotas do Extremo Norte e Extremo Oriente russos.

Veículo aéreo não-tripulado (UAV) Chirok



Foto: ITAR-TASS

O Hidroaviasalon também foi destaque no setor de aeronaves não-tripuladas. A maior novidade deste ano foi o UAV anfíbio Chirok, desenvolvido pelo Instituto de Engenharia Radiotécnica de Moscou (MNIRTI). Com capacidades parecidas com as dos ekranoplanos, o UAV russo é capaz de decolar em 25 metros a partir de pistas terrestres e aquáticas.

O diretor do MNIRTI, Iúri Nevzorov, relatou que o avião tem dez metros de envergadura e capacidade de transportar até 750 kg de carga. A elevada capacidade de carga se deve ao formato não convencional do UAV, conhecido como “asa voadora”. O executivo afirmou também que o instituto já está projetando uma variante pilotada para transporte de passageiros, com capacidade para até 12 pessoas ou duas toneladas de carga.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul